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Brasileiros nos Estados Unidos

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil…

Brasileiros no Paraguai

A grande migração brasileira de “fronteira agrícola,” para o Paraguai está ligada aos incentivos oferecidos pelo governo daquele país seguindo a sua política de desenvolvimento agrícola durante o governo Stroessner (1954-1989). Estas políticas incluíram a criação de mecanismos de atração via a outorga de extensas …

Brasileiros na Bolívia

Segundo o Ministério das Relações Exteriores cerca de 50.100 brasileiros viviam na Bolívia em 2010. A base de dados do IMILA (Investigação de Migração Internacional da América Latina) indica que a população brasileira imigrante na Bolívia era de 8.492 pessoas em 1976, ou 14,62 por cento da população imigrante do país.

Brasileiros no México

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima a população brasileira residente no México em 15.000 pessoas.

Brasileiros na Argentina

A migração brasileira para a Argentina tem por um lado um caráter rural, direcionado principalmente para a província de Missiones e constituído majoritariamente por trabalhadores e pequenos proprietários agrícolas, e por outro, um caráter urbano, voltado para a Região Metropolitana de Buenos Aires composta …

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Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

A participação dos emigrantes no processo político dos seus países de origem, seja pelo exercício do voto ou pela capacidade de concorrer a cargos eletivos, é expressão do aumento significativo da migração internacional e das crescentes atividades transnacionais destes emigrantes.
O livro Ausente & Presente: O Voto…

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

This project was developed in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University.
As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under…

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portugueses, italianos e espanhóis além de japoneses, alemães, poloneses e sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes …

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

COMO VOTAM OS EMIGRANTES BRASILEIROS

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

A participação dos emigrantes no processo político dos seus países de origem, seja pelo exercício do voto ou pela capacidade de concorrer a cargos eletivos, é expressão do aumento significativo da migração internacional e das crescentes atividades transnacionais destes emigrantes.

O  livro Ausente & Presente: O Voto Brasileiro no Exterior e a Necessidade de uma Reforma Eleitoral (Lima, 2022), investiga a participação dos emigrantes brasileiros no processo eleitoral brasileiro, as características do eleitorado brasileiro no exterior, seu nível de participação nas eleições anteriores e seus padrões de votação. Além destes aspectos, arrola, de forma bastante abreviada, algumas barreiras e impedimentos à participação plena dos brasileiros emigrantes no processo eleitoral brasileiro, abordando ainda, a necessidade de reformas eleitorais que garantam o sufrágio universal. Por fim, o livro inclui algumas sugestões sobre possíveis linhas de inquérito.

A análise tem caráter exploratório da série 1989, primeira eleição em que os emigrantes puderam votar, até a eleição de 2018. A eleição relizada este ano, 2022, aparece em análise separada. Os dados utilizados são oriundos  do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes á Zona Eleitoral do Exterior (ZZ) que atende os brasileiros que possuem domicílio eleitoral fora do país. Para as estimativas da população brasileira, são dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A composição demográfica da população emigrante foi extraída do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Acompanhando o livro, que pode ser baixado clicando a figura ao lado, a base de dados assim como uma visualização dos dados podem ser acessados nos links abaixo.

ELEIÇÕES BRASILEIRAS NO EXTERIOR (1989 – 2022) – PARA DADOS COMPLETOS  CLICK AQUI

PARA DADOS GEO-ESPACIAIS CLICK AQUI

PARA A APRESENTAÇÃO CLICK AQUI

REPOSITÓRIO DE DADOS ELEITORAIS  – TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (STF):

https://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/repositorio-de-dados-eleitorais-1/repositorio-de-dados-eleitorais

IMPRENSA:

https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=1174144140198558

Metropolitan News USA: Alvaro Lima lança livro sobre como vota o brasileiro no exterior

Uol: Zona eleitoral ZZ: o voto dos eleitores brasileiros no exterior

acheiUSA: Milhares de Brasileiros nos EUA vão às urnas neste domingo escolher o próximo presidente do Brasil

Brazilian Times: Quase 700 mil brasileiros no exterior poderão votar nestas eleições presidenciais

