Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

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BRASILEIROS NA REGIÃO DA GRANDE BOSTON: MAIS DE MEIO SÉCULO CONSTRUINDO COMUNIDADE

O Instituto Diáspora Brasil lançou o estudo “Brasileiros na Região da Grande Boston: Mais de Meio Século Construindo Comunidade” com o objetivo de compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década.

A pesquisa foi feita em colaboração com organizações que já têm um trabalho consolidado junto à comunidade brasileira, de forma participativa, por meio de entrevistas e conversas em grupo.

O relatório final foi apresentado no dia 24 de Outubro na sede da Boston Foundation. O estudo é apoiado pelo Latino Equity Fundo (LEF), uma parceria entre Latino lideres e a Boston Foundation.  

THE RESEARCH:

▪  Research completed between August and October 2024

▪ Research partners: Instituto Diaspora Brasil and Usideais  

DATA SOURCE:

▪  Socio-economic data from multiple sources

▪  51 qualitative Interviews and focus groups

COMMUNITY MEMBERS PARTICIPANTS: 1.5 and 2nd generations, leaders of community-based organizations, public service employees, elected officials, small and medium sized business owners, community media communicators e artists and cultural producers.

CONVITE PARA O LANÇAMENTO – 24 DE OUTUBRO DE 2024

https://events.tbf.org/event/home/stateofthebrazilianpopulationinma

In partnership with Instituto Diaspora Brasil, LEF is thrilled to announce the launch of a special report that commemorates half a century of the vibrant Brazilian community in MA. This report and forum will offer an in-depth analysis of the demographics of the Brazilian population in the area, along with rich insights gathered from interviews and focus groups with second-generation Brazilians, community-based organizations, entrepreneurs, religious leaders, and artists. Their stories and perspectives paint a vivid picture of the community’s past, present, and aspirations for the future.

The event celebrating this milestone will feature presentations from various Brazilian-led organizations, highlighting their significant contributions and roles within the community. Join us in honoring this remarkable community and exploring the dynamic landscape of Brazilian life in Boston and beyond!

EVENTO:

LINK DA APRESENTAÇÃO: 

LINK DO RELATÓRIO EM PORTUGUÊS:  CLICAR AQUI

LINK DO RELATÓRIO EM INGLÊS: CLICK HERE

IMPRENSA: TV RECORD

Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Brasileiros em Israel

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Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como …

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

PORQUE OS BRASILEIROS VOLTAM – O RETORNO

INTRODUÇÃO

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como o local para seus investimentos. Neste caso, o imigrante vai ao Brasil para passar férias ou participar de festas como casamentos ou aniversários, por exemplo. Levam consigo seus filhos, estes geralmente documentados. O segundo tipo de retorno é o “retorno continuado.” Segundo essa definição, os que retornam á origem investem e acabam perdendo tudo. Isto os motiva a re-emigrarem, mantendo com eles o projeto de voltar. Segundo Siqueira (2007), 48,6% dos imigrantes pesquisados que retornaram à cidade natal não obtiveram sucesso em seus empreendimentos. Assim, emigraram novamente. Não incomum, são os que empreendem a viagem da migração diversas vezes durante a vida.

O “retorno do transmigrante” é o terceiro tipo de retorno identificado pela mesma autora. Este é o caso vivenciado por, atualmente, um grande número de imigrantes que vivem a transnacionalidade. São pessoas, geralmente documentadas e com estabilidade financeira, que vivem parte do ano no país de destino, no caso da pesquisa citada, os Estados unidos, e outra parte do ano no Brasil. Este grupo participa da vida social e econômica dos seus países de origem e destino, possuindo, muitas vezes, fontes de renda nos dois países.

O quarto tipo de retorno descrito pela autora é o retorno permanente”. Nessa condição, o imigrante que retornou ao Brasil conseguiu se readaptar e se reestabelecer financeira e socialmente, não pretendendo emigrar novamente. São, geralmente, os que obtêm sucesso em seus empreendimentos, atribuindo ao projeto migratório a responsabilidade por serem bem-sucedidos.

O retorno deixa de ser uma “opção” em casos de deportação. Nessa situação o imigrante não pode arbitrar sobre a sua permanência no país de acolhimento. Não cabe a ele decidir se retornará ao seu país de origem ou se continuará sua jornada. Em situações de deportação, o retorno é involuntário, não significando, porém, que não haverá um novo período no exterior. Essa nova jornada migratória, por vezes, se destina a outro país. No entanto, também é comum a nova busca pelo mesmo país de onde foi deportado. 

O retorno dos brasileiros pode ser aferido pelo número daqueles que na data dos censos demográficos de 1990, 2000 e 2010 residiam no Brasil, mas que retornaram ao país cinco anos antes do censo. Entre os censos de 1990 e 2000, verificou-se um incremento de 182% desse contingente, ou seja, em 1991, 31.124 pessoas declararam um país estrangeiro de residência cinco anos antes da data de referencia do censo, enquanto que em 2000 esse número era de 87.400 pessoas. Segundo Wilson Fusco e Sylvain Souchaud (2010), o fluxo de retornados brasileiros desse período, ainda que bastante diversificado, concentrou-se em três países, Paraguai, Japão e Estados Unidos, responsáveis por cerca de 60% do movimento de retorno. 

Os autores analisaram o retorno com base nos dados do Censo de 2000 (IBGE), que indica a distribuição dos retornados por município, definidos em função do país de nascimento e residência no momento do censo, e da declaração da última residência em país estrangeiro nos dez anos anteriores ao censo.

O retorno do Paraguai constitui o maior fluxo de brasileiros retornados. Em 2000, 50.201 pessoas nascidas e residentes no Brasil declararam residência anterior no Paraguai, representando 26,8% do total da população brasileira retornada. De uma forma geral, os retornados têm um nível educacional mais elevado do que o observado para os não-migrantes, com exceção dos retornados do Paraguai, que têm um nível próximo do encontrado para os não-migrantes residentes em zonas rurais (instrução fundamental incompleta) e salários inferiores aos da população residente. Tal fenômeno pode ser explicado pela origem de tais retornados, que são na sua maioria agricultores. No entanto, os retornados da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão tinham pelo menos o terceiro grau completo e salários superiores aos dos brasileiros morando em áreas metropolitanas.24

De acordo com Fernandes (2008), em geral, os retornados dos países vizinhos estão na sua maioria trabalhando por conta própria e em atividades de um perfil de menor remuneração enquanto que aqueles retornados dos Estados Unidos e da Europa estão ocupados em atividades em geral, melhor remuneradas. O mapa abaixo ilustra a distribuição dos retornados do Paraguai  segundo o município de residência em 2000. Como podemos ver, grande parte deles estão concentrados nos estados do Paraná (61,8%), Mato Grosso do Sul (16,3%), Mato Grosso (5,4%), Santa Catarina (5,4%), São Paulo (3,8%), Rio Grande do Sul (3,5%) e Rondônia (1,1%).

O Paraná não só é o lugar de nascimento de muitos migrantes, mas também o lugar de última residência anterior ao ingresso no Paraguai. Muitas vezes, gaúchos, catarinenses e baianos, por exemplo, vivem por indeterminado período de tempo no Paraná antes de emigrar para o Paraguai. O Rio Grande do Sul, assim como o Paraná, é um lugar onde a expansão da fronteira agrícola, nos anos 1980 e 1990, expulsou muitas famílias que alimentaram as camadas mais pobres da população brasileira imigrante no Paraguai. Diferentemente destes dois estados, que na sua grande maioria recebem retornados natos, os estados do Mato Grosso e Rondônia  recebem retornados em busca de oportunidades e empregos ligados ao crescimento e dinamismo da agricultura comercial, principalmente aquela ligada à soja.

Ainda de acordo com Fusco e Souchaud (2010), os retornados do Japão formam o segundo maior grupo, contando com 17% do total dos retornados (31.775 pessoas). Ainda que perto do número de ‎retornados dos Estados Unidos, a comunidade brasileira no Japão é muito menor do que esta última. Tal fenômeno pode ser explicado pelo fato de a lei de imigração japonesa permitir múltiplos retornos, enquanto que a população brasileira indocumentada nos Estados Unidos raramente se arrisca a um retorno temporário.

O mapa a seguir, ilustra a distribuição dos retornados do Japão, segundo o município de residência em 2000. Podemos observar que a maioria desses retornados, mais de 80%, volta a ‎residir nos mesmos estados marcados pela imigração japonesa para o Brasil – São Paulo e Paraná. Em menor proporção, eles seguem para Minas Gerais e Rio de Janeiro. Aqueles que voltam para o Pará são originários da antiga colônia Acará, atualmente Tomé-Açu.25 ‎O retorno dos Estados Unidos, o terceiro maior, registrou um volume de 29.591 pessoas (16% do total de brasileiros retornados) segundo o censo de 2000. O número grande de imigrantes brasileiros indocumentados nos Estados Unidos dificulta não só a sua contagem no país de destino, mas também sua contagem no momento do retorno.

Os retornados dos Estados Unidos voltam predominantemente para São Paulo (7.495), Minas Gerais (6.241) e Rio de Janeiro (4.971). Em seguida, verifica-se sua presença no Paraná (1.755), Rio Grande do Sul (1.468), Distrito Federal (1.269) e Goiás (1.266).

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

A maioria dos retornados dos Estados Unidos (97,2%) e Japão (94,4%) retornam para zonas urbanas, enquanto os retornados do Paraguai apresentam um menor índice de domicílios urbanos (72%). Quando consideramos também suas ocupações no momento do retorno, a maioria daqueles que voltam dos Estados Unidos trabalham nos setores da educação (19,8%), comércio (15%) e atividades imobiliárias (13%). Os retornados do Paraguai apresentam uma grande participação no setor da agricultura (32%), seguido de ocupações industriais (15%), comércio (13,6%) e serviços domésticos (12%). Os brasileiros retornados do Japão ocupam com maior frequência posições nos setores comercial (29,7%), industrial (12,5%) e agrícola (10,6%).

Segundo o Censo Brasileiro de 2010, mais de 174 mil emigrantes brasileiros retornaram ao país. Esse é um número bem maior do que o apontado pelo Censo de 2000 (87,4 mil), passando de 61% para 66% o percentual de brasileiros contados entre os imigrantes internacionais chegados ao Brasil.

Dos 51.933 imigrantes brasileiros provenientes dos Estados Unidos, 84% eram brasileiros.

A recente crise de econômica de …. [TEXTO INCOMPLETO]

Estimativas do Ministério das Relações Exteriores (2008 – 2022): Documentos do MRE

Texto baseado, em parte, no livro Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (Re)fazendo a América

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB,  2008.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB, 2008. 

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego, 2009. Perfil Migratório do Brasil. https://publications.iom.int/system/files/pdf/brazil_profile2009.pdf

BRITO, Fausto. Os povos em movimento: as migrações internacionais no desenvolvimento do capitalismo. Emigração e imigração internacionais no Brasil contemporâneo, v. 2, p. 53, 1995.

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FERNANDES, Duval Magalhães; NUNAN, Carolina dos Santos. A Volta para Casa: a inserção do imigrante internacional de retorno no mercado de trabalho. Um estudo comparativo entre Argentina, Brasil e Paraguai no inicio do século XXI. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO LATINO AMERICANA DE POPULAÇÃO (ALAP), III, 2008, Córdoba – Argentina. Anais. Publicação virtual. Disponível em: http://www.alapop.org/alap/images/DOCSFINAIS_PDF/ALAP_2008_FINAL_303.pdf

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LIMA, Álvaro. Diga Aí, 2009. Brasileiros na América.  

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REFERÊNCIAS

1 Imigração no Brasil por Nacionalidade
2 Firmeza, George Torquato, (2007), Brasileiros no Exterior. Brasília: FUNAG
3 A emigração brasileira é, no entanto, muito pequena quando comparada à população residente. Por exemplo, a população emigrante brasileira representa apenas 0,53% da população residente, fazendo o Brasil ocupar a posição 195 no ranking dos 200 países com saldo migratório negativo, ficando à frente somente da Líbia, posição 196 (0,49%); China, posição 197 (0,43%); Bahamas, posição 198 (0,36%); República Centro Africana, posição 199 (0,17%); e Coréia do Norte, posição 200 (0,16%). (DORLING, 2009)
4 Na América Latina, o Brasil figurava até a década de 1970 como uma área de evasão populacional para os países vizinhos, em especial para o Paraguai e a Argentina. A partir da década de 1980, o país passa a se configurar como uma das áreas de recepção migratória de latino-americanos. (BANINGER, 2005)
5 Ver em: Estimativas 2020
6 MARGOLIS, M.L.  (1994): Little Brazil: An Ethnography of Brazilian Immigrants in New York. Princeton. NJ. Princeton University.
7 SALES, T., (1998). Brasileiros Longe de Casa. São Paulo, Editora Cortez.
8 Comumente, a década de 1980 é chamada de “década perdida” no que se refere ao desenvolvimento econômico de muitas nações. Vivido pelo Brasil e por outros países da América Latina, essa fase de estagnação formou-se com uma retração agressiva da produção industrial. Na maioria dessas nações, os anos 80 representam o mesmo que crise na economia, inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade de mercados e aumento da desigualdade social.
9 BROOKE, James. (1993). Brazil Wild Wyas to Counter Wild Inflation. New York: The New York Times.
10 Segundo a socióloga Peggy Levitt (2001), “the assumption that people live their lives in one place, according to one set of national and cultural norms, in countries with impermeable national borders, no longer holds”. In Levitt P., The Trasnnational Villagers, 2001. Los Angeles and Berkley: University of California Press.
11 BELLUZZO, Luis Gonzaga de Mello e Coutinho, Renata (Org.). Desenvolvimento Capitalista no Brasil. Campinas: UNICAMP. IE. 1998, V.I.
12 Em 1981, por exemplo, o desemprego aberto atingiu a taxa de 10%. (PASTORE, 1979)
13 Foi instituído o Plano Collor, que agravou mais ainda a situação, causando revolta na população não só pelas medidas econômicas, mas pelo esquema de corrupção atribuído ao então Presidente. Essas insatisfações deram origem à mobilização inédita dos “caras-pintadas,” que culminou no impeachment de Collor.
14 BRITO, Fausto. (1995). Os Povos em Movimento – As Migrações Internacionais no Desenvolvimento do Capitalismo, em Neide Patarra. (Cord.). Emigração e Imigração Internacionais no Brasil Contemporâneo. Campinas: FNUAP.
15 MARTES, Ana Cristina Braga. (1999). Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo Sobre Imigrantes em Massachusetts. São Paul: Editora Paz e Terra.
16 Synovate Brasil – Imigrantes Brasileiros Residentes nos Estados Unidos (2007).
17 Synovate Brasil – Remetentes e Beneficiários – Massachusetts e Microrregião de Governador Valadares (2008).
18 LIMA & CASTRO, 2017
19 LIMA & PLASTRIK, 2007
20 PIORE, 1980
21 SALES, 1999
22 A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras japonesas 出る (deru, que significa “sair”) e 稼ぐ (kasegu, que significa “para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando”). O termo tem como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país.
23 Atual Secretaria do Trabalho
24 MRE, 2014
25 FERNANDES, 2008
26 BELTRÃO et al, 2006

 

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Remessas Sociais

REMESSAS SOCIAIS (Social Remittances)

Introdução

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza sócio-cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes, além de dinheiro, “remetem” idéias, práticas sociais e normas, comportamentos, atitudes políticas, práticas artísticas, etc.

