Porque os Brasileiros Voltam – O Retorno

PORQUE OS BRASILEIROS VOLTAM – O RETORNO

INTRODUÇÃO

O artigo “O sonho frustrado e o sonho realizado: as duas faces da migração para os EUA”, de Sueli Siqueira, apresenta quatro tipos de retorno. O primeiro é o “retorno temporário”, quando o imigrante define os Estados Unidos (ou outro país qualquer) como seu local de residência, juntamente à sua família assim como o local para seus investimentos. Neste caso, o imigrante vai ao Brasil para passar férias ou participar de festas como casamentos ou aniversários, por exemplo. Levam consigo seus filhos, estes geralmente documentados. O segundo tipo de retorno é o “retorno continuado.” Segundo essa definição, os que retornam á origem investem e acabam perdendo tudo. Isto os motiva a re-emigrarem, mantendo com eles o projeto de voltar. Segundo Siqueira (2007), 48,6% dos imigrantes pesquisados que retornaram à cidade natal não obtiveram sucesso em seus empreendimentos. Assim, emigraram novamente. Não incomum, são os que empreendem a viagem da migração diversas vezes durante a vida.

O “retorno do transmigrante” é o terceiro tipo de retorno identificado pela mesma autora. Este é o caso vivenciado por, atualmente, um grande número de imigrantes que vivem a transnacionalidade. São pessoas, geralmente documentadas e com estabilidade financeira, que vivem parte do ano no país de destino, no caso da pesquisa citada, os Estados unidos, e outra parte do ano no Brasil. Este grupo participa da vida social e econômica dos seus países de origem e destino, possuindo, muitas vezes, fontes de renda nos dois países.

O quarto tipo de retorno descrito pela autora é o retorno permanente”. Nessa condição, o imigrante que retornou ao Brasil conseguiu se readaptar e se reestabelecer financeira e socialmente, não pretendendo emigrar novamente. São, geralmente, os que obtêm sucesso em seus empreendimentos, atribuindo ao projeto migratório a responsabilidade por serem bem-sucedidos.

O retorno deixa de ser uma “opção” em casos de deportação. Nessa situação o imigrante não pode arbitrar sobre a sua permanência no país de acolhimento. Não cabe a ele decidir se retornará ao seu país de origem ou se continuará sua jornada. Em situações de deportação, o retorno é involuntário, não significando, porém, que não haverá um novo período no exterior. Essa nova jornada migratória, por vezes, se destina a outro país. No entanto, também é comum a nova busca pelo mesmo país de onde foi deportado. 

O retorno dos brasileiros pode ser aferido pelo número daqueles que na data dos censos demográficos de 1990, 2000 e 2010 residiam no Brasil, mas que retornaram ao país cinco anos antes do censo. Entre os censos de 1990 e 2000, verificou-se um incremento de 182% desse contingente, ou seja, em 1991, 31.124 pessoas declararam um país estrangeiro de residência cinco anos antes da data de referencia do censo, enquanto que em 2000 esse número era de 87.400 pessoas. Segundo Wilson Fusco e Sylvain Souchaud (2010), o fluxo de retornados brasileiros desse período, ainda que bastante diversificado, concentrou-se em três países, Paraguai, Japão e Estados Unidos, responsáveis por cerca de 60% do movimento de retorno. 

Os autores analisaram o retorno com base nos dados do Censo de 2000 (IBGE), que indica a distribuição dos retornados por município, definidos em função do país de nascimento e residência no momento do censo, e da declaração da última residência em país estrangeiro nos dez anos anteriores ao censo.

O retorno do Paraguai constitui o maior fluxo de brasileiros retornados. Em 2000, 50.201 pessoas nascidas e residentes no Brasil declararam residência anterior no Paraguai, representando 26,8% do total da população brasileira retornada. De uma forma geral, os retornados têm um nível educacional mais elevado do que o observado para os não-migrantes, com exceção dos retornados do Paraguai, que têm um nível próximo do encontrado para os não-migrantes residentes em zonas rurais (instrução fundamental incompleta) e salários inferiores aos da população residente. Tal fenômeno pode ser explicado pela origem de tais retornados, que são na sua maioria agricultores. No entanto, os retornados da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão tinham pelo menos o terceiro grau completo e salários superiores aos dos brasileiros morando em áreas metropolitanas.24

De acordo com Fernandes (2008), em geral, os retornados dos países vizinhos estão na sua maioria trabalhando por conta própria e em atividades de um perfil de menor remuneração enquanto que aqueles retornados dos Estados Unidos e da Europa estão ocupados em atividades em geral, melhor remuneradas. O mapa abaixo ilustra a distribuição dos retornados do Paraguai  segundo o município de residência em 2000. Como podemos ver, grande parte deles estão concentrados nos estados do Paraná (61,8%), Mato Grosso do Sul (16,3%), Mato Grosso (5,4%), Santa Catarina (5,4%), São Paulo (3,8%), Rio Grande do Sul (3,5%) e Rondônia (1,1%).

O Paraná não só é o lugar de nascimento de muitos migrantes, mas também o lugar de última residência anterior ao ingresso no Paraguai. Muitas vezes, gaúchos, catarinenses e baianos, por exemplo, vivem por indeterminado período de tempo no Paraná antes de emigrar para o Paraguai. O Rio Grande do Sul, assim como o Paraná, é um lugar onde a expansão da fronteira agrícola, nos anos 1980 e 1990, expulsou muitas famílias que alimentaram as camadas mais pobres da população brasileira imigrante no Paraguai. Diferentemente destes dois estados, que na sua grande maioria recebem retornados natos, os estados do Mato Grosso e Rondônia  recebem retornados em busca de oportunidades e empregos ligados ao crescimento e dinamismo da agricultura comercial, principalmente aquela ligada à soja.

Ainda de acordo com Fusco e Souchaud (2010), os retornados do Japão formam o segundo maior grupo, contando com 17% do total dos retornados (31.775 pessoas). Ainda que perto do número de ‎retornados dos Estados Unidos, a comunidade brasileira no Japão é muito menor do que esta última. Tal fenômeno pode ser explicado pelo fato de a lei de imigração japonesa permitir múltiplos retornos, enquanto que a população brasileira indocumentada nos Estados Unidos raramente se arrisca a um retorno temporário.

O mapa a seguir, ilustra a distribuição dos retornados do Japão, segundo o município de residência em 2000. Podemos observar que a maioria desses retornados, mais de 80%, volta a ‎residir nos mesmos estados marcados pela imigração japonesa para o Brasil – São Paulo e Paraná. Em menor proporção, eles seguem para Minas Gerais e Rio de Janeiro. Aqueles que voltam para o Pará são originários da antiga colônia Acará, atualmente Tomé-Açu.25 ‎O retorno dos Estados Unidos, o terceiro maior, registrou um volume de 29.591 pessoas (16% do total de brasileiros retornados) segundo o censo de 2000. O número grande de imigrantes brasileiros indocumentados nos Estados Unidos dificulta não só a sua contagem no país de destino, mas também sua contagem no momento do retorno.

Os retornados dos Estados Unidos voltam predominantemente para São Paulo (7.495), Minas Gerais (6.241) e Rio de Janeiro (4.971). Em seguida, verifica-se sua presença no Paraná (1.755), Rio Grande do Sul (1.468), Distrito Federal (1.269) e Goiás (1.266).

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros na América Central

BRASILEIROS NA AMÉRICA CENTRAL "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis...

Brasileiros na Flórida

BRASILEIROS NA FLÓRIDA "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute...

Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

A maioria dos retornados dos Estados Unidos (97,2%) e Japão (94,4%) retornam para zonas urbanas, enquanto os retornados do Paraguai apresentam um menor índice de domicílios urbanos (72%). Quando consideramos também suas ocupações no momento do retorno, a maioria daqueles que voltam dos Estados Unidos trabalham nos setores da educação (19,8%), comércio (15%) e atividades imobiliárias (13%). Os retornados do Paraguai apresentam uma grande participação no setor da agricultura (32%), seguido de ocupações industriais (15%), comércio (13,6%) e serviços domésticos (12%). Os brasileiros retornados do Japão ocupam com maior frequência posições nos setores comercial (29,7%), industrial (12,5%) e agrícola (10,6%).

Segundo o Censo Brasileiro de 2010, mais de 174 mil emigrantes brasileiros retornaram ao país. Esse é um número bem maior do que o apontado pelo Censo de 2000 (87,4 mil), passando de 61% para 66% o percentual de brasileiros contados entre os imigrantes internacionais chegados ao Brasil.

Dos 51.933 imigrantes brasileiros provenientes dos Estados Unidos, 84% eram brasileiros.

A recente crise de econômica de …. [TEXTO INCOMPLETO]

Estimativas do Ministério das Relações Exteriores (2008 – 2022): Documentos do MRE

Texto baseado, em parte, no livro Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (Re)fazendo a América

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAENNGER, Rosana. 2003. “O Brasil na Rota das Migrações Internacionais Recentes.”Jornal da Unicamp. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2003/ju226pg2b.html.

BELLUZZO, Luiz Gonzaga de Mello. Desenvolvimento capitalista no Brasil: ensaios sobre a crise. Brasiliense, 1983.

BELTRÃO, Kaizô Iwakami; SUGAHARA, Sonoe; KONTA, Ryohei. Trabalhando no Brasil: características da população de origem japonesa segundo os censos entre 1980 e 2000. Anais, p. 1-20, 2016.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB,  2008.

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores – MRE; Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior – DCB; Divisão de Assistência Consular – DAC. Brasileiros no Mundo – Estimativas. Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior – SGEB, 2008. 

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego, 2009. Perfil Migratório do Brasil. https://publications.iom.int/system/files/pdf/brazil_profile2009.pdf

BRITO, Fausto. Os povos em movimento: as migrações internacionais no desenvolvimento do capitalismo. Emigração e imigração internacionais no Brasil contemporâneo, v. 2, p. 53, 1995.

BROOKE, James. In Brazil wild ways to counter wild inflation. New York Times, p. 11, 1993.

CAMAROTA, Steven. 2007. Center for Immigration Studies, 2007. Immigrants in the United State: A Profile of America’s Foreign-Born Population. Disponível em: https://cis.org/Report/Immigrants-United-States-2007.

DE CARVALHO, Daniela. Migrants and identity in Japan and Brazil: the Nikkeijin. Routledge, 2003.

DE CARVALHO, José Alberto Magno. O saldo dos fluxos migratórios internacionais do Brasil na década de 80-uma tentativa de estimação. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 13, n. 1, p. 3-14, 1996.

DORLING, Daniel; NEWMAN, Mark; BARFORD, Anna. The atlas of the real world. Thames & Hudson., 2008. Disponível em: http://www.amazon.com/Atlas-Real-World-Mapping-Expanded/dp/0500288534/ref=sr_1_fkmr0_1?ie=UTF8&qid=1296158219&sr=1-1-fkmr0.

