Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

PORQUE OS BRASILEIROS VOLTAM – O RETORNO

INTRODUÇÃO

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como o local para seus investimentos. Neste caso, o imigrante vai ao Brasil para passar férias ou participar de festas como casamentos ou aniversários, por exemplo. Levam consigo seus filhos, estes geralmente documentados. O segundo tipo de retorno é o “retorno continuado.” Segundo essa definição, os que retornam á origem investem e acabam perdendo tudo. Isto os motiva a re-emigrarem, mantendo com eles o projeto de voltar. Segundo Siqueira (2007), 48,6% dos imigrantes pesquisados que retornaram à cidade natal não obtiveram sucesso em seus empreendimentos. Assim, emigraram novamente. Não incomum, são os que empreendem a viagem da migração diversas vezes durante a vida.

O “retorno do transmigrante” é o terceiro tipo de retorno identificado pela mesma autora. Este é o caso vivenciado por, atualmente, um grande número de imigrantes que vivem a transnacionalidade. São pessoas, geralmente documentadas e com estabilidade financeira, que vivem parte do ano no país de destino, no caso da pesquisa citada, os Estados unidos, e outra parte do ano no Brasil. Este grupo participa da vida social e econômica dos seus países de origem e destino, possuindo, muitas vezes, fontes de renda nos dois países.

O quarto tipo de retorno descrito pela autora é o retorno permanente”. Nessa condição, o imigrante que retornou ao Brasil conseguiu se readaptar e se reestabelecer financeira e socialmente, não pretendendo emigrar novamente. São, geralmente, os que obtêm sucesso em seus empreendimentos, atribuindo ao projeto migratório a responsabilidade por serem bem-sucedidos.

O retorno deixa de ser uma “opção” em casos de deportação. Nessa situação o imigrante não pode arbitrar sobre a sua permanência no país de acolhimento. Não cabe a ele decidir se retornará ao seu país de origem ou se continuará sua jornada. Em situações de deportação, o retorno é involuntário, não significando, porém, que não haverá um novo período no exterior. Essa nova jornada migratória, por vezes, se destina a outro país. No entanto, também é comum a nova busca pelo mesmo país de onde foi deportado. 

O retorno dos brasileiros pode ser aferido pelo número daqueles que na data dos censos demográficos de 1990, 2000 e 2010 residiam no Brasil, mas que retornaram ao país cinco anos antes do censo. Entre os censos de 1990 e 2000, verificou-se um incremento de 182% desse contingente, ou seja, em 1991, 31.124 pessoas declararam um país estrangeiro de residência cinco anos antes da data de referencia do censo, enquanto que em 2000 esse número era de 87.400 pessoas. Segundo Wilson Fusco e Sylvain Souchaud (2010), o fluxo de retornados brasileiros desse período, ainda que bastante diversificado, concentrou-se em três países, Paraguai, Japão e Estados Unidos, responsáveis por cerca de 60% do movimento de retorno. 

Os autores analisaram o retorno com base nos dados do Censo de 2000 (IBGE), que indica a distribuição dos retornados por município, definidos em função do país de nascimento e residência no momento do censo, e da declaração da última residência em país estrangeiro nos dez anos anteriores ao censo.

O retorno do Paraguai constitui o maior fluxo de brasileiros retornados. Em 2000, 50.201 pessoas nascidas e residentes no Brasil declararam residência anterior no Paraguai, representando 26,8% do total da população brasileira retornada. De uma forma geral, os retornados têm um nível educacional mais elevado do que o observado para os não-migrantes, com exceção dos retornados do Paraguai, que têm um nível próximo do encontrado para os não-migrantes residentes em zonas rurais (instrução fundamental incompleta) e salários inferiores aos da população residente. Tal fenômeno pode ser explicado pela origem de tais retornados, que são na sua maioria agricultores. No entanto, os retornados da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão tinham pelo menos o terceiro grau completo e salários superiores aos dos brasileiros morando em áreas metropolitanas.24

De acordo com Fernandes (2008), em geral, os retornados dos países vizinhos estão na sua maioria trabalhando por conta própria e em atividades de um perfil de menor remuneração enquanto que aqueles retornados dos Estados Unidos e da Europa estão ocupados em atividades em geral, melhor remuneradas. O mapa abaixo ilustra a distribuição dos retornados do Paraguai  segundo o município de residência em 2000. Como podemos ver, grande parte deles estão concentrados nos estados do Paraná (61,8%), Mato Grosso do Sul (16,3%), Mato Grosso (5,4%), Santa Catarina (5,4%), São Paulo (3,8%), Rio Grande do Sul (3,5%) e Rondônia (1,1%).

O Paraná não só é o lugar de nascimento de muitos migrantes, mas também o lugar de última residência anterior ao ingresso no Paraguai. Muitas vezes, gaúchos, catarinenses e baianos, por exemplo, vivem por indeterminado período de tempo no Paraná antes de emigrar para o Paraguai. O Rio Grande do Sul, assim como o Paraná, é um lugar onde a expansão da fronteira agrícola, nos anos 1980 e 1990, expulsou muitas famílias que alimentaram as camadas mais pobres da população brasileira imigrante no Paraguai. Diferentemente destes dois estados, que na sua grande maioria recebem retornados natos, os estados do Mato Grosso e Rondônia  recebem retornados em busca de oportunidades e empregos ligados ao crescimento e dinamismo da agricultura comercial, principalmente aquela ligada à soja.

Ainda de acordo com Fusco e Souchaud (2010), os retornados do Japão formam o segundo maior grupo, contando com 17% do total dos retornados (31.775 pessoas). Ainda que perto do número de ‎retornados dos Estados Unidos, a comunidade brasileira no Japão é muito menor do que esta última. Tal fenômeno pode ser explicado pelo fato de a lei de imigração japonesa permitir múltiplos retornos, enquanto que a população brasileira indocumentada nos Estados Unidos raramente se arrisca a um retorno temporário.

O mapa a seguir, ilustra a distribuição dos retornados do Japão, segundo o município de residência em 2000. Podemos observar que a maioria desses retornados, mais de 80%, volta a ‎residir nos mesmos estados marcados pela imigração japonesa para o Brasil – São Paulo e Paraná. Em menor proporção, eles seguem para Minas Gerais e Rio de Janeiro. Aqueles que voltam para o Pará são originários da antiga colônia Acará, atualmente Tomé-Açu.25 ‎O retorno dos Estados Unidos, o terceiro maior, registrou um volume de 29.591 pessoas (16% do total de brasileiros retornados) segundo o censo de 2000. O número grande de imigrantes brasileiros indocumentados nos Estados Unidos dificulta não só a sua contagem no país de destino, mas também sua contagem no momento do retorno.

Os retornados dos Estados Unidos voltam predominantemente para São Paulo (7.495), Minas Gerais (6.241) e Rio de Janeiro (4.971). Em seguida, verifica-se sua presença no Paraná (1.755), Rio Grande do Sul (1.468), Distrito Federal (1.269) e Goiás (1.266).

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros no Oriente Médio

As populações de brasileiros no Oriente Médio são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Israel, com 20.000 brasileiros e o Líbano com 5.000 representam respectivamente (62,7%) e (15,7%) da população brasileira do Oriente Médio.

A maioria dos retornados dos Estados Unidos (97,2%) e Japão (94,4%) retornam para zonas urbanas, enquanto os retornados do Paraguai apresentam um menor índice de domicílios urbanos (72%). Quando consideramos também suas ocupações no momento do retorno, a maioria daqueles que voltam dos Estados Unidos trabalham nos setores da educação (19,8%), comércio (15%) e atividades imobiliárias (13%). Os retornados do Paraguai apresentam uma grande participação no setor da agricultura (32%), seguido de ocupações industriais (15%), comércio (13,6%) e serviços domésticos (12%). Os brasileiros retornados do Japão ocupam com maior frequência posições nos setores comercial (29,7%), industrial (12,5%) e agrícola (10,6%).

Segundo o Censo Brasileiro de 2010, mais de 174 mil emigrantes brasileiros retornaram ao país. Esse é um número bem maior do que o apontado pelo Censo de 2000 (87,4 mil), passando de 61% para 66% o percentual de brasileiros contados entre os imigrantes internacionais chegados ao Brasil.

Dos 51.933 imigrantes brasileiros provenientes dos Estados Unidos, 84% eram brasileiros.

A recente crise de econômica de …. [TEXTO INCOMPLETO]

Estimativas do Ministério das Relações Exteriores (2008 – 2022): Documentos do MRE

Texto baseado, em parte, no livro Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (Re)fazendo a América

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BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB,  2008.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB, 2008. 

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LIMA, Álvaro. Diga Aí, 2009. Brasileiros na América.  

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REFERÊNCIAS

1 Imigração no Brasil por Nacionalidade
2 Firmeza, George Torquato, (2007), Brasileiros no Exterior. Brasília: FUNAG
3 A emigração brasileira é, no entanto, muito pequena quando comparada à população residente. Por exemplo, a população emigrante brasileira representa apenas 0,53% da população residente, fazendo o Brasil ocupar a posição 195 no ranking dos 200 países com saldo migratório negativo, ficando à frente somente da Líbia, posição 196 (0,49%); China, posição 197 (0,43%); Bahamas, posição 198 (0,36%); República Centro Africana, posição 199 (0,17%); e Coréia do Norte, posição 200 (0,16%). (DORLING, 2009)
4 Na América Latina, o Brasil figurava até a década de 1970 como uma área de evasão populacional para os países vizinhos, em especial para o Paraguai e a Argentina. A partir da década de 1980, o país passa a se configurar como uma das áreas de recepção migratória de latino-americanos. (BANINGER, 2005)
5 Ver em: Estimativas 2020
6 MARGOLIS, M.L.  (1994): Little Brazil: An Ethnography of Brazilian Immigrants in New York. Princeton. NJ. Princeton University.
7 SALES, T., (1998). Brasileiros Longe de Casa. São Paulo, Editora Cortez.
8 Comumente, a década de 1980 é chamada de “década perdida” no que se refere ao desenvolvimento econômico de muitas nações. Vivido pelo Brasil e por outros países da América Latina, essa fase de estagnação formou-se com uma retração agressiva da produção industrial. Na maioria dessas nações, os anos 80 representam o mesmo que crise na economia, inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade de mercados e aumento da desigualdade social.
9 BROOKE, James. (1993). Brazil Wild Wyas to Counter Wild Inflation. New York: The New York Times.
10 Segundo a socióloga Peggy Levitt (2001), “the assumption that people live their lives in one place, according to one set of national and cultural norms, in countries with impermeable national borders, no longer holds”. In Levitt P., The Trasnnational Villagers, 2001. Los Angeles and Berkley: University of California Press.
11 BELLUZZO, Luis Gonzaga de Mello e Coutinho, Renata (Org.). Desenvolvimento Capitalista no Brasil. Campinas: UNICAMP. IE. 1998, V.I.
12 Em 1981, por exemplo, o desemprego aberto atingiu a taxa de 10%. (PASTORE, 1979)
13 Foi instituído o Plano Collor, que agravou mais ainda a situação, causando revolta na população não só pelas medidas econômicas, mas pelo esquema de corrupção atribuído ao então Presidente. Essas insatisfações deram origem à mobilização inédita dos “caras-pintadas,” que culminou no impeachment de Collor.
14 BRITO, Fausto. (1995). Os Povos em Movimento – As Migrações Internacionais no Desenvolvimento do Capitalismo, em Neide Patarra. (Cord.). Emigração e Imigração Internacionais no Brasil Contemporâneo. Campinas: FNUAP.
15 MARTES, Ana Cristina Braga. (1999). Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo Sobre Imigrantes em Massachusetts. São Paul: Editora Paz e Terra.
16 Synovate Brasil – Imigrantes Brasileiros Residentes nos Estados Unidos (2007).
17 Synovate Brasil – Remetentes e Beneficiários – Massachusetts e Microrregião de Governador Valadares (2008).
18 LIMA & CASTRO, 2017
19 LIMA & PLASTRIK, 2007
20 PIORE, 1980
21 SALES, 1999
22 A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras japonesas 出る (deru, que significa “sair”) e 稼ぐ (kasegu, que significa “para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando”). O termo tem como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país.
23 Atual Secretaria do Trabalho
24 MRE, 2014
25 FERNANDES, 2008
26 BELTRÃO et al, 2006

 

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

PORQUE OS BRASILEIROS VOLTAM - O RETORNO INTRODUÇÃO O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados...

Neoliberalismo e Trabalho Imigrante

Neoliberalismo e Trabalho Imigrante Série de seis seminários sobre Neoliberalismo e o Trabalho Imigrante terá aula bônus disponível a partir do dia 17/01. As inscrições estão abertas até o dia 20 de janeiro. Quem se inscrever após o dia 17 terá acesso ao conteúdo...

Remessas Sociais

REMESSAS SOCIAIS (Social Remittances)

Introdução

As remessas são, in geral, entendidads somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social-cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes, além de dinheiro, “remetem” idéias, práticas sociais e normas, comportamentos, atitudes políticas, práticas artísticas, etc.

Mais tarde, no artigo Social Remittances Revisited (2011), ela revisita o conceito de “social remittances” incluindo algumas observações: (a) as experiências passadas das pessoas antes da migração afetam o que estas “remitem” para suas sociedades de origem (Levitt e Lamba-Nieves 2011); (b) as remessas sociais, assim como as remesas monetárias, podem se dar individual ou coletivamente (ibid.); (c) estas remessas circulam continuamente entre paises de origem e destino (ibid.); (d) o contexto legal que os imigrantes encontram nos países de destino, impactam direta e indiretamente as formas de remessas sociais que estes são capazes  de eniviar (Lacrix, et al, 2016).

Segundo Levitt, estes fluxos de remessas sociais ocorrem quando os imigrantes voltam ou visitam suas comunidades de origem, quando não-migrantes destas localidades visitam imigrantes nos seus países de destino ou quando estes trocam cartas, vídeos, e-mails, blogs ou se comunicam por Skype, WhatApp ou telefone.

Este processo é um processo contínuo em que as idéias ou práticas sociais que os imigrantes trazem ou continuam recebendo dos seus países de origem, influenciam as suas experiências nos países de destino. Por outro lado, as experiências vividas nos países de destino moldam suas relações com as suas comunidades de origem quando estas idéias e práticas são remetidas.  Algumas destas idéias e comportamentos sociais são aceitas, rejeitadas, re-elaboradas e remetidas de volta onde são transformadas uma vez mais.

Este processo contínuo de remessas sociais afeta relações familiares, papéis de gênero, identidade de classe e raça, bem como tem ainda impacto importante na participação política, econômica e religiosa destes imigrantes, suas famílias, amigos e comunidades como um todo. Vale ressaltar no entanto, que nem todas estas idéias ou comportamento são positivas. Residentes de países da América Central, por exemplo, sofrem quando membros de gangues centro americanas operando nos Estados Unidos são deportados, aumentando a insegurança nos seus países de origem.

Por fim, estas trocas introduzem uma “cultura de migração” alimentada pelo acesso ao consumo provido pelos emigrados, noções de terras de liberdades, riquezas a fazer via a migração, entre outras idéias que circulam no vai e vem migratório,

Para entender como as remessas sociais se movem, e como estas tem uma relação simbiótica com as remessas monetárias, é preciso abordá-las dentro de uma ótica transnacional (Khagram and Levitt, 2007). Assim, criamos uma visão mais holística e integrada das trocas transnacionais:

 

Economistas, por muito tempo, deram importância somente às remessas monetárias. Assim, uma literatura importante surgiu sobre os drivers e as consequências das remessas financeiras aos níveis micro e macro, resumidos por Rapoport e Docquier (2006). A contribuição pioneira de Spielberg (2009) da relação entre a democracia e a educação no estrangeiro chamou a atenção de economistas para a questão das remessas sociais.

Mais recentemente, algumas publicações abordaram a questão das transferências sociais focando indiretamente na contribuição dos imigrantes internacionais para o avanço tecnológico em seus países de origem. De forma similar, Bahar and Rapoport (2018), utilizam dados da imigração bilateral e comércio internacional de mais de 100 países (período 1990-2012) para estudar o impacto e difusão do conhecimento pelos imigrantes internacionais.

Agrawal et al. (2011) utilizando dados de registros de patentes avaliam a probalidade de inovadores com laços com imigrantes co-étnicos impactar o conhecimento nos países de origem do migrante.

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros no Oriente Médio

As populações de brasileiros no Oriente Médio são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Israel, com 20.000 brasileiros e o Líbano com 5.000 representam respectivamente (62,7%) e (15,7%) da população brasileira do Oriente Médio.

  

Por fim, Tuccio e Wahba (2018), mostram que na Jordânia as mulheres que vivem em família onde haviam imigrantes retornados, as normas de comportamentos de gênero eram diferentes destas correntes no país pois estes tinham sido expostos a normas e práticas mais liberais enquanto viviam no exterior.

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Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Remessas Monetárias

REMESSAS MONETÁRIAS

Introdução


A globalização está acelerando a migração internacional. Impulsionada por uma série de fatores, tais como a crescente necessidade de mão de obra qualificada e não qualificada nos países desenvolvidos dado o baixo nível de fertilidade e o rápido envelhecimento da população; persistente pobreza, crescente desigualdade, conflitos armados, fazem da migração uma questão fundamental neste século.

Em 1965, apenas 75 milhões de pessoas viviam fora de seu país natal. Em 2020, segundo o World Migration Report (IOM, 2022), 281 milhões de pessoas viviam fora dos seus países de origem ou seja, 3,6% da população mundial.

  

À medida que mais pessoas saem dos seus países de origem, as remessas aumentam e se tornam fundamental para não somente para os imigrantes e suas famílias mas também para as economias dos seus países de origem – uma tendência que provavelmente aumentará, uma vez que a migração internacional deverá permanecer alta ao longo do século XXI.

As remessas são o movimento internacional de dinheiro como consequência do movimento internacional de trabalhadores, ou seja, as remessas internacionais são dinheiro que os migrantes enviam de volta para seus países de origem. Embora cada remessa seja pequena, as remessas são um componente importante do fluxo internacional de fundos devido ao grande número de remetentes e à frequência com que estes enviam dinheiro. De acordo com o Banco Mundial (World Bank, 2022), como ilustrado a seguir, em 2021, as remessas alcançaram 773 bilhões de dólares americanos com cerca de 605 bilhões enviados para os países de baixa e média renda, ou seja, 78 porcento do total. A  região da Ásia do Sul recebeu mais remessas do que qualquer outra região de baixa e média renda, totalizando 147 bilhões de dólares americanos. O Leste Asiático e Pacífico com entradas de remessas no valor de 133 bilhões de dólares americanos vem a seguir.  

Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), as remessas enviadas por canais informais, e por isso não contabilizadas nos dados acima, podem ser pelo menos 50% maior que as remessas oficiais. O economista do Banco Mundial, Dilip Ratha, avalia que os imigrantes enviam cerca de 10% a 20% do seu salário ao seu país de origem.