Mais tarde, no artigo Social Remittances Revisited (2011), ela revisita o conceito de “social remittances” incluindo algumas observações: (a) as experiências passadas das pessoas antes da migração afetam o que estas “remitem” para suas sociedades de origem (Levitt e Lamba-Nieves 2011); (b) as remessas sociais, assim como as remesas monetárias, podem se dar individual ou coletivamente (ibid.); (c) estas remessas circulam continuamente entre paises de origem e destino (ibid.); (d) o contexto legal que os imigrantes encontram nos países de destino, impactam direta e indiretamente as formas de remessas sociais que estes são capazes  de eniviar (Lacrix, et al, 2016).

Segundo Levitt, estes fluxos de remessas sociais ocorrem quando os imigrantes voltam ou visitam suas comunidades de origem, quando não-migrantes destas localidades visitam imigrantes nos seus países de destino ou quando estes trocam cartas, vídeos, e-mails, blogs ou se comunicam por Skype, WhatApp ou telefone.

Este processo é um processo contínuo em que as idéias ou práticas sociais que os imigrantes trazem ou continuam recebendo dos seus países de origem, influenciam as suas experiências nos países de destino. Por outro lado, as experiências vividas nos países de destino moldam suas relações com as suas comunidades de origem quando estas idéias e práticas são remetidas.  Algumas destas idéias e comportamentos sociais são aceitas, rejeitadas, re-elaboradas e remetidas de volta onde são transformadas uma vez mais.

Este processo contínuo de remessas sociais afeta relações familiares, papéis de gênero, identidade de classe e raça, bem como tem ainda impacto importante na participação política, econômica e religiosa destes imigrantes, suas famílias, amigos e comunidades como um todo. Vale ressaltar no entanto, que nem todas estas idéias ou comportamento são positivas. Residentes de países da América Central, por exemplo, sofrem quando membros de gangues centro americanas operando nos Estados Unidos são deportados, aumentando a insegurança nos seus países de origem.

Por fim, estas trocas introduzem uma “cultura de migração” alimentada pelo acesso ao consumo provido pelos emigrados, noções de terras de liberdades, riquezas a fazer via a migração, entre outras idéias que circulam no vai e vem migratório,

Para entender como as remessas sociais se movem, e como estas tem uma relação simbiótica com as remessas monetárias, é preciso abordá-las dentro de uma ótica transnacional (Khagram and Levitt, 2007). Assim, criamos uma visão mais holística e integrada das trocas transnacionais:

 

Economistas, por muito tempo, deram importância somente às remessas monetárias. Assim, uma literatura importante surgiu sobre os drivers e as consequências das remessas financeiras aos níveis micro e macro, resumidos por Rapoport e Docquier (2006). A contribuição pioneira de Spielberg (2009) da relação entre a democracia e a educação no estrangeiro chamou a atenção de economistas para a questão das remessas sociais.

Mais recentemente, algumas publicações abordaram a questão das transferências sociais focando indiretamente na contribuição dos imigrantes internacionais para o avanço tecnológico em seus países de origem. De forma similar, Bahar and Rapoport (2018), utilizam dados da imigração bilateral e comércio internacional de mais de 100 países (período 1990-2012) para estudar o impacto e difusão do conhecimento pelos imigrantes internacionais.

Agrawal et al. (2011) utilizando dados de registros de patentes avaliam a probalidade de inovadores com laços com imigrantes co-étnicos impactar o conhecimento nos países de origem do migrante.

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

  

Por fim, Tuccio e Wahba (2018), mostram que na Jordânia as mulheres que vivem em família onde haviam imigrantes retornados, as normas de comportamentos de gênero eram diferentes destas correntes no país pois estes tinham sido expostos a normas e práticas mais liberais enquanto viviam no exterior.

Referências Bibliográficas

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Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Remessas Monetárias

REMESSAS MONETÁRIAS

Introdução


A globalização está acelerando a migração internacional. Impulsionada por uma série de fatores, tais como a crescente necessidade de mão de obra qualificada e não qualificada nos países desenvolvidos dado o baixo nível de fertilidade e o rápido envelhecimento da população; persistente pobreza, crescente desigualdade, conflitos armados, fazem da migração uma questão fundamental neste século.

Em 1965, apenas 75 milhões de pessoas viviam fora de seu país natal. Em 2020, segundo o World Migration Report (IOM, 2022), 281 milhões de pessoas viviam fora dos seus países de origem ou seja, 3,6% da população mundial.

  

À medida que mais pessoas saem dos seus países de origem, as remessas aumentam e se tornam fundamental para não somente para os imigrantes e suas famílias mas também para as economias dos seus países de origem – uma tendência que provavelmente aumentará, uma vez que a migração internacional deverá permanecer alta ao longo do século XXI.

As remessas são o movimento internacional de dinheiro como consequência do movimento internacional de trabalhadores, ou seja, as remessas internacionais são dinheiro que os migrantes enviam de volta para seus países de origem. Embora cada remessa seja pequena, as remessas são um componente importante do fluxo internacional de fundos devido ao grande número de remetentes e à frequência com que estes fazem estes envios. De acordo com o Banco Mundial (World Bank, 2022), como ilustrado a seguir, em 2021, as remessas alcançaram 773 bilhões de dólares americanos com cerca de 605 bilhões enviados para os países de baixa e média renda, ou seja, 78 porcento do total. A  região da Ásia do Sul recebeu mais remessas do que qualquer outra região de baixa e média renda, totalizando 147 bilhões de dólares americanos. O Leste Asiático e Pacífico com entradas de remessas no valor de 133 bilhões de dólares americanos vem a seguir.  

Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), as remessas enviadas por canais informais, e por isso não contabilizadas nos dados acima. O economista do Banco Mundial, Dilip Ratha, avalia que os imigrantes enviam cerca de 10% a 20% do seu salário ao seu país de origem.

Para os países em desenvolvimento, os fluxos de remessas representam uma importante fonte de financiamento internacional – em muitos casos, maior do que a ajuda externa total e menor somente que o investimento estrangeiro direto. No entanto, se excluirmos a China, as remessas são a maior fonte de ganhos em divisas em países de baixa e média renda, de acordo com Migration and Remittances Brief 34, publicado pelo Grupo do Banco Mundial conforme ilustrado a seguir:

 Remessas (Remittances), Investimento Estrangeiro Direto (FDI) e Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA) – Países de Renda Baixa e Média, Excluindo a China (1990 – 2022)

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Hoje, as remessas são iguais ou maiores que 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de cinco países: Tonga, República do Quirguistão, Tadjiquistão, Haiti e Nepal.

Comparado com os fluxos de capital induzidos pelo lucro, as remessas são mais estáveis e menos cíclicas. O investimento estrangeiro direto (IED ou FDI em inglês) e o crédito bancário tendem a aumentar quando o país anfitrião está crescendo. As remessas, por outro lado, tendem a ser constantes e aumentam durante períodos de crise econômica ou desastres naturais. Ao contrário da ajuda externa, as remessas são direcionadas e vão diretamente para milhões de pessoas que delas precisam. No entanto, as remessas têm poder diminuto enquanto mecanismo de desenvolvimento econômico.

As restrições impostas durante a pandemia da COVID-19, o desemprego e a preocupação com a saúde, reduziram a mobilidade em geral e o  fluxo migratório em 27% o que impactou de forma significante as remessas dos imigrantes. Em 2020, as remessas recebidas sofreu uma redução de 1,5%. Nos dois anos posteriores, o montante global das remessas totalizaram $781 bilhões de dólares americanos em 2021 e $794 bilhões de dólares americanos em 2022.

Vários fatores influenciaram o crescimento das remessas. Primeiro, como apontado pelo Banco Mundial (Migration and Development – Brief 37, 2022) a determinação dos imigrantes em ajudar as suas famílias nos seus países de origem foi fundamental para este crescimento. Segundo, a abertura gradual de vários setores econômicos dos países de acolhimento aumentou o emprego e a renda restabelecendo esta capacidade de ajuda financeira. Finalmente, as taxas de câmbio favoreceram o euro, o yen e o dólar tornando mais valiosas as remessas nestas moedas.

 Alguns Fatores do Crescimento Excepcional das Remessas

O fator mais importante no aumento das remessas foi o desejo e determinação dos imigrantes em ajudarem suas famílias pela redução de seu consumo e suas poupanças. Outro fator importante foi os estímulos fiscais que os países receptores proveram para seus residentes, incluindo os imigrantes. A abertura gradual das fronteiras dos países de acolhimento aumentou o fluxo migratório, e com este, o pool de remetentes. Este número também se alargou com o aumento da média de permanência nos Estados Unidos (que é responsável por 50% de todos os imigrantes  mas que transferem 75% de todo o fluxo de remessas) aumento de uma média de 16 anos de permanência para 20 anos. Outros fatores, incluem a crescente demanda por mão de obra nos países desenvolvidos – os Estados Unidos em particular. As taxas taxas de câmbio em alguns países, o Brasil sendo um deles, favoreceram também os remetentes. Finalmente, com a necessidade do distanciamento social causado pela pandemia da COVID-19 e as inovações ocorridas nas tecnologias financeiras, a indústria de remessas criou novos tipos de serviços on-line tornando mais fácil a transferência de recursos financeiros (Orozco e Martin, 2022). A inflação teve impacto negativo reduzindo o poder aquisitivo dos imigrantes

As remessas ajudam principalmente a melhorar os padrões básicos de vida como habitação, saúde e educação. As remessas também ajudam a aliviar a pobreza, ao possibilitar a melhora da nutrição e o aumento da matrícula escolar. Pesquisas têm mostrado também que as remessas ajudam os recipientes a se tornarem mais resilientes em face de desastres naturais.

Por fim, ´´importante ressaltar, que raramente as remessas monetárias são usadas com propósitos produtivos, o que se deve, em larga medida, a inexistência de ambiente propício a esses investimentos. Canales (2005), chama atenção para este fato notando que “os impactos das reduzidas remessas produtivas seriam ainda limitados pelas mesmas condições de pobreza e marginalização que caracterizam as comunidades de origem.”

Custo das Transferências

Os custos das transferências continuam alto mesmo com a maior competição no mercado introduzida pelas empresas de transferência digital representando um custo médio de 6,5%, quase o dobro da taxa de 3% no ano 2030 recomendada pelas Nações Unidas (Sustenable Development Goal, Indicator 10.c). O gráfico a seguir ilustra o custo médio global e por regiões para enviar $200:

Existem três componentes nos custos da remessas. Primeiro, uma taxa de serviço é cobrada pelas empresas de remessas, em geral uma taxa fixa, o que resulta numa taxa desproporcional para as remessas de pequeno porte. Além desta taxa, é cobrado ainda o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que no Brasil atinge 0,38% o que é, segundo Dilip Ratha, economista chefe para o tema imigração e remessas do Banco Mundial, muito alto.  Este imposto não é cobrado na maioria dos países e as remessas deveriam ser desoneradas no Brasil pois o custo de transferência representa uma enorme perda para os imigrantes e suas famílias.

Alavancando o Poder das Remessas dos Imigrantes

As remessas tocam as vidas de mais de 500 milhões de pessoas ao redor do mundo. Estimativas conservadoras colocam o número de pessoas recebendo algum tipo de benefício econômico das remessas em 1 bilhão – quase 1/6 da população do planeta (Joint Conference on Remittances, Manila, Filipinas, 2005).

As remessas dos imigrantes são de importância crescente para as economias das regiões e cidades de origem. As remessas impactam estas regiões e cidades via o aumento do consumo local. Os domicílios de classe média e média baixa tem uma alta propensão a consumir gerando um impacto positivo na atividade macroeconômica. Por exemplo, Le Franc e Downes (2001), examinando dados referentes a Jamaica, concluíram que existe uma relação significativa entre os fluxos de remessas e a mudança nos níveis de consumo e pobreza. Manoel Orozco (2005) argumenta que para cada $1 dólar remetido, a renda aumenta $1,78 dólares, ilustrando um efeito multiplicador importante. Adelman e Taylor (1990), confirmam este fenômeno no seu estudo no México quando afirmam que para cada dólar recebido dos imigrantes mexicanos, o PIB cresce entre $2,39 e $3,17 dólares, dependendo se as remessas são recebidas no meio urbano ou rural.

Há ainda um importante aspecto a ressaltar: as remessas são uma das fontes menos voláteis de divisa. Enquanto os fluxos de capital tendem a aumentar em ciclos econômicos favoráveis e reduzir em momentos de crise, as remessas mostram uma impressionante estabilidade ao longo do tempo (Ratha, 2003).

A “economia” das remessas é um exemplo interessante  de um transnacionalismo na base da pirâmide.

 

Remessas dos Imigrantes Brasileiros – Mundo

Com cerca de 4 milhões de imigrantes, as remessas dos brasileiros assuem importância crescente para as regiões e ciaddes brasilerias de origem. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2005, cerca de 1.3 milhões de brasileiros receberam, de maneira regular, dinheiro enviado por seus parentes residindo no exterior.

Em 2020 as remessas pessoais para o Brasil cresceu 0.4 bilhões de dólares americanos (+12,5%) somando 3.57 bilhões de dólares americanos. Como ilustrado no gráfico a seguir, as remessas no período 2001 a 2020 sofreram flutuações atingindo seu pique em 2008 (3.64 bilhões de dólares americanos) seguido de 2020. 

Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), embora as remessas brasileiras representem somente 1,1% do produto bruto brasileiro (BID, 2005), “o valor anual das remessas representou em 2004, 175%  da receita total recebida pelo Brasil com o turismo e 68% do valor das exportações de soja, o maior produto agrícola em termos de valor exportado.

Vale lembrar no entanto, que os valores sobre o volume de remessas são, em geral, divergentes. Enquanto dados dos bancos centrais dos países receptores indicam volumes mais conservadores, os organismos internacionais tendem a registrar volumes  maiores. 

Estes recursos têm origem, na sua maioria (50%), dos Estados Unidos, 31% oriundo da Europa, 17% do Japão e 2% são remetidos da América Latina (Bendixen & Associates, 2004) distribuição que se mantêm ao longo dos anos.. Segundo ainda Bendixen & Associates, os brasileiros remetentes têm uma renda anual de menos que $30,000 e uma educação básica de grau primário. Eles remitem uma média de 9,7 vezes ao ano num valor médio de $428. Os recipientes são na sua maioria mulheres (65%), 52% dos recipientes estão na faixa etária entre  18 e 35 anos. 33% dos são irmãos ou irmãs e as remessas são utilizadas para despesas diárias (46%), 14% para financiamento da educação de membros familiares, outros utilizam 11% dos recursos enviados para investimento em negócios e o restante é utilizado para poupança (4%), empréstimos imobiliários (8%), além de outras obrigações (17%).

A maior parte das remessas (61%), são enviadas via a rede bancária, seguido por empresas de remessas internacionais (29%), cooperativas de crédito (10%), correio postal e outras organizações conforme ilustrado a seguir:

Remessas dos Imigrantes Brasileiros – Estados Unidos

Embora os brasileiros residentes nos Estados Unidos tenham uma importante participação no fluxo de remessas para o Brasil, são pouco os estudos recentes sobre seus hábitos financeiros. Os perfis demográficos dos remetentes brasileiros residentes nos Estados Unidos são baseados em três pesquisas realizadas por Lima e Plastrik (2006), pela Synovate Brasil para o Banco do Brasil (2007) e pela mesma empresa para a Caixa Econômica Federal em 2008.

A primeira pesquisa é baseada numa amostra de 250 brasileiros remetentes residentes em Massachusetts.  O questionário foi administrado em português pela empresa Silvestre HMR&S. O questionário para este estudo incluiu perguntas constantes nas pesquisas de 2003 e 2006 dirigidas por Manuel Orozco do Inter-American Dialogue com populações latino americanas e caribenhas de forma a propiciar comparações entre os brasileiros remetentes e os remetentes destes grupos de imigrantes. As amostras de 2003  e 2006 incluíram nicaraguenses, dominicanos, bolivianos, mexicanos, salvadorenhos, guatemaltecos e jamaicanos.

Fonte dos Dados

O Banco Mundial (BM) é um dos maiores provedores de dados relativos às remessas. O Banco provê estimativas anuais dos fluxos de remessas globais e bilaterais, baseadas nas estatísticas da balança de pagamentos nacionais produzidas pelos Bancos Centrais e compiladas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados disponibilizados cobrem os fluxos de entrada e saída de remessas de país a país. O Banco Mundial produz ainda comparativos das remessas com o Produto Interno Bruto (PIB) dos países receptores além de estimavas dos custos de transação. Em parceria com os países em que as remessas são de importância crucial, o Banco Mundial criou o International Working Group to Improve Data on Remittance Flows. 

 

Referências Bibliográficas

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World Bank Group – KNOMAD, (2021). Resilience – COVID-19 Crisis Through a Migration Lenses, Migration and Development Brief 34.

 

Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como …

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Transnacionalismo

Imigração Transnacional

Hoje, a tecnologia, economia, demografia, política, e fatores culturais têm acelerado de forma crescente a imigração transnacional. Os imigrantes transnacionais, envolvem-se em atividades além-fronteiras, e através destas constroem “campos sociais” (social fields) relativamente estáveis, duráveis, e densamente interligados que atrelam países de origem e destino, através da circulação de idéias, informações, produtos, e dinheiro, além do movimento de pessoas. Em qualquer momento, estão firmemente assentados num lugar particular – Boston, por exemplo – mas suas vidas diárias estão vinculadas e dependentes de pessoas e recursos localizados em outros países. 

Estes imigrantes vivem uma vida transnacional, habitam um espaço social transnacional. Assim vivem muitos brasileiros, indianos, mexicanos, equatorianos, cabo-verdianos, entre vários outros imigrantes provenientes de países diversos. Pesquisas sociológicas mostram que uma crescente fração dos imigrantes – milhões de pessoas que vivem nos Estados Unidos e dezenas de milhões em todo o mundo – vivem vidas transnacionais.  Embora os imigrantes com maior padrão de vida sejam mais propensos a atividades transnacionais, é cada vez maior a proporção de imigrantes de baixa renda que vivem em espaços sociais transnacionais. Estes espaços englobam dezenas de milhões de não imigrantes que de uma forma ou outra estão dependentes destas ações transnacionais.  Por exemplo, muitos imigrantes transnacionais têm familiares no seu país de origem que dependem de remessas de dinheiro para a sua subsistência.

As experiências transnacionais variam de país a país. As condições sociais e econômicas e as regras de saída diferem de um país para outro. O Brasil, México, China, Filipinas, e Índia por exemplo, permitem a dupla nacionalidade o que não é permitido pela Coréia do Sul. Estas diferenças entre as nações certamente afetam a 

maneira como os imigrantes transnacionais vivem e como eles percebem sua propria condicao.

O transnacionalismo é uma tendência crescente na vida global. E, a medida que este cresce e se espalha, cria novas dinâmicas que desafiam o ideal de assimilação, frustra o pensamento político mesquinho de Estado-Nação homogêneo e mono-cultural, e reforça a horizontalidade da economia mundial.

 

Quem são os Imigrantes Transnacionais

Os perfis que surgem dos imigrantes transnacionais mostram o quanto eles são diferentes dos imigrantes de um século atrás. Naquela época, famílias imigrantes carregavam um álbum de fotos e um punhado de receitas culinárias para rememorar o velho país. Hoje, eles têm uma página no Facebook, se comunicam pelo WhatsApp ou Skype ou falam com seus familiares por telefone gastando centavos.  Checam as notícias dos seus países de origem pela televisão via satélite.  Vão para casa nas férias quando encontram preços bons no Travelocity ou no Expedia. Quando estão nos seus países de origem, podem visitar a clínica ou escola que ajudaram a construir via investimentos realizados por suas associações comunitárias.  Estas atividades realizadas com frequência e regularidade caracterizam a vida transnacional.

As remessas de dinheiro são talvez o comportamento transnacional mais bem documentado. Por exemplo, os imigrantes dos países em desenvolvimento morando nos Estados Unidos enviam cerca de US$ 150 bilhões para suas famílias, amigos, e comunidades de origem todos os anos.  Claro que os imigrantes de um século atrás enviavam dinheiro para seus dependentes, mas o que era uma gota, hoje é uma enxurrada, grande o suficiente para revigorar a economia de toda uma nação. As perspectivas de desenvolvimento de alguns países tornaram-se indissociavelmente ligadas às atividades econômicas das suas respectivas diásporas. Remessa de dinheiro é uma atividade regular de muitos imigrantes. Em 2007, uma pesquisa mostra que 83% dos brasileiros que enviaram dinheiro em Massachusetts o faziam todos os meses – às vezes duas vezes por mês – uma média de US$ 875 por mês (Lima & Plastrik).

A investigação revelou que as remessas são apenas a ponta do iceberg transnacional. Quase dois terços dos entrevistados afirmaram que telefonavam para casa duas ou mais vezes por semana, por cerca de meia hora a cada ligação. A grande maioria assiste programas de televisão ou rádio transmitidos  desde o Brasil.  Quase três em cada quatro enviam ou recebem e-mails de amigos e familiares que ficaram no Brasil. Quase metade compra alimentos e outros produtos brasileiros e um em cada cinco adquire vídeos, DVDs e CDs de música e filmes brasileiros. Mais de um quarto dos entrevistados tinham poupanças e cerca de 7% tinham financiamentos imobiliários no Brasil. Um terço envia dinheiro para a sua família no Brasil para cobrir empréstimos imobiliários e estudantis, pensões, e outros investimentos.

Outras pesquisas têm apontado tendências similares. Cerca de dois terços dos 

dominicanos imigrantes viajam para os seus países de origem uma ou duas vezes por ano.  Mais da metade dos mexicanos que enviam dinheiro dos Estados Unidos o fazem todos os meses; cerca de 30% têm conta poupança ou financiamento de imóveis no México. Em 2007 um estudo relatou que 72% dos latinos que vivem nos Estados Unidos enviam dinheiro, viajam para casa ou telefonam para parentes, e 27% possuem propriedades em seus países de origem.

A realidade transnacional está também gerando impactos na política, tanto aqui como lá. Mais do que nunca, os imigrantes residentes no exterior votam nas eleições de seus paises de origem, disputam cargos eletivos, contribuem para campanhas políticas, organizam comícios, participam em associações de ajuda as suas cidades de origem, sindicatos, e igrejas. Boston e Nova Iorque, onde os partidos políticos da República Dominicana teem comitês, são paradas obrigatórias para os candidatos dominicanos à Presidência da República. De acordo com algumas estimativas, os dominicanos arrecadam de 10 a 15 por cento dos fundos de campanha nos Estados Unidos e políticos dominicanos acreditam que a opinião dos imigrantes transnacionais influencia o pensamento dos dominicanos que ficaram no país.  A influência dos transnacionais afeta políticos americanos também. Quando Rudy Giuliani era prefeito de Nova York, viajava regularmente para Santo Domingo, capital da República Dominicana, em campanha eleitoral.

Transferências de idéias políticas, ideologias, e práticas de organização fluem nas duas direções. Enquanto noções de eleições livres e justas, liberdade de imprensa, e o direito à representação legal migram de um lado para o outro, trabalhadores migrantes transnacionais, especialmente do México e América Central, são a espinha dorsal da base sindical que permitiu organizar o Sindicato Internacional dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SEIU). Mexicanos, brasileiros e haitianos transnacionais têm ajudado a revitalizar igrejas de varias denominações. Hoje, quase um quarto dos latinos nos Estados Unidos identificam-se como protestantes ou membros de outra denominação cristã, incluindo Testemunhas de Jeová e Mórmons. Uma pesquisa em 2006 relatava que os latinos católicos nos Estados Unidos – cerca de dois terços da população latina – tendem a acreditar muito mais do que os católicos americanos que as igrejas devem tratar de assuntos sociais e políticos e vêem a religião como um guia moral para o pensamento político.

O transnacionalismo também penetra o mundo do comércio.  O Conselho Americano de Competitividade relatou em 2007 que profissionais nascidos em outros países detém 25% das empresas de economia mista, 47% das empresas de capital privado e mais da metade de todos os novos empreendimentos no Vale do Silício.  Muitas dessas empresas não são pequenas lojas ou restaurante servindo o mercado étnico, mas empresas operando nos mercados nacional e internacional, principalmente estes dos seus países de origem. “Esta tendência,” relatou The Wall Street Journal no final de 2007, “representa a mais nova ligação do Vale do Silício com a Índia.” 

Enquanto isso, um número crescente de imigrantes possuem ou investem em empresas nos seus países de origem. Por exemplo, 39% das 289 empresas localizadas no parque industrial-científico de Hsinchu, próximo a Taipei, foram iniciadas por engenheiros taiwaneses educados nos Estados Unidos, com experiência no Vale do Silício.  Setenta dessas empresas possuem escritórios no Vale do Silício que se dedicam a contratar trabalhadores, adquirir tecnologia ou capital e explorar oportunidades de negócios. 

A Construmex, fundada em 2001 pela gigante empresa mexicana produtora de cimento CEMEX, ajudou mais de 8000 famílias mexicanas que vivem nos Estados Unidos a comprar ou construir suas casas no México.  Tendências semelhantes foram registradas na Colômbia, Equador e El Salvador. Desde meados da década de 1980, dominicanos que vivem no exterior têm representado 60% das vendas anuais de imóveis no seu país de origem. 

Principais Forças Propulsoras  do Transnacionalismo

O transnacionalismo não é rigorosamente um fenômeno novo. De 1870 a 1910, quase 80% dos imigrantes italianos nos Estados Unidos eram homens, a maioria dos quais deixou para trás esposas, filhos, e parentes que, eventualmente, vieram para os Estados Unidos. O mesmo aconteceu com os homens judeus. Muitas vezes eram pioneiros que posteriormente enviavam dinheiro para pagar a passagem de outros membros da família. Entre 1900 e 1906, o Correio de Nova York enviou 12,3 milhões de ordens de pagamento individuais para terras estrangeiras.  Mas o foco e a intensidade das atividades transnacionais cresceram dramaticamente. Na década de 1980, o fenômeno foi observado pela primeira vez por estudiosos, quando estava começando a ganhar escala.  Hoje em dia, pesquisas em ciências sociais sugerem que 15% de todos os imigrantes são transnacionais. Vários fatores tecnológicos, econômicos, demográficos, políticos, e culturais têm construído o caminho para o crescimento da imigração transnacional. Alguns são amplamente reconhecidos, outros não: 

 

Inovação na Comunicação e Transporte

Os avanços tecnológicos nesses setores têm reduzido o tempo, custo, e dificuldade de viajar, realizar ligações e transações internacionais. Os imigrantes podem manter contato mais frequentes e mais próximo com sua sociedade originária, o que lhes permite manter e expandir contatos pessoais, sociais e econômicos. Hoje, os imigrantes podem pegar um avião ou fazer uma chamada telefônica para saber como as coisas estão em casa com uma facilidade até então desconhecida. Maxine Margolis, professora de antropologia na Universidade da Flórida, ilustra esse ponto: “Quando perguntei a um brasileiro, proprietário de uma loja de móveis em Manhattan, morador de Nova York há muitos anos, como dizer ‘wine rack’ em Português, ele ficou envergonhado quando não pode lembrar a expressão. Tão rapidamente como consultar um dicionário, ele discou para o Brasil para perguntar a um amigo.”