FERNANDES, Duval Magalhães; NUNAN, Carolina dos Santos. A Volta para Casa: a inserção do imigrante internacional de retorno no mercado de trabalho. Um estudo comparativo entre Argentina, Brasil e Paraguai no inicio do século XXI. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO LATINO AMERICANA DE POPULAÇÃO (ALAP), III, 2008, Córdoba – Argentina. Anais. Publicação virtual. Disponível em: http://www.alapop.org/alap/images/DOCSFINAIS_PDF/ALAP_2008_FINAL_303.pdf

FIRMEZA, George Torquato. Brasileiros no Exterior. Fundação Alexandre de Gusmão, 2007.

FUSCO, Wilson; SOUCHAUD, Sylvain. De Volta Para Casa: A Distribuição dos Brasileiros Retornados do Exterior. Confins. Revue franco-brésilienne de géographie/Revista franco-brasilera de geografia, n. 9, 2010. Disponível em: http://confins.revues.org/6469.

CONGRESSIONAL Budget Office. 2005. Remittances: International Payments by Immigrants.  

LEVITT, Peggy. The transnational villagers. University of California Press, 2001. Disponível em: http://www.amazon.com/Transnational-Villagers-Peggy-Levitt/dp/0520228138/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1296158167&sr=1-1.

LIMA, Álvaro. Diga Aí, 2009. Brasileiros na América.  

LIMA, Álvaro. Diga Aí, 2009. Brasileiros na América.

LIMA, Álvaro Eduardo de Castro; DE CASTRO, Alanni de Lacerda Barbosa. Brasileiros nos Estados Unidos: meio século (re) fazendo a América (1960-2010). Fundação Alexandre de Gusmão, 2017.

LIMA, Alvaro; PLASTRIK, Pete. A Profile of Brazilian Remitters in Massachusetts. The Pew Hispanic Center, Latinos Online Report, 2007.

MAIA, Oto Agripino. Brasileiros no Mundo: O ambiente mundial das migrações e a ação governamental brasileira de assistência a seus nacionais no exterior. In: CONFERÊNCIA SOBRE AS COMUNIDADES BRASILEIRAS NO EXTERIOR–BRASILEIROS NO MUNDO. I. Anais. Rio de Janeiro: Fundação Alexandre de Gusmão. 2008, p. 33.

MARTES, Ana Cristina Braga. Brasileiros nos Estados Unidos: um estudo sobre imigrantes em Massachusetts. Paz e Terra, 2000. Disponível em: http://www.amazon.com/Brasileiros-nos-Estados-Unidos-Massachusetts/dp/8521903421/ref=sr_1_fkmr0_2?e=UTF8&qid=1296158105&sr=1-2-fkmr0.

MARGOLIS, Maxine L. Little Brazil: an ethnography of Brazilian immigrants in New York City. Princeton University Press, 1994.

MARGOLIS, Maxine L. An invisible minority: Brazilians in New York City (revised and expanded edition).Rev. and Expanded Ed. Gainesville: University Press of Florida, 2009. Disponível em: http://www.amazon.com/Invisible-Minority-Brazilians-York-City/dp/0813033233/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1296158288&sr=1-1. 

MIGRATION Policy Institute. 2006. Immigration and America’s Future. Disponível em: http://www.digaai.org/wp/pdfs/Immigration.pdf.

ORGANIZAÇÃO Internacional para as Migrações – OIM. 2009. Perfil Migratório do Brasil. Suiça, Geneva.

PELLEGRINO, Adela. Trends in international migration in Latin America and the Caribbean. International Social Science Journal, v. 52, n. 165, p. 395-408, 2000.

PATARRA, Neide Lopes. Emigração e imigração internacionais no Brasil contemporâneo: Programa Interinstitucional de Avaliação e Acompanhamento das Migrações Internacionais no Brasil. Campinas: Fnuap, 1996.

PASTORE, José. Desigualdade e mobilidade social no Brasil. São Paulo: Edusp, 1979.

PIORE, Michael; BERGER, Suzanne. Dualism and discontinuity in industrial societies. Cambridge Books. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

SALES, Teresa. Brasileiros longe de casa. Cortez Editora, 1999.

SASAKI, Elisa Massae. Um Olhar Sobre o Movimento Dekassegui de Brasileiros ao Japao no Balanco do Centenario da Imigracao Japonesa ao Brasil. Simposio de Avaliacao do Centenario da Imigracao Japonesa no Brasil, p. 26-7, 2009.

VAINER, Carlos B.; BRITO, Fausto. Migration and Migrants Shaping Contemporary Brazil. In: Anais do XXIV General Population Conference International Union for the Scientific Study of Population. Salvador, Bahia, 2001.

SASAKI, Elisa Massae. Um olhar sobre o movimento dekassegui de brasileiros ao Japão no balanço do centenário da Imigração Japonesa ao Brasil. Simpósio de Avaliação do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, p. 26-7, 2009.

VAINER, Carlos B.; BRITO, Fausto. Migration and migrants shaping contemporary Brazil. In: Anais do XXIV General Population Conference International Union for the Scientific Study of Population. Salvador, Bahia, 2001. Disponível em: http://www.digaai.org/wp/pdfs/migrantsandmigration.pdf.

 

REFERÊNCIAS

1 Imigração no Brasil por Nacionalidade
2 Firmeza, George Torquato, (2007), Brasileiros no Exterior. Brasília: FUNAG
3 A emigração brasileira é, no entanto, muito pequena quando comparada à população residente. Por exemplo, a população emigrante brasileira representa apenas 0,53% da população residente, fazendo o Brasil ocupar a posição 195 no ranking dos 200 países com saldo migratório negativo, ficando à frente somente da Líbia, posição 196 (0,49%); China, posição 197 (0,43%); Bahamas, posição 198 (0,36%); República Centro Africana, posição 199 (0,17%); e Coréia do Norte, posição 200 (0,16%). (DORLING, 2009)
4 Na América Latina, o Brasil figurava até a década de 1970 como uma área de evasão populacional para os países vizinhos, em especial para o Paraguai e a Argentina. A partir da década de 1980, o país passa a se configurar como uma das áreas de recepção migratória de latino-americanos. (BANINGER, 2005)
5 Ver em: Estimativas 2020
6 MARGOLIS, M.L.  (1994): Little Brazil: An Ethnography of Brazilian Immigrants in New York. Princeton. NJ. Princeton University.
7 SALES, T., (1998). Brasileiros Longe de Casa. São Paulo, Editora Cortez.
8 Comumente, a década de 1980 é chamada de “década perdida” no que se refere ao desenvolvimento econômico de muitas nações. Vivido pelo Brasil e por outros países da América Latina, essa fase de estagnação formou-se com uma retração agressiva da produção industrial. Na maioria dessas nações, os anos 80 representam o mesmo que crise na economia, inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade de mercados e aumento da desigualdade social.
9 BROOKE, James. (1993). Brazil Wild Wyas to Counter Wild Inflation. New York: The New York Times.
10 Segundo a socióloga Peggy Levitt (2001), “the assumption that people live their lives in one place, according to one set of national and cultural norms, in countries with impermeable national borders, no longer holds”. In Levitt P., The Trasnnational Villagers, 2001. Los Angeles and Berkley: University of California Press.
11 BELLUZZO, Luis Gonzaga de Mello e Coutinho, Renata (Org.). Desenvolvimento Capitalista no Brasil. Campinas: UNICAMP. IE. 1998, V.I.
12 Em 1981, por exemplo, o desemprego aberto atingiu a taxa de 10%. (PASTORE, 1979)
13 Foi instituído o Plano Collor, que agravou mais ainda a situação, causando revolta na população não só pelas medidas econômicas, mas pelo esquema de corrupção atribuído ao então Presidente. Essas insatisfações deram origem à mobilização inédita dos “caras-pintadas,” que culminou no impeachment de Collor.
14 BRITO, Fausto. (1995). Os Povos em Movimento – As Migrações Internacionais no Desenvolvimento do Capitalismo, em Neide Patarra. (Cord.). Emigração e Imigração Internacionais no Brasil Contemporâneo. Campinas: FNUAP.
15 MARTES, Ana Cristina Braga. (1999). Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo Sobre Imigrantes em Massachusetts. São Paul: Editora Paz e Terra.
16 Synovate Brasil – Imigrantes Brasileiros Residentes nos Estados Unidos (2007).
17 Synovate Brasil – Remetentes e Beneficiários – Massachusetts e Microrregião de Governador Valadares (2008).
18 LIMA & CASTRO, 2017
19 LIMA & PLASTRIK, 2007
20 PIORE, 1980
21 SALES, 1999
22 A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras japonesas 出る (deru, que significa “sair”) e 稼ぐ (kasegu, que significa “para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando”). O termo tem como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país.
23 Atual Secretaria do Trabalho
24 MRE, 2014
25 FERNANDES, 2008
26 BELTRÃO et al, 2006

 

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros na Itália

Brasileiros na Itália

“Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.”

Introdução


A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarcês de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café foi a importação de escravos do Nordeste brasileiro, o que se mostrou insuficiente como fonte de mão-de-obra. Com a abolição da escravatura em 1888 e o progresso continuado da lavoura cafeeira na província de São Paulo, aumentou ainda mais a necessidade de mão-de-obra.

Por outro lado, a Itália acabava de passar por um período de guerras de unificação e encontrava-se debilitada, com altas taxas de crescimento demográfico e de desemprego. Os Estados Unidos, o maior receptor de imigrantes, passaram a criar barreiras para a entrada de estrangeiros no país tornando o Brasil um destino viável levando à maciça imigração de italianos para o Brasil entre 1887 e 1902.

A imigração italiana era vista com bons olhos pela elite brasileira da época pois além de prover a mão-de-obra necessária, ela era branca e católica o que, segundo o pensamento desta mesma elite, facilitaria o processo de assimilação desta população além de terem um impacto positivo no “branqueamento” da população do país – projeto antigo destas elites.

Entre 1880 e 1924, entraram no Brasil mais de 3,6 milhões de imigrantes, dos quais 38% eram italianos seguidos pelos portugueses, espanhóis e alemães. O Brasil posicionou-se, assim, como o terceiro maior país receptor de imigrantes italianos entre os anos 1880 e a Primeira Guerra Mundial atrás apenas dos Estados Unidos (5 milhões) e da Argentina (2,4 milhões).

As condições de trabalho no Brasil eram duras, o tratamento dado aos imigrantes cruel e o sistema de endividamento criava uma classe destituída que causou enorme comoção na imprensa italiana. Entre 1882 e 1914, 1.5 milhão de imigrantes de diferente nacionalidades chegaram a São Paulo e 695.000 deixaram o estado incluindo os italianos.

Depois de quase um século de imigração italiana para o Brasil, no final do Século XX, a rota se inverteu. Nos anos 1980, o Brasil vivia um agrave crise econômica enquanto a Itália vivia um “boom econômico.” Este foi, sem dúvidas, um grande incentivo para aqueles procurando novas formas de recomeçar suas vidas. No Brasil, esta década é lembrada como a “década perdida,” período marcado por grande incerteza econômica, desemprego crescente e hiper-inflação que acompanhou o Brasil até os primeiros anos da década de 1990.