Para os países em desenvolvimento, os fluxos de remessas representam uma importante fonte de financiamento internacional – em muitos casos, maior do que a ajuda externa total e menor somente que o investimento estrangeiro direto. No entanto, se excluirmos a China, as remessas são a maior fonte de ganhos em divisas em países de baixa e média renda, de acordo com Migration and Remittances Brief 34, publicado pelo Grupo do Banco Mundial conforme ilustrado a seguir:

 Remessas (Remittances), Investimento Estrangeiro Direto (FDI) e Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA) – Países de Renda Baixa e Média, Excluindo a China (1990 – 2022)

Brasileiros nos Estados Unidos

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil…

Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

Brasileiros em Portugal: De Volta Às Raízes Lusitanas

Ao longo de todo o século XX, o Brasil foi destino de cerca de um milhão e duzentos mil emigrantes portugueses. No entanto, no início do século XXI, o fluxo migratório inverte-se e Portugal passa a acolher um número significante de brasileiros. Segundo Carlos Vianna, Ex-presidente da Casa do Brasil…

Hoje, as remessas são iguais ou maiores que 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de cinco países: Tonga, República do Quirguistão, Tadjiquistão, Haiti e Nepal.

Comparado com os fluxos de capital induzidos pelo lucro, as remessas são mais estáveis e menos cíclicas. O investimento estrangeiro direto (IED ou FDI em inglês) e o crédito bancário tendem a aumentar quando o país anfitrião está indo bem. As remessas, por outro lado, tendem a ser constantes e aumentam durante períodos de crise econômica ou desastres naturais, Finalmente, ao contrário da ajuda externa, as remessas são direcionadas e vão diretamente para as pessoas que delas precisam.

As restrições impostas durante a pandemia da COVID-19, o desemprego e a preocupação com a saúde, reduziram a mobilidade em geral e reduziu a fluxo migratório em 27% o que impactou de forma significante as remessas dos imigrantes para as suas famílias. Em 2020, as remessas recebidas sofreu uma redução de 1,5%. Nos dois anos posteriores, o montante global das remessas totalizaram $781 bilhões de dólares americanos em 2021 e $794 bilhões de dólares americanos em 2022.

Vários fatores influenciaram o crescimento das remessas. Primeiro, como apontado pelo Banco Mundial (Migration and Development – Brief 37, 2022) a determinação dos imigrantes em ajudar as suas famílias nos seus países de origem foi fundamental para este crescimento. Segundo, a abertura gradual de vários setores econômicos dos países de acolhimento aumentou o emprego e a renda restabelecendo esta capacidade de ajuda financeira. Finalmente, as taxas de câmbio favoreceram o euro, o yen e o dólar tornando mais valiosas as remessas nestas moedas.

 Alguns Fatores do Crescimento Excepcional das Remessas

A pandemia da COVID-19 causou um declínio de cerca de 27% no nível global da imigração.  As restrições das viagens, juntamente com a perda do emprego, e crescente preocupações com as questões de saúde significaram que os imigrantes não puderam manter os níveis normais de remessas para suas famílias. O fluxo de remessas em 2020 sofreu uma redução de 1,5% para US$771 bilhões. Apesar do agravamento da situação global e as várias incertezas econômicas, em 2021, o volume global de remessas foi estimado em US$781 bilhões e subiram ainda mais em 2022 para US$794 bilhões (Banco Mundial, KNOMAD, 2022).

Uma série de fatores influenciaram o crescimento dos fluxos de remessas. O mais importante foi o desejo e determinação dos imigrantes em ajudarem suas famílias, enviando dinheiro para casa reduzindo o consumo e suas poupanças. Outro fator importante foi os estímulos fiscais que os países receptores proveram para seus residentes, incluindo os imigrantes. A abertura gradual das fronterias dos países de acolhimento aumentou o fluxo migratório, e com este, o pool de remetentes. Este pool também se alargou com o aumento da média de permanência nos Estados Unidos (que é responsável por 50% de todos os imigrantes  mas que transferem 75% de todo o fluxo de remessas) aumento de uma média de 16 anos de permanência para 20 anos. Outros fatores, incluem a crescente demanda por mão de obra nos países desenvolvidos, os Estados Unidos em particular e as taxas taxas de câmbio em alguns países, o Brasil sendo um deles, que favoreceram os remetentes. Finalmente, com a necessidade do distanciamento social causado pela pandemia da COVID-19 e as inovações ocorridas nas tecnologias financeiras, a indústria de remessas extended new tipos de serviços on-linetornando mais fácil a trasnferência de recursos financeiros (Orozco e Martin, 2022).

A inflação teve impacto negativo reduzindo o poder aquisitivo dos imigrantes além  do crecente sentimento anti-imigrante nos países desenvolvidos que pode criar problemas para o crescimento de algumas destas economias tal como é visto no Brexit.

As remessas ajudam principalmente a melhorar os padrões básicos de vida como habitação, saúde e educaçã. As remessas tambeem ajudam a aliviar a pobreza, no melhoramento da nutrição e aumento da matrícola escolar dos países mais pobres. Pesquisas têem mostrado também que as remessas ajudam os recipientes a se tornarem mais resilientes em face de desastres naturais. Finally, os imigrantes também remetem dinheiro para abertura de negócios. No entanto, é importante ressaltar que as remessas não são uma solução para o desenvolvimento sustentável pois a dependência nas remessas podem criar um ciclo vicioso.

Custo das Transferências

Os custos das transferências continuam alto mesmo com a maior competição no mercado introduzida pelas empresas de transferência digital representando um custo médio de 6,5%, quase o dobro da taxa de 3% no ano 2030 recomendada pelas Nações Unidas (Sustenable Development Goal, Indicator 10.c). O gráfico a seguir ilustra o custo médio global e por regiões para enviar $200:

Existem três componentes nos custos da remessas. Primeiro, uma taxa de serviço é cobrada, em geral uma taxa fixa o que resulta numa prática uma taxa disproporsional para as remesssas de small porte. Por fim, é cobrado ainda o Imposto sobre Oprações Finanveiras (IOF) que no Brasil atinge 0,38% o que é, segundo Dilip Ratha, economista chefe para o tema immigração e remessas do Banco Mundial, é muito alto.  Este imposto não é cobrado na maioria dos países e as remessas deveriam ser desoneradas no Brasil pois o custo de transferência rerpesenta uma enorme perda para os imigrantes e suas famílias.

Alavancando o Poder das Remessas dos Imigrantes

As remessas tocan as vidas de mais de 500 milhões de pessoas ao redor do mundo. Estimativas conservadoras colocam o número de pessoas recebendo algum tipo de benefício econômico das remessas em 1 bilhão – quase 1/6 da população do planeta (Joint Conference on remittances, Manila, Filipinas, 2005).

As remessas dos imigrantes são de importância crescente para as economias das regiões e cidades de origem. As remessas impactam estas regiões e cidades via o aumento do consumo local. Os domicílios de classe média e média baixa tem uma alta propensão a consumir gerando um impacto positivo na atividade macroeconômica. Por exemplo, Le Franc e Downes (2001), examinando dados referentes a Jamaica, concluíram que existe uma relação significativa entre os fluxos de remessas e a mudança nos níveis de consumo e pobreza. Manoel Orozco (2005) argumenta que para cada $1 dólar remetido, a renda aumenta $1,78 dólares, ilustrando um efeito multiplicador importante. Adelman e Taylor (1990), confirmam este fenômeno no seu estudo no México quando afirmam que para cada dólar recebido dos imigrantes mexicanos provoca um PIB cresce entre $2,39 e $3,17 dólares, dependendo se as remessas são recebidas no meio urbano ou rural.

Há ainda um importante aspecto a ressaltar: as remessas são uma das fontes menos voláteis de divisa. Enquanto os fluxos de capital tendem a aumentar em ciclos econômicos favoráveis e reduzir em momentos de crise, as remessas mostram uma impressionante estabilidade ao longo do tempo (Ratha, 2003).

Outro aspecto relevante é que raramente as remessas monetárias são usadas com propósitos produtivos, o que se deve, em larga medida, a inexistência de ambiente propício a esses investimentos. Canales (2005), chama atenção para este fato notando que “os impactos das reduzidas remessas produtivas seriam ainda limitados pelas mesmas condições de pobreza e marginalização que caracterizam as comunidades de origem.”

A “economia” das remesas é um exemplo interessante  de um transnacionalismo na base da pirâmide.

 

Remessas dos Imigrantes Brasileiros – Mundo

Em 2020 as remessas pessoais para o Brasil cresceu 0.4 bilhões de dólares americanos (+12,5%) somando 3.57 bilhões de dólares americanos. Como ilustrado no gráfico a seguir, as remessas no período 2001 a 2020 sofreram flutuações atingindo seu pique em 2008 (3.64 bilhões de dólares americanos) seguido de 2020. 

Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), embora as remessas brasileiras representem somente 1,1% do produto bruto brasileiro (BID, 2005), “o valor anual das remessas representou em 2004, 175%  da receita total recebida pelo Brasil com o turismo e 68% do valor das exportações de soja, o maior produto agrícola em termos de valor exportado.

Com cerca de 4 milhões de imigrantes, as remessas dos imigrantes brasileiros assumem cada vez mais importância crescente para as regiões e cidades brasileiras de origem. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2005, cerca de 1.3 milhões de brasileiros receberam, de maneira regular, dinheiro enviado por seus parentes residindo no exterior.

Estes recursos têem origem, na sua maioria (50%), dos Estados Unidos, 31% oriundo da Europa, 17% do Japão e 2% são remetidos da América Latina (Bendixen & Associates, 2004). Segundo ainda Bendixen & Associates, os brasileiros remetentes têem um renda anual de menos que $30,000 e uma educação básica de grau primário. Eles remitem uma média de 9,7 vezes ao ano num valor médio de $428. Os recipeintes são na sua maioria mulheres (65%), 52% dos recipientes estão na faixa etária entre  18 e 35 anos. 33% dos recipients são irmãos ou irmães e as remessas são utilizadas para despesas diárias (46%), 14% para financiamento da educação de membros familiares, outros utilizam 11% dos recursos enviados para investimento em negócios e o restante é utilizado par poupança (4%), empréstimos imobiliários (8%), além de outras obrigações (17%).

A maior parte das remessas são enviadasvia entifdades bancárias (53%), seguido por empresas de remessas internacionais (29%), Cooperativas de Crédito (10%), correio postal e outras organizacões conforme ilustrado a seguir:

Remessas dos Imigrantes Brasileiros – Estados Unidos

Embora os brasileiros residentes nos Estados Unidos tenham uma importante participação no fluxo de remessas para o Brasil, são pouco os estudos recentes sobre seus hábitos financeiros. Os perfis demográficos dos remetentes brasileiros residentes nos Estados Unidos são baseados em três pesquisas realizadas por Lima e Plastrik (2006), pela Synovate Brasil para o Banco do Brasil (2007) e pela mesma empresa para a Caixa Econômica Federal em 2008.

A primeira pesquisa é baseada numa amostra de 250 brasileiros remetentes residentes em Massachusetts. OS respondentes foram selecionados randomizadamente e interceptados nas agências remessadoras, de forma a assegurar que eles eram remetentes ativos. O questionário foi administrado em português pela empresa Silvestre HMR&S. O questionário para este estudo incluiu perguntas constantes nas pesquisas de 2003 e 2006 dirigidas por Manuel Orozco do Inter-American Dialogue com populações latino americanas e caribenhas de forma a propiciar comparações entre os brasileiros remetentes e os remetentes destes grupos de imigrantes. As amostras de 2003  e 2006 incluíram Nicaraguenses, dominicanos, bolivianos, mexicanos, salvadorenhos, gualtamatecos e jamaicanos.

Fonte dos Dados

O Banco Mundial (BM) é um dos maiores provedores de dados relativos às remessas. O Banco provê estimativas anuais dos fluxos de remessas globais e bilaterais, baseadas nas estatísticas da balança de pagamentos nacionais produzidas pelos Bancos Centrais e compiladas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados disponibilizados cobrem os fluxos de entrada e saída de remessas de país a país. O Banco Mundial produz ainda comparativos das remessas com o Produto Interno Bruto (PIB) dos países receptores além de estimavas dos custos de transação. Em parceria com os países em que as remessas são de importância crucial, o Banco Mundial criou o International Working Group to Improve Data on Remittance Flows

 

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Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Transnacionalismo

Imigração Transnacional

Hoje, a tecnologia, economia, demografia, política, e fatores culturais têm acelerado de forma crescente a imigração transnacional. Os imigrantes transnacionais, envolvem-se em atividades além-fronteiras, e através destas constroem “campos sociais” (social fields) relativamente estáveis, duráveis, e densamente interligados que atrelam países de origem e destino, através da circulação de idéias, informações, produtos, e dinheiro, além do movimento de pessoas. Em qualquer momento, estão firmemente assentados num lugar particular – Boston, por exemplo – mas suas vidas diárias estão vinculadas e dependentes de pessoas e recursos localizados em outros países. 

Estes imigrantes vivem uma vida transnacional, habitam um espaço social transnacional. Assim vivem muitos brasileiros, indianos, mexicanos, equatorianos, cabo-verdianos, entre vários outros imigrantes provenientes de países diversos. Pesquisas sociológicas mostram que uma crescente fração dos imigrantes – milhões de pessoas que vivem nos Estados Unidos e dezenas de milhões em todo o mundo – vivem vidas transnacionais.  Embora os imigrantes com maior padrão de vida sejam mais propensos a atividades transnacionais, é cada vez maior a proporção de imigrantes de baixa renda que vivem em espaços sociais transnacionais. Estes espaços englobam dezenas de milhões de não imigrantes que de uma forma ou outra estão dependentes destas ações transnacionais.  Por exemplo, muitos imigrantes transnacionais têm familiares no seu país de origem que dependem de remessas de dinheiro para a sua subsistência.

As experiências transnacionais variam de país a país. As condições sociais e econômicas e as regras de saída diferem de um país para outro. O Brasil, México, China, Filipinas, e Índia por exemplo, permitem a dupla nacionalidade o que não é permitido pela Coréia do Sul. Estas diferenças entre as nações certamente afetam a 

maneira como os imigrantes transnacionais vivem e como eles percebem sua propria condicao.

O transnacionalismo é uma tendência crescente na vida global. E, a medida que este cresce e se espalha, cria novas dinâmicas que desafiam o ideal de assimilação, frustra o pensamento político mesquinho de Estado-Nação homogêneo e mono-cultural, e reforça a horizontalidade da economia mundial.

 

Quem são os Imigrantes Transnacionais

Os perfis que surgem dos imigrantes transnacionais mostram o quanto eles são diferentes dos imigrantes de um século atrás. Naquela época, famílias imigrantes carregavam um álbum de fotos e um punhado de receitas culinárias para rememorar o velho país. Hoje, eles têm uma página no Facebook, se comunicam pelo WhatsApp ou Skype ou falam com seus familiares por telefone gastando centavos.  Checam as notícias dos seus países de origem pela televisão via satélite.  Vão para casa nas férias quando encontram preços bons no Travelocity ou no Expedia. Quando estão nos seus países de origem, podem visitar a clínica ou escola que ajudaram a construir via investimentos realizados por suas associações comunitárias.  Estas atividades realizadas com frequência e regularidade caracterizam a vida transnacional.

As remessas de dinheiro são talvez o comportamento transnacional mais bem documentado. Por exemplo, os imigrantes dos países em desenvolvimento morando nos Estados Unidos enviam cerca de US$ 150 bilhões para suas famílias, amigos, e comunidades de origem todos os anos.  Claro que os imigrantes de um século atrás enviavam dinheiro para seus dependentes, mas o que era uma gota, hoje é uma enxurrada, grande o suficiente para revigorar a economia de toda uma nação. As perspectivas de desenvolvimento de alguns países tornaram-se indissociavelmente ligadas às atividades econômicas das suas respectivas diásporas. Remessa de dinheiro é uma atividade regular de muitos imigrantes. Em 2007, uma pesquisa mostra que 83% dos brasileiros que enviaram dinheiro em Massachusetts o faziam todos os meses – às vezes duas vezes por mês – uma média de US$ 875 por mês (Lima & Plastrik).

A investigação revelou que as remessas são apenas a ponta do iceberg transnacional. Quase dois terços dos entrevistados afirmaram que telefonavam para casa duas ou mais vezes por semana, por cerca de meia hora a cada ligação. A grande maioria assiste programas de televisão ou rádio transmitidos  desde o Brasil.  Quase três em cada quatro enviam ou recebem e-mails de amigos e familiares que ficaram no Brasil. Quase metade compra alimentos e outros produtos brasileiros e um em cada cinco adquire vídeos, DVDs e CDs de música e filmes brasileiros. Mais de um quarto dos entrevistados tinham poupanças e cerca de 7% tinham financiamentos imobiliários no Brasil. Um terço envia dinheiro para a sua família no Brasil para cobrir empréstimos imobiliários e estudantis, pensões, e outros investimentos.

Outras pesquisas têm apontado tendências similares. Cerca de dois terços dos 

dominicanos imigrantes viajam para os seus países de origem uma ou duas vezes por ano.  Mais da metade dos mexicanos que enviam dinheiro dos Estados Unidos o fazem todos os meses; cerca de 30% têm conta poupança ou financiamento de imóveis no México. Em 2007 um estudo relatou que 72% dos latinos que vivem nos Estados Unidos enviam dinheiro, viajam para casa ou telefonam para parentes, e 27% possuem propriedades em seus países de origem.

A realidade transnacional está também gerando impactos na política, tanto aqui como lá. Mais do que nunca, os imigrantes residentes no exterior votam nas eleições de seus paises de origem, disputam cargos eletivos, contribuem para campanhas políticas, organizam comícios, participam em associações de ajuda as suas cidades de origem, sindicatos, e igrejas. Boston e Nova Iorque, onde os partidos políticos da República Dominicana teem comitês, são paradas obrigatórias para os candidatos dominicanos à Presidência da República. De acordo com algumas estimativas, os dominicanos arrecadam de 10 a 15 por cento dos fundos de campanha nos Estados Unidos e políticos dominicanos acreditam que a opinião dos imigrantes transnacionais influencia o pensamento dos dominicanos que ficaram no país.  A influência dos transnacionais afeta políticos americanos também. Quando Rudy Giuliani era prefeito de Nova York, viajava regularmente para Santo Domingo, capital da República Dominicana, em campanha eleitoral.

Transferências de idéias políticas, ideologias, e práticas de organização fluem nas duas direções. Enquanto noções de eleições livres e justas, liberdade de imprensa, e o direito à representação legal migram de um lado para o outro, trabalhadores migrantes transnacionais, especialmente do México e América Central, são a espinha dorsal da base sindical que permitiu organizar o Sindicato Internacional dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SEIU). Mexicanos, brasileiros e haitianos transnacionais têm ajudado a revitalizar igrejas de varias denominações. Hoje, quase um quarto dos latinos nos Estados Unidos identificam-se como protestantes ou membros de outra denominação cristã, incluindo Testemunhas de Jeová e Mórmons. Uma pesquisa em 2006 relatava que os latinos católicos nos Estados Unidos – cerca de dois terços da população latina – tendem a acreditar muito mais do que os católicos americanos que as igrejas devem tratar de assuntos sociais e políticos e vêem a religião como um guia moral para o pensamento político.