A comunicação mais fácil e barata facilita o acesso a informações críticas. Quando o presidente paquistanês Pervez Musharraf fechou os jornais do país em novembro de 2007, Muhammad Chaudrey, um taxista paquistanes que mora na região de Detroit, enviou e-mails para a sua família em Lahore com reportagens americanas sobre os últimos acontecimentos em seu país. Em um esforço mais amplo de luta contra a censura, os imigrantes chineses nos Estados Unidos criaram uma estação de televisão via satélite, New Tang Dynasty Television. O canal transmite programas em chinês e inglês focados na promoção da democracia na China.

Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Brasileiros em Israel

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Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Giovana Costa

Giovana Costa, Boston, MA, Estados Unidos

Liberalização de Economias em Desenvolvimento e Crescimento do Mercado de Trabalho em Economias Desenvolvidas.

Nas nacoes em desenvolvimento, a industrializacao de setores economicos tradicionais cria grandes contingentes de sub-empregados. Essas economias estao cada vez mais ligadas as cadeias de abastecimento e distribuicao de empresas internacionais – as pontes economicas para a emigracao. Ao mesmo tempo, o declinio da industria manufatureira e o crescimento do setor de servicos nas economias ocidentais transformaram suas estruturas ocupacionais e de rendimentos. O crescimento da oferta de emprego de baixo salário e da proporção de trabalhos temporários e de meia jornada, assim como a expansão dos setores financeiro, de seguros, imobiliário, varejo e serviços estão criando oportunidades para imigrantes no topo e na base da pirâmide ocupacional. 

À medida que a globalização expande a classe média em muitos países não-ocidentais, mais mercados em potencial são criados para empresas dos países desenvolvidos. Alguns desses mercados são estimulados por atividades transnacionais. O Citigroup Inc., por exemplo, a maior entidade mundial de serviços financeiros, firmou recentemente uma parceria com uma empresa de telecomunicações da Malásia para oferecer serviços que permitem a trabalhadores estrangeiros naquele país enviar dinheiro usando seus telefones celulares.

O Aumento do Nível Educacional. 

O aumento considerável dos níveis de educação no mundo inteiro têm servido para expandir os mercados de trabalho além-fronteiras.  A medida em que os países em desenvolvimento expandem o número de pessoas com alto nível educacional, esses indivíduos ganham oportunidades de migrar para empregos e empresas em países desenvolvidos.  “A migração internacional de pessoas com formação universitária é algo que tem crescido dramaticamente ao longo do tempo,” afirma Elaine Fielding, pesquisadora da Universidade de Michigan. Mais de 53% dos imigrantes estrangeiros que vieram para a área de Detroit em 2004 e 2005 tinham, no mínimo, bacharelado.  Uma grande fonte de transnacionais altamente qualificados é o conjunto de estudantes estrangeiros em instituições americanas de ensino superior.

Mudanças nas Regras de Entrada e Saída para os Imigrantes.

Transformações políticas globais e novos regimes legais internacionais estão mudando as regras de entrada e saída que os Estados-nação estabelecem para a imigração. Descolonização, a queda do bloco comunista do leste europeu, a ascensão do regime dos Direitos Humanos forçaram nações a prestar atenção aos direitos individuais, independentemente de se tratar de cidadãos nacionais ou estrangeiros. Cada nação estabelece o contexto para saída de seus cidadãos e de entrada para migrantes. Essas condições legais, econômicas, sociais e políticas – incluindo direitos a cidadania e regras comerciais, padrões de inclusão social, discriminação e políticas externas – impedem ou facilitam o movimento além-fronteiras e as atividades transnacionais. Alguns países começaram a mudar as suas políticas para acomodar as realidades transnacionais. O México e as Filipinas, por exemplo, estão desenvolvendo políticas que definem sua população emigrante como parte integrante do seu Estado-nação. Alguns países promovem ativamente a “reincorporação transnacional” de seus emigrantes para maximizar seus investimentos e as remessas. Ao mesmo tempo, alguns países receptores tem expandido significativamente os direitos e prerrogativas dos imigrantes. A complexidade destas questões tem sido evidente no caso dos Estados Unidos, onde esforços para aprovar a reforma na lei federal de imigração até agora não obtiveram sucesso. O debate tem sido dominado pela ideologia anti-imigrante e preocupações de segurança, em detrimento de políticas efetivas e dos mais de 12 milhões de imigrantes que vivem em condições legais precárias.  

O Aumento da Hibridação Cultural.

A globalização da cultura e da identidade enfraquece tradicionais tensões entre o que é o próprio e o que é estrangeiro, e promove hibridação cultural, que engloba ambos. Fomentada pelo consumo global, produção e imigração, a hibridação cultural está competindo cada vez mais com culturas dominantes enraizadas em um único local e um conjunto de tradições. Nestor Garcia Canclini, um dos mais conhecidos e inovadores acadêmicos culturais da América Latina, assinala que cultura cada vez mais é feita de material a partir daqui e de lá: “Eu ligo minha televisão, feita no Japão, e o que eu vejo é um filme produzido em Hollywood, feito por um diretor polonês, com assistentes franceses, atores de dez nacionalidades diferentes, em cenas filmadas em quatro países que também investiram na produção.” Motivados, em certa medida, pela difusão mundial da cultura americana, a hibridação, em muitos países, evolui de forma complexa, com contradições e fluxos de idas e vindas. 

“Em vez de criar uma única e aborrecida aldeia global, as forças da globalização estão, na realidade, encorajando a proliferação da diversidade cultural,” afirma Michael Lynton, CEO e

Presidente da Sony Pictures Entertainment. Ele oferece a Sony como um caso: “o nosso estúdio tem trabalhado com diretores e atores na China, Índia, México, Espanha, e Rússia para fazer filmes que serão lançados em cada um desses mercados. “A empresa está produzindo séries originais de TV no Chile, Alemanha, Itália, Rússia e Espanha. Em vez de menos escolhas, há mais. E, ao invés de um mundo uniforme, americanizado, continua a haver um rico e vertiginoso leque de culturas.” Imigrantes transnacionais estão no centro desse processo – como “reinterpretadores criativos” de cultura e transportadores além das fronteiras de modelos híbridos. 

As nações que enviam imigrantes também sentem este impacto cultural transnacional. Nestor Canclini tem observado que, com 15% de todos os Equatorianos, e um décimo de todos os argentinos, colombianos, cubanos, mexicanos, e salvadorenhos vivendo fora dos seus países, a América Latina não está completa no interior das suas fronteiras; suas culturas são moldadas em Los Angeles, Nova York e Madri. Uma pesquisa recente estabeleceu a importância das “remessas sociais”, a transferência de significados sócio-culturais e as práticas que ocorre quando migrantes voltam a morar ou visitam as suas comunidades de origem; quando não-imigrantes os visitam no país receptor; ou através de trocas de cartas, vídeos, e-mails, e ligações telefônicas.  David Fitzgerald, um sociólogo da Universidade da Califórnia – Los Angeles, observa que os migrantes transnacionais desafiam os ideais de identidade e fronteiras de Estados-nação tanto no país onde moram como nos seus países de origem, com sua locomoção, por morarem num país onde não possuem cidadania, e por serem cidadãos de um país onde não moram e, alternativamente, por reivindicar adesão a vários países onde podem ser residentes, residentes em tempo parcial, ou ausentes.

A hibridação cultural, assim como outros aspectos do transnacionalismo, varia em freqüência e profundidade. Um dos fatores que molda os intercâmbios culturais é o contexto de saída e entrada. Por exemplo, enquanto colombianos e dominicanos vêm de países da América Latina e compartilham um idioma comum, seus contextos de saída e de acolhimento são muito diferentes, resultando em diferente padrões de incorporação na sociedade americana. Pesquisas com imigrantes colombianos, que são na sua maioria brancos ou mestiços, mostram que eles se sentem menos discriminados que os dominicanos. Por outro lado, pesquisas realizadas entre dominicanos nos Estados Unidos constatou que eles são geralmente considerados como negros e discriminados enquanto tal.

Quando um grupo de imigrantes encontra-se discriminado no país onde vive, seus integrantes geralmente se unem e adotam uma postura defensiva em relação ao país, de acordo com dados do Centro de Migração e Desenvolvimento da Universidade de Princeton. O grupo apela a símbolos de orgulho cultural trazidos de casa. Um bom exemplo disto é o grupo Guatemalteco Maia (Kanjobal), migrantes em Los Angeles. Eles lidam com elevados níveis de discriminação via a revitalização e o reforço de formas tradicionais de identidade étnica através de um processo de transnacionalismo reativo. Quando, por outro lado, não existe a discriminação, as iniciativas transnacionais se tornam mais individualizadas e assumem formas típicas da classe média, tais como o Lions e o Kiwanis Clubs, e outras associações de caridade.

Como as diferentes forças propulsoras do transnacionalismo operam com intensidades variada, juntamente com diferente condições de saída e entrada, o transnacionalismo não é monolítico. Todavia, as forcas econômicas, políticas e culturais que reforçam o transnacionalismo não vão desaparecer tão cedo. Estar aqui e lá veio para ficar.  

À medida que o fenômeno transnacional muda a natureza da imigração ele gera novas e espinhosas questões de política pública e cria novas oportunidades para inovadores sociais e empreendedores ao mesmo tempo em que molda um espaço social que desafia o pensamento convencional sobre os imigrantes e o estado-nação. Claro que ainda existem fronteiras e barreiras de todos os tipos em todos os lugares, e talvez existirão sempre. Mas, os imigrantes transnacionais começam de maneira constante a cruzar estas fronteiras, derrubar estas barreiras, e criar novas relações entre diversas culturas. Não estamos ainda totalmente conscientes de nossa experiência coletiva, ainda não somos intencionais nas nossas ações políticas enquanto transnacionais. Mas, acredito, este impacto é transformativo a uma escala ainda não claramente entendida.

Bibliografia:

Shiller, Glick, and Georges Fouron (2001). Georges Woke Up Laughing: Long-Distance Nationalism and the Search for home. Durham, NC: Duke University Press.

Guarnizo, Luis, Alejandro Portes, and William Haller (2003). Assimilation and Transnationalism: Determinants of Transnational Political Action among Contemporary Immigrants. American Journal of Sociology 108(6):121-48.

Levitt, Peggy, Josh DeWind, and Steven Vertovec, eds. (2003). International Migration Review 37(3).

Levitt, Peggy (2001). The Transnational Villagers. Berkeley and Los Angeles: University of California Press.

Levitt, Peggy and Nina Click Schiller (2004). Transnational Perspectives on Migration: Conceptualizing Simultaneity. International Migration Review.

Morawska, E. (2003). Immigrant Transnationalism and Assimilation: A Variety of Combinations and the Analytic Strategy It Suggest. In Toward Assimilation and Citizenship: Immigrants in Liberal Nation-States, Edited by C. Joppke and E. Morawska. Hampishire, UK: Palgrave Macmillan, pp. 133-176.

Portes, Alejandro,Luis Guarnizo, and Patricia Landolt (1999). Ethnic and Racial Studies – Special Volume on Transnational Migration 22(2).

Portes, Alejandro, William Haller, and Luis Guarnizo (2002). Transnational Entrepreneurs: The Emergence and Determinants of an Alternative Form of Immigrant Economic Adaptation. American Sociological Review 67(2): 278-298.

Smith, Michael Peter and Luis Guarnizo, eds. Transnationalism from Below: Comparative Urban and Community Research. Vol. 6 New Brunswick and London. 1998. Transaction Publishers.

 

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Neoliberalismo e Trabalho Imigrante

Neoliberalismo e Trabalho Imigrante

Série de seis seminários sobre Neoliberalismo e o Trabalho Imigrante terá aula bônus disponível a partir do dia 17/01. As inscrições estão abertas até o dia 20 de janeiro. Quem se inscrever após o dia 17 terá acesso ao conteúdo bônus, que será gravado e ficará disponível no Youtube.

Os seminários têm como objetivo abordar a migração de um ponto de vista estrutural ligado aos movimentos do capital, além de possibilitar um entendimento maior sobre o fenômeno transnacional. Os cursos também irão proporcionar um panorama da diáspora brasileira e explorar as ligações entre migração e desenvolvimento.

Os professores Márcio Pochmann, presidente do Instituto Lula, e

 Luís Vitagliano em parceria com Mariana Dutra, coordenadora do Instituto Diáspora Brasil e Álvaro Lima, diretor de pesquisas da Prefeitura de Boston e fundador do Instituto Diáspora Brasil irão conduzir o projeto com convidados. 

Os palestrantes abordam teorias que analisam fenômenos econômicos e outros fatores que geram fluxo migratório. 

Com base nessas reflexões bastante contemporâneas, o Instituto Lula e o Instituto Diáspora Brasil propõem um seminário formativo. Apenas os inscritos terão acesso às apresentações. Posteriormente elas serão disponibilizadas no Youtube de forma gratuita. Quem pretende se aprofundar nessas questões, é hora de se inscrever, acompanhar os debates, fazer as leituras e participar dos chats de discussão. 

 

Como funciona o curso:

As aulas vão acontecer na plataforma Zoom todos os sábados às 12h, exceto a aula bônus do dia 17, que será em uma terça-feira às 13h. As inscrições encerram no dia 20 de janeiro. A aula bônus ficará gravada para ser assistida no momento que a pessoa inscrita no curso desejar. Para se inscrever.  

Programação

 

17 de janeiro: Peggy Levitt- Proteção Transnacional Social: Estabelecendo Uma Agenda

 

04 de fevereiro: Vinicius Kauê Ferreira – “Brain Drain” ou “Brain Circulation” 

 

25 de fevereiro: Alvaro Lima – Transnacionalismo: Um Novo Modelo de (Re)Integração das Populações Imigrantes

 

11 de março: Alex Guedes Brum – Políticas de Vinculação do Estado Brasileiro Para Suas Comunidades no Exterior

 

25 de março: Marcio Pochmann – Regimes de Acumulação e Fluxos Migratórios

 

08 de abril: Aviva Chomsky – How Immigration Became Illegal

 

22 de abril: Ricardo Antunes – Ilegalidade da força de trabalho migratória e expropriação do capital

  

Quando: De 17 de janeiro a 22 de abril de 2022

Onde: Plataforma Zoom

Valor: Gratuito 

Público: Pesquisadores, estudantes, lideranças comunitárias e demais interessados

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Peggy Levitt: Proteção Trasnnacional Social - Estabelecendo Uma Nova Agenda

 

A primeira aula do ciclo de seminários “Outro olhar sobre o Neoliberalismo e Trabalho Imigrante”, oferecido pelo Instituto Lula e Instituto Diáspora Brasil, abordou o fenômeno migratório do ponto de vista estrutural ligado ao movimento do capital. 