Acontece: Brasil 2022 – Aproximadamente 700 mil eleitores poderão votar no exterior

rfi: Voto dos Brasileiros em Paris: “Quero ter orguhlo de poder dizer de novo que sou do Brasil”

g1: Lula foi Eleito com 51,28% dos votos no exterior; saiba como votaram que moram em outros países

wbur: Brasileiros em Boston se preparam para votar na eleição presidencial

myNEWS: Aproximadamente 700 mil eleitores poderão votar no exterior: cifra ultrapassa o eleitorado de três estados da federação

Metrópolis: Lula alcança 47,17% dos votos no exterior, contra 41,61% de Bolsonaro

ZAP Bolsonaro: Brasileiros ao Redor do mundo organizam apoio ao Presidente Bolsonaro e em defesa  da Liberdade de Expressão

Brasileiros nos Estados Unidos

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil…

Brasileiros no Paraguai

A grande migração brasileira de “fronteira agrícola,” para o Paraguai está ligada aos incentivos oferecidos pelo governo daquele país seguindo a sua política de desenvolvimento agrícola durante o governo Stroessner (1954-1989). Estas políticas incluíram a criação de mecanismos de atração via a outorga de extensas …

Brasileiros na Bolívia

Segundo o Ministério das Relações Exteriores cerca de 50.100 brasileiros viviam na Bolívia em 2010. A base de dados do IMILA (Investigação de Migração Internacional da América Latina) indica que a população brasileira imigrante na Bolívia era de 8.492 pessoas em 1976, ou 14,62 por cento da população imigrante do país.

Brasileiros no México

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima a população brasileira residente no México em 15.000 pessoas.

Brasileiros na Argentina

A migração brasileira para a Argentina tem por um lado um caráter rural, direcionado principalmente para a província de Missiones e constituído majoritariamente por trabalhadores e pequenos proprietários agrícolas, e por outro, um caráter urbano, voltado para a Região Metropolitana de Buenos Aires composta …

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

A participação dos emigrantes no processo político dos seus países de origem, seja pelo exercício do voto ou pela capacidade de concorrer a cargos eletivos, é expressão do aumento significativo da migração internacional e das crescentes atividades transnacionais destes emigrantes.
O livro Ausente & Presente: O Voto…

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

This project was developed in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University.
As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under…

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portugueses, italianos e espanhóis além de japoneses, alemães, poloneses e sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes …

Brasileiros na Espanha

BRASILEIROS NA ESPANHA

“Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.”

Introdução

Entre a segunda metade do século XIX e começo do século XX, houve uma grande emigração de espanhóis para a América Latina sendo o Brasil o terceiro país de maior destino destes. Este processo se inverte na década de 80 com o Brasil enviando um número crescente de seus cidadãos pra aquele país.

A imigração brasileira para a Espanha não acontece em isolamento, ela se dá no bojo de um processo migratório para este país evidenciado pelo fato de que a população estrangeira aumentou em três milhões de pessoas entre 1996 e 2005 (Ripoll, 2008). A Espanha é o terceiro maior receptor de migrantes depois dos Estados Unidos e o Reino Unido [1].

Um estudo da Universidade de Califórnia (2007), estima que 4,5 milhões de pessoas ou 10% da população espanhola em 2006 nasceu fora do território espanhol, incluindo 3 milhões que chegaram na última década.

Desde a década de 1990 até o início deste século o fluxo migratório brasileiro para a Espanha era constituído na sua maioria por brasileiros descendentes de espanhóis que, como tal, tinham o direito de adquirir a dupla nacionalidade introduzida pela legislação espanhola e emenda aprovada na reforma constitucional brasileira de 1994. Juntam-se a estes, nos anos 2000, imigrantes brasileiros que ao invés de tomar os rumos tradicionais – Estados Unidos e Reino Unido – emigram para a Espanha. Este re-direcionamento do fluxo migratório brasileiro dá-se em função de uma uma série de políticas restritivas adotadas por estes dois países além da desvalorização do dólar frente ao real e o fortalecimento do euro. Fato ainda importante a considerar, é que muitos brasileiros residentes em Portugal terminam migrando para a Espanha dada a proximidade física e as melhores possibilidades econômicas neste último país. Por fim, exercem papel importante as redes sociais de apoio estabelecidas e consolidadas na Espanha.