O transnacionalismo também penetra o mundo do comércio.  O Conselho Americano de Competitividade relatou em 2007 que profissionais nascidos em outros países detém 25% das empresas de economia mista, 47% das empresas de capital privado e mais da metade de todos os novos empreendimentos no Vale do Silício.  Muitas dessas empresas não são pequenas lojas ou restaurante servindo o mercado étnico, mas empresas operando nos mercados nacional e internacional, principalmente estes dos seus países de origem. “Esta tendência,” relatou The Wall Street Journal no final de 2007, “representa a mais nova ligação do Vale do Silício com a Índia.” 

Enquanto isso, um número crescente de imigrantes possuem ou investem em empresas nos seus países de origem. Por exemplo, 39% das 289 empresas localizadas no parque industrial-científico de Hsinchu, próximo a Taipei, foram iniciadas por engenheiros taiwaneses educados nos Estados Unidos, com experiência no Vale do Silício.  Setenta dessas empresas possuem escritórios no Vale do Silício que se dedicam a contratar trabalhadores, adquirir tecnologia ou capital e explorar oportunidades de negócios. 

A Construmex, fundada em 2001 pela gigante empresa mexicana produtora de cimento CEMEX, ajudou mais de 8000 famílias mexicanas que vivem nos Estados Unidos a comprar ou construir suas casas no México.  Tendências semelhantes foram registradas na Colômbia, Equador e El Salvador. Desde meados da década de 1980, dominicanos que vivem no exterior têm representado 60% das vendas anuais de imóveis no seu país de origem. 

Principais Forças Propulsoras  do Transnacionalismo

O transnacionalismo não é rigorosamente um fenômeno novo. De 1870 a 1910, quase 80% dos imigrantes italianos nos Estados Unidos eram homens, a maioria dos quais deixou para trás esposas, filhos, e parentes que, eventualmente, vieram para os Estados Unidos. O mesmo aconteceu com os homens judeus. Muitas vezes eram pioneiros que posteriormente enviavam dinheiro para pagar a passagem de outros membros da família. Entre 1900 e 1906, o Correio de Nova York enviou 12,3 milhões de ordens de pagamento individuais para terras estrangeiras.  Mas o foco e a intensidade das atividades transnacionais cresceram dramaticamente. Na década de 1980, o fenômeno foi observado pela primeira vez por estudiosos, quando estava começando a ganhar escala.  Hoje em dia, pesquisas em ciências sociais sugerem que 15% de todos os imigrantes são transnacionais. Vários fatores tecnológicos, econômicos, demográficos, políticos, e culturais têm construído o caminho para o crescimento da imigração transnacional. Alguns são amplamente reconhecidos, outros não: 

 

Inovação na Comunicação e Transporte

Os avanços tecnológicos nesses setores têm reduzido o tempo, custo, e dificuldade de viajar, realizar ligações e transações internacionais. Os imigrantes podem manter contato mais frequentes e mais próximo com sua sociedade originária, o que lhes permite manter e expandir contatos pessoais, sociais e econômicos. Hoje, os imigrantes podem pegar um avião ou fazer uma chamada telefônica para saber como as coisas estão em casa com uma facilidade até então desconhecida. Maxine Margolis, professora de antropologia na Universidade da Flórida, ilustra esse ponto: “Quando perguntei a um brasileiro, proprietário de uma loja de móveis em Manhattan, morador de Nova York há muitos anos, como dizer ‘wine rack’ em Português, ele ficou envergonhado quando não pode lembrar a expressão. Tão rapidamente como consultar um dicionário, ele discou para o Brasil para perguntar a um amigo.”

A comunicação mais fácil e barata facilita o acesso a informações críticas. Quando o presidente paquistanês Pervez Musharraf fechou os jornais do país em novembro de 2007, Muhammad Chaudrey, um taxista paquistanes que mora na região de Detroit, enviou e-mails para a sua família em Lahore com reportagens americanas sobre os últimos acontecimentos em seu país. Em um esforço mais amplo de luta contra a censura, os imigrantes chineses nos Estados Unidos criaram uma estação de televisão via satélite, New Tang Dynasty Television. O canal transmite programas em chinês e inglês focados na promoção da democracia na China.

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Giovana Costa

Giovana Costa, Boston, MA, Estados Unidos

Beatriz de Ruiz

Beatriz de Ruiz, New York, NY, Estados Unidos

Alcinda Saphira

Alcinda Saphira, New York, NY, Estados Unidos

Liberalização de Economias em Desenvolvimento e Crescimento do Mercado de Trabalho em Economias Desenvolvidas.

Nas nacoes em desenvolvimento, a industrializacao de setores economicos tradicionais cria grandes contingentes de sub-empregados. Essas economias estao cada vez mais ligadas as cadeias de abastecimento e distribuicao de empresas internacionais – as pontes economicas para a emigracao. Ao mesmo tempo, o declinio da industria manufatureira e o crescimento do setor de servicos nas economias ocidentais transformaram suas estruturas ocupacionais e de rendimentos. O crescimento da oferta de emprego de baixo salário e da proporção de trabalhos temporários e de meia jornada, assim como a expansão dos setores financeiro, de seguros, imobiliário, varejo e serviços estão criando oportunidades para imigrantes no topo e na base da pirâmide ocupacional. 

À medida que a globalização expande a classe média em muitos países não-ocidentais, mais mercados em potencial são criados para empresas dos países desenvolvidos. Alguns desses mercados são estimulados por atividades transnacionais. O Citigroup Inc., por exemplo, a maior entidade mundial de serviços financeiros, firmou recentemente uma parceria com uma empresa de telecomunicações da Malásia para oferecer serviços que permitem a trabalhadores estrangeiros naquele país enviar dinheiro usando seus telefones celulares.

O Aumento do Nível Educacional. 

O aumento considerável dos níveis de educação no mundo inteiro têm servido para expandir os mercados de trabalho além-fronteiras.  A medida em que os países em desenvolvimento expandem o número de pessoas com alto nível educacional, esses indivíduos ganham oportunidades de migrar para empregos e empresas em países desenvolvidos.  “A migração internacional de pessoas com formação universitária é algo que tem crescido dramaticamente ao longo do tempo,” afirma Elaine Fielding, pesquisadora da Universidade de Michigan. Mais de 53% dos imigrantes estrangeiros que vieram para a área de Detroit em 2004 e 2005 tinham, no mínimo, bacharelado.  Uma grande fonte de transnacionais altamente qualificados é o conjunto de estudantes estrangeiros em instituições americanas de ensino superior.

Mudanças nas Regras de Entrada e Saída para os Imigrantes.

Transformações políticas globais e novos regimes legais internacionais estão mudando as regras de entrada e saída que os Estados-nação estabelecem para a imigração. Descolonização, a queda do bloco comunista do leste europeu, a ascensão do regime dos Direitos Humanos forçaram nações a prestar atenção aos direitos individuais, independentemente de se tratar de cidadãos nacionais ou estrangeiros. Cada nação estabelece o contexto para saída de seus cidadãos e de entrada para migrantes. Essas condições legais, econômicas, sociais e políticas – incluindo direitos a cidadania e regras comerciais, padrões de inclusão social, discriminação e políticas externas – impedem ou facilitam o movimento além-fronteiras e as atividades transnacionais. Alguns países começaram a mudar as suas políticas para acomodar as realidades transnacionais. O México e as Filipinas, por exemplo, estão desenvolvendo políticas que definem sua população emigrante como parte integrante do seu Estado-nação. Alguns países promovem ativamente a “reincorporação transnacional” de seus emigrantes para maximizar seus investimentos e as remessas. Ao mesmo tempo, alguns países receptores tem expandido significativamente os direitos e prerrogativas dos imigrantes. A complexidade destas questões tem sido evidente no caso dos Estados Unidos, onde esforços para aprovar a reforma na lei federal de imigração até agora não obtiveram sucesso. O debate tem sido dominado pela ideologia anti-imigrante e preocupações de segurança, em detrimento de políticas efetivas e dos mais de 12 milhões de imigrantes que vivem em condições legais precárias.  

O Aumento da Hibridação Cultural.

A globalização da cultura e da identidade enfraquece tradicionais tensões entre o que é o próprio e o que é estrangeiro, e promove hibridação cultural, que engloba ambos. Fomentada pelo consumo global, produção e imigração, a hibridação cultural está competindo cada vez mais com culturas dominantes enraizadas em um único local e um conjunto de tradições. Nestor Garcia Canclini, um dos mais conhecidos e inovadores acadêmicos culturais da América Latina, assinala que cultura cada vez mais é feita de material a partir daqui e de lá: “Eu ligo minha televisão, feita no Japão, e o que eu vejo é um filme produzido em Hollywood, feito por um diretor polonês, com assistentes franceses, atores de dez nacionalidades diferentes, em cenas filmadas em quatro países que também investiram na produção.” Motivados, em certa medida, pela difusão mundial da cultura americana, a hibridação, em muitos países, evolui de forma complexa, com contradições e fluxos de idas e vindas. 

“Em vez de criar uma única e aborrecida aldeia global, as forças da globalização estão, na realidade, encorajando a proliferação da diversidade cultural,” afirma Michael Lynton, CEO e

Presidente da Sony Pictures Entertainment. Ele oferece a Sony como um caso: “o nosso estúdio tem trabalhado com diretores e atores na China, Índia, México, Espanha, e Rússia para fazer filmes que serão lançados em cada um desses mercados. “A empresa está produzindo séries originais de TV no Chile, Alemanha, Itália, Rússia e Espanha. Em vez de menos escolhas, há mais. E, ao invés de um mundo uniforme, americanizado, continua a haver um rico e vertiginoso leque de culturas.” Imigrantes transnacionais estão no centro desse processo – como “reinterpretadores criativos” de cultura e transportadores além das fronteiras de modelos híbridos. 

As nações que enviam imigrantes também sentem este impacto cultural transnacional. Nestor Canclini tem observado que, com 15% de todos os Equatorianos, e um décimo de todos os argentinos, colombianos, cubanos, mexicanos, e salvadorenhos vivendo fora dos seus países, a América Latina não está completa no interior das suas fronteiras; suas culturas são moldadas em Los Angeles, Nova York e Madri. Uma pesquisa recente estabeleceu a importância das “remessas sociais”, a transferência de significados sócio-culturais e as práticas que ocorre quando migrantes voltam a morar ou visitam as suas comunidades de origem; quando não-imigrantes os visitam no país receptor; ou através de trocas de cartas, vídeos, e-mails, e ligações telefônicas.  David Fitzgerald, um sociólogo da Universidade da Califórnia – Los Angeles, observa que os migrantes transnacionais desafiam os ideais de identidade e fronteiras de Estados-nação tanto no país onde moram como nos seus países de origem, com sua locomoção, por morarem num país onde não possuem cidadania, e por serem cidadãos de um país onde não moram e, alternativamente, por reivindicar adesão a vários países onde podem ser residentes, residentes em tempo parcial, ou ausentes.

A hibridação cultural, assim como outros aspectos do transnacionalismo, varia em freqüência e profundidade. Um dos fatores que molda os intercâmbios culturais é o contexto de saída e entrada. Por exemplo, enquanto colombianos e dominicanos vêm de países da América Latina e compartilham um idioma comum, seus contextos de saída e de acolhimento são muito diferentes, resultando em diferente padrões de incorporação na sociedade americana. Pesquisas com imigrantes colombianos, que são na sua maioria brancos ou mestiços, mostram que eles se sentem menos discriminados que os dominicanos. Por outro lado, pesquisas realizadas entre dominicanos nos Estados Unidos constatou que eles são geralmente considerados como negros e discriminados enquanto tal.

Quando um grupo de imigrantes encontra-se discriminado no país onde vive, seus integrantes geralmente se unem e adotam uma postura defensiva em relação ao país, de acordo com dados do Centro de Migração e Desenvolvimento da Universidade de Princeton. O grupo apela a símbolos de orgulho cultural trazidos de casa. Um bom exemplo disto é o grupo Guatemalteco Maia (Kanjobal), migrantes em Los Angeles. Eles lidam com elevados níveis de discriminação via a revitalização e o reforço de formas tradicionais de identidade étnica através de um processo de transnacionalismo reativo. Quando, por outro lado, não existe a discriminação, as iniciativas transnacionais se tornam mais individualizadas e assumem formas típicas da classe média, tais como o Lions e o Kiwanis Clubs, e outras associações de caridade.

Como as diferentes forças propulsoras do transnacionalismo operam com intensidades variada, juntamente com diferente condições de saída e entrada, o transnacionalismo não é monolítico. Todavia, as forcas econômicas, políticas e culturais que reforçam o transnacionalismo não vão desaparecer tão cedo. Estar aqui e lá veio para ficar.  

À medida que o fenômeno transnacional muda a natureza da imigração ele gera novas e espinhosas questões de política pública e cria novas oportunidades para inovadores sociais e empreendedores ao mesmo tempo em que molda um espaço social que desafia o pensamento convencional sobre os imigrantes e o estado-nação. Claro que ainda existem fronteiras e barreiras de todos os tipos em todos os lugares, e talvez existirão sempre. Mas, os imigrantes transnacionais começam de maneira constante a cruzar estas fronteiras, derrubar estas barreiras, e criar novas relações entre diversas culturas. Não estamos ainda totalmente conscientes de nossa experiência coletiva, ainda não somos intencionais nas nossas ações políticas enquanto transnacionais. Mas, acredito, este impacto é transformativo a uma escala ainda não claramente entendida.

Bibliografia:

Shiller, Glick, and Georges Fouron (2001). Georges Woke Up Laughing: Long-Distance Nationalism and the Search for home. Durham, NC: Duke University Press.

Guarnizo, Luis, Alejandro Portes, and William Haller (2003). Assimilation and Transnationalism: Determinants of Transnational Political Action among Contemporary Immigrants. American Journal of Sociology 108(6):121-48.

Levitt, Peggy, Josh DeWind, and Steven Vertovec, eds. (2003). International Migration Review 37(3).

Levitt, Peggy (2001). The Transnational Villagers. Berkeley and Los Angeles: University of California Press.

Levitt, Peggy and Nina Click Schiller (2004). Transnational Perspectives on Migration: Conceptualizing Simultaneity. International Migration Review.

Morawska, E. (2003). Immigrant Transnationalism and Assimilation: A Variety of Combinations and the Analytic Strategy It Suggest. In Toward Assimilation and Citizenship: Immigrants in Liberal Nation-States, Edited by C. Joppke and E. Morawska. Hampishire, UK: Palgrave Macmillan, pp. 133-176.

Portes, Alejandro,Luis Guarnizo, and Patricia Landolt (1999). Ethnic and Racial Studies – Special Volume on Transnational Migration 22(2).

Portes, Alejandro, William Haller, and Luis Guarnizo (2002). Transnational Entrepreneurs: The Emergence and Determinants of an Alternative Form of Immigrant Economic Adaptation. American Sociological Review 67(2): 278-298.

Smith, Michael Peter and Luis Guarnizo, eds. Transnationalism from Below: Comparative Urban and Community Research. Vol. 6 New Brunswick and London. 1998. Transaction Publishers.

 

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Neoliberalismo e Trabalho Imigrante

Neoliberalismo e Trabalho Imigrante

Série de seis seminários sobre Neoliberalismo e o Trabalho Imigrante terá aula bônus disponível a partir do dia 17/01. As inscrições estão abertas até o dia 20 de janeiro. Quem se inscrever após o dia 17 terá acesso ao conteúdo bônus, que será gravado e ficará disponível no Youtube.

Os seminários têm como objetivo abordar a migração de um ponto de vista estrutural ligado aos movimentos do capital, além de possibilitar um entendimento maior sobre o fenômeno transnacional. Os cursos também irão proporcionar um panorama da diáspora brasileira e explorar as ligações entre migração e desenvolvimento.

Os professores Márcio Pochmann, presidente do Instituto Lula, e

 Luís Vitagliano em parceria com Mariana Dutra, coordenadora do Instituto Diáspora Brasil e Álvaro Lima, diretor de pesquisas da Prefeitura de Boston e fundador do Instituto Diáspora Brasil irão conduzir o projeto com convidados. 

Os palestrantes abordam teorias que analisam fenômenos econômicos e outros fatores que geram fluxo migratório. 

Com base nessas reflexões bastante contemporâneas, o Instituto Lula e o Instituto Diáspora Brasil propõem um seminário formativo. Apenas os inscritos terão acesso às apresentações. Posteriormente elas serão disponibilizadas no Youtube de forma gratuita. Quem pretende se aprofundar nessas questões, é hora de se inscrever, acompanhar os debates, fazer as leituras e participar dos chats de discussão. 

 

Como funciona o curso:

As aulas vão acontecer na plataforma Zoom todos os sábados às 12h, exceto a aula bônus do dia 17, que será em uma terça-feira às 13h. As inscrições encerram no dia 20 de janeiro. A aula bônus ficará gravada para ser assistida no momento que a pessoa inscrita no curso desejar. Para se inscrever.  

Programação

 

17 de janeiro: Peggy Levitt- Proteção Transnacional Social: Estabelecendo Uma Agenda

 

04 de fevereiro: Vinicius Kauê Ferreira – “Brain Drain” ou “Brain Circulation” 

 

25 de fevereiro: Alvaro Lima – Transnacionalismo: Um Novo Modelo de (Re)Integração das Populações Imigrantes

 

11 de março: Alex Guedes Brum – Políticas de Vinculação do Estado Brasileiro Para Suas Comunidades no Exterior

 

25 de março: Marcio Pochmann – Regimes de Acumulação e Fluxos Migratórios

 

08 de abril: Aviva Chomsky – How Immigration Became Illegal

 

22 de abril: Ricardo Antunes – Ilegalidade da força de trabalho migratória e expropriação do capital

  

Quando: De 17 de janeiro a 22 de abril de 2022

Onde: Plataforma Zoom

Valor: Gratuito 

Público: Pesquisadores, estudantes, lideranças comunitárias e demais interessados

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Peggy Levitt: Proteção Trasnnacional Social - Estabelecendo Uma Nova Agenda

 

A primeira aula do ciclo de seminários “Outro olhar sobre o Neoliberalismo e Trabalho Imigrante”, oferecido pelo Instituto Lula e Instituto Diáspora Brasil, abordou o fenômeno migratório do ponto de vista estrutural ligado ao movimento do capital. 

Ministrado pela professora e chefe do departamento de Sociologia do Wellesley College, Peggy Levitt, a aula também contou com a participação do presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, e do professor Luís Vitagliano. Mariana Dutra, coordenadora do Instituto Diáspora Brasil, e Álvaro Lima, diretor de pesquisas da Prefeitura de Boston e fundador do Instituto Diáspora Brasil, também participaram do debate. 