Ministrado pela professora e chefe do departamento de Sociologia do Wellesley College, Peggy Levitt, a aula também contou com a participação do presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, e do professor Luís Vitagliano. Mariana Dutra, coordenadora do Instituto Diáspora Brasil, e Álvaro Lima, diretor de pesquisas da Prefeitura de Boston e fundador do Instituto Diáspora Brasil, também participaram do debate. 

Novo Contexto de Proteção Social

Hoje, o neoliberalismo e a austeridade mudaram a expectativa em relação ao Estado como um garantidor da proteção básica. Fundos reguladores internacionais, como o FMI, pedem que os países aumentem a austeridade e as medidas econômicas para reduzir os seus déficits. Tais medidas, explica Levitt, estimulam o declínio do estado de bem-estar social.

“Nossa tarefa é falar das responsabilidades e das injustiças sociais no mundo global. Quem vai ser emancipado e protegido pela questão transnacional e quem vai ficar para trás. E como podemos fazer para que as pessoas que ficaram para trás prosperem também”, reflete Levitt. 

O seminário “Proteção Transnacional Social: Estabelecendo uma Agenda”, ministrado por Peggy Levitt, busca oferecer uma visão mais ampla sobre proteção social transnacional e como ela afeta membros de uma família e comunidades. 

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Do Brain Drain às Redes Científicas Globais - Perspectivas Para a Século XXI

Este seminário irá discutir as possibilidades que pesquisadoras/es que migram oferecem para o desenvolvimento científico dos seus países de origem e de destino. Discutiremos também os desafios vividos por estudantes do programa Ciências Sem Fronteiras, perspectiva de desconstruir a “fuga de cérebros” e no lugar dela, construir uma agenda baseada na “circulação de cérebros”.

Vinicius Ferreira é Professor no Departamento de Antropologia e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ. Doutor e mestre em Antropologia Social pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, França. Pesquisador Associado do Laboratoire d’Anthropologie Politique (LAP) da École des Hautes Études en Sciences Sociales. Desenvolve pesquisas sobre transformações do campo científico global, com ênfase nas circulações acadêmicas internacionais entre Norte e Sul. É editor-fundador da Revista Novos Debates da ABA, co-chair da Commission on Migration da IUAES e co-chair da Task Force on Precarity da WCAA.

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Alvaro Lima: Transnacionalismo - Um Novo Modelo de (re)integração das Populações Imigrantes

“Transnacionalismo: Um Novo Modelo de (Re)Integração das Populações Imigrantes” busca entender esta nova dinâmica em que os imigrantes envolvem-se em atividades além-fronteiras, e através destas constroem “campos sociais” (social fields) relativamente estáveis, duráveis, e densamente interligados que atrelam países de origem e destino, através da circulação de idéias, informações, produtos, e dinheiro, além do movimento de pessoas. Em qualquer momento, estão firmemente assentados num lugar particular – Boston, por exemplo – mas suas vidas diárias estão vinculadas e dependentes de pessoas e recursos localizados em outros países. 

Alvaro Lima é Diretor de Pesquisas da Prefeitura de Boston e Fundador do Instituto Diáspora Brasil . Recentemente, ele atuou como Senior Vice-presidente e Diretor de Pesquisas da Initiative for a Competitive Inner City (ICIC), uma organizacão fundada pelo Professor Michael Porter da Universidade de Harvard. Economista com Mestrado na New School for Social Research em Nova York, foi chefe do Departamento Econômico do Ministério da Indústria e Energia em Moçambique e Coordenador de Projetos de Desenvolvimento Regional do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico a Social (IPARDES) en seu país natal, Brasil.

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Alex Guedes Brum: Políticas de Vinculação do Estado Brasileiro

Doutor em História e Política pela Fundação Getulio Vargas e mestre em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança pela Universidade Federal Fluminense, Alex é autor do livro “Brasileiros no exterior: o caso da Flórida” e pesquisa as políticas de Argentina, Brasil e México para os emigrantes e seus descendentes no exterior.

Aviva Chomsky: Como a Imigração Tornou-se Ilegal

Aviva Chomsky é professora e coordenadora do Centro de Estudos Latino Americanos da Salem University, EUA. Trabalha com o tema da imigração, trabalho indocumentado nos EUA, incorporando temas do colonialismo, desenvolvimento econômico, migração, raça e gênero. 

Entre 1976 and 1977, Chomsky trabalhou para o sindicato United Farm Workers. Em 1982, ela se formou em Espanhol e Português na University of California at Berkeley. Chomsky tem um mestrado e Ph.D. em história. 

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Ricardo Antunes - Ilegalidade da Força de Trabalho Migratória e Expropriação do Capital

Ricardo Antunes é Professor Titular de Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP. Antes, foi professor da FGV-SP e da UNESP. Publicou 13 livros no exterior, dentre eles: Farewell to work? (Brill, Holanda/Inglaterra (2022); Haymarket, EUA, 2022); Capitalismo virale (Castellvechi, Itália, 2021; Viraler Kapitalismus, Áustria, Konturen, 2022); Il Privilegio della Servitù (Punto Rosso, Itália, 2020); Politica della Caverna (Castelvecchi, Itália, 2019); The Meanings of Work (Holanda/Inglaterra, Brill/HM Book Series/FAPESP, 2013; EUA (Haymarket Books, 2013); Itália (Jaca Book, 2006 e Punto Rosso, 2017); Portugal (Almedina, 2013), Índia (Aakar Books, Delhi, 2015) e Argentina (Herramienta, 2013, 2a. edição), a partir da edição original publicada pela Boitempo; Addio al lavoro? (Trieste, 2019, nova edição revista, atualizada e ampliada; Edizioni Ca?Foscari, Veneza, 2015 e Biblioteca Franco Serrantinui, 2002), publicado também na Espanha, Argentina, Colômbia e Venezuela, a partir da edição original da Ed. Cortez.

Foi Professor convidado do Master sull? Immigrazione, Fenomeni Migratori e Trasformazioni Sociali da Universidade Ca?Foscari de Veneza/Itália e também Membro do Comitê Científico deste curso, desde 2009 até seu encerramento em 2021 Foi Visiting Professor na Universidade de Coimbra (2019); na Universidade Ca?Foscari de Veneza (2017), onde ministrou a “laurea magistrale” História da Sociologia Crítica; Visiting Professor da Universidade de Coimbra (2019) e Visiting Research Fellow na Universidade de SUSSEX, Inglaterra (1997/8). Ministrou cursos de pós-graduação e graduação e conferências em várias universidades na Europa (Itália, Espanha, França, Inglaterra, Portugal, Suíça); na América do Norte (EUA); América do Sul (Argentina, Uruguai, Chile, Venezuela, Equador, Colômbia, Guatemala, Costa Rica, Cuba) e na Ásia (China e Índia).

This presentation speaks to the large process of capital’s productive restructuring, triggered in the 1970s—a process with tendencies to both intellectualize labour power and increase the levels of the working class’ precariousness on a global scale.

The hypothesizes is that instead of work’s loss of centrality in contemporary capitalism, when the world of production is analyzed in its global dimension, including countries in the North and South, a substantial process of growing heterogeneity, complexity, and fragmentation is observed. The resulting configuration is a new morphology of the working class. Therefore, as new mechanisms are created to generate surplus labour, there is, simultaneously, an increment in casualization and unemployment, pushed by the ongoing corrosion of labour rights in countries all across the globe.

 

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Márcio Pochmann - Regimes de Acumulação e Fluxos Migratórios

Marcio Pochmann é Doutor em Ciências Econômicas e professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas e autor de mais de 60 livros sobre economia, trabalho, sociedade e políticas públicas. Além da atuação como pesquisador no Brasil e no exterior, acumulou experiências na gestão pública como secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da cidade de São Paulo e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília.

Pochmann foi pesquisador visitante em universidades da França, Itália e Inglaterra. Como consultor, trabalhou no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro Empresas (Sebrae), na Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp) e em órgãos das Nações Unidas, incluindo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).

 Em 2012, Pochmann concorreu à prefeitura de Campinas recebendo no primeiro turno 28,6% dos votos. Seu oponente, Jonas Donizette, foi eleito no segundo turno com 57,7% dos votos válidos. Pochmann concorreu novamente a prefeitura de Campinas obtendo desta feita 15% dos votos, ocupando o terceiro lugar da disputa, sendo superado por Donizette e Artur Orsi. Nas eleições estaduais de 2018, concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados não obtendo votação suficiente para ser eleito, alcançando 53.261 mil votos.

Em 2012, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores nomeou Pochmann como presidente da Fundação Perseu Abramo, exercendo mandatos. Hoje, ocupa a posição de Presidente do Instituto Lula.

Foi agraciado com o Prêmio Jabuti em 2002.

 

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Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como …

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

COMO VOTAM OS EMIGRANTES BRASILEIROS

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

A participação dos emigrantes no processo político dos seus países de origem, seja pelo exercício do voto ou pela capacidade de concorrer a cargos eletivos, é expressão do aumento significativo da migração internacional e das crescentes atividades transnacionais destes emigrantes.

O  livro Ausente & Presente: O Voto Brasileiro no Exterior e a Necessidade de uma Reforma Eleitoral (Lima, 2022), investiga a participação dos emigrantes brasileiros no processo eleitoral brasileiro, as características do eleitorado brasileiro no exterior, seu nível de participação nas eleições anteriores e seus padrões de votação. Além destes aspectos, arrola, de forma bastante abreviada, algumas barreiras e impedimentos à participação plena dos brasileiros emigrantes no processo eleitoral brasileiro, abordando ainda, a necessidade de reformas eleitorais que garantam o sufrágio universal. Por fim, o livro inclui algumas sugestões sobre possíveis linhas de inquérito.

A análise tem caráter exploratório da série 1989, primeira eleição em que os emigrantes puderam votar, até a eleição de 2018. A eleição relizada este ano, 2022, aparece em análise separada. Os dados utilizados são oriundos  do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes á Zona Eleitoral do Exterior (ZZ) que atende os brasileiros que possuem domicílio eleitoral fora do país. Para as estimativas da população brasileira, são dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A composição demográfica da população emigrante foi extraída do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Acompanhando o livro, que pode ser baixado clicando a figura ao lado, a base de dados assim como uma visualização dos dados podem ser acessados nos links abaixo.

ELEIÇÕES BRASILEIRAS NO EXTERIOR (1989 – 2022) – PARA DADOS COMPLETOS  CLICK AQUI

PARA DADOS GEO-ESPACIAIS CLICK AQUI

PARA A APRESENTAÇÃO CLICK AQUI

REPOSITÓRIO DE DADOS ELEITORAIS  – TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (STF):

https://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/repositorio-de-dados-eleitorais-1/repositorio-de-dados-eleitorais

IMPRENSA:

https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=1174144140198558

Metropolitan News USA: Alvaro Lima lança livro sobre como vota o brasileiro no exterior

Uol: Zona eleitoral ZZ: o voto dos eleitores brasileiros no exterior

acheiUSA: Milhares de Brasileiros nos EUA vão às urnas neste domingo escolher o próximo presidente do Brasil

Brazilian Times: Quase 700 mil brasileiros no exterior poderão votar nestas eleições presidenciais

Acontece: Brasil 2022 – Aproximadamente 700 mil eleitores poderão votar no exterior

rfi: Voto dos Brasileiros em Paris: “Quero ter orguhlo de poder dizer de novo que sou do Brasil”

g1: Lula foi Eleito com 51,28% dos votos no exterior; saiba como votaram que moram em outros países

wbur: Brasileiros em Boston se preparam para votar na eleição presidencial

myNEWS: Aproximadamente 700 mil eleitores poderão votar no exterior: cifra ultrapassa o eleitorado de três estados da federação

Metrópolis: Lula alcança 47,17% dos votos no exterior, contra 41,61% de Bolsonaro

ZAP Bolsonaro: Brasileiros ao Redor do mundo organizam apoio ao Presidente Bolsonaro e em defesa  da Liberdade de Expressão

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como …

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

VISUALIZING THE BRAZILIAN DIASPORA IN THE U.S.A.

This project was developed  in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University. 

As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under the supervision of Dharmesh Tarapore and Alvaro Lima, developed a platform to visualize the Brazilian population in the United States utilizing U.S. Census data.

The Spark team analyzed the different attributes in the data set of the U.S. Bureau of Census for the distribution of Brazilians in different states and tried to extract the best representative tags or features about Brazilians in an area. The tags were normalized and vectorized in order to perform a hierarchical clustering algorithm so that users could zoom in on the map to show more detailed information in the corresponding region.

A primary goal of the data visualization was to communicate information  clearly and efficiently via statistical graphics, plots, and information graphics. Numerical data was encoded using dots, lines, or bars, to communicate a quantitative message visually. Effective visualization helps users analyze and reason about data and evidence. It makes complex data more accessible, understandable, and useable. 

Besides the data from the U.S. Census Bureau, the project also uses data from Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE). Because MRE provides only a count of Brazilians in the U.S., we used the U.S. Census distribution of Brazilians by State and applied this distribution to the total population provided by the MRE.

 

To access the visualization click here: VISUALIZING THE BRAZILIAN DIASPORA

The project proposal can be accessed here: CS_506_Proposal

A final poster is available here: CS_506_Final_Poster.

A complete description of the project and its methodology can be founded here: CS_506_Final_Report.

Users may have particular analytical tasks, such as making comparisons or understanding causality and the design principle of the graphic followed these tasks.

Tables were generally designed so that users can look up a specific measurement. In contrast, charts of various types show patterns or relationships in the data for one or more variables. 

The front end of the visualization was designed so that the data could be displayed on a map and plotted on charts so that attributes could then be shown as the user moves the cursor of the mouse onto the area of a state in the browser or click on a attribute on the charts so that this attribute is displayed on the map.

The project was sponsored by Digaai, today, the Instituto Diaspora Brasil (IDB). 