Segundo Kachia Téchio, 71,9 por cento dos brasileiros apontam como primeira razão para migração o fator económico, e como segunda razão a curiosidade de conhecer outro país, outra cultura, viver novas experiências e ampliar horizontes (40,6%).

Quantos Somos e Onde Vivemos

Registros do “Empadronamento Municipal” [2] de 2007 indicam que o número de brasileiros vivendo no país é de cerca de 92.292 pessoas.[3]

Este número representa um aumento da ordem de 34,2 por cento comparado ao ano de 2006 mas menor do que o crescimento observado para os outros imigrantes latino americanos: bolivianos (42,2%) e paraguaios (60,4%).[4] Em 2008, em artigo publicado no portal UOL Notícias, o Consul Geral do Brasil em Madri, Gelson Fonseca Júnior, estimava que entre os registrados (empadronados) e não registrados, poderiam existir cerca de 130.000 brasileiros no país.[5] Ainda no mesmo ano, dados do Instituto Nacional de Estatística (INE, 2008), apontavam para a existência de 112.000 brasileiros “empadronados.” Finalmente, de acordo com estimativas do Ministério das Relações Exteriores (MRE)[1] a população brasileira no país em 2010 era da ordem de 158.761 pessoas.

Entre outros fatos que explicam este crescimento, estão a integração européia, as transformações sociais e demográficas espanholas, o envelhecimento da população e a queda da fecundidade,[6] além das crescentes dificuldades de entrada nos Estados Unidos assim como o maior rigor nos portos de entrada na Inglaterra.

A população brasileira embora muito menor do que a população dos outros grupos de imigrantes, tem crescido consideravelmente na última década passando de 1,8 por cento do total da população imigrante em 1997 para 3,5 por cento desta em 2006 (Vidal, 2008).

A maioria dos imigrantes brasileiros na Espanha (68%) vivem na Catalunha (21,69%) seguido por estes vivendo em Madri (18,80%), Comunidade Valenciana (9,78%), Andaluzia (9,27%), e Galícia (8,61%). Embora concentrados na Catalunha, os brasileiros residentes na Galícia representam uma proporção maior da população estrangeira, 10 por cento comparado a 2 por cento na Catalunha.

Os brasileiros residentes na Espanha são oriundos predominantemente do Paraná[2] (23,3%), São Paulo[3] (15,3%), Minas Gerais[4] (11,6%), Goiás[5] (7,7%), Rio de Janeiro[6] (7,7%), e Rondônia[7] (6,9%).

 

Quem Somos e o que Fazemos

Idade, Gênero, e Estado Civil

A maioria dos brasileiros residentes na Espanha está concentrada entre a faixa etária de idade economicamente ativa com 79,7 por cento deles entre as idades de 16 e 44 anos de idade. A maioria são mulheres (64%) o que torna os brasileiros o grupo com a maior proporção de mulheres imigradas para Espanha (Ripoll, 2006). Esta feminização do fluxo migratório é também característica entre os outros imigrantes latino americanos. No entanto, quando visto como um todo, a migração masculina ainda é prevalente na Espanha principalmente porque entre os africanos e asiáticos a migração é predominantemente masculina (Vidal, 2008).

Segundo pesquisa elaborada por Duval Fernandes e Carolina Nunan (2008), 41,6 por cento dos brasileiros que vivem em Madrid são solteiros e 34,2 por cento deles são casados. O restante 18,6 por cento vivem juntos com seus parceiros; 4,4 por cento são separados ou dIvorciados; e 1,5 por cento são viúvos.

Brasileiros na Flórida

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Brasileiros na Califórnia

Segundo o Censo americano de 2000, existiam na Califórnia cerca de 22.931 brasileiros pondo este estado como o estado com a terceira maior concentração de brasilerios nos Estados Unidos. Ainda segundo o Censo de 2000, 13.000 brasileiros viviam na região da grande Los Angeles e 9.000 na região de São Francisco…

Brasileiros nos Estados Unidos

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil…

Brasileiros no Paraguai

A grande migração brasileira de “fronteira agrícola,” para o Paraguai está ligada aos incentivos oferecidos pelo governo daquele país seguindo a sua política de desenvolvimento agrícola durante o governo Stroessner (1954-1989). Estas políticas incluíram a criação de mecanismos de atração via a outorga de extensas …

Cidadania e Tempo de Residência

Em 2000, entre os brasileiros “empadronados,” 55,7 por cento deles tinham nacionalidade espanhola (13.946 pessoas). Em 2007, esta proporção era de 18,6 por cento ou 21.101 brasileiros com nacionalidade espanhola.