A imigração brasileira para a Itália não se assemelha a estas dos brasileiros para outros destinos europeus (Bógus e Bassanez, 1996). Uma das características importante deste fluxo é a abrangência da lei italiana para a obtenção da nacionalidade por descendentes de imigrantes italianos. A Itália é o único país da Europa que permite a obtenção da nacionalidade por bisnetos de imigrantes. Segundo a Embaixada do Brasil na Itália, já foram concedidos mais de 215 mil títulos de nacionalidade italiana a brasileiros e outros 500 mil pedidos aguardam análise (BBC, 2008). Ainda segundo a mesma fonte, 10% dos brasileiros que conseguem a nacionalidade italiana fixa residência no país pondo assim, o número de brasileiros residindo na Itália como cidadão italiano em 30.000.  

Quantos Somos e Onde Vivemos

A proporção de estrangeiros residentes na Itália cresceu de 0,8% em 1990 para 7% em 2010, uma reviravolta enorme para um país eminentemente exportador de mão-de-obra por quase cem anos. Na chegada, a maioria dos imigrantes se dirigem para o centro-norte do país substituindo de certa forma a migração tradicional de jovens italianos do sul para o norte. Esse fluxo migratório é de importância fundamental para a economia italiana dado que sem ele, a população italiana teria 75.000 pessoas a menos em 2009. A imigração fez com que esta tenha ganho 295.000 pessoas (The Economista, 2011).

Enumerar corretamente a população brasileiros na Itália é tarefa bastante difícil pois além das fontes disponíveis não contemplam os imigrantes em situação irregular no país. Além disto, como referido anteriormente, nem todos os brasileiros detentores de cidadania italiana emigraram para a Itália. 

Dados estimam que nos anos 1980, o número de imigrantes brasileiros na Itália era de cerca 11 mil, sendo considerado a “primeira” comunidade migrante na Itália, após os peruanos e outros cidadãos do leste europeu, como romenos e albaneses.

Segundo os dados do Ministério de Relações Exteriores (MRE), a população brasileira imigrante na Itália era de 85.000 pessoas em 2010 correspondendo a cerca de 9% da população brasileira imigrante na Europa. O Instituto Nazionale di Statistica (ISTAT) aponta que no mesmo período (2009), residiam na Itália, com registro, cerca de 44.067 brasileiros. Entre 2002 e 2007, o número de residindo na Itália cresceu a uma taxa de média de 10,2% ocupando o 21º lugar em tamanho entre as comunidades migrantes sendo suplantada em termos de países da América Latina apenas pelo peru (11º) e Equador (13º).

Ainda segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em 2020, 161.000 brasileiros viviam na Itália. Em 2022, a população brasileira imigrante no país já era de 157.000 pessoas, um aumento de correspondendo a cerca de 3,4% da população brasileira residindo no exterior e 11% da população brasileira imigrante na Europa.

A Itália não é o destino primeiro dos brasileiros que decidem morar no exterior. Antes do “país da bota,” temos os Estados Unidos, Japão, Portugal, Espanha e Inglaterra. Quando na Itália, assim como na maioria dos outros países de destino, os brasileiros procuram as áreas metropolitanas por vários motivos. Golini e Trozza (1998), destacam dentre outros motivos: o fácil accesso

Estatísticas e Mapas

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros na América Central

BRASILEIROS NA AMÉRICA CENTRAL "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis...

Brasileiros na Flórida

BRASILEIROS NA FLÓRIDA "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute...

Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

Idade, Gênero e Estado Civil

A estrutura etária da população brasileira no Japão sofreu alterações durante os últimos vinte anos. Enquanto em 1994, esta população concentrava-se majoritariamente nos grupos etários entre 20 e 34 anos (39%). Os dekasseguis na faixa etária de 35 a 39 anos representavam outros 17,2% (Associação Brasileira de Dekasseguis (ABD). Em 2020, a idade média dos brasileiros era de 35,9 anos comparada a dos japoneses (47.9).((Statiscs Bureau of Japan, Census 2020.))

Mudanças também ocorreram em relação a presença masculina que em 2002 predominava e hoje somente 48,6% da população.

Ainda, segundo a mesma pesquisa da ABD, a maioria dos dekasseguis era casados, a composição diferente da de hoje onde somente 28,3% dos brasileiros são casados, enquanto 59,5% nunca casaram; 1,3% são viúvos; 6,3% são divorciados.((4,3% não responderam.))Essa composição é bastante similar a da população japonesa. Os brasileiros são casados 2% mais que os japoneses; nunca casaram 3,5% mais que os japoneses; divorciados a somente um pouco maior -1.1% – e como a população é mais jovem que a japonesa, estes teem menos viúvos que os japoneses 

 

Motivos da Partida

As razões para a partida, continuam as mesmas dos anos iniciais e similares àquelas dos brasileiros que buscam outros destinos. Os dados da pesquisa de 2004 da Associação Brasileira de dekasseguis (ABD), apontava como razões para a emigração a “fuga do desemprego” (25% dos homens e 27,7% das mulheres); a “insatisfação com a renda/salário” (47,5% dos homens e 49% das mulheres); “poupar para abrir um negócio no Brasil” (48,7% dos homens e 35,9% das mulheres); “sustentar a família” (29,5% dos homens e 23,3% das mulheres); “conhecer o Japão” (25,7% dos homens e 32,3% das mulheres); “pagar estudos” (25,6% dos homens e 27,1% das mulheres); e “pagar dívidas” (8,9% dos homens e 7,6% das mulheres).

Patarra e Baeninger (2006) argumentam que os emigrantes brasileiros que se dirigiram principalmente para os países do primeiro mundo, buscavam principalmente a mobilidade social, que se encontrava truncada no Brasil na década de 1980. Assim, os nipo-brasileiros, pertencentes à classe trabalhadora ou oriundos da classe média, tornam-se imigrantes, retornando ao país dos seus ancestrais, de forma a compensar as perdas significativas em seus padrões de vida. Trocam o trabalho que dá prestígio no Brasil pelo trabalho que remunera. 

Inserção no Mercado de Trabalho e Educação

O Japão se defronta com um problema perene relacionado ao envelhecimento da população com a diminuição relativa da população em idade ativa, bem como a contínua queda da fecundidade que acentua essa tendência e leva a uma de crescimento negativo da população e seu declínio. Além disso, o Japão possui uma das maiores expectativas de vida do mundo. Em 2008, para as mulheres era de 86,05 anos de vida ao nascer e para os homens de 79,29, a maior do mundo entre as mulheres e a quarta maior entre os homens (Suzuki, 2009). Assim, essa dinâmica demográfica leva a uma queda acentuada da população ativa o que implica dificuldades no preenchimento dos postos de trabalho, principalmente aqueles não qualificados (Sasaki, 2000).

Embora a economia japonesa tenha experimentado falta de mão de obra nos anos prósperos de 1960, o tanto governo japonês quanto as grandes corporações optaram pela automação para não depender de mão-de-obra estrangeira. A partir dos anos 70, outra tentativa de suprimento de mão-de-obra foi feita pela incorporação cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho em posições de baixo salário e tempo parcial nos setores manufatureiros e de serviços (Roberts, 1994).

Durante os anos 1980/1990, a escassez de mão-de-obra para abastecer as pequenas e médias empresas japonesas criou um dilema para o governo japonês – como manter a homogeneidade étnica e cultural (imaginada ou não) tão caras aos japoneses frente a demanda crescente de mão-de-obra para postos de trabalho não qualificados (Yamanaka, 1996). Para resolver estas questões econômicas e laborais, a resposta encontrada foi o recrutamento de mão-de-obra entre a diáspora japonesa.

Como referido anteriormente, com a reforma da lei de imigração de 1990, o Japão passou a conceder visto de permanência para os descendentes de japoneses estimulando assim, o fluxo migratório dos brasileiros nikkeis e seus cônjuges. No entanto, estes vistos eram emitidos com duração de 6 meses a 3 anos com possibilidade de renovação. Além disto, estes vistos estavam atrelados a contratos de trabalho com períodos fixos, podendo os empregadores eliminá-los quando dos seus términos.

A partir da metade da década de 1990, como decorrência da prolongada recessão econômica, os trabalhadores japoneses voltaram a ocupar os empregos que vinham sendo ocupados pelos estrangeiros sendo estes empurrados para segmentos ainda mais desfavoráveis do mercado de trabalho com relações empregatícias de caráter predominantemente contingêncial (Tanno, 2007).

As ocupações mais comuns  entre os brasileiros neste período inicial eram ligadas ao setor manufatureiro, seguida de ocupações em serviços de escritório e no setor de serviços em geral. Na sua maioria, os brasileiros exerciam trabalhos considerados indesejáveis para os japoneses nativos que exigiam pouca qualificação denominados pelos trabalhadores imigrantes como os trabalhos 5K: pesado (kisui), perigoso (kiken), sujo (kitanai), exigente (kibshii) e indesejável (kirai).((Kawamura, 1999)).   

A estrutura do mercado de trabalho japonesa é marcadamente dual, dividida entre os setores primários e secundários caracterizados pela disparidade salarial, benefícios, oportunidades de treinamento e estabilidade empregatícia entre as empresas mães (empresas contratantes), de grande porte, e as subcontratadas, de pequeno e médio portes (Genda, 2006; Kosugi, 2003; Hara e Seiyama, 2006) Assim, or recursos humanos destinados as primeira são na sua maioria oriundos das universidades e, formados por japoneses nativos formando um sistema de emprego vitalício denominado keiretsu (Tanno, 2007). Como resultado, os trabalhadores das pequenas e médias empresas não podem ser transferidos para as empresas mães (Tanno, 2007). Os brasileiros, na sua grande maioria, eram empregados por sub-contratantes e enviados para empresas do setor secundário como trabalhadores temporários.

Dados da Universidade de Sofia, na cidade de Toyota sugeriam que neste período inicial, 71% dos brasileiros estavam empregados no setor de autopeças e o restante distribuído em pequenas fábricas de produtos eletrônicos, carburadores para máquinas diversas, produtos de cerâmica, restaurantes, etc. Cerca de 84% estavam empregados em empresas com menos de 300 empregados ou de capital inferior a 100 milhões de ienes, consideradas pequenas e médias empresas pela lei japonesa (Tanno, 2007).

A crise de 2008….

Hoje, segundo o Censo japonês de 2020, os brasileiros representam 0.2% da força de trabalho japonesa com 112.474 brasileiros participando da força de trabalho ativa. Na sua maioria (96%) estão entre os 15 e 64 anos de idade. Os desempregados somavam 9%. Aqueles em idade de trabalho mas não engajados no mercado de trabalho contavam 19.407 pessoas. Outros 6.444 atendiam escola e 8.753 faziam trabalhos domésticos. 17.130 não responderam sobre seu status laboral.

Assim como no começo da emigração brasileira para o Japão, os emigrados de hoje, são predominantemente de classe média no Brasil refletido na alta parcela de pessoas com educação XXXX entre estes (Tsuda, 2003; Kajita et al., 2005 e XXXXX, 2020).

 

Referências Bibliográficas:

Bassanezi, M. S. B e Bógus, L. M. M. (1997). Brasileiros Soggiornanti na Itália: Um perfil Sócio-Demográfico. trabalho apresentado no I Simpósio Internacional sobre Emigração Brasileira, Lisboa.