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como …

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Brasileiros no Mundo

Alvaro Lima é Diretor de Pesquisas Econômicas e Sociais da Prefeitura de Boston. Foi Diretor de Pesquisas e Managing Director da Initiative for a Competitive Inner City (ICIC), uma organização fundada pelo Professor Michael Porter da Universidade de Harvard.  Foi ainda Diretor de Desenvolvimento Econômico da Urban Edge, corporação dedicada ao desenvolvimento econômico comunitário. Anteriormente, trabalhou como Chefe do Departamento Econômico do Ministério da Indústria e Energia em Moçambique. No Brasil, exerceu o cargo de Coordenador Regional de Projetos de Desenvolvimento no Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). Alvaro possui Mestrado em Economia pela New School for Social Research.

INTRODUÇÃO

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portuguesesitalianos  e espanhóis além de  japonesesalemãespoloneses e   sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes migratórias durante quatro períodos diferentes. O primeiro, de 1880 a 1903, quando entraram no país cerca de 1,9 milhão de europeus, sobretudo portuguesesespanhóis e alemães. O segundo, de 1904 a 1930, com entrada de outros 2,1 milhões, destacando-se entre eles a presença de italianospolonesesrussos e romenos. No terceiro, de 1932 a 1935, vieram os imigrantes japoneses. Por fim, entre 1953 e 1960, registrou-se uma imigração significativa de espanhóis, gregos e sírio-libaneses. [1]

 Depois desses grandes movimentos migratórios, o país se fechou, mantendo um fluxo líquido próximo a zero no intervalo entre o pós-guerra e os anos 1980.[2] Após um longo período de estabilidade migratória, na década de 1980, o Brasil experimentou pela primeira vez uma mudança negativa, passando de um país majoritariamente receptor a um país expulsor de população. [3]

No entanto, isso não quer dizer que o país tenha deixado de receber imigrantes. A partir da década de 1990, foi verificada a entrada de muitos imigrantes coreanos e latino-americanos[4]. Ao comparar os dados dos censos brasileiros de 2000 e 2010, é possível notar que o número de imigrantes internacionais não nascidos no Brasil nos anos 2010 era de 93.889, quase o dobro do apurado em 2000, quando este segmento totalizou 55.758 estrangeiros. Esse fluxo mais recente foi formado, sobretudo, por bolivianos, haitianos, angolanos, senegalêses, ganeses, portugueses e espanhóis.

O processo de emigração brasileira teve início na década de 1970 e sofreu crescimento abrupto ao longo da década de 1980. A década de 1990 representa um momento de estabilização relativa dos estoques com um declínio nos fluxos de saída. Esse processo retoma seu crescimento a partir de 2000. De acordo com o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais, mais de 2,5 milhões de brasileiros viviam fora do país em 1995. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima que em 2022 havia cerca de 4,5 milhões de emigrantes brasileiros espalhados por todos os continentes.[5]

 

Os emigrantes brasileiros, ao contrário de vários outros grupos de emigrantes, não estão fugindo de condições de pobreza absoluta ou de guerras civis, assim como também não são refugiados políticos à procura de asilo.[6] A maioria deles são oriundos de zonas urbanas e da classe média e classe média baixa, tendo muitos alcançado o nível de educação universitária[7]. A exceção corresponde somente aos trabalhadores agrícolas e aos garimpeiros que partiram para as regiões fronteiriças do Brasil.

Os emigrantes brasileiros, particularmente os saídos na década de 1980, fugiam principalmente da crise econômica que assolou o país e tornou impossível para a classe média manter seu padrão de vida. A “década perdida,”[8] como ficou denominado esse período, além de conhecer hiperinflação, foi marcada por profundos índices de desemprego, baixos salários, alto custo de vida e recessão econômica.

A situação econômica drástica pode ser exemplificada pelo fato de que durante este período o Brasil conheceu quatro moedas, cinco congelamentos de salários e preços e nove programas de estabilização econômica[9].

A emigração brasileira assume cada vez mais um caráter transnacional, isto é, os emigrantes brasileiros mantêm relações econômicas, sociais e políticas cada vez mais robustas com o Brasil e entre si em diversos países, aumentando a complexidade e impacto econômico, como é o caso das remessas monetárias (remittances), e também das remessas sociais (social remittances), como idéias, comportamentos e valores. Tais conceitos subjetivos, assim como as remessas econômicas, passam por constante vai e vem e desafiam as noções rígidas de fronteiras e culturas nacionais.[10]

Por fim, o processo emigratório envolve não somente aqueles que deixam o país para viver no exterior, mas também aqueles que, terminadas suas jornadas em outras terras, voltam – os chamados retornados. As crises econômicas internacionais e as políticas restritivas dos países receptores têm contribuído de forma frequente para estes fluxos de volta.

POR QUE OS BRASILEIROS EMIGRAM

A década de 1960 foi para o Brasil um período de incertezas políticas e oscilações econômicas. Se por um lado os militares assumiam a condução do país em 1964, por outro, esse período proporcionou altos índices de crescimento. Entre 1962 e 1967, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,2%; seguido por um aumento de 10% entre 1967 e 1970; 12,4% entre 1970 e 1973, e 8,3% (menor percentual em nove anos) entre 1973 e 1976[11]. O rápido crescimento do PIB, sobretudo em função do setor industrial, foi acompanhado de grandes transformações econômico-sociais.

A partir de 1979, a economia brasileira começou a sentir o impacto do aumento da taxa de juros internacionais e do segundo choque do petróleo, fatores que ocasionaram a maxidesvalorização de 1979. Tal conjuntura econômica foi responsável por um aumento significativo da taxa de inflação, que ultrapassou 50% ao ano e chegou a superar a casa dos três dígitos ao final de 1979.

No começo da década de 1980, o país passou por uma forte recessão econômica marcada por altas taxas de desemprego que se estenderam até o final da década.[12] Durante essa década e início dos anos 90, verificou-se uma grande redução de postos de trabalho na economia brasileira e o crescimento do trabalho informal. Acoplado ao cenário de desemprego e precarização do trabalho, o ano de 1990 experimentou novamente um processo inflacionário que atingiu a taxa de 1.765% ao ano.

Por fim, as reformas econômicas do Presidente Fernando Collor de Mello trouxeram mais desencanto do que resultados, principalmente para as classes médias.[13]

A crise e o impacto da reestruturação da economia mundial afetaram o mercado de trabalho brasileiro nos anos 90 e provocaram a queda da mobilidade social brasileira.[14]

Entre 1990 e 1992, registrou-se uma redução de 19% no nível de emprego assalariado formal e uma elevação do trabalho por conta própria e do trabalho doméstico[15]. Assim, conforme salientam Patarra e Baringer (1995), a migração interna, que foi sempre um elemento de absorção do excesso de mão-de-obra das várias regiões do país, não mais garantiu a mobilidade social, induzindo uma parcela significativa da classe média, principalmente os mais jovens, a buscar novas oportunidades nos Estados Unidos, Europa e Japão.

A recuperação econômica entre 1993 e 1995 foi insuficiente para alterar esse quadro econômico. No final da década, os juros altos, o aumento do desemprego e a diminuição na produtividade mantiveram a situação de crise. O período do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2001) foi marcado por muitas mudanças na esfera internacional, tais como o fim da guerra fria, a intensificação do fenômeno da globalização, além de um quadro financeiro internacional instável – crises mexicanas, asiáticas, russas e argentinas que abalaram a economia brasileira.

Em anos mais recentes, crises econômicas e políticas além da violência urbana, levaram ao aumento crescente do fluxo de brasileiros que deixaram o país. As pessoas que haviam ascendido socialmente e formado uma nova classe média durante os governos do Presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2011), passaram a ter dificuldades para manter a posição conquistada.

 

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Fatores externos e internos contribuíram para desaceleração do crescimento da economia, mas foram os fatores domésticos que redundaram na crise que abalou todo o sistema de representação. Este processo foi agravado pelo golpe parlamentar que culminou no impedimento da Presidente Dilma Roussef, a ascensão da direita com projetos de ajuste econômicos, crise política constante, crescimento econômico anêmico, situação agravada ainda mais pela pandemia em 2020. A emigração atual deve-se, em grande medida, a uma morte da esperança. 

Uma pesquisa Datafolha feira com jovens de doze capitais brasileiras em 2022 revelou que 76% deles têm muita ou alguma vontade de deixar o país para sempre. E quanto menor a idade maior o desejo: entre a população de 15 a 19 anos, que ocupa a menor fatia do mercado de trabalho, o patamar chega 85%.

Por fim, não podermos minimizar a importância de fatores como a violência urbana e a e as tensões sociais como motivos que influenciam a decisão de emigrar. Em várias pesquisas realizadas nos Estados Unidos, assim como em outros países, os emigrantes brasileiros apontam como causa importante da emigração a busca por uma vida melhor, objetivo este que engloba não só aspectos econômicos, mas também aspectos relacionados à qualidade de vida. Em pesquisa realizada pela empresa Synovate Brasil [16] em 2007, 55% dos emigrantes brasileiros entrevistados responderam que emigraram “à procura de uma vida melhor;” 12% alegaram ter emigrado para “recomeçar a vida;” 6% em busca de “melhor educação para os filhos;” e 4% “para fugir da violência.” Somente 24% emigraram por questões relacionadas a emprego. Desses, uma parte respondeu que foi em “busca de um salário maior” (11%); e outra em “busca de emprego” (10%). Um ano depois, a mesma empresa realizou uma nova pesquisa[17] para a Caixa Econômica Federal confirmando as mesmas razões para a emigração[18].

Complementando os estudos acerca das razões da emigração, outra pesquisa realizada entre brasileiros residentes em Massachusetts[19] indicou que 48% atribuíram como razão para a emigração a “busca por uma vida melhor” e 8% vieram “começar a vida” ou proporcionar uma melhor “educação aos seus filhos” (1%). Para 28% dos brasileiros entrevistados, as razões da emigração estiveram relacionadas ao trabalho, sendo que 20% emigraram “por um salário melhor” e 8% em “busca de emprego.”

 A ETIAS Europa, em publicação recente, lista fatores como a violência, instabilidade política, crise econômica e baixa qualidade de vida estão entre as principais motivações para os brasileiros saírem do país. Do lado dos fatores de atração, a língua em comum no caso de Portugal, oportunidade de 

trabalho e a busca por uma melhor qualidade de vida tornam atrativas as cidades européias.  

Por outro lado, é necessário ressaltar que uma reestruturação no sistema produtivo das economias avançadas provocou um aumento da demanda por trabalhadores altamente qualificados e bem pagos[20] e, ao mesmo tempo, uma crescente procura por trabalhadores manuais de baixa qualificação e remuneração. Dá-se então, uma bifurcação na estrutura do emprego das economias avançadas quanto ao salário, condições de trabalho, segurança e estabilidade.

É nesse quadro, via a emigração, que se opera a troca do trabalho que dá prestígio no Brasil pelo trabalho que paga melhor no exterior. Os emigrantes brasileiros, ainda que inseridos no mercado de trabalho informal dos países onde residem, conseguem rendimentos cerca de três a quatro vezes superiores aos que alcançariam no Brasil. Segundo a antropóloga Maxine Margolis (1994), a diferença entre o que os brasileiros ganham em uma semana nos Estados Unidos e o que ganhariam no Brasil é de quatro para um, ou seja, aquilo que os brasileiros ganham em uma semana nos Estados Unidos equivale ao rendimento de quatro semanas de trabalho no Brasil. No Japão, esta relação chega a ser de 5 a 10 vezes maior. Essa é, no entanto, uma ascenção truncada, pois geralmente significa a troca de status pela possibilidade de consumo maior[21].

Na década de 1980, o fluxo migratório de saída era oriundo principalmente das regiões Sudeste e Sul do Brasil representando aproximadamente 90% de todo o fluxo de saída. Na década de 1990, o fluxo oriundo dessas regiões caiu para aproximadamente 79%. Esse declínio ocorreu em função do aumento significativo da emigração da região Norte para a Guiana Francesa, Venezuela, Bolívia, Guiana e Suriname, e do aumento também significativo da emigração da região Nordeste para a Europa e para os Estados Unidos. Além disso, a emigração para os Estados Unidos tornou-se mais diversificada, incluindo novos estados de origem, como Goiás e vários estados do Nordeste.

Na metade da década de 1990, o fluxo de São Paulo para o Japão aumentou com a emigração dos

dekasseguis[22]. A partir de 1990, inverteu-se a direção do movimento populacional entre o Brasil e o Japão. O fluxo em novo sentido foi fortalecido por  mudanças na concessão de vistos de residência para filhos e netos de japoneses. Os vistos, concedidos por período de 3 a 5 anos, eram renováveis e tinhamo intuito de atrair trabalhadores que pudessem suprir a carência de mão de obra na crescente indústria japonesa.

Cada vez mais os brasileiros que emigram são oriundos dos centros urbanos e fazem parte das camadas médias da população. Hoje, mais de 16 estados brasileiros contribuem de forma expressiva para esse fluxo emigratório, sendo que os estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Catarina são os cinco estados mais representativos nesse movimento. No Censo Demográfico de 2010, o IBGE registrou a região Sudeste como a principal origem do fluxo emigratório com aproximadamente 49% dos emigrantes. São Paulo enviou 21,6% dos emigrantes, seguido de Minas Gerais, com 16,8%. O Rio de Janeiro, com 7,1%, ficou na quinta posição. Da região Sul partiram 17,2% dos brasileiros emigrantes, sendo 9,3% oriundos do Paraná, terceiro estado em importância na emigração. A região Nordeste contribuiu com 15%, com destaque para o estado da Bahia (5,3%). A região Centro-Oeste foi a origem de 12% dos emigrantes, sendo Goiás, com 7,2%, o quarto estado em emissão de pessoas. A região Norte foi origem de apenas 6,9% da emigração.