Novo Contexto de Proteção Social

Hoje, o neoliberalismo e a austeridade mudaram a expectativa em relação ao Estado como um garantidor da proteção básica. Fundos reguladores internacionais, como o FMI, pedem que os países aumentem a austeridade e as medidas econômicas para reduzir os seus déficits. Tais medidas, explica Levitt, estimulam o declínio do estado de bem-estar social.

“Nossa tarefa é falar das responsabilidades e das injustiças sociais no mundo global. Quem vai ser emancipado e protegido pela questão transnacional e quem vai ficar para trás. E como podemos fazer para que as pessoas que ficaram para trás prosperem também”, reflete Levitt. 

O seminário “Proteção Transnacional Social: Estabelecendo uma Agenda”, ministrado por Peggy Levitt, busca oferecer uma visão mais ampla sobre proteção social transnacional e como ela afeta membros de uma família e comunidades. 

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Do Brain Drain às Redes Científicas Globais - Perspectivas Para a Século XXI

Este seminário irá discutir as possibilidades que pesquisadoras/es que migram oferecem para o desenvolvimento científico dos seus países de origem e de destino. Discutiremos também os desafios vividos por estudantes do programa Ciências Sem Fronteiras, perspectiva de desconstruir a “fuga de cérebros” e no lugar dela, construir uma agenda baseada na “circulação de cérebros”.

Vinicius Ferreira é Professor no Departamento de Antropologia e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ. Doutor e mestre em Antropologia Social pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, França. Pesquisador Associado do Laboratoire d’Anthropologie Politique (LAP) da École des Hautes Études en Sciences Sociales. Desenvolve pesquisas sobre transformações do campo científico global, com ênfase nas circulações acadêmicas internacionais entre Norte e Sul. É editor-fundador da Revista Novos Debates da ABA, co-chair da Commission on Migration da IUAES e co-chair da Task Force on Precarity da WCAA.

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Alvaro Lima: Transnacionalismo - Um Novo Modelo de (re)integração das Populações Imigrantes

“Transnacionalismo: Um Novo Modelo de (Re)Integração das Populações Imigrantes” busca entender esta nova dinâmica em que os imigrantes envolvem-se em atividades além-fronteiras, e através destas constroem “campos sociais” (social fields) relativamente estáveis, duráveis, e densamente interligados que atrelam países de origem e destino, através da circulação de idéias, informações, produtos, e dinheiro, além do movimento de pessoas. Em qualquer momento, estão firmemente assentados num lugar particular – Boston, por exemplo – mas suas vidas diárias estão vinculadas e dependentes de pessoas e recursos localizados em outros países. 

Alvaro Lima é Diretor de Pesquisas da Prefeitura de Boston e Fundador do Instituto Diáspora Brasil . Recentemente, ele atuou como Senior Vice-presidente e Diretor de Pesquisas da Initiative for a Competitive Inner City (ICIC), uma organizacão fundada pelo Professor Michael Porter da Universidade de Harvard. Economista com Mestrado na New School for Social Research em Nova York, foi chefe do Departamento Econômico do Ministério da Indústria e Energia em Moçambique e Coordenador de Projetos de Desenvolvimento Regional do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico a Social (IPARDES) en seu país natal, Brasil.

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Alex Guedes Brum: Políticas de Vinculação do Estado Brasileiro

Doutor em História e Política pela Fundação Getulio Vargas e mestre em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança pela Universidade Federal Fluminense, Alex é autor do livro “Brasileiros no exterior: o caso da Flórida” e pesquisa as políticas de Argentina, Brasil e México para os emigrantes e seus descendentes no exterior.

Aviva Chomsky: Como a Imigração Tornou-se Ilegal

Aviva Chomsky é professora e coordenadora do Centro de Estudos Latino Americanos da Salem University, EUA. Trabalha com o tema da imigração, trabalho indocumentado nos EUA, incorporando temas do colonialismo, desenvolvimento econômico, migração, raça e gênero. 

Entre 1976 and 1977, Chomsky trabalhou para o sindicato United Farm Workers. Em 1982, ela se formou em Espanhol e Português na University of California at Berkeley. Chomsky tem um mestrado e Ph.D. em história. 

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Ricardo Antunes - Ilegalidade da Força de Trabalho Migratória e Expropriação do Capital

Ricardo Antunes é Professor Titular de Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP. Antes, foi professor da FGV-SP e da UNESP. Publicou 13 livros no exterior, dentre eles: Farewell to work? (Brill, Holanda/Inglaterra (2022); Haymarket, EUA, 2022); Capitalismo virale (Castellvechi, Itália, 2021; Viraler Kapitalismus, Áustria, Konturen, 2022); Il Privilegio della Servitù (Punto Rosso, Itália, 2020); Politica della Caverna (Castelvecchi, Itália, 2019); The Meanings of Work (Holanda/Inglaterra, Brill/HM Book Series/FAPESP, 2013; EUA (Haymarket Books, 2013); Itália (Jaca Book, 2006 e Punto Rosso, 2017); Portugal (Almedina, 2013), Índia (Aakar Books, Delhi, 2015) e Argentina (Herramienta, 2013, 2a. edição), a partir da edição original publicada pela Boitempo; Addio al lavoro? (Trieste, 2019, nova edição revista, atualizada e ampliada; Edizioni Ca?Foscari, Veneza, 2015 e Biblioteca Franco Serrantinui, 2002), publicado também na Espanha, Argentina, Colômbia e Venezuela, a partir da edição original da Ed. Cortez.

Foi Professor convidado do Master sull? Immigrazione, Fenomeni Migratori e Trasformazioni Sociali da Universidade Ca?Foscari de Veneza/Itália e também Membro do Comitê Científico deste curso, desde 2009 até seu encerramento em 2021 Foi Visiting Professor na Universidade de Coimbra (2019); na Universidade Ca?Foscari de Veneza (2017), onde ministrou a “laurea magistrale” História da Sociologia Crítica; Visiting Professor da Universidade de Coimbra (2019) e Visiting Research Fellow na Universidade de SUSSEX, Inglaterra (1997/8). Ministrou cursos de pós-graduação e graduação e conferências em várias universidades na Europa (Itália, Espanha, França, Inglaterra, Portugal, Suíça); na América do Norte (EUA); América do Sul (Argentina, Uruguai, Chile, Venezuela, Equador, Colômbia, Guatemala, Costa Rica, Cuba) e na Ásia (China e Índia).

This presentation speaks to the large process of capital’s productive restructuring, triggered in the 1970s—a process with tendencies to both intellectualize labour power and increase the levels of the working class’ precariousness on a global scale.

The hypothesizes is that instead of work’s loss of centrality in contemporary capitalism, when the world of production is analyzed in its global dimension, including countries in the North and South, a substantial process of growing heterogeneity, complexity, and fragmentation is observed. The resulting configuration is a new morphology of the working class. Therefore, as new mechanisms are created to generate surplus labour, there is, simultaneously, an increment in casualization and unemployment, pushed by the ongoing corrosion of labour rights in countries all across the globe.

 

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Márcio Pochmann - Regimes de Acumulação e Fluxos Migratórios

Marcio Pochmann é Doutor em Ciências Econômicas e professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas e autor de mais de 60 livros sobre economia, trabalho, sociedade e políticas públicas. Além da atuação como pesquisador no Brasil e no exterior, acumulou experiências na gestão pública como secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da cidade de São Paulo e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em Brasília.

Pochmann foi pesquisador visitante em universidades da França, Itália e Inglaterra. Como consultor, trabalhou no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro Empresas (Sebrae), na Federação das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp) e em órgãos das Nações Unidas, incluindo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).

 Em 2012, Pochmann concorreu à prefeitura de Campinas recebendo no primeiro turno 28,6% dos votos. Seu oponente, Jonas Donizette, foi eleito no segundo turno com 57,7% dos votos válidos. Pochmann concorreu novamente a prefeitura de Campinas obtendo desta feita 15% dos votos, ocupando o terceiro lugar da disputa, sendo superado por Donizette e Artur Orsi. Nas eleições estaduais de 2018, concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados não obtendo votação suficiente para ser eleito, alcançando 53.261 mil votos.

Em 2012, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores nomeou Pochmann como presidente da Fundação Perseu Abramo, exercendo mandatos. Hoje, ocupa a posição de Presidente do Instituto Lula.

Foi agraciado com o Prêmio Jabuti em 2002.

 

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Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brazilian Emigration to North America – Bibliography

Para Entender a Emigração Brasileira para a América do Norte

Bibliografia Preparada por Maxine L. Margolis

(atualizada por Marcio de Oliveira e Alvaro Lima)

Albues, Teresa
1995  O Berro de Cordeiro em Nova York. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

 Allen, James P. and Eugene Turner
2004  “ Boston ’s Emerging Ethnic Quilt: A Geographic Perspective.” Paper presented at the Annual Meeting of the Population Association of America , Boston , April.

Alves, José Claudio Souza and Lúcia Ribeiro
2002  “Migracão, Religião e Transnacionalismo: O Caso dos Brasileiros no Sul da Flórida.” Religião e Sociedade, 22 (2): 65-90.

Andreazzi, Luciana
2004  “Brazilian Immigrants: The Ecological Matrix of Social Exchange Resources & Vulnerabilities.” Paper presented at the Conference on Brazilians in the U.S. : Another Invisible Latino Diaspora. Aliança Brasileira nos Estados Unidos, Central Connecticut State University, New Britain, April 16.

Araujo, Joceli and Eryck Duran
in press  O Manuel do Migrante.

Assis, Glaúcia de Oliveira
1995  Estar Aqui, Estar Lá…Uma Cartografia da Vida em Dois Lugares. M.A. thesis in Social Anthropology, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

1995  “Estar Aqui, Estar Lá…O Retorno dos Imigrantes Valadarenses ou a Construção de uma Identitdade Transnacional?” Travessia – Revista do Migrante 22 (8):8-14.

2000  Os Novos Fluxos da População Brasileira e os Rearranjos Familiares e de Gênero, XXIV Encontro Anual da Anpocs, Petrópolis, Rio de Janeiro.

2001  “Emigrantes Brasileiros para os EUA e a (Re)Construção da Identidade Etnica.” In Raízes e Rumos: Perspectivas Interdisciplinares em Estudos Americanos. Sonia Torres, (ed.). Rio de Janeiro: Editora 7 Letras, pp.199-211.

2003  “De Criciúma para o Mundo—Os Novos Fluxos de População Brasileira: Gênero e Rearranjos Familiares.” In Fronteiras Cruzadas: Etnicidade, Gênero e Redes Sociais. Ana Cristina Martes Braga and Soraya Fleischer (eds.). São Paulo: Editora Paz e Terra, pp. 199-230.

2004  “De Criciúma para Boston: Tecendo Redes Familiares na Migração International.” In Psicologia, E/Imigração e Cultura. Sylvia Dantas DeBiaggi and Geraldo José de Paiva (eds.). São Paulo: Casa de Psicólogo Livraria e Editora Ltda, pp. 111-133.

Assis, Glaúcia de Oliveira and Elisa Massae Sasaki
2001  “Novos Migrantes do e Para o Brasil: Um Balanço Bibliográfica.” In Migrações Internacionais: Contribuições Para Políticas. Brasilia: Comissão Nacional de População e Desenvovimento, pp. 615-647.

Assis, Gláucia de Oliveira and Siqueira, Sueli
Mulheres Emigrantes e a Configuração de Redes Sociais: Construindo Conexões entre o Brasil e os Estados Unidos. Revista Interdiciplinar da Mobilidade Humana. Ano XVII, nº 32, p. 25-46.

Assunção, Viviane K.
Onde a Comida “Não Tem Gosto”: Estudo Antropológico das Práticas Alimentares de Imigrantes Brasileiros em Boston. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de Santa Catarina. Brasil.

Athayde, Roberto
1996  Brasileiros em Manhattan. Rio de Janeiro: Topbooks.

2018 Baeninger, Rosana; Bógus, Lúcia (Org,)
A Nova Face da Emigração Internacional no Brasil. São Paulo: EDUC

Badgley, Ruey T.

1994  Brazucas in Beantown: The Dynamics of Brazilian Ethnicity in Boston. Senior Honors Thesis in Anthropology, Connecticut College, New London, Connecticut.

Barnes, Linda, Andrea Allen, Melicia Charles, Azande Mangeango, and Kenneth L. Fox
2002   “Healing in Immigrant Communities of the African Diaspora of Boston.” In Religious Healing in Boston: Reports from the Field. Susan Sered (ed.). Center for the Study of World Religions, Harvard School of Divinity, Harvard University.

Barros, Sebastião do Rego
1996-97 “A Nova Politica de Assistência aos Brasileiros no Exterior.” Revista Politica Externa 5 (3).

Barrow, Anita
1988  “Generations of Persistence: Kinship Amidst Urban Poverty in São Paulo and New York .” Urban Anthropology 17 (2-3): 193-228.

 

Becker, Daniel B.
2006  The Brazilian Immigrant Experience, A Study on the Evolution of a Brazilian Community in Sommerville and the Greater Boston Area. Urban Borderlands:

Tufts University. Disponível  em https://dea.lib.tufts.edu

Belchior, Neto

1990  Aventureiros do Dólar: Romance de Amor entre os Emigrantes para os Estados Unidos. Belo Horizonte: Imprensa Oficial.

Beserra, Bernadete
2003  Brazilian Immigrants in the United States: Cultural Imperialism and Social Class. New York: LFB Scholarly Publishing 

2005  “From Brazilians to Latinos? Racialization and Latinidad in the Making of Brazilian     Carnival in Los Angeles .” Latino Studies 3 (1): 53-75.

2005 Brasileiros nos Estados Unidos: Hollywood e Outros Sonhos. Fortaleza: Editora UFC.

Bicalho, José Vitor
1989 Yes, Eu Sou Brazuca. Governador Valadares, Minas Gerais: FUNSEC.

Boas, Sérgio Vilas
1997  Os Estrangeiros do Trem N. Rio de Janeiro: Editora Rocco. 

Botelho, Paula 
2004  “In the Service of the Community: The Roles of the Brazilian American Church in Reconstructing Identity.” National Association of African American Studies

and Affiliates (NAAAS), 2004 Monograph Series, volume II.

Brazil Watch
1996  “Brazilians Overseas. The Rising Tide of Brazilian Emigration is Impacting Foreign Markets and Even the Balance of Payments.” Brazil Watch 13 (21): 7-10. 

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros no Oriente Médio

As populações de brasileiros no Oriente Médio são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Israel, com 20.000 brasileiros e o Líbano com 5.000 representam respectivamente (62,7%) e (15,7%) da população brasileira do Oriente Médio.

Bretas, Angela 
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Werneck, José Inácio
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Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Massachusetts

massachusetts

INTRODUÇÃO

Segundo Maxine Margolis (2009), os primeiros imigrantes brasileiros chegados aos Estados Unidos vieram da cidade mineira de Governador Valadares para o estado de Massachusetts. Esta ligação entre Governador Valadares e Massachusetts, começou durante a segunda guerra mundial quando o Brasil tornou-se um dos maiores produtores de mica, que na época, era um material de valor estratégico usado para isolamento em produtos militares e na produção de rádios, uma novidade nestes anos. A mica, era minerada por empresas americanas nas jazidas existentes na região de Governador Valadares. O minério bruto era retirado do solo e depois de separado das impurezas, exportado para os Estados Unidos.

Após o final da guerra esta indústria entrou em crise, mas os vínculos entre Governador Valadares e os Estados Unidos continuaram pois engenheiros e outros profissionais americanos no retorno “levaram” consigo alguns dos seus empregados brasileiros. Conta-se ainda que alguns brasileiros treinados nos Estados Unidos durante a operação da empresa foram transferidos para aquele país ao final das operações desta.

Esta experiência com os americanos em Governador Valadares e as histórias sobre a vida nos Estados Unidos contada por estes brasileiros pioneiros, inspiraram outros, anos depois, a empreender a viagem. A crise econômica dos anos 1980 intensificou este fluxo e as redes sociais que se formaram facilitaram novas saídas por reduzirem os riscos e custos desta empreitada. Assim, os valadarenses chegaram a Nova Inglaterra, concentrando-se em grande número no estado de Massachusetts.

Com a diversificação da emigração brasileira nas últimas duas décadas, brasileiros de outros estados e regiões juntaram-se aos valadarenses. Entre eles destacam-se mineiros de outras regiões, catarinenses, capixabas, goianos, além de menores grupos de imigrantes oriundos de outros estados brasileiros.

Quantos Somos e Onde Vivemos


O Estado de Massachusetts tem a maior concentração de imigrantes brasileiros nos Estados Unidos. De acordo com o Center for Labor Studies da Universidade Northeastern, entre 2000 e 2003, os brasileiros representaram 19,1 por cento de todos os imigrantes recém chegados ao estado. Segundo dados do American Community Survey (ACS), a população imigrante brasileira quase dobrou em Massachusetts entre 2000 e 2011 (80%). Segundo a mesma fonte, entre 2000 e o ano de maior estoque, 2005, a população brasileira no estado aumentou 131 por cento. No entanto, nos últimos anos esta população vem diminuindo com o estoque registrando em 2011 seu menor número desde 2005 (65.952). Quando comparado a 2005, o estoque de brasileiros no estado em 2011 diminuiu cerca de 29 por cento.[1]

Há grande variação entre os números do American Community Survey e outras fontes como o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), estimativas feitas com base nas remessas por Alvaro Lima assim como a empresa Synovate e o Censo Demográfico Brasileiro de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O MRE estima que em 2010 haviam no estado cerca de 355.000 brasileiros. As estimativas feitas com base nas remessas apontam para uma população de 336.000 em 2006 e a empresa Synovate estimou que a população brasileira de Massachusetts em 2002 era de 171.000 brasileiros[2] O Censo brasileiro de 2010 aponta uma população emigrante total de 491.645 pessoas com cerca de 23.8 por cento destas tendo como destino os Estados Unidos, ou seja, 117.000 brasileiros o que poria a população brasileira residente no estado em cerca de 28.000 pessoas.

Os brasileiros são importante não só para o estado de Massachusetts onde estes são a segunda maior população imigrante (2009) mas também para a região da Nova Inglaterra como um todo onde eles representam 6 por cento da população imigrante (ACS 2006).[2]

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Giovana Costa

Giovana Costa, Boston, MA, Estados Unidos

Beatriz de Ruiz

Beatriz de Ruiz, New York, NY, Estados Unidos

Alcinda Saphira

Alcinda Saphira, New York, NY, Estados Unidos

Uma análise da população por área censitária (census tracts) mostra que o assentamento da população brasileira em Massachusetts esta concentrado em alguns bairros e cidades de três regiões do Estado:[3]

Para maiores detalhes, ver os gráficos nos links a seguir. [3] [4]

Quem Somos e o que Fazemos

Idade, Gênero, e Estado Civil

De acordo com o American Community Survey (ACS) 2005-2007,[4] os brasileiros residentes em Massachusetts são mais jovens do que as populações imigrantes e nativa do estado. A idade média dos brasileiros é de 32,6 anos enquanto que os outros imigrantes tem uma idade média de 40,6 anos e os nativos 37,7 anos. Eles são também mais jovens do que a população brasileira imigrante do país (35,8 anos).