Bógus, Lucia Maria M. (1995). “Migrantes Brasileiros na Europa Ocidental: Uma Abordagem Preliminar.” In Patarra, Neide L. Emigração e Imigração Internacional no Brasil Contemporâneo, FNUAP, São Paulo. 

Bógus, Luicia M e Bassanezi, Maria S. (1996). “Do Brasil para a Europa – Imigrantes Brasileiros na Península Itálica neste Final de Século.” in O Fenômeno Migratório no Limiar do 3º Milênio, Rio de Janeiro, Ed. Vozes.

Castro, Mary Garcia (Org.) (2001). Migrações Internacionais: Contribuições para Políticas, Brasil 2000. CNDP, Brasília.

Margolis, Maxine L. (2005). “Brazilians in the United States, Canada, Europe, Japan, and Paraguay. In Encyclopedia of Diasporas. Edited by Melvin Ember, carol R. Ember and Ian Skoggard. Springer.

Ministério das Relações Exteriores – MRE. (2022). Brasileiros no Mundo – Estimativas xxxx, Subsecretaria Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior (SGEB); Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior (DCB: Divisão de Assitência Consular – DAC.

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Remessas Monetárias

A globalização está acelerando a migração internacional. Impulsionada por uma série de fatores, tais como a crescente necessidade de mão de obra qualificada e não qualificada nos países desenvolvidos dado o baixo nível de fertilidade e o rápido envelhecimento da população; persistente pobreza…

Transnacionalismo

Imigração Transnacional Hoje, a tecnologia, economia, demografia, política, e fatores culturais têm acelerado de forma crescente a imigração transnacional. Os imigrantes transnacionais, envolvem-se em atividades além-fronteiras, e através destas constroem “campos...

Brasileiros no Canadá

Brasileiros no Canadá

“Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.”

Introdução


Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a Port Arthur, atual Thunder Bay, ao norte de Ontario (Barbosa, 2012). Por outro lado, de acordo com a mesma autora, a criação da São Paulo Light Company em 1899, marca o princípio do fluxo de canadenses para o Brasil. Inspirado no sucesso paulista, em 1904, foi criada no Rio de Janeiro a Tramaway Light and Power Company. Em 1912, as duas companhias uniram-se sob o nome de Brazilian Traction, Light and Power Company. Por

cerca de oitenta anos, a Light, como era conhecida no Brasil, teve um papel importante no desenvolvimento dos setores de geração de energia hidroelétrica, instalação de linhas de bondes elétricos, fornecimento de gás e telefonia (Armstrong, 1988; McDowall, 1988; Dean, 2005). 

Crescente criticismos do domínio estrangeiro sobre o setor energético brasileiro por parte de setores nacionalistas nos anos 1920s/1930s, junto a problemas de qualidade nos serviços providos pela Light levaram à um descontentamento crescente com a companhia. Nos anos 1950s, foi proposta de criação da empresa estatal, Eletrobrás, e o estado começou a operar a Hidroelétrica de Furnas. A Eletrobrás foi finalmente criada em 1962 e a Light (conhecida agora como Brascan) foi vendida para o governo brasileiro em Janeiro de 1979. Em 1996, o governo de Fernando Henrique Cardoso vendeu a companhia para um grupo de investidores privados. Em 2002 o grupo Francês Electricité de France controlava mais de 94% da companhia.

Há registros, que por quase um século, a empresa recrutou seus administradores e engenheiros em Toronto. Conta-se ainda, que alguns destes técnicos casaram-se com brasileiras eventualmente retornando com suas esposas e filhos dando origem ao primeiro deslocamento permanente de brasileiros para o Canadá. Poucos brasileiros foram trabalhar nos escritórios da empresa no Canadá, embora vários milhares trabalhavam para a empresa no Brasil  (Shirley, 1999). Esse fluxo aumenta nas décadas de 1960 e 1970 quando famílias de refugiados de guerra europeus vivendo no Brasil começaram a reunificar com suas famílias residindo em outros países. Assim, 40% dos imigrantes brasileiros para o Canadá neste período não eram brasileiros natos. Na sua maioria, estes grupos de europeus eram de origem Ucraniana, Alemã e Morávia que tinham emigrado para o Brasil no final do século IXX e começo do século XX e re-migraram para o Canadá. No mesmo período, como resultado da repressão da ditadura militar  instalada em 1964 no Brasil, o Canadá recebeu alguns imigrantes brasileiros incluindo intelectuais como Paulo Freire, Florestan Fernandes, Herbert de Souza e o novelista Sergio Kokis que continua vivendo em Montreal (Schugurensky, 2011; Hazelton, 2002).

Ao longo do tempo, o Canadá viu na imigração uma fonte de promoção do seu crescimento demográfico e econômico. É neste contexto que se insere a imigração brasileira que ganha volume com a crise econômica e política brasileira dos anos 1980 (SEGA, 2018). Este fluxo muda de composição passando, na sua maioria, a ser formado por brasileiros natos que emigravam por motivos econômicos. A imigração brasileira para o Canadá cresceu durante a primeira metade dos anos 1980, até que a partir de 1987 tornou-se obrigatório o visto o que dificultou a entrada dos migrantes no território canadense (Barbosa, 2012). Dado o número significante de brasileiros entrando no país como “turistas,” a partir da metade de 1987, a imigração canadense começou a interrogar os brasileiros antes da admissão e aqueles sem recursos financeiros adequados eram retornados imediatamente para seus pontos de partida (Goza, 1999),

No entanto, em 1985, os imigrantes brasileiros, utilizando-se da decisão do Supremo Tribunal canadense que os pretendentes ao ingresso no país na condição de refugiados não poderiam ser expulsos sem que antes terem o direito a audiência, entravam o país em grande números. O parecer do Supremo também estabelecia ainda que enquanto os pretendentes aguardavam a definição dos seus status, poderiam trabalhar no Canadá e se beneficiarem do seguro nacional de saúde. Além disso, tinham direito a recurso o que lhes proporcionava maior estadia no país (Goza, 1992). 

A partir 1989, esta política foi reformulada, incorporando duas etapas: a primeira, determinava a razoabilidade dos pedidos e, em caso afirmativo, eram concedidos os direitos listados acima. Caso contrário, eram deportados. Numa segunda etapa, os pretendentes eram submetidos a nova audiência da qual resultava a decisão final sobre seus pedidos de refúgio (Ibid.). 

No início da década de 1990, apesar de leis de imigração mais rígidas, a imigração brasileira para o Canadá aumentou (Sega, 2018), desta vez, de cunho claramente laboral aproveitando as campanhas do governo canadense para recrutar trabalhadores qualificados, com anúncios em jornais, revistas e palestras ministradas pela Embaixada e Consulados (Barbosa Nunes, 2003). Ao final do século XX e início do século XXI, observou-se outra vez um crescimento da população brasileira emigrante (Margolis, 2013).

Segundo dados do governo canadense, o Canadá deseja suprir seu déficit populacional admitindo cerca de 1,4 milhão de moradores permanentes nos próximos três anos (Sean Fraser, Ministro da Imigração do Canadá, 2023).

Quantos Somos e Onde Vivemos

O Canadá recebe um número considerável de imigrantes todos os anos. Entre 2001 e 2014, o país recebeu, em média, 249.500 imigrantes. Em 2015, mais de 271.800 imigrantes foram admitidos enquanto estes números alcançaram mais de 296.000 em 2016. Entre 2016 e 2021, o Canadá admitiu pouco mais de 1,3 milhão de imigrantes (Statistics Canada, 2023). De acordo com o Censo canadense de 2021, a população imigrante no Canadá representa 23% da população do país – a maior proporção entre os países do G7. De acordo ainda com a mesma fonte, a maioria destes imigrantes eram oriundos da Índia, Filipinas e China. Em 2021, o Brasil era a  9º principal origem das Américas (Censo, 2021).

Embora o número de Brasileiros no Canadá ainda seja pequeno, ele tem conhecido um crescimento significativo nos últimos anos do século XX e início do século XXI. Segundo o Censo canadense de 2021, 76.665 brasileiros residiam no país (0,2% da população). O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) no entanto, estima que em 2020, 122.400 brasileiros residiam no Canadá. O MRE registra ainda uma população de 133.170 brasileiros residindo no Canadá em 2022 representando 2,9% da população brasileira residindo no exterior e 6,4% da população brasileira residindo na América do Norte. Segundo a mesma fonte,  esta população representa um crescimento de 544% em relação ao ano de 2008 quando a população brasileira no país era de 20.650 pessoas. Dados completos podem ser encontrados nos links a seguir: Estatísticas e Mapas.

Como é sabido, as fontes referentes ao número de brasileiros emigrados variam substancialmente. Por exemplo, enquanto o MRE em 2010 estimou 30.146 brasileiros vivendo no Canadá, o IBGE no Censo de 2010 registrou somente 10.540 pessoas. Enquanto o MRE tende a superestimar a população, o IBGE tende a subestimá-la. De acordo com o censo canadense, a população brasileira subiu de 1.365 em 1986, para 12.500 em 2006 (Statistics Canada, 2006). 

O recenseamento canadense de 1990, registrou 5.295 permanente residentes nascidos no Brasil. Entre 1991 e 1995, somaram-se outros 2.245 brasileiros nativos. De 1996 a 2000, o censo registrou 2.510 brasileiros adicionais e entre 2001 e 2005, 5.075 juntaram-se a estes. Somados aos brasileiros que entraram no país entre 2006 e 2010, 10.172, tem-se, segundo esta fonte, um total de 25.292 brasileiros vivendo no Canadá uma estimativa mais perto desta do MRE do que daquela do IBGE.

A maioria dos brasileiros residentes no Canadá estão concentrados nas Províncias de Ontário (47%), Québec (21%), British Columbia (20%) representando 88% da população brasileira residente no Canadá.

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros na América Central

BRASILEIROS NA AMÉRICA CENTRAL "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis...

Brasileiros na Flórida

BRASILEIROS NA FLÓRIDA "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute...

Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

Os imigrantes, principalmente os que chegaram recentemente, são mais propensos a viver nos centros urbanos maiores do que a população canadense nativa. Os brasileiros não fogem à regra. As regiões metropolitanas (Census Metropolitan Areas – CMAs) com maior concentração de imigrantes brasileiros estão localizadas em Toronto (24.000), Vancouver (13.000), Montreal (12.000), Ottawa-Gatineau (7.000), Calgary (3.000), Québec (2.000), Kitchener-Cambridge-Waterloo (2.000), London (2.000), Edmonton (1.000), Hamilton (1.000), entre outras. 

O crescente nível de investimentos entre Brasil e Canadá contribui para o aumento dos fluxos migratórios entre os dois países. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Canadá e o quarto investidor após os Estados Unidos, o Reino Unido e a Holanda, com investimentos de $22 bilhões de dólares (Pinto, 2008). Outros aspectos importantes são as incertezas das políticas migratórias dos Estados Unidos, a dificuldade de obtenção de visto nesse país e o clima anti-imigrante, que fazem  

com que os brasileiros cada vez mais escolham o Canadá quando idealmente queriam ir para os Estados Unidos país que mais recebe brasileiros emigrantes (Barbosa, 2009). Assim, a expectativa é que a imigração brasileira para o Canadá não só continue, mas que tenda a aumentar.