O mesmo Censo, registrou 193 países de residência dos brasileiros, os primeiros 25 concentravam 94% do total de emigrantes. Os principais países de destino desse fluxo são os Estados Unidos (24%) – cujo fluxo é oriundo de Minas Gerais (43%), Rio de Janeiro (31%), Goiás (23%), São Paulo (20%) e Paraná (17%) – seguido de  Portugal (13%), segunda opção para os emigrantes oriundos de Minas Gerais (21%) e do Rio de Janeiro (9%). A Espanha (9%), Japão (7%), Itália (7%) e Inglaterra (6%) representam os outros países de maior concentração de emigrantes brasileiros. A Espanha é a segunda opção de destino para os goianos (20%), enquanto o Japão continua recebendo, na sua maioria, emigrantes oriundos de São Paulo e Paraná, respectivamente 20% e 15%.  Finalmente, os países vizinhos (Guiana Francesa, Venezuela e Bolívia), recebem emigrados do Amapá, Roraima e Acre, enquanto os países das fronteiras centro-sul (Argentina, Paraguai e Bolívia) são destinos para emigrantes do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

QUANTOS SOMOS E ONDE VIVEMOS

A mensuração dos emigrantes brasileiros em um determinado país é difícil porque (1) os registros sobre as saídas de brasileiros são muito precários; (2) poucos são os países que têm estatísticas confiáveis sobre o número de imigrantes em seu território, já que muitos estão em condições irregulares; e (3) o tipo de informação obtida refere-se ao estoque, isto é, ao volume acumulado de imigrantes residentes no país na data do censo. Assim, as informações sobre o número de brasileiros vivendo no exterior são contraditórias e, dependendo da fonte, apresentam grande variação, como veremos a seguir.

Utilizando técnicas indiretas, o pesquisador José Alberto Magno de Carvalho (1996), com base nos censos brasileiros de 1980 e 1991, estimou que 1,8 milhões de pessoas com mais de dez anos de idade deixaram o país na década de 1980. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “descobriu” no censo brasileiro de 1991 uma ausência estatística de cerca de 1,4 milhões de pessoas entre as idades de 20 e 44 anos. Carvalho (2004), considerando o saldo migratório internacional do Brasil entre 1990 e 2000, referente à população com 10 anos ou mais de idade, calcula que este saldo seria negativo em aproximadamente 500 mil pessoas.

Entretanto, mesmo com toda dificuldade de estimar os saldos migratórios, pode-se dizer com alguma certeza que de 1980 a 2000, o Brasil perdeu no mínimo uma população de aproximadamente 2 milhões de pessoas. O Ministério das Relações Exteriores estima que em 2022 cerca de 4,5 milhões de imigrantes brasileiros estavam concentrados em grande parte na América do Norte (45,19%), Europa (32,42%), América Central e Caribe (0,18%), América do Sul (14,06%), Ásia (4,83%), África (0,87%), Oriente Médio (1,29%) e Oceania (1,16%). Na América do Norte, os Estados Unidos têm a maior concentração de imigrantes brasileiros, representando cerca de 41,3% do total dos imigrantes brasileiros e 91,4% da população brasileira do continente. O Canada e o México seguem a distancia, com 6,4% e 2,2%, respectivamente.  Clicar nos links a seguir para acessar os documentos do MRE, a evolução da população brasileira no exterior e o mapeamento dos dados.

A evolução do número de brasileiros imigrantes nos países da América do Sul indica, principalmente a partir de 1980, uma nova situação do Brasil no contexto regional. O Paraguai tornou-se o país da região com maior concentração de imigrantes brasileiros (39,3%), seguido da Argentina (13,9%), Guiana Francesa (14,1%), Uruguai (9,1%), Bolívia (8,7%) e Suriname, Chile e Colômbia com (4,6%), (2,9%) e (1,8%) respectivamente.

A imigração brasileira para a Europa tem se intensificado nos últimos vinte anos. Portugal (24,1%), Reino Unido (14,7%), Itália (10,5%), Espanha (11,1%), Alemanha (10,7%), França (6,0%), Suiça (4,3%), Irlanda (5,4%) e Países Baixos

(5,1%) abrigam os maiores contingentes populacionais brasileiros no continente.

Na Ásia, o Japão é o país com quase a totalidade da população brasileira residente no continente (93,2%), constituindo a terceira maior comunidade imigrante nesse país.

As populações de brasileiros na África, no Oriente Médio e na Oceania são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Na África, Angola reúne 68,2% da população brasileira do continente. O Líbano (35,4%), Israel (23,6%), Palestina (10,1%) e os Emirados Árabes Unidos (16,3%) acolhem a maioria da população brasileira do Oriente Médio. Já na Oceania, 87,3% dos imigrantes brasileiros vivem na Austrália e os outros 12,7% na Nova Zelândia.

Como apontado anteriormente, o Ministério das Relacões Exteriores do Brasil (MRE)  estima a existência de cerca de 4,5 milhões de emigrantes brasileiros no ano de 2022 – um crescimento de 2,6 milhões em uma década. Essas estimativas, como explica o MRE, “buscam levar em conta vários fatores, como: dados oficias fornecidos por autoridades migratórias locais; censos oficiais; número de eleitores registrados na jurisdição, número de matriculados nos consulados; sondagens junto à comunidade; solicitações de passaportes e outros documentos por brasileiros; movimento geral da repartição e de consulados itinerantes; dados disponíveis sobre a saída do país e retorno de brasileiros;  percentuais de redução de remessas; publicações da Organização Internacional para Migrações (OIM); estudos da OCDE; trabalhos acadêmicos e artigos na imprensa além da compilação das respostas à pergunta específica que constou do último censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 sobre o número de familiares residentes em outros países.

Censo Brasileiro de 2010 incluiu um bloco de perguntas visando conhecer de forma mais detalhada o fenômeno da emigração brasileira. O IBGE estima que 491.645 brasileiros vivem no exterior, reconhecendo que este número sub-enumera tal população. Entre outros fatores para essa sub-enumeração, o IBGE cita a possibilidade de que (1) todas as pessoas que residiam em determinado domicílio tenham emigrado; (2) que aquelas que ficaram no território brasileiro tenham falecido; ou (3) que aqueles que há muito tempo encontram-se no exterior tenham sido desconsiderados.

Finalmente, a Organização Internacional para as Migrações – OIM no seu Perfil Migratório do Brasil de 2009 estimou que há entre 2,5 milhões a 4 milhões de brasileiros vivendo fora do país, na sua maioria nos Estados Unidos, Paraguai, Japão, Reino Unido e Portugal.

Como pode ser inferido, a base de estimativa da população brasileira emigrante é bastante precária, variando de fonte a fonte em escala bastante apartada.

AMÉRICA DO NORTE

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (2022), na América do Norte, os Estados Unidos têm a maior concentração de imigrantes brasileiros. Os 1,9 milhões de brasileiros que residem no país representam cerca de 42,1% dos imigrantes brasileiros e 91,4% da população brasileira no continente. O Canadá e o México seguem à distância, com 133 mil pessoas (6,4%) e 45 mil (2,2%), respectivamente.

No entanto, o American Community Survey (ACS), uma pesquisa anual do U.S. Census Bureau, registrou somente 569.325 brasileiros

residentes nos Estados Unidos em 2020.

Embora a imigração brasileira nos Estados Unidos ainda esteja concentrada nos estados da Flórida, MassachusettsNova JerseyNova York e Califórnia, ela tem conhecido uma grande dispersão nas últimas décadas, fato este que não se dá, pelo menos com a mesma intensidade, no Canadá e muito menos no México. A maioria dos brasileiros que emigram para o Canadá vive em Toronto em e aqueles residentes no México concentram-se na região metropolitana da Cidade do México.

AMÉRICA CENTRAL E O CARIBE

A população brasileira da América Central e Caribe em 2022, segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores, soma somente 9.465 pessoas representando 0,21% da população brasileira no exterior.

O Panamá e a Cpsta Tica são as maiores comunidades brasilerias desta região com 4.000 brasileiros residindo no Panamá e 1.500 na Costa Rica seguidos da República Dominicana (900), Guatemala e El Salvador ambos com 500 brasileiros, Honduras (350), Niguarágua (300), Jamaica (260) e a Bahamas (250). 

AMÉRICA DO SUL

A evolução do número de brasileiros nos países da América do Sul indica, principalmente a partir de 1980, uma nova situação do Brasil no contexto regional.

Segundo registros do Ministério das Relações Exteriores em 2022, o número de brasileiros residindo no Paraguai era de 254.000 pessoas tornando-se assim o país com a maior concentração de imigrantes brasileiros no continente (39,3%). A  Argentina com 90.320 abriga (13,9%) dos brasileiros residentes na região, seguida pela Guiana Francesa com 91.500 (14,1%), Uruguai 59.090 (9,1%), Bolívia 56.500 (8,7%). Suriname 30.000 (4,6%), Chile 19.300 (2,9%) e Colômbia com 12.000 (1,8%).

O Censo Brasileiro de 2010 registrou 8.631 brasileiros vivendo na Argentina, seguida pela Bolívia (7.919), Paraguai (4.926), Guiana Francesa (3.822), Suriname (3.416), Venezuela (2.297), Chile (2.297) e Uruguai (1.703).

EUROPA

O primeiro fluxo importante da emigração brasileira para a Europa, por razões históricas e culturais, diz respeito à entrada de brasileiros em Portugal. Esse fluxo se consolidou durante a década de 1990 e permaneceu relativamente estável até o final da década de 2000. Os dados mais recentes do MRE  contam Portugal com uma população de 360.000 ou 24,1% da população brasileira do continente. O Reino Unido vem em segundo lugar com uma população brasileira imigrante de 220.000 pessoas (14,7%). A Itália ocupa a terceira posição com 157.000 brasileiros (10,5%) seguida da Espanha com 165.000 (11,1%), Alemanha 160.000 (10,7%),

França 81.400 (6,3%), Suíça 64.000 (4,3%), Irlanda 80.000 (5,4%) e os Países Baixos que abrigam 76.500 brasileiros ou cerca de 5,1% dos brasileiros residentes no continente.

Em linhas gerais, de acordo com o documento Perfil Migratório do Brasil, citado anteriormente, com exceção dos fluxos mais antigos para Portugal, a população brasileira imigrante na Europa é composta basicamente por jovens adultos entre 20 e 40 anos, de ambos os sexos, com escolaridade elevada (em média, mais de 50% dos brasileiros em todos os países europeus têm pelo menos 13 anos de estudo). Com exceção de Portugal, a maior parte dessa emigração não se constitui por famílias e apresenta elevado índice de emigrantes em situação irregular.

Pode-se ressaltar ainda que fatores históricos e culturais influenciam os deslocamentos para a Europa, com o exemplo de emigrantes brasileiros da atualidade percorrendo o caminho inverso que imigrantes portugueses, espanhóis, alemães e italianos percorreram no passado.

No Reino Unido, a maioria dos brasileiros reside em Londres. Em Portugal, concentram-se em Lisboa e seus arredores. Na Espanha, em Madri e Barcelona; na Alemanha, aglomeram-se na grande Berlin; na Itália, estão na sua maioria em Roma; e na França, em Paris.

Censo Brasileiro de 2010 – IBGE registrou Portugal (65.969), Espanha (46.330), Itália (34.652), Reino Unido (32.270), França (17.743), Alemanha (16.637) e Suíça (12.120) como os países europeus com maior concentração de brasileiros.

ÁSIA

Na Ásia, o Japão, com 206.990 brasileiros[23], é o país com quase a totalidade da população brasileira residente neste continente (93,2%), constituindo-se ainda na terceira maior comunidade imigrante neste país. No final da década de 1980, filhos e netos dos japoneses chegados ao Brasil no início do século XX, emigraram para o Japão em busca de trabalho. Esse fluxo migratório é bastante singular porque a grande maioria desses brasileiros possuem status migratório regular como trabalhadores contratados por empresas japonesas. Ver Brasileiros no Japão.

Por serem descendentes dos japoneses que há um século atrás emigraram para o Brasil, eles são provenientes das mesmas regiões de destino de seus pais ou avós (Paraná e São Paulo). Como anteriormente citado, no Japão, os imigrantes brasileiros ficaram conhecidos como dekasseguis. A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras 出る (“deru“, que significa sair) e 稼ぐ (“kasegu“, que significa para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando), tendo como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país). Segundo Carvalho (2003), os emigrantes dekasseguis apresentam nível de escolaridade mais elevado entre todos os emigrantes brasileiros. O mesmo autor observa ainda que há um relativo equilíbrio entre homens e mulheres, com os primeiros representando 54,8% da população imigrante brasileira para o Japão em 2006. Sasaki (2008), pesquisadora da emigração no eixo BrasilJapão, chama atenção para o fato de que se em 1996 a população de brasileiros no Japão era constituída na sua maioria por jovens casados e chefes de família que deixavam o Brasil para uma estadia temporária e breve retorno, em 2006 passou-se a observar a emergência de um grupo de jovens, homens e mulheres, muitos deles com a pretensão de permanecer definitivamente no Japão.

Censo Brasileiro de 2010 estimou que 43.912 brasileiros viviam na Ásia, 36.202 destes no Japão e 2.209 na China, com o restante distribuído pelos demais países asiáticos.

ÁFRICA

As populações de brasileiros na África, Oriente Médio e Oceania são bastante pequenas e concentradas em poucos países.

Na África, segundo estimativas do MRE, Angola tem uma população de 27 mil brasileiros, representando 68,2% dos brasileiros residentes no continente seguido pela África do Sul com 3.910 e Moçambique com 3.000 brasileiros representando 9,9% e 7,6% da população do continente.

ORIENTE MÉDIO

Entre os países do Oriente Médio, as estatísticas do Ministério das Relações Exteriores apresentam o Líbano como maior comunidade de brasileiros, com 21 mil brasileiros (35,5%), seguido por Israel, com 14 mil (23,6%). Emirados Árabes Unidos  com 9.630 (16,3%), Palestina com 6.000 (10,1%), acolhem a maioria da população brasileira no Oriente Médio.

A maioria dos brasileiros que vivem no Líbano e na Palestina são são de origem libanesa e palestina.  

 

 

 

OCEANIA

Na Oceania, 46.630 (87,3%) dos imigrantes brasileiros residem na Austrália e os outros 6.666 (12,7%) na Nova Zelândia. Embora a população brasileira nestes dois países seja pequena, nos últimos dez anos elas vêm crescendo. Por exemplo, na última década, a migração de brasileiros teve o segundo mais rápido crescimento na Austrália, e o número de brasileiros neste país dobra a cada cinco anos desde 2000 (ABS, 2021). Da mesma forma, mais da metade dos brasileiros que residem na Nova Zelândia chegaram ao país nos quatro últimos anos (Stats NZ, 2018).

 

Estimativas do Ministério das Relações Exteriores (2008 – 2022): Documentos do MRE

Texto baseado, em parte, no livro Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (Re)fazendo a América.

 

OS AUTORES:

Alvaro Eduardo de Castro e Lima, nascido em São Luís do Maranhão é Diretor de Pesquisa no Boston Planning & Development Agency (BPDA). Economista de formação com mestrado na New School for Social Research em Nova York.