Assim como a nível nacional, a distribuição etária dos brasileiros é mais parecida com a desta dos outros imigrantes [5] do que com a da população nativa [6] concentrando-se, na sua maioria (79,5%), entre as idades de 20 e 49 anos. Os brasileiros, assim como os outros imigrantes, estão pouco representados nas faixas etárias abaixo de 18 anos e acima de 54 anos. Isto se dá pelo fato de que a maioria destes, emigram em idade de trabalho. Esta distribuição é benéfica para a região dado que a geração dos “baby boomers” prepara-se para deixar a força de trabalho.[5][6]

A distribuição de gênero da população brasileira em Massachusetts é diferente da desta dos brasileiros no resto do país. Os homens representam 55,6 por cento da população brasileira residente em Massachusetts enquanto que a distribuição nacional conta somente 49 por cento deles.

Ela difere também da distribuição de gênero tanto da população imigrante [7]quanto da população nativa [8] onde as mulheres predominam – 50,8 por cento entre os primeiros e 51,7 por cento entre os últimos.

Cinquenta e seis por cento dos brasileiros em Massachusetts são casados enquanto 56,9 por cento dos outros imigrantes o são. Os nativos com o mesmo estado civil representam somente 46,3 por cento do total desta população.

Cidadania e Tempo de Residência

Apenas 13,7 por cento dos brasileiros residentes em Massachusetts são cidadãos naturalizados.[9] Este nível de naturalização está abaixo da taxa nacional de 21 por cento para os brasileiros e muito abaixo desta dos outros imigrantes que é de 46,5 por cento.[10] Esta baixa taxa reflete tanto o crescimento recente da imigração brasileira para o estado quanto o número de imigrantes brasileiros indocumentados.[7]. A maioria dos brasileiros (60,8%) chegaram em Massachusetts durante os anos 2000 e 2009.[11] Oitenta e oito por cento destes chegaram depois de 1990 comparado a 48,2 por cento dos outros imigrantes. Quando comparados entre si, 37,5 por cento dos brasileiros naturalizados[12] chegaram antes de 1989 enquanto que somente 8 por cento dos não naturalizados[13] chegaram durante este período.

Proficiência em Inglês e Grau de Escolaridade

Proficiência em inglês e grau de escolaridade são dois ingredientes fundamentais para o sucesso econômico dos imigrantes no longo prazo e um preditor confiável do nível de vida destes. Os brasileiros residentes em Massachusetts tem um nível de proficiência menor do que este dos outros imigrantes: 29,8 por cento dos brasileiros falam somente inglês ou falam muito bem, comparado a 54,6 por cento para os outros imigrantes.

Os imigrantes brasileiros tem um número maior de pessoas com a escola secundária completa (44,3%) do que os outros imigrantes (25,3%) e os nativos (28,5%). No entanto, eles tem uma porcentagem maior de pessoas com nível menor do que a escola secundária (23,3%) quando comparados aos outros imigrantes (24,9%) e maior do que este da população nativa (9,3%). Os brasileiros tem também uma proporção muito menor de pessoas com bacharelato (11,1%) e com mestrado e/ou doutorado (3,7%) quando comparados aos outros imigrantes (16,6%) e (16,9%) e os nativos (22,4%) e (15,5%) respectivamente. Em comparação com a média dos brasileiros residentes no país, os brasileiros residentes em Massachusetts tem uma porcentagem maior de seus membros sem a escola secundária completa (44,3% comparado a 33%); com uma proporção maior destes com escola secundária completa (3,3% comparado a 10%); e proporções menores tanto de bacharéis (11% comparado a 19%) quanto de mestrandos e/ou doutorandos (3,7% comparado a 10%).

Participação no Mercado de Trabalho e Desemprego

Dada a estrutura etária da população nativa, e principalmente esta da região da Nova Inglaterra, os imigrantes são cada vez mais uma importante fonte de mão de obra. A imigração internacional reverteu o quadro de declínio da força de trabalho na região bem como em Massachusetts sendo responsável pelo crescimento da mão de obra nas três últimas décadas. Os brasileiros, com as maiores taxas de participação no mercado de trabalho (83,7%) são importante parte desta força de trabalho. Os outros imigrantes assim como os nativos tem taxas menores, 68 e 66,6 por cento respectivamente. A participação tanto dos homens quanto das mulheres brasileiras superam em grande medida estas dos homens e mulheres imigrantes e nativos: 90,7 por cento dos homens brasileiros participam no mercado de trabalho comparado a 68 por cento para os outros imigrantes e 66,6 por cento para a população nativa. Quanto as mulheres, embora as brasileiras tenham participação menor (75%) do que os brasileiros, elas se fazem presente neste mercado em maior números do que as mulheres imigrantes (60,1%) e as nativas (61,9%).

Quando a participação na força de trabalho é avaliada em relação a proficiência na língua inglesa, os brasileiros tem maior grau de participação do que os outros imigrantes independentemente da sua proficiência.

As taxas de desemprego da população brasileira residente em Massachusetts são mais baixas do que estas dos brasileiros residindo fora do estado (3,5% comparado a 3,8%). Elas são também menores do que estas dos outros imigrantes (4,3%) e da população nativa (4%) residente no estado. O mesmo ocorre quando os homens são comparados: 3,3 por cento dos brasileiros residentes no estado estão desempregados comparado com 4,4 por cento para os outros imigrantes e 4,8 por cento para os trabalhadores nativos. No entanto, quando as mulheres são comparadas as brasileiras tem taxa de desemprego (3,8%) menor do que esta das mulheres imigrantes (4,2%) mas maior do que esta das mulheres nativas (3,3%).

Emprego por Características Demográficas

 
Os brasileiros residentes em Massachusetts tem uma proporção maior da sua população empregada (79,8%) quando comparada a taxa de emprego entre os brasileiros a nível nacional (72%) assim como aos outros imigrantes (63,6%) e os nativos (62,5%) residentes no estado. No entanto, quando a comparação se faz entre os naturalizados e não-naturalizados, os primeiros tem uma taxa inferior aos últimos, um padrão que é o inverso ao deste observado para a população brasileira a nível nacional.

Assim como ocorre ao nível nacional, os imigrantes brasileiros chegados antes de 1980 tem uma taxa menor de emprego (65,6%) do que estes que chegaram entre 1980 e 1989 (78,5%); entre 1990 a 1999 (79,9%); e entre 2000 e 2007 (80,8%). O mesmo padrão ocorre no caso dos outros imigrantes residentes no estado: 50,8 por cento durante o primeiro período; 70,7 por cento entre 1980 e 1989; 70,4 por cento entre 1990 e 1999; decrescendo entre 2000 e 2007 para 63,1 por cento.

Compatível ainda com os brasileiros no resto do país, a grande maioria dos brasileiros de Massachusetts estão empregados independentemente dos seus níveis de proficiência em inglês, variando de 75,2 por cento para os que falam somente inglês a 81,9 por cento para aqueles que não falam inglês. Para os outros imigrantes esta relação se inverte de 61,6 por cento para aqueles que falam somente inglês e 45,8 por cento para aqueles que não falam a língua. Esta diferença pode ser explicada talvez pela maior abundancia de oferta de empregos em mercados que exigem baixa qualificação e a recusa de alguns brasileiros com certa fluência e qualificação, mas sem documentos, ocuparem estas posições.

Outro aspecto importante é o emprego por grau de instrução. Aqui novamente há uma inversão quando os trabalhadores brasileiros de Massachusetts são comparados ao restante dos brasileiros residindo fora do estado. Enquanto que a nível nacional, os brasileiros com diploma universitário ou mais avançado tem uma taxa superior de emprego, em Massachusetts aqueles com mestrado e/ou doutorado tem uma menor taxa (78,4%) quando comparados com aqueles com um nível de educação menor que a escola secundária (81,8%); a escola secundária completa (81%); e bacharelato (86,8%).

Por fim, assim como o resto dos brasileiros, os brasileiros inquilinos em Massachusetts tem uma taxa maior de emprego (83,7%) do que estes que são proprietários (71,3%). Estas taxas são maiores do que as taxas para o conjunto dos brasileiros (75% para os inquilinos e 67% para os proprietários).

Categoria de Trabalhador

Os brasileiros residentes em Massachusetts tem uma taxa menor de trabalho autônomo (12,3%) do que esta dos outros brasileiros residentes no país (13%). Esta taxa é muito maior do que a taxa dos outros imigrantes (6%)[14] e dos nativos (6,8%).[15] As mulheres brasileiras residentes no estado tem taxas mais altas (19,7%)[16] quando comparadas com a população dos brasileiros[17], dos imigrantes,[18][19] e dos nativos tanto homens[20] quanto mulheres.[21]


A maioria dos brasileiros (86%) trabalham em empresas privadas comparados a 87,2 por cento dos outros imigrantes e 79,1 por cento dos nativos. Enquanto 93 por cento dos homens brasileiros trabalham em empresas privadas somente 76,8 por cento das mulheres brasileiras o fazem.


Assim como ao nível nacional, a participação dos brasileiros no setor governamental é muito pequena (1,5%) com somente 0,8 por cento dos homens e 2,8 por cento das mulheres empregados neste setor. Esta participação é também diminuta comparada a taxa dos outros imigrantes (6,7%) e principalmente a esta da dos nativos (13,9%). O mesmo acontece quando o corte se dá por gênero com tanto os homens imigrantes quanto os nativos apresentando taxas maiores de emprego no setor público do que esta da dos brasileiros (5,2% e 12,6% respectivamente). As mulheres imigrantes tanto quanto as mulheres nativas apresentam também taxas mais altas do que esta das brasileiras (8,3% e 15,7% respectivamente).

Emprego por Categoria de Ocupação

A maioria dos trabalhadores brasileiros residentes no estado ocupam posições relativas aos serviços (46%) seguido de ocupações de construção, extração, manutenção e reparação (19,6%), produção, transporte e transporte de materiais (12,8%) e vendas e trabalho de escritório (12,3%). Com menor expressão encontram-se as ocupações de gerência, e ocupações profissionais (9,1%) seguidas por último por ocupações ligadas a agricultura, pesca, e silvicultura (0,2%). Esta distribuição é diferente da desta dos outros imigrantes[22] e a dos nativos.[23] Tanto os primeiros quanto os segundos estão concentrados em ocupações relativas a gerência, e ocupações profissionais (35% e 42,8% respectivamente). A seguir, os outros imigrantes ocupam posições relativas a vendas e trabalho de escritório (16,9%) e produção, transporte e transporte de materiais (14,6%); enquanto que os nativos concentram-se nas ocupações relativas a vendas e trabalho de escritório (26,4%) e serviços (14,3%).

A distribuição entre os homens e mulheres brasileiros também varia. Os homens estão mais concentrados em ocupações de serviço (37,1%) e construção, extração, manutenção e reparação (32,1%) enquanto que as mulheres ocupam principalmente posições relativas aos serviços (59,4%) e vendas e trabalho de escritório (21,3%). Enquanto 10,4 por cento das mulheres brasileiras tem ocupações gerenciais e profissionais, somente 8,3 por cento dos homens brasileiros tem este tipo de ocupação.

Emprego por Tipo de Indústria

 

As quatro indústrias que concentram a maioria dos brasileiros residentes em Massachusetts são: artes, entretenimento e lazer, serviços de alojamento e alimentação (25,1%), construção (19%), serviços profissionais, científicos e de gestão e serviços de gestão administrativa e de resíduos (14,4%) e, outros serviços (11,9%). Esta distribuição é um pouco diferente da desta dos imigrantes brasileiros a nível nacional onde a indústria de maior concentração é a construção com artes, entretenimento e lazer, serviços de alojamento e alimentação ocupando a segunda posição. A terceira e quarta posições também se invertem.

Esta distribuição difere também das quatro mais populares indústrias entre os outros imigrantes[24] e os nativos.[25] Entre os primeiros, as quatro mais populares indústrias são: (1) serviços educacionais, de saúde e assistência social (11.7%), (2) manufactura (14,6%), (3) serviços profissionais, científicos e de gestão e serviços de gestão administrativa e de resíduos (13,7%) e, (4) artes, entretenimento e lazer, serviços de alojamento e alimentação (23,6%%). Para os segundos, esta distribuição acompanha a ordem a seguir: (1) serviços educacionais, de saúde e assistência social (25,7%), (2) serviços profissionais, científicos e de gestão e serviços de gestão administrativa e de resíduos (12%), (3) comércio varejista (11,3%), (4) manufatura (9,4%).

Por fim, a distribuição do emprego brasileiro por indústria também varia entre homens e as mulheres. Os homens tem uma tendência maior ao emprego nas indústrias da construção (30,7%) enquanto as mulheres estão empregadas principalmente nas indústrias relacionadas as artes, entretenimento e lazer, serviços de alojamento e alimentação. A seguir, os homens concentram-se nas indústrias relacionadas as artes, entretenimento e lazer, serviços de alojamento e alimentação (25,2%); serviços profissionais, científicos e de gestão e serviços de gestão administrativa e de resíduos (12%); e manufatura (8,2%), enquanto que as mulheres aglomeram-se nas indústrias relacionadas aos outros serviços (20,9%); serviços profissionais, científicos e de gestão e serviços de gestão administrativa e de resíduos (18,95); e serviços educacionais, de saúde e assistência social (14,7%).

Trabalho Autônomo e Empreendedorismo

 

Como referido anteriormente, os brasileiros residentes em Massachusetts têm uma taxa menor de trabalho por conta própria (12,3%) do que os outros brasileiros residentes no país (13%). No entanto, esta taxa é muito maior do que a taxa de auto-emprego dos outros imigrantes (6%) e dos nativos (6,8%). As mulheres brasileiras residentes no estado tem taxa mais alta (19,7%) quando compradas com a população dos outros brasileiros, dos imigrantes, e dos nativos tanto homens quanto mulheres.

Massachusetts concentra cerca de 28 por cento de todas as 3,700 empresas brasileiras no país seguido pela Nova Jersey (27%) e a Flórida (21%).

Estas empresas, na sua maioria, concentram-se nos ramos do comércio varejista (retail trade), hospedagem e serviços de alimentação (accomodations and food services), e outros serviços (other services).

Rendimento Médio

 
Os brasileiros residentes em Massachusetts, com tempo integral com 16 anos ou mais de idade, em 2007, tiveram uma remuneração média de $28.130 dólares o que é uma remuneração mais baixa do que a média nacional para os outros brasileiros ($31.571 dólares). Ela é também muito menor do que esta da dos outros imigrantes e esta da população nativa residente no estado ($37.867 dólares e $50.595 dólares respectivamente).

Quando comparada por gênero, a renda dos homens brasileiros é maior ($31.152 dólares) do que esta das mulheres brasileiras ($23.950 dólares). A renda das mulheres brasileiras é menor ainda do que esta da dos homens imigrantes ($42.356 dólares) e dos nativos ($55.896 dólares) assim como desta das mulheres imigrantes e nativas ($32.904 dólares e $43.161 dólares respectivamente).

A Renda Pessoal por Características Demográficas

 Em 2007, a renda média pessoal para os brasileiros ($22.720 dólares) foi menor do que esta dos demais brasileiros residentes nos Estados Unidos ($24.286 dólares). Ela é também menor do que estas dos outros imigrantes e dos nativos residentes no estado ($25.298 dólares e $30.525 dólares respectivamente). Os homens brasileiros tiveram uma renda superior ($26.310 dólares) a renda média dos brasileiros como um todo ($22.720 dólares) e esta das mulheres brasileiras residentes em Massachusetts ($16.970 dólares) mas inferior a esta dos homens imigrantes e nativos ($31.042 dólares e $40.355 dólares respectivamente). A renda das mulheres brasileiras é a mais baixa renda de todos os grupos com as mulheres imigrantes ganhando um pouco mais ($19.907 dólares) e as mulheres nativas ganhando 27 por cento mais do que as brasileiras ($23.282 dólares).

Os brasileiros naturalizados tiveram uma renda inferior ($25.966 dólares) a esta dos imigrantes naturalizados ($27.827 dólares) mas superior a esta dos não-naturalizados brasileiros ($21.747 dólares) e dos imigrantes não-naturalizados ($23.369 dólares).

Os brasileiros chegados antes de 1980 apresentam uma renda superior ($36.216 dólares) a esta dos brasileiros chegados entre 1980 a 1989 ($25.868 dólares); os chegados entre 1990 e 1999 ($25.966 dólares); e estes chegados entre 2000 e 2007 ($21.097 dólares) indicando uma relação direta entre tempo de residência e renda. A renda dos brasileiros chegados antes de 1980 é a maior renda não só entre os brasileiros mas também entre todos os outros imigrantes que tem renda maior entre estes chegados entre 1980 e 1989 ($30.294 dólares).

Os brasileiros que falam somente inglês tiveram uma renda menor ($22.040 dólares) do que esta daqueles que não falam inglês ($22.764 dólares) enquanto que aqueles que falam inglês muito bem tiveram renda maior ($25.298 dólares). Quando comparados aos outros imigrantes, os brasileiros ganham menos entre aqueles que falam somente inglês ($31.042 dólares comparado a $22.040 dólares respectivamente) assim como aqueles que falam inglês muito bem ($33.112 dólares comparado a $25.298 dólares respectivamente) e aqueles que falam bem ($24.834 dólares comparado a $22.764 dólares). No entanto, eles tem uma renda superior a esta dos outros imigrantes que falam mas não bem ($21.638 dólares comparado a $17.591 dólares) e aqueles que não falam inglês ($22.764 comparado a $12.446 dólares). Estes últimos, brasileiros que não falam inglês, tem renda superior a esta da dos brasileiros que não falam bem e igual a estes que falam bem.

Por fim, seguindo o padrão nacional, os brasileiros assim como os outros imigrantes e os nativos proprietários das suas casas tiveram uma renda maior do que esta da dos inquilinos. Os proprietários brasileiros tiveram uma renda de $25.868 dólares enquanto os outros imigrantes tiveram renda de $32.457 dólares e os nativos $36.785 dólares. Os brasileiros locatários tiveram renda superior ($21.857 dólares) a esta da dos outros locatários imigrantes ($20.556 dólares) e inferior a deste dos nativos ($22.262 dólares).

Renda Domiciliar, Renda Familiar e Nível de Pobreza

 
Em 2007, os domicílios brasileiros tiveram renda superior ($55.353 dólares) a este dos domicílios chefiados por outros imigrantes ($54.134 dólares) e inferior a desta dos domicílios chefiados por nativos ($63.319 dólares). A renda familiar brasileira é no entanto, a menor dos três grupos. As famílias brasileiras receberam em 2007 a menor renda média ($51.705 dólares) comparada a estas das famílias dos outros imigrantes ($61.175 dólares) e das dos nativos ($80.824 dólares).

Os brasileiros, tanto as famílias (6,6%) quanto os indivíduos (9,9%), tem um nível de pobreza menor do que este dos outros imigrantes (11% e 13% respectivamente) e maior do que este dos nativos (6,4% e 9,6% respectivamente). 