Motivos da Partida

Várias são as razões para a partida. A deterioração econômica, social e política no Brasil nos anos 1980, a chamada década perdida, inicia o ciclo de emigração dos brasileiros para a América do Norte, Europa e Japão. Mais tarde, entremeada á crise financeira global de 2007-2008, a crescente violência urbana como mostra o Atlas da Violência 2017, o Brasil continua tendo altos  índices de mortes violentas. Isso torna o Brasil um dos países mais violentos do mundo (taxa de homicídio de 28,9 por 100 mil habitantes). Estes fatores criam desilusão nas classes médias que deixam o país mesmo aqueles que têm bons empregos. De fato, a violência urbana passa a ser um dos fatores determinantes do fluxo emigratório brasileiro no começo do século XXI. Adela Pelegrino (2001) aponta para o fato de que a causa do aumento da emigração latino-americana, envolve principalmente profissionais e indivíduos com alto grau de educação oriundos da Argentina, Brazil e Venezuela. 

Relatório de Pesquisa: Perfil dos Brasileiros no Canadá, 2019.

O golpe parlamentar em 2016 que levou ao impedimento da Presidenta Dilma Rousseff desencadeou um processo político de extrema direita que culminou com a prisão do Presidente Luís Inácio Lula da Silva e a eleição de Jair Bolsonaro. O governo deste último, causou danos incomensuráveis ao país, deixando não só as classes trabalhadoras, alvo permanente da direita, mais também as classes médias em situação de declínio nos seus níveis de vida, além da criação de um clima político de alta tensão e discórdia. Este clima continua nos dias de hoje com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva depois de inocentado pelo Supremo Tribunal Federal.

A escolha pelo Canadá não se dá somente pelos fatores citados acima mas também como resultado das campanhas de recrutamento do governo Canadense via anúncios em revistas brasileiras além de reuniões organizadas pelos Consulados canadenses em diversos estados brasileiros. O tipo de imigrante em vista é uma pessoa com alto grau de educação, fluente em inglês e francês com experiência de trabalho no seu campo de especialização (Barbosa Nunes, 2003). Para os brasileiros emigrantes, a atração pelo Canadá se dá pelo seu alto nível de qualidade de vida, economia estável, segurança pública e a possibilidade de desenvolvimento pessoal (Machado, Falcão e Cruz, 2022).  

Relatório de Pesquisa: Perfil dos Brasileiros no Canadá, 2019.

Como referido anteriormente, o Canadá tem visto a imigração como um instrumento de promoção do seu crescimento demográfico e econômico privilegiando a atração de imigrantes com alta qualificação estruturado num sistema de pontos (point-based system of skilled-worker immigration), que leva em consideração fatores como idade, nível de proficiência do inglês e francês, formação acadêmica e trajetória profissional para determinar quem receberá a residência permanente. 

O estabelecimento deste sistema de pontos para a aquisição do visto de residência e trabalho, significa que apenas um número pequeno de brasileiros com educação relativamente alta consegue emigrar para o Canadá. O recrutamento é focado também no preenchimento de necessidades particulares do mercado de trabalho. Cada vez mais o governo canadense prioriza quem já estudou e/ou trabalhou no país pois essas pessoas já estão inseridas na cultura local.

O Quebec é uma exceção pois é a única província que tem poder para definir suas próprias regras de imigração. 

Muitos brasileiros ainda teem preferência pelos Estados Unidos, destino tradicional dos emigrantes brasileiros, mas desistiram deste pela hostilidade existente contra os imigrantes, a idéia da assimilação mais ou menos forçada comparada ao multiculturalismo canadense, além de melhores condições proporcionadas pelo governo para a integração dos imigrantes verso a total ausência de políticas públicas de acolhimento, assentamento e integração nos Estados Unidos. Finalmente, e mais importante, a opção entre Estados Unidos e Canadá pode ser, para muitos, a opção entre a imigração legal no Canadá ou ilegal nos Estados Unidos.

Quem Somos e o Que Fazemos

Segundo o Censo canadense de 2021, tinham 76.665 brasileiros vivendo no Canadá. O Censo canadense revelou ainda que as mulheres representam cerca de xx% da população brasileira. O nível educacional dos brasileiros vivendo no país era relativamente alto com 25% deles tinham diploma universitário. xxxx  . A convalidação dos diplomas  brasileiros tem sido um problema grande forçando parte dos brasileiros a trabalharem em outra área  que aquela de suas formações.

A maior parte dos brasileiros residentes esta empregada (66%), outros 26% encontram-se fora da força de trabalho e 8% estão desempregados. As ocupações mais frequentes eram estas ligadas a profissionais na área de tecnologia da informação, engenheiros, estudantes de graduação, mestrado e PhD e administradores. Ocupações como professores, economistas, profissionais da saúde e advogados também foram citadas. (Paiva, 2018)

A renda familiar é alta com 38,1% dos entrevistados declarando estar ganhando entre 2005 reais a 8.640 reais e 29,4% declarou renda de 11.262 mensalmente (Paiva, 2018).

Finalmente, a autora da mesma pesquisa, afirma que 97% dos brasileiros residentes no Canadá estavam em situação legal. 

Referências Bibliográficas:

Andrès, Bernard. (2003). Que Latino-Americanidade para o Quebec e o Brasil? ALCEU 4, 7: 196 – 210.

Armstrong, Christopher and H. V. Nelles (1998). Southern Exposure: Canadian Promoters in Latin America and the Caribbean, 1896 – 1930. Toronto: University of Toronto Press.

Barbosa, Rosana. (2003). Brasileiros no Canadá: Um Novo e Crescente Grupo de Imigrantes. CANADART, Revista do Núcleo de Estudos Canadenses da Universidade do estado da Bahia 9: 197 -216..

Barbosa, Rosana, (2007). Brazilian and Canadian Relations: A Historical Survey, in: Brasil and Canada in the Americas, Symposium, Gorsebrook Research Institute for Atlantic Canada Studies. Brasil and Canada in the Americas. Halifax, 31 -54. 

Barbosa, Rosana. (2009). Brazilian Immigration to Canada. Canadian Ethnic Studies. Vol. 41, Nº 1-2.

Barbosa, Rosana (2012). Brasil-Canadá: Ligações Migratórias nos Séculos XIX e XX.

Cruz, Eduardo Picanço; Michel Mott Machado; Roberto Pessoa de Queiroz Falcão e Georgia Mariano de Araujo. (2019). Relatório de Pesquisa: Perfil dos Brasileiros no Canadá. CBPq; FAPESP.

Dean, Vernon Alan. (2005). Brazilian Traction, Light and Power Company Limited, 1899 -1919. A Case Study in Geography of Financial Capital. M.A. Thesis. University of Toronto.

Decreto Nº 6592 de 1º de Agosto de 1907 Concede Autorização à “The São Paulo Tramway Light and Power Company Limited para continuar a funcionar na República.

Employment and Immigration Canada. (1989). Immigration to Canada: A statistical Overview. Ottawa. Minister of Supply and Services Canada.

Employment and Immigration Canada. (1990). Annual Report 1989 – 1990. Ottawa. Minister of Supply and Services Canada.

Goza, Franklin. (1994). Brazilian Immigration to North America. International Migration Review 28.1.

Goza, Franklin. (1999). Brazilian Immigration to Ontario. International Migration Review 37.4.

Goza, Franklin. (2003). Redes Sociais e a Integração de Brasileiros no Canadá e nos Estados Unidos. In Fronteiras Cruzadas, Etnicidade, Gênero e redes Sociais. Org. Ana Cristina Braga Martes e Soraya Fleischer, São Paulo, Editora Paz e Terra

Inácio, Giovanna Raquel (2020). Direito Internacional e a Imigração Laboral. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Faculdade de Direito.

MacFadden, Maria Adelia Jorge. (2003). Caraccterísticas Psicolssociais de um Grupo de Imigrantes Brasileiros no Canadá. CANADART, Revista do Núcleo de Estudos Canadenses da Universidade do estado da Bahia.

MacFadden, Maria Adelia Jorge. (2004). Social Insertion and Identity Construction of Second Generation Brazilian Immigrants in Canada. Interfaces, Revista da ABECAN 4.

Margolis, Maxine. Brazilians in the Unites States e Canada, Europe, Japan and Paraguay. In: Encyclopedia of Diaspora: Immigrant and Refugee Cultures Around the World, editado por Melvin Ember, Carol R. Ember and Ian Skoggar, (Volume 2).

McDowall, Duncan. (1988). The Light. Brazilian Traction, Light, and Power Company Limited. 1899 – 1945. Toronto: University of Toronto Press.

Ministério das Relações Exteriores do Brasil – MRE (2021). Comunidade Brasileira no Exterior: estimativas Referentes ao Ano de 2020. 

Paiva, Clara Radicetti (2018). Fluxos Migratórios Recentes: Um estudo de casos dos Emigrantes brasileiros no Canadá e Portugal. Universidade Federal do rio de Janeiro, Instituto de Economia. Rio de Janeiro.

Reis, Rosana Rocha e Teresa Sales Org. (1999). Cenas do Brasil Migrante. São Paulo: Boitempo Editorial.

Sales, Teresa. (1998). Brasileiros Longe de Casa. São Paulo: Cortez Editora.

Simmons, A. (1990). New Wave Immigrants: Origins and Characteristics. In Halli, S. S.; Trovato, F. and Driedgar, L. (Eds). Ethnic Demography: Canadian Immigrant, Racial and Cultural Variations. Ottawa. Carleton University Press. P. 141-159.

Shirley, Robert W. (1999). Brazilians in: Paul Robert Magocsi and Multicultural History Society of Ontario. Encyclopedia of Canada’s Peoples. University os Toronto Press. 

Statistics Canada (2006). 2006 Census:Detailed Country of Citizenship – 20% Sample Data.

Vidal, Maria do Socorro. (2000). Brasileiros no Canadá. A Descoberta de Novos Caminhos. Ph.D. Dissertação. Pontífica Universidade Católica, São Paulo.

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Remessas Monetárias

A globalização está acelerando a migração internacional. Impulsionada por uma série de fatores, tais como a crescente necessidade de mão de obra qualificada e não qualificada nos países desenvolvidos dado o baixo nível de fertilidade e o rápido envelhecimento da população; persistente pobreza…

Transnacionalismo

Imigração Transnacional Hoje, a tecnologia, economia, demografia, política, e fatores culturais têm acelerado de forma crescente a imigração transnacional. Os imigrantes transnacionais, envolvem-se em atividades além-fronteiras, e através destas constroem “campos...

Brasileiros no Japão

Brasileiros no Japão

Angelo IIshi é conselheiro, pesquisador Associado e curador da página “Brasileiros no Japão.” Formado em Jornalismo na USP com mestrado em Ciências Sociais na Universidade de Niigata no Japão, e doutorado na Universidade de Tokyo. Ishi ocupa hoje a posição de professor titular da Faculdade de Sociologia da Musashi University, em Tóquio.