 Alanni de Lacerda Barbosa de Castro cresceu em Codisburgo, no interior de Minas Gerais. Administradora de empresas e mestre em Administração pela PUC Minas, possui também especializações em cooperativismo e gestão de projeto.

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BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB,  2008.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB, 2008.

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REFERÊNCIAS
1 Imigração no Brasil por Nacionalidade
2 Firmeza, George Torquato, (2007), Brasileiros no Exterior. Brasília: FUNAG
3 A emigração brasileira é, no entanto, muito pequena quando comparada à população residente. Por exemplo, a população emigrante brasileira representa apenas 0,53% da população residente, fazendo o Brasil ocupar a posição 195 no ranking dos 200 países com saldo migratório negativo, ficando à frente somente da Líbia, posição 196 (0,49%); China, posição 197 (0,43%); Bahamas, posição 198 (0,36%); República Centro Africana, posição 199 (0,17%); e Coréia do Norte, posição 200 (0,16%). (DORLING, 2009)
4 Na América Latina, o Brasil figurava até a década de 1970 como uma área de evasão populacional para os países vizinhos, em especial para o Paraguai e a Argentina. A partir da década de 1980, o país passa a se configurar como uma das áreas de recepção migratória de latino-americanos. (BANINGER, 2005)
5 Ver em: Estimativas 2020
6 MARGOLIS, M.L.  (1994): Little Brazil: An Ethnography of Brazilian Immigrants in New York. Princeton. NJ. Princeton University.
7 SALES, T., (1998). Brasileiros Longe de Casa. São Paulo, Editora Cortez.
8

Comumente, a década de 1980 é chamada de “década perdida” no que se refere ao desenvolvimento econômico de muitas nações. Vivido pelo Brasil e por outros países da América Latina, essa fase de estagnação formou-se com uma retração agressiva da produção industrial. Na maioria dessas nações, os anos 80 representam o mesmo que crise na economia, inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade de mercados e aumento da desigualdade social.

9 BROOKE, James. (1993). Brazil Wild Wyas to Counter Wild Inflation. New York: The New York Times.
10 Segundo a socióloga Peggy Levitt (2001), “the assumption that people live their lives in one place, according to one set of national and cultural norms, in countries with impermeable national borders, no longer holds”. In Levitt P., The Trasnnational Villagers, 2001. Los Angeles and Berkley: University of California Press.
11 BELLUZZO, Luis Gonzaga de Mello e Coutinho, Renata (Org.). Desenvolvimento Capitalista no Brasil. Campinas: UNICAMP. IE. 1998, V.I.
12 Em 1981, por exemplo, o desemprego aberto atingiu a taxa de 10%. (PASTORE, 1979)
13 Foi instituído o Plano Collor, que agravou mais ainda a situação, causando revolta na população não só pelas medidas econômicas, mas pelo esquema de corrupção atribuído ao então Presidente. Essas insatisfações deram origem à mobilização inédita dos “caras-pintadas,” que culminou no impeachment de Collor.
14 BRITO, Fausto. (1995). Os Povos em Movimento – As Migrações Internacionais no Desenvolvimento do Capitalismo, em Neide Patarra. (Cord.). Emigração e Imigração Internacionais no Brasil Contemporâneo. Campinas: FNUAP.
15 MARTES, Ana Cristina Braga. (1999). Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo Sobre Imigrantes em Massachusetts. São Paul: Editora Paz e Terra.
16 Synovate Brasil – Imigrantes Brasileiros Residentes nos Estados Unidos (2007).
17 Synovate Brasil – Remetentes e Beneficiários – Massachusetts e Microrregião de Governador Valadares (2008).
18 LIMA & CASTRO, 2017
19 LIMA & PLASTRIK, 2007
20 PIORE, 1980
21 SALES, 1999
22 A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras japonesas 出る (deru, que significa “sair”) e 稼ぐ (kasegu, que significa “para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando”). O termo tem como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país.
23 Atual Secretaria do Trabalho
24 MRE, 2014
25 FERNANDES, 2008
26 BELTRÃO et al, 2006

 

Instituto Diáspora Brasil atualiza perfil da comunidade brasileira em MA

O Instituto Diáspora Brasil realizará um estudo para atualizar o perfil da comunidade brasileira em Massachusetts nos próximos meses. O objetivo é compreender as experiências de vida dos imigrantes brasileiros no estado após a comunidade ter quase dobrado de tamanho na última década…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como …

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Organizações Midiáticas

Organizações Midiáticas

Organizações Midiáticas

INTRODUÇÃO

O levantamento sobre a mídia brasileira emigrante, realizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, registrou 216 veículos midiáticos de vários tipos (FIRMEZA, 2007), incluindo a existência da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-I). Além destes veículos, a comunidade brasileira sustenta quatro das maiores redes de televisão nacionais com transmissão diária via cabo ou satélite – a TV Globo Internacional, a TV Record Internacional, a Band Internacional, e a televisão pública TV Brasil Internacional.

Esse número, no entanto, subestima muito o universo da mídia brasileira. Uma pesquisa informal, publicada no número 23 de O Jornal Brasileiro, em 13 de março de 2010, aponta, por exemplo, que somente em Massachusetts existem 114 programas de rádio brasileiros ativos, na sua maioria apresentados por pastores ou pessoas ligadas a igrejas, sem contar os programas transmitidos via Internet. Segundo o mesmo artigo, três emissoras de rádio detêm a maior parte do mercado brasileiro em Massachusetts: 650, 1230 e 1360, todas AM.

Mais recentemente, os brasileiros têm utilizado a web como meio de comunicação. Embora não haja números relativos à quantidade de websites voltados para a comunidade brasileira, estima-se que tais números alcancem a casa dos milhares. Os sítios de relacionamento são um dos meios mais utilizados pelos brasileiros, existindo centenas de grupos espalhados pelo Facebook, Instagram e LinkedIn.

Leandro Alves, um dos mais populares radialistas brasileiros da Nova Inglaterra. Apresentador do Show do Leandrinho. (Foto: Beto Moraes).

Cada vez mais a mídia imigrante brasileira desempenha um papel fundamental na produção e difusão de informações de utilidade pública e modela percepções sobre a comunidade brasileira, seus avanços, problemas e perspectivas futuras.

Lançado em setembro de 1969, na chamada ‘Tri-State Area’ (os estados de New York, New Jersey e Connecticut), o Brazil News foi o primeiro jornal com foco na vida dos imigrantes brasileiros na América. O feito pioneiro e histórico do jornalista Al Sousa, idealizador do Brazil News, acaba de completar 40 anos.

Primeiro jornal brasileiro nos Estados Unidos fundado por Al Sousa e Abraão Udler em setembro de 1969 –

(Fonte: acheiusa.com)

O MERCADO DA MÍDIA BRASILEIRA NOS ESTADOS UNIDOS

Em 2009, a ABI-Internacional realizou uma pesquisa focada nos hábitos de consumo midiático dos brasileiros residentes nos Estados Unidos, abarcando mais de mil entrevistados residentes em onze estados. Como resultado, destaca-se:

(1) A mídia impressa segue tendo um forte elo com a comunidade brasileira, com 44% dos respondentes apontando esses veículos como os principais meios de informação sobre a comunidade brasileira, seguidos da televisão (33%), internet (21%), e dos programas de rádios e outras fontes, representando somente 1% cada;

(2) Quanto ao conteúdo de maior interesse, são mencionadas em primeiro lugar as notícias relativas às questões migratórias (31%), seguidas pela temática dos esportes (28%), arte e cultura (24%), economia e negócios (65%), política (3%), colunas sociais (2%) e assuntos diversos (1%);

(3) Quando perguntados sobre o que mais falta aos veículos de comunicação brasileiros, 59% dos entrevistados afirmaram sentir falta de uma maior quantidade de conteúdo local (59%) e da cobertura de artes e cultura (28%). Outros 14% prefeririam ter mais acesso à cobertura de eventos sociais – fato interessante, dado que somente 2% dos entrevistados preferem esse tipo de conteúdo – seguido de cobertura fotográfica (11%), esportes (6%), utilidade pública (4%), política (3%) e economia (1%).

A maioria dos entrevistados (73%) reside nos Estados Unidos há mais de cinco anos. Dentre estes, 42% vivem no país há mais de dez anos e 61% deles pretendem continuar vivendo no país por dez anos ou mais, representando, assim, um mercado estável.

Brasileiros em Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Apesar de 36% dos entrevistados declararem que vieram para os Estados Unidos para fazer seus “pés de meia,” 38% deles alegaram razões ligadas à qualidade de vida, incluindo a segurança, fator que somado a melhores oportunidades profissionais (17%), mostra que 55% dos brasileiros tinham como motivo para emigrar não só o aspecto financeiro, mas as questões de estabilidade social, característica que explica o porquê do aumento contínuo da imigração mesmo depois do país começar a crescer. A identificação com o “modo de vida americano” pode também ser entendido como “qualidade de vida”, pois várias pesquisas revelam que o “modo de vida americano” refere-se, muitas vezes, a processos de estabilidade social, respeito às leis, etc. ((Ver em: Tempo que pretendem ficar.)).

No que diz respeito às características relativas à idade, origem, e ocupação, a maioria dos entrevistados estão entre as faixas etárias de 26 a 35 anos (35%), seguidos pela faixa etária entre 14 e 25 anos (25%); 36 a 50 (22%); e acima de 50 anos (18%). Esta distribuição mostra um mercado formado na sua maioria por um leitor jovem, isto é, um leitor entre 14 e 35 anos (60%)((Ver em: Idade.)).

Quanto às origens, a maioria dos leitores são oriundos da região sul e sudeste brasileiro, tendo os provenientes de Minas Gerais a maior proporção (37%), seguidos por aqueles oriundos de São Paulo (18%), Rio de Janeiro (14%), Goiás (11%), Paraná (7%), Espírito Santo (3%), Ceará (2%), Bahia, Pernambuco, Rondônia, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina com 1% cada, restando 2% para os demais Estados.

Por fim, no que diz respeito às suas ocupações, os imigrantes brasileiros estão concentrados majoritariamente no setor terciário ou de serviços, como pode ser visto no gráfico ao lado. Os estudantes e os empresários representam 8% e 4% dos leitores, respectivamente((Ver em: Profissões.)).

A MÍDIA BRASILEIRA MUNDO AFORA

A mídia brasileira tem grande expressão como elemento aglutinador da população imigrante brasileira, facilitando o processo de formação da identidade cultural de uma comunidade em construção. O link a seguir, Perfil da Mídia Brasileira, contém uma série de perfis das organizações midiáticas brasileiras por país e por tipo de mídia em ordem alfabética.

 

https://abiinter.com/sala-de-imprensa/38-uma-palavra-de-edilberto-mendes

https://abiinter.com/sala-de-imprensa/37-uma-palavra-de-carlos-borges

PRIMEIRA ASSEMBLÉIA GERAL – 13 ABRIL 2007

Aos treze dias do mês de abril do ano de 2007, às 15 horas, reuniram-se os profissionais de imprensa descritos e assinados na relação em anexo, no Broward Center for the Performing Arts, na 201 SW Fifth Avenue, em Fort Lauderdale, 33312, Florida, Estados Unidos, para discutirem e aprovarem o Estatuto da Associação Brasileira de Imprensa Internacional – ABI Inter.

A pauta de convocação da primeira assembléia geral incluiu três itens: a apresentação da proposta do Estatuto, sua votação e a apresentação de uma primeira diretoria para as providências iniciais constitutivas.

O jornalista Al Sousa, pioneiro do jornalismo brasileiro nos Estados Unidos, morreu no dia 20 de julho, em São Paulo. Alvaro Raymundo de Sousa Neto, mais conhecido como Al Sousa, faz parte da história da imprensa brasileira nos Estados Unidos. Em 2006, ele foi reconhecido pelo Brazilian International Press Awards como um dos pioneiros da mídia comunitária brasileira durante a cerimônia de fundação da Associação Brasileira de Imprensa Internacional. Nesta data, Al Sousa recebeu uma placa comemorativa das mãos do presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azedo, que estava na Flórida para participar da fundação da ABI Inter. Em 2009, o jornalista Al Sousa recebeu uma homenagem especial do Jornal AcheiUSA em comemoração aos 40 anos do lançamento Brazil News, o primeiro jornal brasileiro nos Estados Unidos. O Brazil News foi fundado em Nova York no ano de 1969 e teve como fundadores e precursores do jornalismo brasileiro nos Estados Unidos os visionários Abraão Udler e Al Sousa, que com sua morte, deixa uma lacuna na imprensa brasileira do exterior.

A carreira jornalística de Al começou aos 17 anos de idade no Rio de Janeiro, quando um vizinho que era proprietário de um pequeno jornal “O Mundo” o chamou para ajudar na apuração de informações pelo telefone junto às delegacias de polícia. Como filho de um jornalista e escritor, não foi difícil para que ele se apaixonasse pela profissão. Daí em diante, ele passou pelos principais veículos de comunicação do país, incluindo aí os jornais ‘Diário de Notícias’, ‘Luta Democrática’, ‘O Fluminense’ e ‘A Noite’; a ‘Rádio Nacional’, onde atuou como produtor do consagrado Repórter Esso, e até televisão, na ‘TV Tupi’, apresentando um programa ao vivo de variedades. Al Sousa era tio do jornalista Jorge Moreira Nunes, diretor do jornal AcheiUsa. A diretoria da ABI Inter presta sua última homenagem ao profissional Al Sousa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA INTERNACIONAL ABI-I

BENDIXEN & ASSOCIATES. Ethnic Media in America: The Giant Hidden in Plain Sight. 2005. (Pesquisa feita para a “New California Media – NCM” em parceria com o Center for American Progress Leadership Conference on Civil Rights Education Fund.) Disponível em: http://www.digaai.org/wp/pdfs/ncm_ethnic_midia.pdf.

BENDIXEN & ASSOCIATES. Ethnic Media in America: The Giant Hidden in Plain Sight. 2005. (Pesquisa de Opinião Pública dos “Asian American, Hispanic, African American, Arab American and Native American Adults”) Disponível em: http://www.digaai.org/wp/pdfs/ncm_ethnic_midia_presentation.pdf.

FIRMEZA, George Torquato. Brasileiros no Exterior. Fundação Alexandre de Gusmão, 2007.

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