Condição em Relação a Propriedade Domiciliar e as Características da Habitação

 
Seguindo a mesma tendência que a população brasileira a nível nacional, os brasileiros residentes em Massachusetts tem uma proporção menor de proprietários do que os outros imigrantes e a população nativa: apenas 29,1 por cento dos brasileiros são proprietários comparados a 50,5 por cento dos outros imigrantes e 67,6 por cento dos nativos. Este índice é também mais baixo do que este da população brasileira como um todo (39%). Os brasileiros proprietários tem custos altíssimos de despesas mensais com moradia, isto é custos que excedem 30 por cento da renda domiciliar, do que estes dos outros imigrantes e dos nativos. Quase 69 por cento dos brasileiros tem custos desta magnitude comparado com 43,6 por cento dos proprietários imigrantes e 33,8 por cento dos nativos. Os brasileiros locatários no entanto, tem uma porcentagem menor de domicílios em tais condições (45,9%) comparado a 47,9 por cento e 47,3 por cento para os outros imigrantes e nativos respectivamente.

Os brasileiros tem ainda uma alta porcentagem de seus membros vivendo em condições de habitação superlotadas (crowded housing conditions), ou seja moram em unidades habitacionais com 1,01 ou mais ocupantes por compartimentos. Cerca de 7,3 por cento dos domicílios brasileiros vivem em tais condições enquanto este número para os outros imigrantes é de 4,9 por cento e 0,7 por cento para os nativos.

Contribuição Econômica

 

Os brasileiros contribuem para a economia de seu país de origem assim como para estas dos países receptores através da sua capacidade empreendedora, do seu trabalho, dos seus gastos enquanto consumidores, das suas remessas e investimentos. Há também uma forma de contribuição menos estudada e divulgada que é o “subsídio” à economia dos países receptores resultante do fato que estes não arcam com os custos da produção e reprodução da força de trabalho imigrante. 

Contribuição Econômica dos Empresários Imigrantes Brasileiros

 
Os imigrantes brasileiros são donos de mais de 3.792 pequenas e médias empresas com cerca de 28 por cento destas localizadas em Massachusetts. A maioria destas empresas estão concentradas no comércio varejista, acomodação e serviços alimentícios, e outros serviços.

Estas empresas registram receitas anuais de $272 milhões de dólares e contribuem $179 milhões de dólares para o produto regional bruto. Elas empregam 2.756 pessoas diretamente além de criarem 1.756 empregos indiretos. Elas contribuem ainda $12,8 milhões de dólares em impostos estaduais e federais.

 Contribuição Econômica dos Trabalhadores e Consumidores Imigrantes Brasileiros

 O impacto econômico medido tanto pela contribuição dos trabalhadores brasileiros para o produto bruto regional quanto pelos gastos com o consumo da população brasileira residente no estado, demonstra a importância dos brasileiros para a economia de Massachusetts.

Coletivamente, eles contribuem $1 bilhão para o produto bruto regional,[8] mais de $1 bilhão em gastos com consumo e $295 milhões em impostos estaduais e federais. Estas contribuições, implicam na criação de mais de 9.500 empregos diretos para a economia do estado. 

Contribuição Econômica do “Subsídio” dos Imigrantes Brasileiros às Economias dos Países Receptores

 
Em geral, as discussões sobre a contribuição dos imigrantes para as economias dos países receptores são circunscritas aos aspectos relacionados acima. No entanto, esta discussão deve ser ampliada para que se introduza um fato fundamental a respeito do trabalhador imigrante: ele vem de fora, de outros países. Isto significa dizer que as discussões focam na produção, naquilo que o imigrante produz. É igualmente importante considerar também a reprodução da força de trabalho, levando-se em consideração os custos associados a criação desta força de trabalho – os custos incorridos antes desta se tornar produtiva. Esta análise implica ainda a inclusão dos custos associados a fase pós-produtiva, ou seja, a aposentadoria.[9]

Ao considerar os ciclos de produção e reprodução da força de trabalho, o trabalho imigrante ganha outra dimensão, ele representa uma transferência de recursos das sociedades de origem para estas de destino. Por exemplo, os investimentos feitos pelas sociedades dos países de origem na educação da mão de obra que se torna emigrante representa um subsídio direto público ou privado dependendo do tipo de educação. Assim, os países de origem arcam com os custos de criação da mão de obra, enquanto os países de destino recebem os benefícios da sua produção.

Para ilustrar este fenômeno de forma concreta, podemos utilizar o relatório de autoria do economista Alan Clayton-Mathews, publicado pelo Immigrant Learning Center de Malden, Massachusetts, intitulado “Massachusetts Immigrants by the Numbers.” Segundo os dados deste relatório que são os dados oficiais do censo americano, existem 218.418 imigrantes com idade acima de 25 anos residindo em Massachusetts. Desta população, 56.352 (25,8%) tem diploma do ensino médio, 7645 (3,5%) tem diploma de dois anos de curso superior, 42.810 (19,6%) tem diploma de bacharelato, 34.728 (15,9%) tem mestrado e 10.702 (4,9%) tem doutorado. Considerando o custo médio da educação pública em Massachusetts para cada um desses níveis, estes imigrantes “trazem” com eles cerca de $31 bilhões de dólares em investimentos educacionais.[10]
A aposentadoria da força de trabalho é a outra ponta da reprodução desta. Aqui, o relatório mostra que os imigrantes de Massachusetts quando comparados a população nativa tem metade da probabilidade de receber qualquer tipo de pensão, públicas ou privadas, o que significa, segundo o mesmo relatório, que “… os imigrantes são financiadores líquidos do sistema de segurança social … [e] são mais propensos a trabalhar e a contribuir para o programa durante um período de tempo mais longo do que os nativos e menos prováveis a utilizar o programa do que estes.” Um artigo anterior do New York Times citando o relatório anual de 2008 do Social Security corrobora este ponto. O artigo credita os imigrantes indocumentados como contribuindo para fechar cerca de 15 por cento do déficit projetado para o sistema de segurança social americano.[11]

Contribuição Econômica das Transferências e Investimentos dos Brasileiros

 xxxxxxxxx

 

O Impacto do 11 de Setembro e da Crise Econômica Americana

 

Os eventos ocorridos em 11 de Setembro de 2001 mudaram consideravelmente a política imigratória dos Estados Unidos sendo esta incorporada ao Department of Homeland Security (DHS) e tratada desde então como questão de segurança nacional. O fluxo de entrada clandestino oriundo do Brasil que conheceu seu pico no ano 2000, quando o DHS registrou a detenção de mais de 54.000 brasileiros diminuiu drasticamente a partir de 2005, quando intensificou-se a militarização da fronteira Americana. Neste ano, 31.000 brasileiros foram detidos tentando a travessia e, em 2008, apenas 977 foram presos (DHS, 2009).

A recente crise econômica, a intensificação de ações punitivas contra imigrantes indocumentados e seus empregadores, além do controle mais efetivo das fronteiras referido acima, tem impactado a vida dos imigrantes negativamente. No entanto, aparte de casos individuais de pessoas voltando para o Brasil, a imensa maioria dos imigrantes brasileiros estão achando formas de manterem-se no país. Estas decisões resultam de uma série de considerações que tem a ver com o custo do retorno para o Brasil, o custo de uma eventual volta para os Estados Unidos, dívidas assumidas, a interrupção de processos legais imigratórios em andamento, as condições familiares vigentes incluindo filhos nascidos nos Estados Unidos, ou simplesmente a crença de que a crise nos Estados Unidos é menos severa do que a situação econômica reinante nas regiões de onde procedem no Brasil.

Altos níveis de migração criam ansiedade grande no seio da população americana. Divisões profundas, diferenças genuínas de opinião, e manipulações para ganho político ajudam a entender porque as diversas propostas de reforma imigratória tem encontrado barreiras intransponíveis.

A comissão independente estabelecida em 2006 para estudar a questão da imigração (“Task Force on Immigration and America’s Future”) co-presidida por Spencer Abraham e Lee H. Hamilton, concluiu que o nível de imigração necessária para sustentar a economia americana é de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas/ano (o nível tem sido de 1,8 milhões). Esta comissão reconheceu que a imigração é crítica para a manutenção da vitalidade da economia americana dado o envelhecimento da força de trabalho americana. São poucos os trabalhadores nativos entrando no mercado de trabalho ao mesmo tempo que mais de 10 milhões de trabalhadores qualificados deixarão este mercado até 2015. A comissão também reconheceu que a geração “Baby Boom” acaba de completar 62 anos de idade e começa a fazer uso dos benefícios sociais (Social Security) provocando o crescimento da proporção entre idosos e estes em idade de trabalho de 240 por 1.000 para 411 por 1.000 – um gap que será necessariamente preenchido por imigrantes. Por fim, a comissão ressaltou que as experiências de reformas do passado foram ineficazes: 

  • A legislação de 1952 – “Immigration and Nationality Act” – que impôs sanções sobre aquelas pessoas que ajudassem ou abrigassem imigrantes não autorizados não funcionou e terminou isentando o emprego destes imigrantes da categoria de “abrigo de imigrantes indocumentados;”
  • A reforma de 1986 com a passagem do “Immigration Reform and Control Act (IRCA),” deveria, supostamente, corrigir as falhas da legislação de 1952. Os principais elementos desta reforma – maior controle das fronteiras, sanções aos empregadores, e legalização – provaram ser bastante ineficazes no controle do fluxo migratório não autorizado;
  • O Homeland Security Act de 2002 repete estes mesmos princípios mas novamente o controle da imigração não autorizada se mostra ineficaz.

 A comissão conclui que os “Estados Unidos não tem a capacidade de compelir a saída de uma porcentagem significativa dos milhões de imigrantes indocumentados, muitos dos quais vivem e trabalham nos Estados Unidos há anos e tem filhos que são cidadãos americanos.” Para a comissão, “os benefícios da imigração avançam significantemente os interesses nacionais dos Estados Unidos no Século XXI. No entanto, o aproveitamento destes benefícios no longo prazo requer o re-pensar das políticas e do sistema de manejo da imigração.”

É claro para a maior parte dos observadores que o controle do fluxo migratório clandestino nos Estados Unidos não passa somente por políticas de segurança e patrulhamento das fronteiras, mas também por uma série de reformas legislativas e econômicas, complicando assim, o jogo político neste campo.

Os fatores citados acima levaram alguns observadores a interpretar o retorno dos brasileiros como um processo de “êxodo” que a imprensa americana repetiu ad nauseam. A estória do “êxodo” apresenta no entanto várias falhas na sua lógica.[12] As razões citadas como causa do “êxodo” dos brasileiros incluem:

  •  A recessão econômica nos Estados Unidos torna difícil o emprego para os imigrantes;
  • A inflação nos Estados Unidos faz com que a vida dos imigrantes se torne mais cara reduzindo seu nível de vida e de remessas;
  • A depreciação do dólar em relação ao real reduz ainda mais o valor destas remessas;
  • A atuação agressiva das autoridades americanas dificulta a procura de emprego aumentando as dificuldades econômicas dos imigrantes;
  • O crescimento da economia brasileira aumenta a atração dos brasileiros imigrantes pela volta.

 Embora todos os aspectos citados sejam reais, eles não obedecem a linearidade implícita no argumento. Por exemplo, a recessão da economia dos Estados Unidos, não implica que, em termos comparativos, a economia brasileira apresente maiores oportunidades para os trabalhadores imigrantes brasileiros, particularmente nas regiões de origem destes – o crescimento da economia brasileira não implica necessariamente num crescimento da economia destas regiões. Empregos com boa remuneração, remuneração compatível com a que os imigrantes brasileiros comandam nos Estados Unidos, continuam escassos nestas regiões mesmo que a economia nacional esteja num período de boom.

A inflação americana, bastante moderada, não implica o retorno ao Brasil, porque mesmo considerando uma depreciação no valor aquisitivo do dólar, os salários pagos no setor informal americano excedem o salário mínimo no Brasil por muito, principalmente este pago a trabalhadores não qualificados nas regiões de origem de parte significativa dos brasileiros que vivem nos Estados Unidos. Por outro lado, o efeito imediato da depreciação do dólar é o aumento da carga de trabalho dos brasileiros imigrantes de forma a manter o seu nível de vida e de remessas anteriores e não a volta.

Por fim, o clima criado pela atuação agressiva das autoridades americanas aumenta a probabilidade de volta dos brasileiros imigrantes mas essa decisão não é tão fácil quanto parece pois envolve uma série de fatores já referidos anteriormente, além dos custos e riscos de uma eventual volta que esta própria política agressiva cria. 
 O clima econômico nos Estados Unidos juntamente com a atitude agressiva das autoridades americanas tem forçado alguns brasileiros a retornar. No entanto, não há indício de “êxodo.” Segundo dados do American Community Survey (ACS), a população imigrante brasileira quase dobrou em Massachusetts entre 2000 e 2011 (80%). Segundo a mesma fonte, entre 2000 e o ano de maior estoque, 2005, a população brasileira no estado aumentou 131 por cento. No entanto, nos últimos anos esta população vem diminuindo com o estoque registrando em 2011 seu menor número desde 2005 (65.952). Quando comparado a 2005, o estoque de brasileiros no estado em 2011 diminuiu cerca de 29 por cento.[1] No entanto, no mesmo período aumentou de 328.510 para 320.861 indicando talvez um deslocamento interno no país, de um estado para outro, mais plausível do que um “êxodo” de Massachusetts para o Brasil.

 A crise atual tem duas faces como mostrado anteriormente e ilustrado no artigo do Milford Daily News relatando a história de um trabalhador brasileiro da construção civil em Massachusetts. Ela, por um lado, cria pressões que reforça a volta, por outro, ela aumenta o custo desta.

Referências


  1.  American Community Survey (ACS) 2005-2009.
  2.  Segundo o mesmo estudo, neste ano, 2002, o estado americano com a maior concentração de brasileiros era a Flórida com 193.000 pessoas.
  3.  As regiões a seguir foram definidas utilizando as áreas geográficas definidas (statistical geographic areas) pelo Bureau do Censo americano como PUMAs (Public Use Microdata Areas). PUMAs são usados para a tabulação e disseminação de dados dos censos deceniais e do American Community Survey (ACS) Public Use Microdata Sample (PUMS) data. As PUMAS cobrem todo os Estados Unidos, Porto Rico, e as áreas das ilhas que contem uma populacão de 100,000 pessoas ou mais. Assim, os PUMAs para cada região são:
    • Boston e Regiao da Costa Norte: 00700, 00800, 00900, 01000, 01100, 01200, 01300, 02700, 02800, 02900, 03000, 03100, 03200, 03301, 03302, 03303, 03304, 03305, 03400, 03700,03800;
    • Região Metropolitana Oeste (Metro West): 00300, 00400, 00500, 00600, 01400, 01500, 02100, 02200, 02300, 02400, 02500, 02600, 03500, e 03600;
    • Região da Costa Sul (South Shore) e Cape Cod & Ilhas: 03900, 04100, 04100, 04200, 04300, 04400, 04500, 04600, 04700, 04800.

    Para visualizar estas áreas ver mapa em documento a seguir[1]

  4.  Todos os dados citados dizem respeito a média do período 2005-2007 utilizando como fonte o American Community Survey (ACS) a não ser se especificados em contrário.
  5.  Os “baby boomers” são pessoas nascidas durante o período da explosão demográfica após a II Guerra Mundial.
  6.  Os imigrantes contribuíram de forma substantiva para o crescimento da população da região da Nova Inglaterra entre 1980 e 2000. Embora sendo somente u10 por cento da população da região, os imigrantes representaram mais de um quarto do crescimento populacional deste 1980. Esta participação foi determinante no crescimento da população das cidades da região. Sem imigração, a população das 50 maiores cidades da região teria decrescido de 50.000 pessoas entre 1980 e 2000. Em vez disto, elas, juntas, registraram um crescimento de mais de 200.000 pessoas.
  7.  Segundo pesquisa do Professor Enrico Marcelli (2009), 71 por cento dos brasileiros adultos e 16 por cento dos seus filhos residentes na região metropolitana de Boston (BCQ-MSA) são indocumentados.
  8.  Cerca de metade do produto regional bruto pode ser atribuído a contribuição direta dos novos trabalhadores. Regional Multipliers – A User HAndbook for the Regional Input-Output Modeling Systems (RIMS II), 1997, U.S. Department of Commerce.
  9.  O antropólogo francês Claude Meillassoux, em sua obra “Maidens, Meal and Money,” enfatiza a importância de abordar a questão da imigração tanto do ponto de vista da produção quanto da reprodução da força de trabalho.
  10.  Lima, Alvaro e Nicholas S. Petschek. “Trabalhadores Imigrantes: Contribuintes ou Meros Receptores?. 2009 (artigo não publicado).
  11.  Além disto, poucos imigrantes são elegíveis para os benefícios relacionados a aposentadoria, seguro-desemprego, seguros de saúde e de incapacitação física, aumentando ainda mais as suas contribuições.
  12.  É preciso focar na lógica do argumento pois ele é apresentado sem suporte numérico, ou, quando estes são apresentados, não revelam fontes, ou estas, quando muito, são anedóticas.

Referências Bibliográficas



Ministério das Relações Exteriores – MRE. 2008. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC; http://www.digaai.org/wp/pdfs/estimativas_mundo.pdf

El Planeta. 2008. http://www.digaai.org/wp/pdfs/el_planeta.pdf

Marcelli, Enrico and Louisa Holmes. 2009. (In)visible (Im)Migrants: The Health and Socioeconomic Integration of Brazilians in Metropolitan Boston. San Diego State University.

Lima, Álvaro. Brasileiros na América. http://www.digaai.org/wp/pdfs/livro_pop_bra_us.pdf

Lima, Álvaro, Eugenia Garcia-Zanello, and Manuel Orozco, 2009. Brazilians in the U.S.: A look at Migrants and Transnationalism – LINK

Lima, Álvaro and Eduardo Siqueira. 2007. Brazilians in the U.S. and Massachusetts: A Demographic and Economic Profile. http://www.digaai.org/wp/pdfs/pop_bra_mass.pdf

Lima, Álvaro. 2007. Brasileiros Imigrantes em Boston. http://www.digaai.org/wp/pdfs/brazilian_profile.pdf

Lima, Álvaro. 2007. Brazilian Immigrants in Boston.

Lima, Alvaro e Nicholas S. Petschek. 2009. “Trabalhadores Imigrantes: Contribuintes ou meros Receptores?” (artigo não publicado).

Meillassoux, Claude. 1981. Maidens, Meal and Money. University of Cambridge. Cambridge.