Introdução

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil entre o período que vai da chegada do navio Kasato Maru em junho de 1908 trazendo o primeiro contingente japonês até 1941. Com o advento do Estado Novo e seu projeto nacionalista, uma série de leis e medidas restritivas a emigração foram impostas principalmente para os nacionais de países do Eixo – Japão, Itália e Alemanha. Escolas foram fechadas, publicação de revistas e jornais destas comunidades vetadas, os imigrantes proibidos  de organizar atividades políticas e até mesmo de falar seu idioma. Durante este período, o Brasil rompeu relações diplomáticas com o Japão, abrigando a maior colônia japonesa do mundo.

Até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, os imigrantes japoneses no Brasil consideravam-se nihonjin, japoneses, pois mantinham a perspectiva de volta ao Japão.

Somente na década de 1950 o fluxo migratório japonês foi retomado. Deste período até 1988 o Brasil recebeu 53.555 imigrantes japoneses. Hoje, o Brasil é o país com a maior comunidade de origem japonesa no mundo, contando com cerca de 1,5 milhão de japoneses e seus descendentes que atualmente se encontram na terceira e/ou quarta geração (Sasaki, 2010). 

No final dos anos 1980 este fluxo reverte-se e intensifica-se nos anos 90 com a crise econômica e social no Brasil. Conhecida como a “década perdida,” os anos 80 foram marcados pela “instabilidade política, queda do desempenho econômico, elevação do custo de vida, crescente queda do poder aquisitivo, alta taxa inflacionária, aumento do desemprego, concentração da renda, e em consequência, a deteriorização das condições de vida de grande parte da população, em particular os extratos médios” (Oliveira, 1997; Kawamura, 1999). Essa crise fez com que um grande número de brasileiros de classe média buscasse emprego no exterior principalmente nos Estados Unidos, Paraguai, Japão e na Europa (Assis & Sasaki, 2000).

Enquanto no Brasil a década de 1980 foi caracterizada pela recessão econômica, o Japão experimentava um boom econômico. As pequenas e médias empresas sofriam  escassez de mão-de-obra que viria a ser provida pela mão-de-obra estrangeira. Além da questão demográfica, uma população idosa cada vez mais numerosa associada à baixa natalidade, os japoneses mais jovens recusavam-se a trabalhar nestas empresas pois não havia oportunidades de ascensão, preferindo as empresas maiores com maior perspectivas profissionais.

Com a reforma da Lei de Controle da Imigração promulgada em junho de 1990, os descendentes de japoneses oriundos da América do Sul, principalmente brasileiros e peruanos, formam o novo contigente de trabalhadores para estas pequenas empresas. Durante o período anterior à reforma de 1990, o Japão estava recebendo uma quantidade imensa de imigrantes “ilegais” oriundos do Paquistão, Bangladesh, China e Tailândia. A legislação de 1990 privilegiou então os imigrantes com ascendência japonesa de forma a não perturbar a homogeneidade étnica mítica do país (Sasaki, Elisa 2006). 

Assim, filhos (nissei) e netos (sansei) dos japoneses que emigraram para a América do Sul foram a terra de seus ancestrais em busca de trabalho. Vistos para a quarta geração de descendentes japoneses (yonsei-jin) foram concedidos somente para aqueles acompanhados por aqueles da terceira geração – os nikkeis. Segundo Kawamura (1995), a palavra nikkey refere-se aos descendentes de japoneses nascidos fora do Japão e compreende os nisseis (segunda geração), saseis (terceira geração), yonseis (quarta geração) e os mestiços que emigram para o Japão, em geral, eram oriundos das classes médias urbanas. Mesmo exercendo atividades no Japão menos condicente com as suas qualificações profissionais, eles eram muito diferentes dos seus ancestrais que em geral eram agricultores no Japão. Eles diferem também dos outros emigrantes brasileiros pois possuem status migratório regular, e contam, via de regra, com o apoio institucional do governo japonês.

No Japão, ficaram conhecidos como dekasseguis, o que significa literalmente “trabalhando distante de casa” expressão esta que designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país. A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada por dois ideogramas deru (出る- sair) e kassegu (稼< – trabalhar para ganhar dinheiro), sendo aplicado a qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região. Originalmente o termo era aplicado aos trabalhadores  sazonais, principalmente do norte  do Japão que procuravam trabalho mais ao sul (Beltrão, Kaizô Iwakami e Sonoe Sugahara, 2006).

Segundo Angelo Ishi, Professor da Faculdade de Sociologia da Universidade de Musashi em Tóquio, a história da migração dos nikkeijin brasileiros para o Japão pode ser dividida em quatro estágios. O primeiro, começa nos meados dos anos 1980 e ficou conhecido como o fenômeno do U-Turn quando poucos isseis, primeira geração de imigrantes, retornam ao Japão. Este período foi gradualmente substituído pela migração dekassegui, termo que refere-se aos nisseis e sanseis.

A década de 1990 conhece um aumento extraordinário do número de brasileiros no Japão e o começo do assentamento desta comunidade. Aqui, conforme compreensão de Ishi, a palavra dekassegui é substituída pela palavra decasségui de forma a desvincular a conotação negativa da ortografia original.

Os anos 2000s marcaram a sedimentação dos imigrantes brasileiros residentes no Japão, passando, conforme com o mesmo autor, de decasségui a imigrantes. O período onde uma grande porção dos decasséguis deixaram de lado a ilusão do retorno. O número de pessoas que obtiveram permanente vistos  aumentou de 2.644 em 1998 para 10.568 em 2003 e mais de cem mil nos anos seguintes.

A crise financeira global de 2008, criou desemprego massivo no Japão com efeitos nefastos para a comunidade brasileira.

More recente history

 Quantos Somos e Onde Vivemos

Hoje, 206.000 brasileiros vivem no Japão, segundo dados do Ministério da Justiça daquele país. Uma população maior do que a apontada no Censo japonês de 2020 quando os brasileiros somavam 180.014 pessoas mas, menor que a população anterior, antes da crise de 2008, que chegou a mais de 300.000. MRE No Brasil, esta comunidade é contabilizada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) como o terceiro maior grupo vivendo fora do país e somando XXXX em 2020 (XXXXXXX).

Em Abril de 2009, o governo japonês introduziu um programa incentivando os brasileiros e outros imigrantes latino americanos a retornar para seus países de origem oferecendo US$3.000 dólares para passagens e US$2.000 dólares para cada dependente. Aqueles que optaram em participar do programa teriam que concordar em não voltar para o Japão no futuro.  Enquanto o número de brasileiros diminuiu, o número de imigrantes de outros países como a China, Filipinas e Vietnam, continuou a crescer dado outros esquemas de emprego como o sistema de estagiários.((De acordo com o Setor de Imigração do Ministério da Justiça do Japão, em 2007, as principais nacionalidades dos estrangeiros registrados no Japão eram: chineses com 606.889 (28,2%); coreanos com 593.489 (27,6%); brasileiros com 316.967 (14,7%); filipinos com 202.592 (9,4%) e peruanos com 59.696 (2,8%).))

 Em 2019, o governo japonês alterou outra vez a legislação migratória desta vez deixando de lado a velha distinção entre trabalho especializado ou de baixa especialização e o trabalho de alta qualificação constante no seu regime migratório. Incentivado pela Federação de Negócios do Japão (Keidanren), o objetivo era atrair cerca de 350.000 trabalhadores de qualificação média num período de cinco anos para cobrir o déficit laboral((Milly, Deborah J. (2022). Migration Information Source))

Por quase duas décadas, os brasileiros se mantiveram como a terceira maior comunidade imigrante no Japão depois dos chineses e sul coreanos. Nos últimos dez anos no entanto, foram ultrapassados pelos filipinos e depois pelos vietnamitas. Os vietnamitas somam hoje 500 mil, ou 16% do total dos 2,6 milhões de imigrantes residentes no país. De acordo com o Ministério de Justiça japonês, os vietnamitas hoje são o segundo maior grupo, atrás apenas dos chineses – 744 mil, ou 25,1% do total.((A população imigrante no Japão é muito pequena (2,2% em 2020) comparada com 13,3% nos Estados Unidos, 19% na Alemanha e 21% no Canadá.))

A população brasileira encontra-se concentrada principalmente, na região central do Japão destacando-se as Províncias de Shizuoka e Aichi. As cidades com maior número de brasileiros são Hamamatsu (Shizuoka), e Toyohashi, Toyota, Nagoya e Okazaki, todas na província de Aichi, onde predominam a indústria automobilística e as firmas subcontratadas. Além dessas cidades, os brasileiros vivem também na região central do país como Shizuoka, Kanagawa, Saitama e Gunma onde estão empregados em outros setores da economia como os setores de serviço e alimentícios. A concentração de brasileiros nessas regiões são, em parte, produto dos arranjos feitos pelos agentes de emprego. Para visão completa da população brasileira no Japão, segundo o Censo de 2020 visitar Estatísticas e Mapas.

 

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros na América Central

BRASILEIROS NA AMÉRICA CENTRAL "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis...

Brasileiros na Flórida

BRASILEIROS NA FLÓRIDA "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute...

Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

Idade, Gênero e Estado Civil

A estrutura etária da população brasileira no Japão sofreu alterações durante os últimos vinte anos. Enquanto em 1994, esta população concentrava-se majoritariamente nos grupos etários entre 20 e 34 anos (39%). Os dekasseguis na faixa etária de 35 a 39 anos representavam outros 17,2% (Associação Brasileira de Dekasseguis (ABD). Em 2020, a idade média dos brasileiros era de 35,9 anos comparada a dos japoneses (47.9).((Statiscs Bureau of Japan, Census 2020.))

Mudanças também ocorreram em relação a presença masculina que em 2002 predominava e hoje compõem somente 48,6% da população.

Ainda, segundo a mesma pesquisa da ABD, a maioria dos dekasseguis era casados, a composição diferente da de hoje onde somente 28,3% dos brasileiros são casados, enquanto 59,5% nunca casaram; 1,3% são viúvos e 6,3% são divorciados.((4,3% não responderam.))Essa composição é bastante similar a da população japonesa. Os brasileiros são casados 2% mais que os japoneses; nunca casaram 3,5% mais que os japoneses; divorciados a somente um pouco maior -1.1% – e como a população é mais jovem que a japonesa, estes teem menos viúvos que os japoneses.  

 

Motivos da Partida

As razões para a partida continuam as mesmas dos anos iniciais adicionada à questão da violência urbana e às constantes crises econômicas e políticas. Dados da pesquisa de 2004 da Associação Brasileira de dekasseguis (ABD), apontava como razões para a emigração a “fuga do desemprego” (25% dos homens e 27,7% das mulheres); a “insatisfação com a renda/salário” (47,5% dos homens e 49% das mulheres); “poupar para abrir um negócio no Brasil” (48,7% dos homens e 35,9% das mulheres); “sustentar a família” (29,5% dos homens e 23,3% das mulheres); “conhecer o Japão” (25,7% dos homens e 32,3% das mulheres); “pagar estudos” (25,6% dos homens e 27,1% das mulheres); e “pagar dívidas” (8,9% dos homens e 7,6% das mulheres).