U.S. Census Bureau. 2000. http://factfinder.census.gov/servlet/DTTable?_bm=y&-geo_id=01000US&-ds_name=DEC_2000_SF3_U&-_lang=en&-mt_name=DEC_2000_SF3_U_PCT019&-format=&-CONTEXT=dt

U.S. Census Bureau. 2000. U.S. 2000 Decennial Census. http://factfinder.census.gov/servlet/DTTable?_bm=y&-geo_id=01000US&-ds_name=DEC_2000_SF3_U&-_lang=en&-mt_name=DEC_2000_SF3_U_PCT019&-format=&-CONTEXT=dt

U.S. Census Bureau. 2007. American Community Survey (ACS) – 2005-2007. http://factfinder.census.gov/servlet/DTTable?_bm=y&-geo_id=01000US&-ds_name=ACS_2007_3YR_G00_&-_lang=en&-mt_name=ACS_2007_3YR_G2000_B05006&-format=&-CONTEXT=dt

U.S. Department of Commerce. 1997. Regional Multipliers – A User Handbook for the Regional Input-Output Modeling System (RIMS II).

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

VISUALIZING THE BRAZILIAN DIASPORA IN THE U.S.A.

This project was developed  in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University. 

As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under the supervision of Dharmesh Tarapore and Alvaro Lima, developed a platform to visualize the Brazilian population in the United States utilizing U.S. Census data.

The Spark team analyzed the different attributes in the data set of the U.S. Bureau of Census for the distribution of Brazilians in different states and tried to extract the best representative tags or features about Brazilians in an area. The tags were normalized and vectorized in order to perform a hierarchical clustering algorithm so that users could zoom in on the map to show more detailed information in the corresponding region.

A primary goal of the data visualization was to communicate information  clearly and efficiently via statistical graphics, plots, and information graphics. Numerical data was encoded using dots, lines, or bars, to communicate a quantitative message visually. Effective visualization helps users analyze and reason about data and evidence. It makes complex data more accessible, understandable, and useable. 

Besides the data from the U.S. Census Bureau, the project also uses data from Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE). Because MRE provides only a count of Brazilians in the U.S., we used the U.S. Census distribution of Brazilians by State and applied this distribution to the total population provided by the MRE.

 

To access the visualization click here: VISUALIZING THE BRAZILIAN DIASPORA

The project proposal can be accessed here: CS_506_Proposal

A final poster is available here: CS_506_Final_Poster.

A complete description of the project and its methodology can be founded here: CS_506_Final_Report.

Users may have particular analytical tasks, such as making comparisons or understanding causality and the design principle of the graphic followed these tasks.

Tables were generally designed so that users can look up a specific measurement. In contrast, charts of various types show patterns or relationships in the data for one or more variables. 

The front end of the visualization was designed so that the data could be displayed on a map and plotted on charts so that attributes could then be shown as the user moves the cursor of the mouse onto the area of a state in the browser or click on a attribute on the charts so that this attribute is displayed on the map.

The project was sponsored by Digaai, today, the Instituto Diaspora Brasil (IDB). 

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Londres

Enquanto o Censo Britânico de 2001 enumerava apenas 8 mil brasileiros morando em Londres, estimativas não oficiais punham este número entre 15.000 e 50.000 (Cwerner, 2001). Hoje, organizações brasileiras baseadas em Londres estimam que…

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

Giovana Costa

Giovana Costa, Boston, MA, Estados Unidos

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Brasileiros no Mundo

Alvaro Lima é Diretor de Pesquisas Econômicas e Sociais da Prefeitura de Boston. Foi Diretor de Pesquisas e Managing Director da Initiative for a Competitive Inner City (ICIC), uma organização fundada pelo Professor Michael Porter da Universidade de Harvard.  Foi ainda Diretor de Desenvolvimento Econômico da Urban Edge, corporação dedicada ao desenvolvimento econômico comunitário. Anteriormente, trabalhou como Chefe do Departamento Econômico do Ministério da Indústria e Energia em Moçambique. No Brasil, exerceu o cargo de Coordenador Regional de Projetos de Desenvolvimento no Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). Alvaro possui Mestrado em Economia pela New School for Social Research.

INTRODUÇÃO

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portuguesesitalianos  e espanhóis além de  japonesesalemãespoloneses e   sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes migratórias durante quatro períodos diferentes. O primeiro, de 1880 a 1903, quando entraram no país cerca de 1,9 milhão de europeus, sobretudo portuguesesespanhóis e alemães. O segundo, de 1904 a 1930, com entrada de outros 2,1 milhões, destacando-se entre eles a presença de italianospolonesesrussos e romenos. No terceiro, de 1932 a 1935, vieram os imigrantes japoneses. Por fim, entre 1953 e 1960, registrou-se uma imigração significativa de espanhóis, gregos e sírio-libaneses [1].

Depois desses grandes movimentos migratórios, o país se fechou, mantendo um fluxo líquido próximo a zero no intervalo entre o pós-guerra e os anos 1980.[2] Após um longo período de estabilidade migratória, na década de 1980, o Brasil experimentou pela primeira vez uma mudança negativa, passando de um país majoritariamente receptor a um país expulsor de população. [3]

No entanto, isso não quer dizer que o país tenha deixado de receber imigrantes. A partir da década de 1990, foi verificada a entrada de muitos imigrantes coreanos e latino-americanos[4]. Ao comparar os dados dos censos brasileiros de 2000 e 2010, é possível notar que o número de imigrantes internacionais não nascidos no Brasil nos anos 2010 era de 93.889, quase o dobro do apurado em 2000, quando este segmento totalizou 55.758 estrangeiros. Esse fluxo mais recente foi formado, sobretudo, por bolivianos, haitianos, angolanos, senegaleses, ganeses, portugueses e espanhóis.

O processo de emigração brasileira teve início na década de 1970 e sofreu crescimento abrupto ao longo da década de 1980. A década de 1990 representa um momento de estabilização relativa dos estoques com um declínio nos fluxos de saída. Esse processo retoma seu crescimento a partir de 2000. De acordo com o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais, mais de 2,5 milhões de brasileiros viviam fora do país em 1995. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima que em 2021 havia cerca de 4,4 milhões de emigrantes brasileiros espalhados por todos os continentes.[5]

 

Os emigrantes brasileiros, ao contrário de vários outros grupos de emigrantes, não estão fugindo de condições de pobreza absoluta ou de guerras civis, assim como também não são refugiados políticos à procura de asilo.[6] A maioria deles são oriundos de zonas urbanas e da classe média e classe média baixa, tendo muitos alcançado o nível de educação universitária[7]. A exceção corresponde somente aos trabalhadores agrícolas e aos garimpeiros que partiram para as regiões fronteiriças do Brasil.

Os emigrantes brasileiros, particularmente os saídos na década de 1980, fugiam principalmente da crise econômica que assolou o país e tornou impossível para a classe média manter seu padrão de vida. A “década perdida,”[8] como ficou denominado esse período, além de conhecer hiperinflação, foi marcada por profundos índices de desemprego, baixos salários, alto custo de vida e recessão econômica.

A situação econômica drástica pode ser exemplificada pelo fato de que durante este período o Brasil conheceu quatro moedas, cinco congelamentos de salários e preços e nove programas de estabilização econômica[9].

A emigração brasileira assume cada vez mais um caráter transnacional, isto é, os emigrantes brasileiros mantêm relações econômicas, sociais e políticas cada vez mais robustas com o Brasil e entre si em diversos países, aumentando a complexidade e impacto econômico, como é o caso das remessas monetárias (remittances), e também das remessas sociais (social remittances), como idéias, comportamentos e valores. Tais conceitos subjetivos, assim como as remessas econômicas, passam por constante vai e vem e desafiam as noções rígidas de fronteiras e culturas nacionais.[10]

Por fim, o processo emigratório envolve não somente aqueles que deixam o país para viver no exterior, mas também aqueles que, terminadas suas jornadas em outras terras, voltam – os chamados retornados. As crises econômicas internacionais e as políticas restritivas dos países receptores têm contribuído de forma frequente para estes fluxos de volta.

POR QUE OS BRASILEIROS EMIGRAM

A década de 1960 foi para o Brasil um período de incertezas políticas e oscilações econômicas. Se por um lado os militares assumiam a condução do país em 1964, por outro, esse período proporcionou altos índices de crescimento. Entre 1962 e 1967, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,2%; seguido por um aumento de 10% entre 1967 e 1970; 12,4% entre 1970 e 1973, e 8,3% (menor percentual em nove anos) entre 1973 e 1976[11]. O rápido crescimento do PIB, sobretudo em função do setor industrial, foi acompanhado de grandes transformações econômico-sociais.

A partir de 1979, a economia brasileira começou a sentir o impacto do aumento da taxa de juros internacionais e do segundo choque do petróleo, fatores que ocasionaram a maxidesvalorização de 1979. Tal conjuntura econômica foi responsável por um aumento significativo da taxa de inflação, que ultrapassou 50% ao ano e chegou a superar a casa dos três dígitos ao final de 1979.

No começo da década de 1980, o país passou por uma forte recessão econômica marcada por altas taxas de desemprego que se estenderam até o final da década.[12] Durante essa década e início dos anos 90, verificou-se uma grande redução de postos de trabalho na economia brasileira e o crescimento do trabalho informal. Acoplado ao cenário de desemprego e precarização do trabalho, o ano de 1990 experimentou novamente um processo inflacionário que atingiu a taxa de 1.765% ao ano.

Por fim, as reformas econômicas do Presidente Fernando Collor de Mello trouxeram mais desencanto do que resultados, principalmente para as classes médias.[13]

A crise e o impacto da reestruturação da economia mundial afetaram o mercado de trabalho brasileiro nos anos 90 e provocaram a queda da mobilidade social brasileira.[14]

Entre 1990 e 1992, registrou-se uma redução de 19% no nível de emprego assalariado formal e uma elevação do trabalho por conta própria e do trabalho doméstico[15]. Assim, conforme salientam Patarra e Baringer (1995), a migração interna, que foi sempre um elemento de absorção do excesso de mão-de-obra das várias regiões do país, não mais garantiu a mobilidade social, induzindo uma parcela significativa da classe média, principalmente os mais jovens, a buscar novas oportunidades nos Estados Unidos, Europa e Japão.

A recuperação econômica entre 1993 e 1995 foi insuficiente para alterar esse quadro econômico. No final da década, os juros altos, o aumento do desemprego e a diminuição na produtividade mantiveram a situação de crise. O período do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2001) foi marcado por muitas mudanças na esfera internacional, tais como o fim da guerra fria, a intensificação do fenômeno da globalização, além de um quadro financeiro internacional instável – crises mexicanas, asiáticas, russas e argentinas que abalaram a economia brasileira.

Brasileiros nos Estados Unidos

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil…

Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

Brasileiros em Portugal: De Volta Às Raízes Lusitanas

Ao longo de todo o século XX, o Brasil foi destino de cerca de um milhão e duzentos mil emigrantes portugueses. No entanto, no início do século XXI, o fluxo migratório inverte-se e Portugal passa a acolher um número significante de brasileiros. Segundo Carlos Vianna, Ex-presidente da Casa do Brasil…

Em anos mais recentes, novos fluxos se materializaram ….

Por fim, não podermos minimizar a importância de fatores como a violência urbana e a e as tensões sociais como motivos que influenciam a decisão de emigrar. Em várias pesquisas realizadas nos Estados Unidos, assim como em outros países, os emigrantes brasileiros apontam como causa importante da emigração a busca por uma vida melhor, objetivo este que engloba não só aspectos econômicos, mas também aspectos relacionados à qualidade de vida. Em pesquisa realizada pela empresa Synovate Brasil [16] em 2007, 55% dos emigrantes brasileiros entrevistados responderam que emigraram “à procura de uma vida melhor;” 12% alegaram ter emigrado para “recomeçar a vida;” 6% em busca de “melhor educação para os filhos;” e 4% “para fugir da violência.” Somente 24% emigraram por questões relacionadas a emprego. Desses, uma parte respondeu que foi em “busca de um salário maior” (11%); e outra em “busca de emprego” (10%). Um ano depois, a mesma empresa realizou uma nova pesquisa[17] para a Caixa Econômica Federal confirmando as mesmas razões para a emigração[18].

Complementando os estudos acerca das razões da emigração, outra pesquisa realizada entre brasileiros residentes em Massachusetts[19] indicou que 48% atribuiram como razão para a emigração a “busca por uma vida melhor” e 8% vieram “começar a vida” ou proporcionar uma melhor “educação aos seus filhos” (1%). Para 28% dos brasileiros entrevistados, as razões da emigração estiveram relacionadas ao trabalho, sendo que 20% emigraram “por um salário melhor” e 8% em “busca de emprego.”

Por outro lado, é necessário ressaltar que uma reestruturação no sistema produtivo das economias avançadas provocou um aumento da demanda por trabalhadores altamente qualificados e bem pagos[20] e, ao mesmo tempo, uma crescente

procura por trabalhadores manuais de baixa qualificação e remuneração. Dá-se então, uma bifurcação na estrutura do emprego das economias avançadas quanto ao salário, condições de trabalho, segurança e estabilidade.

É nesse quadro, via a emigração, que se opera a troca do trabalho que dá prestígio no Brasil pelo trabalho que paga melhor no exterior. Os emigrantes brasileiros, ainda que inseridos no mercado de trabalho informal dos países onde residem, conseguem rendimentos cerca de três a quatro vezes superiores aos que alcançariam no Brasil. Segundo a antropóloga Maxine Margolis (1994), a diferença entre o que os brasileiros ganham em uma semana nos Estados Unidos e o que ganhariam no Brasil é de quatro para um, ou seja, aquilo que os brasileiros ganham em uma semana nos Estados Unidos equivale ao rendimento de quatro semanas de trabalho no Brasil. No Japão, esta relação chega a ser de 5 a 10 vezes maior. Essa é, no entanto, uma ascenção truncada, pois geralmente significa a troca de status pela possibilidade de consumo maior[21].

Na década de 1980, o fluxo migratório de saída era oriundo principalmente das regiões Sudeste e Sul do Brasil representando aproximadamente 90% de todo o fluxo de saída. Na década de 1990, o fluxo oriundo dessas regiões caiu para aproximadamente 79%. Esse declínio ocorreu em função do aumento significativo da emigração da região Norte para a Guiana Francesa, Venezuela, Bolívia, Guiana e Suriname, e do aumento também significativo da emigração da região Nordeste para a Europa e para os Estados Unidos. Além disso, a emigração para os Estados Unidos tornou-se mais diversificada, incluindo novos estados de origem, como Goiás e vários estados do Nordeste.

Na metade da década de 1990, o fluxo de São Paulo para o Japão aumentou com a emigração dos

dekasseguis[22]. A partir de 1990, inverteu-se a direção do movimento populacional entre o Brasil e o Japão. O fluxo em novo sentido foi fortalecido por  mudanças na concessão de vistos de residência para filhos e netos de japoneses. Os vistos, concedidos por período de 3 a 5 anos, eram renováveis e tinhamo intuito de atrair trabalhadores que pudessem suprir a carência de mão de obra na crescente indústria japonesa.

Cada vez mais os brasileiros que emigram são oriundos dos centros urbanos e fazem parte das camadas médias da população. Hoje, mais de 16 estados brasileiros contribuem de forma expressiva para esse fluxo emigratório, sendo que os estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Catarina são os cinco estados mais representativos nesse movimento. No Censo Demográfico de 2010, o IBGE registrou a região Sudeste como a principal origem do fluxo emigratório com aproximadamente 49% dos emigrantes. São Paulo enviou 21,6% dos emigrantes, seguido de Minas Gerais, com 16,8%. O Rio de Janeiro, com 7,1%, ficou na quinta posição. Da região Sul partiram 17,2% dos brasileiros emigrantes, sendo 9,3% oriundos do Paraná, terceiro estado em importância na emigração. A região Nordeste contribuiu com 15%, com destaque para o estado da Bahia (5,3%). A região Centro-Oeste foi a origem de 12% dos emigrantes, sendo Goiás, com 7,2%, o quarto estado em emissão de pessoas. A região Norte foi origem de apenas 6,9% da emigração.

O mesmo Censo, registrou 193 países de residência dos brasileiros, os primeiros 25 concentravam 94% do total de emigrantes. Os principais países de destino desse fluxo são os Estados Unidos (24%) – cujo fluxo é oriundo de Minas Gerais (43%), Rio de Janeiro (31%), Goiás (23%), São Paulo (20%) e Paraná (17%) – seguido de  Portugal (13%), segunda opção para os emigrantes oriundos de Minas Gerais (21%) e do Rio de Janeiro (9%). A Espanha (9%), Japão (7%), Itália (7%) e Inglaterra (6%) representam os outros países de maior concentração de emigrantes brasileiros. A Espanha é a segunda opção de destino para os goianos (20%), enquanto o Japão continua recebendo, na sua maioria, emigrantes oriundos de São Paulo e Paraná, respectivamente 20% e 15%.  Finalmente, os países vizinhos (Guiana FrancesaVenezuela e Bolívia), recebem emigrados do Amapá, Roraima e Acre, enquanto os países das fronteiras centro-sul (Argentina, Paraguai e Bolívia) são destinos para emigrantes do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

QUANTOS SOMOS E ONDE VIVEMOS

A mensuração dos emigrantes brasileiros em um determinado país é difícil porque (1) os registros sobre as saídas de brasileiros são muito precários; (2) poucos são os países que têm estatísticas confiáveis sobre o número de imigrantes em seu território, já que muitos estão em condições irregulares; e (3) o tipo de informação obtida refere-se ao estoque, isto é, ao volume acumulado de imigrantes residentes no país na data do censo. Assim, as informações sobre o número de brasileiros vivendo no exterior são contraditórias e, dependendo da fonte, apresentam grande variação, como veremos a seguir.

Utilizando técnicas indiretas, o pesquisador José Alberto Magno de Carvalho (1996), com base nos censos brasileiros de 1980 e 1991, estimou que 1,8 milhões de pessoas com mais de dez anos de idade deixaram o país na década de 1980. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “descobriu” no censo brasileiro de 1991 uma ausência estatística de cerca de 1,4 milhões de pessoas entre as idades de 20 e 44 anos. Carvalho (2004), considerando o saldo migratório internacional do Brasil entre 1990 e 2000, referente à população com 10 anos ou mais de idade, calcula que este saldo seria negativo em aproximadamente 500 mil pessoas.

Entretanto, mesmo com toda dificuldade de estimar os saldos migratórios, pode-se dizer com alguma certeza que de 1980 a 2000, o Brasil perdeu no mínimo uma população de aproximadamente 2 milhões de pessoas. O Ministério das Relações Exteriores estima que em 2022 cerca de 4,5 milhões de imigrantes brasileiros estavam concentrados em grande parte na América do Norte (45,19%), Europa (32,42%), América Central e Caribe (0,18%), América do Sul (14,06%), Ásia (4,83%), África (0,87%), Oriente Médio (1,29%) e Oceania (1,16%). Na América do Norte, os Estados Unidos têm a maior concentração de imigrantes brasileiros, representando cerca de 41,3% do total dos imigrantes brasileiros e 91,4% da população brasileira do continente. O Canada e o México seguem a distancia, com 6,4% e 2,2%, respectivamente.  Clicar nos links a seguir para acessar os documentos do MRE, a evolução da população brasileira no exterior e o mapeamento dos dados.