Patarra e Baeninger (2006) argumentam que os emigrantes brasileiros que se dirigiram principalmente para os países do primeiro mundo, buscavam principalmente a mobilidade social, que se encontrava truncada no Brasil na década de 1980. Assim, os nipo-brasileiros, pertencentes à classe trabalhadora ou oriundos da classe média, tornam-se imigrantes, retornando ao país dos seus ancestrais, de forma a compensar as perdas significativas em seus padrões de vida. Trocam o trabalho que dá prestígio no Brasil pelo trabalho que remunera.

Inserção no Mercado de Trabalho e Educação

O Japão se defronta com um problema perene relacionado ao envelhecimento da sua população com a diminuição relativa da população em idade ativa, bem como a contínua queda da fecundidade que acentua essa tendência e leva a uma taxa de crescimento negativo da população e seu declínio. Além disso, o Japão possui uma das maiores expectativas de vida do mundo. Em 2008, para as mulheres era de 86,05 anos de vida ao nascer e para os homens de 79,29, a maior do mundo entre as mulheres e a quarta maior entre os homens (Suzuki, 2009). Essa dinâmica demográfica leva a uma queda acentuada da população ativa o que implica dificuldades no preenchimento dos postos de trabalho, principalmente aqueles não qualificados (Sasaki, 2000).

Embora a economia japonesa tenha experimentado falta de mão de obra nos anos prósperos de 1960, tanto governo japonês quanto as grandes corporações optaram pela automação para não depender de mão-de-obra estrangeira. A partir dos anos 70, outra tentativa de suprimento de mão-de-obra foi feita pela incorporação cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho em posições de baixo salário e tempo parcial nos setores manufatureiros e de serviços (Roberts, 1994).

Durante os anos 1980/1990, a escassez de mão-de-obra para abastecer as pequenas e médias empresas japonesas criou um dilema para o governo japonês – como manter a homogeneidade étnica e cultural (imaginada ou não) tão caras aos japoneses frente a demanda crescente de mão-de-obra para postos de trabalho não qualificados (Yamanaka, 1996). Para resolver estas questões econômicas e laborais, a resposta encontrada foi o recrutamento de mão-de-obra entre a diáspora japonesa.

Como referido anteriormente, com a reforma da lei de imigração de 1990, o Japão passou a conceder visto de permanência para os descendentes de japoneses estimulando assim, o fluxo migratório dos brasileiros nikkeis e seus cônjuges. No entanto, estes vistos eram emitidos com duração de 6 meses a 3 anos com possibilidade de renovação. Além disto, estes vistos estavam atrelados a contratos de trabalho com períodos fixos, podendo os empregadores eliminá-los quando dos seus términos.

A partir da metade da década de 1990, como decorrência da prolongada recessão econômica, os trabalhadores japoneses voltaram a ocupar os empregos que vinham sendo ocupados pelos estrangeiros sendo estes empurrados para segmentos ainda mais desfavoráveis do mercado de trabalho com relações empregatícias de caráter predominantemente contingêncial (Tanno, 2007).

As ocupações mais comuns  entre os brasileiros neste período inicial eram ligadas ao setor manufatureiro, seguida de ocupações em serviços de escritório e no setor de serviços em geral. Na sua maioria, os brasileiros exerciam trabalhos considerados indesejáveis para os japoneses nativos que exigiam pouca qualificação denominados pelos trabalhadores imigrantes como os trabalhos 5K: pesado (kisui), perigoso (kiken), sujo (kitanai), exigente (kibshii) e indesejável (kirai).((Kawamura, 1999)).

A estrutura do mercado de trabalho japonesa é marcadamente dual, dividida entre os setores primários e secundários caracterizados pela disparidade salarial, benefícios, oportunidades de treinamento e estabilidade empregatícia entre as empresas mães (empresas contratantes), de grande porte, e as subcontratadas, de pequeno e médio portes (Genda, 2006; Kosugi, 2003; Hara e Seiyama, 2006) Assim, or recursos humanos destinados as primeira são na sua maioria oriundos das universidades e, formados por japoneses nativos formando um sistema de emprego vitalício denominado keiretsu (Tanno, 2007). Como resultado, os trabalhadores das pequenas e médias empresas não podem ser transferidos para as empresas mães (Tanno, 2007). Os brasileiros, na sua grande maioria, eram empregados por sub-contratantes e enviados para empresas do setor secundário como trabalhadores temporários.

Dados da Universidade de Sofia, na cidade de Toyota sugeriam que neste período inicial, 71% dos brasileiros estavam empregados no setor de autopeças e o restante distribuído em pequenas fábricas de produtos eletrônicos, carburadores para máquinas diversas, produtos de cerâmica, restaurantes, etc. Cerca de 84% estavam empregados em empresas com menos de 300 empregados ou de capital inferior a 100 milhões de ienes, consideradas pequenas e médias empresas pela lei japonesa (Tanno, 2007).

A crise de 2008….

Hoje, segundo o Censo japonês de 2020, os brasileiros representam 0.2% da força de trabalho japonesa com 112.474 brasileiros participando da força de trabalho ativa. Na sua maioria (96%) estão entre os 15 e 64 anos de idade. Os desempregados somavam 9%. Aqueles em idade de trabalho mas não engajados no mercado de trabalho contavam 19.407 pessoas. Outros 6.444 atendiam escola e 8.753 faziam trabalhos domésticos. 17.130 não responderam sobre seu status laboral.

Assim como no começo da emigração brasileira para o Japão, os emigrados de hoje, são predominantemente de classe média no Brasil refletido na alta parcela de pessoas com educação XXXX entre estes (Tsuda, 2003; Kajita et al., 2005 e XXXXX, 2020).

A Migração Circular e o Retorno 

A diferença entre os trabalhadores residentes no Japão, os migrantes repetitivos e os retornados é sutil. Um trabalhador brasileiro que hoje reside no Japão, pode no futuro voltar ao Brasil. Aqueles que voltam ao Brasil podem voltar a tentar a vida no Japão seja pela dificuldade de readaptação ao cotidiano brasileiro seja pela falta de emprego nas suas regiões de retorno ou seja porque a aplicação das poupanças não rendem o esperado (Corrêa Costa, 2007).

Segundo o Censo brasileiro de 2000, cerca de 20 mil brasileiros, residentes em 31 de Julho no Brasil, declararam ter estado no Japão cinco anos antes. FUSCO Para uma visão dos brasileiros retornados por local de saída e chegada, visitar Estatísticas e Mapas.

O retorno se configura como momento difícil não só pelos problemas de readaptação mas também porque as “habilidades” adquiridas não são necessariamente adequadas as necessidades do mercado brasileiro pelo fato de estes desempenharem no Japão ocupações de de baixa qualificação. Na realidade, segundo Arowolo (2000), a emigração desqualifica estes trabalhadores. 

Segundo Mori (2000), existem pelo menos quatro tipos de migrantes repetitivos:

a) Isseis: o primeiro grupo, no início da migração para o Japão, foi constituído pelos migrantes japoneses, isseis, que imigraram para o Brasil antes ou após a Segunda Guerra Mundial;

b) Nisseis e Sanseis: este grupo, diferentemente do primeiro, foi composto, em sua maioria, por jovens solteiros ou casados, muitas vezes com cônjuges de origem não-japonesa. O vaivém entre os dois países se deu por razões várias incluindo o fracasso nos empreendimentos no Brasil com recursos adquiridos no Japão, dificuldade de adaptação no Japão e readaptação no Brasil. Este movimento de vaivém foi denominado por Mori de “profissionalização decasségui.”

c) Empreendedores: este grupo é de tamanho bastante pequeno. São trabalhadores dekasseguis que obtiveram muito sucesso e empreenderam também com sucesso nos dois países;

d) Regresso Temporário: este último grupo é composto por nisseis e sanseis de meia-idade, que geralmente deixam os filhos ou dependentes idosos no Brasil, ou que mantêm algum negócio familiar no Brasil voltando temporariamente ao país. 

Referências Bibliográficas:

Arowolo, O. O. (2000). Return Migration and the Problem of reintegration, USA. 

Beltrão, K.I and Sugahara, Sonoe (2006). Permanentemente Temporário: Dekasseguis Brasilerios no Japão, revista de Estadudos de População, São Paulo: ABEP, Vol. 23.

Beltrão, K.I and Sugahara, Sonoe (2008). Levantar Subsídios no Japão para uma Vida Melhor no Brasil, Mimeo.

Beltrão, K.I and Sugahara, Sonoe (2009). Reintegração? trabalhadores que retornaram ao Brasil Após Trabalharem no Japão. Mimeo.

D’Andréa, L. H. (1994). Choque Cultural e Cotidiano. In: Chigusa, C. T. (Org.). A Quebra dos Mitos: O Fenômeno Dekassegui Através de Relatos Pessoais. Atsugui-Shi: IPC Produção & Consultoria.

Ferreira, R. H. (2003). Brasil ou Japão: O Espaço do Consumo e a (Re)inserção do Dekassegui. In: Encontro Nacional sobre Migrações. Campinas, Anais. 

Fusco, W.,  Hirano, F.Y. e Peres, R.G. (2002). Brasileiros nos Estados Unidos e Japão. Anais do XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP. Ouro Preto.

Hirano, Fábio Yoiti. (2008). O Caminho para Casa: O Retorno dos Dekasseguis. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. São Paulo.

Ishi, Angelo (2003). Searching for Home, Wealth, pride and ‘Class’: Japanese Brazilian in the ‘Land of Yen.’ In: Searching for Home Abroad: Japanese-Brazilians and Transnationalism. Duke University Press.

Ishi, Angelo (2008). Between Privilege and Prejudice: Japanese-Brazilian Migrants in the “Land of the Yen and the Ancestors.” In: Transcultural Japa – At the Borderlands of Race, Gender and Identity, Routledge.

Ishi, Angelo (2017). Integrating a New Diaspora: Transnational Events by Brazilians in japan, the United States, and Europe, In: Living in Two Homes: Integration, Identity and Education of Transnational Migrants in a Globalized World, Emerald Publishing. 

Kawamura, L. K. (1999). Para Onde Vão os Brasileiros. Campinas. Editora Unicamp.

Kawamura, Lili, Célia Sakurai e Akemi Kikumura Yano (2008). Questões Atuais da Migração Brasileira para o Japão.

Kondo, Atsushi (2011). Development of Immigration Policy in Japan. In Asia and Pacific Migration Journal, Vol. 1, Nº4.

Ministério das Relações Exteriores – MRE. (2022) Estimativas dos Brasileiros no Exterior.

Ministério do Trabalho e Emprego (2009). Perfil Migratório do Brasil.

Ministry of Justice (2000). Basic Plan for Immigration Control. 2nd. Edition.

Ministry of Justice (2005). Basic Plan for Immigration Control. 3tr. Edition.

Ministry of Justice (2010). Basic Plan for Immigration Control. 4th. Edition.

Oliveira, A. C. (1997). Japoneses no Brasil ou Brasileiros no Japão: A Trajetória de uma Identidade em um Contexto Migratório. Campinas. Dissertação – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas. São Paulo.

Ribas, C. C. (1998). Os “Dekasseguis”: Uma Outra Face do Toyotismo. Campinas. Dissertação – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas. São Paulo.

Rossini, Rosa Estér (2004). O Brasil no Japão: A Conquista do espaço Nikkeis do Brasil no Japão. In: XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP. Caxambu.

Sasaki, E. M. (1998). Dekasseguis: Migrantes Brasileiros no Japão. In: XI Encontro Nacional de estudos Populacionais da ABEP. Caxambu.

Sasaki, Elisa (2000). Dekasseguis: Trabaladores Migrantes Nipo-brasilerios no Japão. Campinas. UNICAMP. Núcleo de Estudos de População.

Sebrae (2008). Guia do Dekassegui – Vo. 1 – Parindo para o Japão. Brasília.

Shishito, Katiani Tatie, Shishito, Fábio Akira (2013). O Impacto da Crise Econômica de 2008 sobre o Movimento Dekassegui. In: Baeniger, Rosana; Dedeca, Claudio Salvatori (Org.). Processos Migratórios no Estado de São Paulo: Estudos Temáticos. 1ed. Campinas: NEPO/UNICAMP, V.10. 

Statistical Bureau & Statistical Research and Training Institute. Ministry of Internal Affairs and Communications. Japan Statistical Yearbook. (2205). The Portal Statistics Bureau of Japan.

Takahashi, Shigesato. (2004). Demographic Investigation of the Declining Fertility Process in japan. In: Japaneses Journal of Population Vol.2, Nº1.

Yamanaka, K. I. (2000). I Will Go Home, But when? In: Douglas, M. e Roberts, G.S. (Org.). Japan and Global Migration: Foreign Workers and the Advent of a Multicultural Society. New York. Routledge.

Yamanaka, K. I. (1996). Return Migration of Japanese-Brazilians to japan: The Nikkeijinas Ethnic Minority and Political Construct, Diaspora, V.5, Nº 1.

Remessas Sociais

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza social cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes…

Remessas Monetárias

A globalização está acelerando a migração internacional. Impulsionada por uma série de fatores, tais como a crescente necessidade de mão de obra qualificada e não qualificada nos países desenvolvidos dado o baixo nível de fertilidade e o rápido envelhecimento da população; persistente pobreza…

Transnacionalismo

Imigração Transnacional Hoje, a tecnologia, economia, demografia, política, e fatores culturais têm acelerado de forma crescente a imigração transnacional. Os imigrantes transnacionais, envolvem-se em atividades além-fronteiras, e através destas constroem “campos...

Remessas Sociais

REMESSAS SOCIAIS (Social Remittances)

Introdução

As remessas são, em geral, entendidas somente como remessas monetárias. No entanto, elas podem também ter natureza sócio-cultural. Peggy Levitt em seu artigo Social Remittances: Migration-driven Local-development Forms of Cultural Diffusion (1998) e subsequente livro The Transnational Villagers (2001), cunhou o termo “remessas sociais” (social remittances) para realçar o fato de que os imigrantes, além de dinheiro, “remetem” idéias, práticas sociais e normas, comportamentos, atitudes políticas, práticas artísticas, etc.

Mais tarde, no artigo Social Remittances Revisited (2011), ela revisita o conceito de “social remittances” incluindo algumas observações: (a) as experiências passadas das pessoas antes da migração afetam o que estas “remitem” para suas sociedades de origem (Levitt e Lamba-Nieves 2011); (b) as remessas sociais, assim como as remesas monetárias, podem se dar individual ou coletivamente (ibid.); (c) estas remessas circulam continuamente entre paises de origem e destino (ibid.); (d) o contexto legal que os imigrantes encontram nos países de destino, impactam direta e indiretamente as formas de remessas sociais que estes são capazes  de eniviar (Lacrix, et al, 2016).

Segundo Levitt, estes fluxos de remessas sociais ocorrem quando os imigrantes voltam ou visitam suas comunidades de origem, quando não-migrantes destas localidades visitam imigrantes nos seus países de destino ou quando estes trocam cartas, vídeos, e-mails, blogs ou se comunicam por Skype, WhatApp ou telefone.

Este processo é um processo contínuo em que as idéias ou práticas sociais que os imigrantes trazem ou continuam recebendo dos seus países de origem, influenciam as suas experiências nos países de destino. Por outro lado, as experiências vividas nos países de destino moldam suas relações com as suas comunidades de origem quando estas idéias e práticas são remetidas.  Algumas destas idéias e comportamentos sociais são aceitas, rejeitadas, re-elaboradas e remetidas de volta onde são transformadas uma vez mais.

Este processo contínuo de remessas sociais afeta relações familiares, papéis de gênero, identidade de classe e raça, bem como tem ainda impacto importante na participação política, econômica e religiosa destes imigrantes, suas famílias, amigos e comunidades como um todo. Vale ressaltar no entanto, que nem todas estas idéias ou comportamento são positivas. Residentes de países da América Central, por exemplo, sofrem quando membros de gangues centro americanas operando nos Estados Unidos são deportados, aumentando a insegurança nos seus países de origem.

Por fim, estas trocas introduzem uma “cultura de migração” alimentada pelo acesso ao consumo provido pelos emigrados, noções de terras de liberdades, riquezas a fazer via a migração, entre outras idéias que circulam no vai e vem migratório,

Para entender como as remessas sociais se movem, e como estas tem uma relação simbiótica com as remessas monetárias, é preciso abordá-las dentro de uma ótica transnacional (Khagram and Levitt, 2007). Assim, criamos uma visão mais holística e integrada das trocas transnacionais:

 

Economistas, por muito tempo, deram importância somente às remessas monetárias. Assim, uma literatura importante surgiu sobre os drivers e as consequências das remessas financeiras aos níveis micro e macro, resumidos por Rapoport e Docquier (2006). A contribuição pioneira de Spielberg (2009) da relação entre a democracia e a educação no estrangeiro chamou a atenção de economistas para a questão das remessas sociais.

Mais recentemente, algumas publicações abordaram a questão das transferências sociais focando indiretamente na contribuição dos imigrantes internacionais para o avanço tecnológico em seus países de origem. De forma similar, Bahar and Rapoport (2018), utilizam dados da imigração bilateral e comércio internacional de mais de 100 países (período 1990-2012) para estudar o impacto e difusão do conhecimento pelos imigrantes internacionais.

Agrawal et al. (2011) utilizando dados de registros de patentes avaliam a probalidade de inovadores com laços com imigrantes co-étnicos impactar o conhecimento nos países de origem do migrante.

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …

Brasileiros na América Central

BRASILEIROS NA AMÉRICA CENTRAL "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis...

Brasileiros na Flórida

BRASILEIROS NA FLÓRIDA "Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute...

Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

  

Por fim, Tuccio e Wahba (2018), mostram que na Jordânia as mulheres que vivem em família onde haviam imigrantes retornados, as normas de comportamentos de gênero eram diferentes destas correntes no país pois estes tinham sido expostos a normas e práticas mais liberais enquanto viviam no exterior.

Referências Bibliográficas

Bahar, D. e Rapoport, H. (2018). Migration, Knowledge Diffusion and Comparative Advantage of Nations, The Economist Journal, 128(612): F273-F-304.

Barber, W. J. (1995). Chile con Chicago: A Review Essay, Journal of Economic Literature, 33(4): 1941-9.

Bertoli, Simone and Marchetta, Francesca (2015). Bringing It All Home – Return Migration and Fertility Choices. World Development, 65, 27-40.

Bryceson, D. and Vuorela, U. (2002). The Transnational Family. New York: Berg.

Beine, Michael and Sekkat, Khalid (2013). Skilled Migration and the Transfer of Institutional Norms. IZA Journal of Migration, 2(1), 1-9.

Dannecker, P. (2005). Transnational Migration and the Transformation of Gender Relations: The Case of Bangladesh Labour Migrants, Current Sociology, 53(4): 655-74.

Graham, Pamela (1997). Reimagining the Nation and Defining the District: Dominican Migration and Transnational Politics, in Patricia Pessar (ed.), Caribbean Circuits: New Directions in the Study of caribbean Migration, Center for Migration Studies.

Guarnizo, L. E., Portes, A. and Haller, W. J. (2003). Assimilation and Transnationalism: Determinants of transnational Political Action Among Contemporary Immigrants, American Journal of Sociology. 108(6): 1211-48.

Jimémez, Luis F. (2008). De Paisano a Paisano: Mexican Migrants and the Transference of Political Attitudes to their Country of Origin. PhD Dissertation, University of Pittsburg.

Kapur, D. (2004). Ideas and Economic Reforms in India: The Role of International Migration and the Indian Diaspora, India Review, 3(4): 364-84.

Khagram, S. and Levitt P. (2007). The Transnational Studies Reader. New York and London: Routledge.

Lacroix, Thomas, Peggy Levitt and, Ilka Vari-Lavoisier. (2016). Social Remittances and the Changing Transnational Political Landscape, Comparative Migration Studies. 

Levitt, P. (1998). Social Remittances: Migration-driven Local-level Forms of Cultural Diffusion, International Migration Review, 32(4): 96-48.

Levitt, P. (2001). The Transnational Villagers. Berkley: University of California Press.

Levitt, P. (2007). Good Needs No Passport, New York: The New Press.

Levitt, P. (2011). Social remittances Revisited. Journal of Ethnic and Migration Studies. Vol. 37, Nº 1. pp. 1-22.

Lima, Alvaro (2010). Transnationalism: A New Mode of Integration. The Mauricio Gastón Institute for Latino Community Development and Public Policy, University of Massachusetts, Boston.  

Lindstrom, D. P. and Muñoz-Franco, E. (2005). Migration and the Diffusion of Modern Contraceptive Knowledge and Use in Rural Guatemala, Studies in Family Planning, 36(4): 277-88.

Portes, A., Guarnizo, L. E. and Haller, W. J. (2002). Transnational Entrepreneurs: An Alternative Form of Immigration Economic Adaptation, American Sociological Review, 67(2): 278-98.

Suárez-Orosco, Marcelo M. (1999). Global Shifts: U. S. Immigration and the Cultural Impact of Demographic Change – An Address. http://www.bos.frb.org/economic/conf/conf46/conf46f.pdf.

Brasileiros na Itália

A imigração brasileira para a Itália tem raízes históricas. Na primeira metade do século XIX, o Brasil foi pressionado pelo Reino Unido para acabar com o tráfico de escravos criando uma crescente escarces de mão-de-obra nas zonas de expansão cafeeira. A primeira medida adotada pelos senhores do café …

Brasileiros no Canadá

Embora as relações entre Brasil e Canadá remontem a 1866 quando o Canadá inaugurou sua primeira missão comercial no território brasileiro, o primeiro registro de movimento migratório que se tem conhecimento ocorreu em 1902, quando um grupo de 48 brasileiros viajou em direção a …

Brasileiros no Japão

A emigração de brasileiros para o Japão está ligada ao fluxo migratório de japoneses para o Brasil no início do século XX. Impulsionado pelo próprio governo japonês e pela demanda de mão de obra para a cafeicultura em expansão no oeste paulista, cerca de 190.000 japoneses emigraram para o Brasil …