A evolução do número de brasileiros imigrantes nos países da América do Sul indica, principalmente a partir de 1980, uma nova situação do Brasil no contexto regional. O Paraguai tornou-se o país da região com maior concentração de imigrantes brasileiros (39,3%), seguido da Argentina (13,9%), Guiana Francesa (14,1%), Uruguai (9,1%), Bolívia (8,7%) e Suriname, Chile e Colômbia com (4,6%), (2,9%) e (1,8%) respectivamente.

A imigração brasileira para a Europa tem se intensificado nos últimos vinte anos. Portugal (24,1%), Reino Unido (14,7%), Itália (10,5%), Espanha (11,1%), Alemanha (10,7%), França (6,0%), Suiça (4,3%), Irlanda (5,4%) e Países 

Baixos (5,1%) abrigam os maiores contingentes populacionais brasileiros no continente.

Na Ásia, o Japão é o país com quase a totalidade da população brasileira residente no continente (93,2%), constituindo a terceira maior comunidade imigrante nesse país.

As populações de brasileiros na África, no Oriente Médio e na Oceania são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Na ÁfricaAngola reúne 68,2% da população brasileira do continente. O Líbano (35,4%), Israel (23,6%), Palestina (10,1%) e os Emirados Árabes Unidos (16,3%) acolhem a maioria da população brasileira do Oriente Médio. Já na Oceania, 87,3% dos imigrantes brasileiros vivem na Austrália e os outros 12,7% na Nova Zelândia.

Como apontado anteriormente, o Ministério das Relacões Exteriores do Brasil (MRE)  estima a existência de cerca de 4,5 milhões de emigrantes brasileiros no ano de 2022. Essas estimativas, como explica o MRE, “buscam levar em conta vários fatores, como: dados oficias fornecidos por autoridades migratórias locais; censos oficiais; número de eleitores registrados na jurisdição, número de matriculados nos consulados; sondagens junto à comunidade; solicitações de passaportes e outros documentos por brasileiros; movimento geral da repartição e de consulados itinerantes; dados disponíveis sobre a saída do país e retorno de brasileiros;  percentuais de redução de remessas; publicações da Organização Internacional para Migrações (OIM); estudos da OCDE; trabalhos acadêmicos e artigos na imprensa além da compilação das respostas à pergunta específica que constou do último censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 sobre o número de familiares residentes em outros países.

Censo Brasileiro de 2010 incluiu um bloco de perguntas visando conhecer de forma mais detalhada o fenômeno da emigração brasileira. O IBGE estima que 491.645 brasileiros vivem no exterior, reconhecendo que este número sub-enumera tal população. Entre outros fatores para essa sub-enumeração, o IBGE cita a possibilidade de que (1) todas as pessoas que residiam em determinado domicílio tenham emigrado; (2) que aquelas que ficaram no território brasileiro tenham falecido; ou (3) que aqueles que há muito tempo encontram-se no exterior tenham sido desconsiderados.

Finalmente, a Organização Internacional para as Migrações – OIM no seu Perfil Migratório do Brasil de 2009 estimou que há entre 2,5 milhões a 4 milhões de brasileiros vivendo fora do país, na sua maioria nos Estados Unidos, Paraguai, JapãoReino Unido e Portugal.

Como pode ser inferido, a base de estimativa da população brasileira emigrante é bastante precária, variando de fonte a fonte em escala bastante apartada.

AMÉRICA DO NORTE

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (2022), na América do Norte, os Estados Unidos têm a maior concentração de imigrantes brasileiros. Os 1,9 milhões de brasileiros que residem no país representam cerca de 42,1% dos imigrantes brasileiros e 91,4% da população brasileira no continente. O Canadá e o México seguem à distância, com 133 mil pessoas (6,4%) e 45 mil (2,2%), respectivamente.

No entanto, o American Community Survey (ACS), uma pesquisa anual do U.S. Census Bureau, registrou somente 569.325 brasileiros

residentes nos Estados Unidos em 2020.

Embora a imigração brasileira nos Estados Unidos ainda esteja concentrada nos estados da Flórida, MassachusettsNova JerseyNova York e Califórnia, ela tem conhecido uma grande dispersão nas últimas décadas, fato este que não se dá, pelo menos com a mesma intensidade, no Canadá e muito menos no México. A maioria dos brasileiros que emigram para o Canadá vive em Toronto em e aqueles residentes no México concentram-se na região metropolitana da Cidade do México.

AMÉRICA CENTRAL E O CARIBE

A população brasileira da América Central e Caribe em 2022, segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores, soma somente 9.465 pessoas representando 0,21% da população brasileira no exterior.

O Panamá e a Cpsta Tica são as maiores comunidades brasilerias desta região com 4.000 brasileiros residindo no Panamá e 1.500 na Costa Rica seguidos da República Dominicana (900), Guatemala e El Salvador ambos com 500 brasileiros, Honduras (350), Niguarágua (300), Jamaica (260) e a Bahamas (250). 

AMÉRICA DO SUL

A evolução do número de brasileiros nos países da América do Sul indica, principalmente a partir de 1980, uma nova situação do Brasil no contexto regional.

Segundo registros do Ministério das Relações Exteriores em 2022, o número de brasileiros residindo no Paraguai era de 254.000 pessoas tornando-se assim o país com a maior concentração de imigrantes brasileiros no continente (39,3%). A  Argentina com 90.320 abriga (13,9%) dos brasileiros residentes na região, seguida pela Guiana Francesa com 91.500 (14,1%), Uruguai 59.090 (9,1%), Bolívia 56.500 (8,7%). Suriname 30.000 (4,6%), Chile 19.300 (2,9%) e Colômbia com 12.000 (1,8%).

O Censo Brasileiro de 2010 registrou 8.631 brasileiros vivendo na Argentina, seguida pela Bolívia (7.919), Paraguai (4.926), Guiana Francesa (3.822), Suriname (3.416), Venezuela (2.297), Chile (2.297) e Uruguai (1.703).

EUROPA

O primeiro fluxo importante da emigração brasileira para a Europa, por razões históricas e culturais, diz respeito à entrada de brasileiros em Portugal. Esse fluxo se consolidou durante a década de 1990 e permaneceu relativamente estável até o final da década de 2000. Os dados mais recentes do MRE  contam Portugal com uma população de 360.000 ou 24,1% da população brasileira do continente. O Reino Unido vem em segundo lugar com uma população brasileira imigrante de 220.000 pessoas (14,7%). A Itália ocupa a terceira posição com 157.000 brasileiros (10,5%) seguida da Espanha com 165.000 (11,1%), Alemanha 160.000 (10,7%),

França 81.400 (6,3%), Suíça 64.000 (4,3%), Irlanda 80.000 (5,4%) e os Países Baixos que abrigam 76.500 brasileiros ou cerca de 5,1% dos brasileiros residentes no continente.

Em linhas gerais, de acordo com o documento Perfil Migratório do Brasil, citado anteriormente, com exceção dos fluxos mais antigos para Portugal, a população brasileira imigrante na Europa é composta basicamente por jovens adultos entre 20 e 40 anos, de ambos os sexos, com escolaridade elevada (em média, mais de 50% dos brasileiros em todos os países europeus têm pelo menos 13 anos de estudo). Com exceção de Portugal, a maior parte dessa emigração não se constitui por famílias e apresenta elevado índice de emigrantes em situação irregular.

Pode-se ressaltar ainda que fatores históricos e culturais influenciam os deslocamentos para a Europa, com o exemplo de emigrantes brasileiros da atualidade percorrendo o caminho inverso que imigrantes portugueses, espanhóis, alemães e italianos percorreram no passado.

No Reino Unido, a maioria dos brasileiros reside em Londres. Em Portugal, concentram-se em Lisboa e seus arredores. Na Espanha, em Madri e Barcelona; na Alemanha, aglomeram-se na grande Berlin; na Itália, estão na sua maioria em Roma; e na França, em Paris.

Censo Brasileiro de 2010 – IBGE registrou Portugal (65.969), Espanha (46.330), Itália (34.652), Reino Unido (32.270), França (17.743), Alemanha (16.637) e Suíça (12.120) como os países europeus com maior concentração de brasileiros.

ÁSIA

Na Ásia, o Japão, com 206.990 brasileiros[23], é o país com quase a totalidade da população brasileira residente neste continente (93,2%), constituindo-se ainda na terceira maior comunidade imigrante neste país. No final da década de 1980, filhos e netos dos japoneses chegados ao Brasil no início do século XX, emigraram para o Japão em busca de trabalho. Esse fluxo migratório é bastante singular porque a grande maioria desses brasileiros possuem status migratório regular como trabalhadores contratados por empresas japonesas. Ver Brasileiros no Japão.

Por serem descendentes dos japoneses que há um século atrás emigraram para o Brasil, eles são provenientes das mesmas regiões de destino de seus pais ou avós (Paraná e São Paulo). Como anteriormente citado, no Japão, os imigrantes brasileiros ficaram conhecidos como dekasseguis. A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras 出る (“deru“, que significa sair) e 稼ぐ (“kasegu“, que significa para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando), tendo como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país). Segundo Carvalho (2003), os emigrantes dekasseguis apresentam nível de escolaridade mais elevado entre todos os emigrantes brasileiros. O mesmo autor observa ainda que há um relativo equilíbrio entre homens e mulheres, com os primeiros representando 54,8% da população imigrante brasileira para o Japão em 2006. Sasaki (2008), pesquisadora da emigração no eixo BrasilJapão, chama atenção para o fato de que se em 1996 a população de brasileiros no Japão era constituída na sua maioria por jovens casados e chefes de família que deixavam o Brasil para uma estadia temporária e breve retorno, em 2006 passou-se a observar a emergência de um grupo de jovens, homens e mulheres, muitos deles com a pretensão de permanecer definitivamente no Japão.

Censo Brasileiro de 2010 estimou que 43.912 brasileiros viviam na Ásia, 36.202 destes no Japão e 2.209 na China, com o restante distribuído pelos demais países asiáticos.

ÁFRICA

As populações de brasileiros na África, Oriente Médio e Oceania são bastante pequenas e concentradas em poucos países.

Na África, segundo estimativas do MREAngola tem uma população de 27 mil brasileiros, representando 68,2% dos brasileiros residentes no continente seguido pela África do Sul com 3.910 e Moçambique com 3.000 brasileiros representando 9,9% e 7,6% da população do continente.

ORIENTE MÉDIO

Entre os países do Oriente Médio, as estatísticas do Ministério das Relações Exteriores apresentam o Líbano como maior comunidade de brasileiros, com 21 mil brasileiros (35,5%), seguido por Israel, com 14 mil (23,6%). Emirados Árabes Unidos  com 9.630 (16,3%), Palestina com 6.000 (10,1%), acolhem a maioria da população brasileira no Oriente Médio.

A maioria dos brasileiros que vivem no Líbano e na Palestina são são de origem libanesa e palestina.  

 

 

 

OCEANIA

Na Oceania, 46.630 (87,3%) dos imigrantes brasileiros residem na Austrália e os outros 6.666 (12,7%) na Nova Zelândia. Embora a população brasileira nestes dois países seja pequena, nos últimos dez anos elas vêm crescendo. Por exemplo, na última década, a migração de brasileiros teve o segundo mais rápido crescimento na Austrália, e o número de brasileiros neste país dobra a cada cinco anos desde 2000 (ABS, 2021). Da mesma forma, mais da metade dos brasileiros que residem na Nova Zelândia chegaram ao país nos quatro últimos anos (Stats NZ, 2018).

 

Estimativas do Ministério das Relações Exteriores (2008 – 2022): Documentos do MRE

Texto baseado, em parte, no livro Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (Re)fazendo a América.

 

OS AUTORES:

Alvaro Eduardo de Castro e Lima, nascido em São Luís do Maranhão é Diretor de Pesquisa no Boston Planning & Development Agency (BPDA). Economista de formação com mestrado na New School for Social Research em Nova York.

 Alanni de Lacerda Barbosa de Castro cresceu em Codisburgo, no interior de Minas Gerais. Administradora de empresas e mestre em Administração pela PUC Minas, possui também especializações em cooperativismo e gestão de projeto.

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VAINER, Carlos B.; BRITO, Fausto. Migration and Migrants Shaping Contemporary Brazil. In: Anais do XXIV General Population Conference International Union for the Scientific Study of Population. Salvador, Bahia, 2001.

SASAKI, Elisa Massae. Um olhar sobre o movimento dekassegui de brasileiros ao Japão no balanço do centenário da Imigração Japonesa ao Brasil. Simpósio de Avaliação do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, p. 26-7, 2009.

VAINER, Carlos B.; BRITO, Fausto. Migration and migrants shaping contemporary Brazil. In: Anais do XXIV General Population Conference International Union for the Scientific Study of Population. Salvador, Bahia, 2001. Disponível em: http://www.digaai.org/wp/pdfs/migrantsandmigration.pdf.

 

REFERÊNCIAS
1 Imigração no Brasil por Nacionalidade
2 Firmeza, George Torquato, (2007), Brasileiros no Exterior. Brasília: FUNAG
3 A emigração brasileira é, no entanto, muito pequena quando comparada à população residente. Por exemplo, a população emigrante brasileira representa apenas 0,53% da população residente, fazendo o Brasil ocupar a posição 195 no ranking dos 200 países com saldo migratório negativo, ficando à frente somente da Líbia, posição 196 (0,49%); China, posição 197 (0,43%); Bahamas, posição 198 (0,36%); República Centro Africana, posição 199 (0,17%); e Coréia do Norte, posição 200 (0,16%). (DORLING, 2009)
4 Na América Latina, o Brasil figurava até a década de 1970 como uma área de evasão populacional para os países vizinhos, em especial para o Paraguai e a Argentina. A partir da década de 1980, o país passa a se configurar como uma das áreas de recepção migratória de latino-americanos. (BANINGER, 2005)
5 Ver em: Estimativas 2020
6 MARGOLIS, M.L.  (1994): Little Brazil: An Ethnography of Brazilian Immigrants in New York. Princeton. NJ. Princeton University.
7 SALES, T., (1998). Brasileiros Longe de Casa. São Paulo, Editora Cortez.
8

Comumente, a década de 1980 é chamada de “década perdida” no que se refere ao desenvolvimento econômico de muitas nações. Vivido pelo Brasil e por outros países da América Latina, essa fase de estagnação formou-se com uma retração agressiva da produção industrial. Na maioria dessas nações, os anos 80 representam o mesmo que crise na economia, inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade de mercados e aumento da desigualdade social.

9 BROOKE, James. (1993). Brazil Wild Wyas to Counter Wild Inflation. New York: The New York Times.
10 Segundo a socióloga Peggy Levitt (2001), “the assumption that people live their lives in one place, according to one set of national and cultural norms, in countries with impermeable national borders, no longer holds”. In Levitt P., The Trasnnational Villagers, 2001. Los Angeles and Berkley: University of California Press.
11 BELLUZZO, Luis Gonzaga de Mello e Coutinho, Renata (Org.). Desenvolvimento Capitalista no Brasil. Campinas: UNICAMP. IE. 1998, V.I.
12 Em 1981, por exemplo, o desemprego aberto atingiu a taxa de 10%. (PASTORE, 1979)
13 Foi instituído o Plano Collor, que agravou mais ainda a situação, causando revolta na população não só pelas medidas econômicas, mas pelo esquema de corrupção atribuído ao então Presidente. Essas insatisfações deram origem à mobilização inédita dos “caras-pintadas,” que culminou no impeachment de Collor.
14 BRITO, Fausto. (1995). Os Povos em Movimento – As Migrações Internacionais no Desenvolvimento do Capitalismo, em Neide Patarra. (Cord.). Emigração e Imigração Internacionais no Brasil Contemporâneo. Campinas: FNUAP.
15 MARTES, Ana Cristina Braga. (1999). Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo Sobre Imigrantes em Massachusetts. São Paul: Editora Paz e Terra.
16 Synovate Brasil – Imigrantes Brasileiros Residentes nos Estados Unidos (2007).
17 Synovate Brasil – Remetentes e Beneficiários – Massachusetts e Microrregião de Governador Valadares (2008).
18 LIMA & CASTRO, 2017
19 LIMA & PLASTRIK, 2007
20 PIORE, 1980
21 SALES, 1999
22 A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras japonesas 出る (deru, que significa “sair”) e 稼ぐ (kasegu, que significa “para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando”). O termo tem como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país.
23 Atual Secretaria do Trabalho
24 MRE, 2014
25 FERNANDES, 2008
26 BELTRÃO et al, 2006

 

Brasileiros nos EUA e em Massachusetts

Este documento é patrocinado pelo Instituto Gaston e pelo Instituto Diaspora Brasil (IDB). Ele atualiza o relatório ‘Brasileiros nos EUA e em Massachusetts: Um Perfil Demográfico e Econômico’ publicado em 2007 por Álvaro Lima e Carlos Eduardo Siqueira.

As comunidades imigrantes…

CINE DIGA AI

CINE DIGA AÍMostra de Cinema Brasileiro: Seis Anos Divulgando a Cultura BrasileiraO Cine Digaai procura reunir pessoas interessadas pelo cinema brasileiro. A proposta é que os participantes assistam os filmes para, então, discutí-los, apreciando cada obra em sua...

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CINE DIGA AÍ

Mostra de Cinema Brasileiro: Seis Anos Divulgando a Cultura Brasileira

O Cine Digaai procura reunir pessoas interessadas pelo cinema brasileiro. A proposta é que os participantes assistam os filmes para, então, discutí-los, apreciando cada obra em sua plenitude, contando com mediação de um convidado especial para introduzie o tema e moderar a discussão. O objetivo é exibir filmes brasileiros e promover debates sobre a cultura e sociedade brasileira. Visamos também integrar aos debates a comunidade imigrante brasileira e convidados de outras nacionalidades e contextos culturais de forma a gerar consciência sobre as diferentes identidades que convivem no espaço urbano de Boston. Com a pandemia, o Espaço Digaai, onde por anos eram realizados estes encontros, foi fechado. Hoje, as projeções e os debates são feitos online via Zoom. 

A Mostra de Filmes Brasileiros, hoje já na sua sexta edição, é uma parceiria entre O Digaai, o Grupo da Mulher Brasileira e o Consulado geral do Brasil em Boston.

Acontecendo na primeira sexta-feira de cada mês, as exibições são seguidas de uma hora de conversa com a plateia, motivada pelos convidados de cada seção. As discussões são em inglês ou português e os filmes exibidos, em geral, têm legendas em inglês.

O primeiro filme da amostra foi filme brasileiro Jean Charles (2009) mostra as experiências de diversos brasileiros que arriscam viver longe de seus país, contando não apenas com seus próprios esforços, mas principalmente com alegria e criatividade, características do povo brasileiro. Baseado no caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado no metrô de Londres por agentes do serviço secreto britânico, ao ser confundido com um terrorista. O filme acompanha a vida do eletricista mineiro e de seus primos Alex, Patrícia e Vivian em busca de um sonho de uma vida melhor.

Dirigido por Henrique Goldman, o filme conta com um elenco formado por Selton Mello, Vanessa Giácomo e Patrícia Armani, este primeiro filme teve casa lotada, com brasileiros, mexicanos, americanos e japoneses entre os atendentes.

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