São poucos os brasileiros que chegaram antes de 1999 (9,6%). Uma proporção significante (31,7%) chegou a Europa no período de 2000 a 2004 enquanto que o restante (58,7%) chegou depois de 2005.

É importante ressaltar que, segundo o Centro Europeu contra o Racismo e a Xenofobia (2007), a população brasileira em situação irregular chegaria a 66.2 por cento do total dos brasileiros na Espanha.

Grau de Escolaridade

Os brasileiros residentes na Espanha tem um nível de instrução mais alto do que os brasileiros que vivem em Portugal (Techio, 2006). Segundo Fernandes e Nunam (2008), cerca de 73 por cento dos brasileiros residentes de Madrid, tinham pelo menos o segundo grau completo, enquanto que 12,8 por cento deles tinham completado o curso superior.

Participação no Mercado de Trabalho e Emprego por Tipo de Indústria

A Espanha, que que exportou mão de obra durante boa parte do século passado, passa agora a atraí-la. No entanto, a presença significativa de jovens oriundos do Brasil, América Latina, e África, causa pressões no mercado de trabalho e gera indignação em parte da população.

Ripoll (2006), com base em dados do Ministério do Trabalho, indica que 86 por cento dos brasileiros em situação regular na Espanha, trabalhavam como empregados, enquanto o restante trabalhava por conta própria.

Um pouco menos de oitenta por cento (79,6%) dos trabalhadores empregados em situação regular no pais estavam alocados ao setor de serviços (65% e a media para os trabalhadores latino-americanos e 55% a media para todos os imigrantes), enquanto que a construção absorvia 13,1 por cento (21% para os trabalhadores latino americanos e 23% para os trabalhadores estrangeiros em geral), a manufatura 5 por cento (5,9% para os latinos e 6% para todos os imigrantes) e a agricultura somente 1,8 por cento destes (contra 7% para os latinos e 15% para a população estrangeira).

Assim, os brasileiros estão sobre-representados no setor de serviços e sub-representados em todos os outros setores. Esta alta incidência de trabalhadores brasileiros no setor de serviço esta ligada a alta proporção de mulheres na população imigrante brasileira.

Quando este corte de gênero e levado em consideração, 83,1 por cento das mulheres estavam empregadas no setor de serviços, a maioria, como diarista enquanto que 49,1 por cento dos homens estavam empregados na construção civil com somente 33 por cento deles no setor de serviços (Fernandes, 2008).

Contratos Registrados dos Brasileiros por Setor de Atividade – 2005. Fonte:Instituto Nacional de Estadistica – Espanha.

Rendimento Médio

A remuneração media recebida e de aproximadamente €1.300 euros para os homens e €1.000 euros para as mulheres brasileiras. Quarenta por cento deste valor e enviado para o Brasil principalmente para a aquisição de imóveis seguido por ajuda familiar. (Fernandes e Nunam, 2008). Parte importante do salário destes brasileiros (40%) são remetidos para suas famílias no Brasil para a aquisição de imóveis e para ajuda aos membros familiares deixados para trás. Segundo o Banco da Espanha, somente em 2004, os brasileiros na Espanha enviaram mais de 100 milhões de euros. No entanto, dados divulgado pela Fundação Caixa Catalunha intitulado Inclusão Social da Imigração, um em cada quatro imigrantes no país vive abaixo do nível de pobreza (Folha Online, 15/09/2008).

O Impacto da Crise Econômica sobre a População Brasileira na Espanha

A crise econômica na Espanha é uma crise essencialmente de emprego refletida na intensa destruição de postos de trabalho nos último anos. De fato, a Espanha tem a maior taxa de desemprego entre todos os 27 países da União Européia[8].

Neste contexto, o governo espanhol criou um programa de retorno voluntário onde oferece adiantamento do seguro desemprego para aqueles imigrantes que regressarem aos seus países de origem e concordarem em ficar lá por pelo menos três anos. Segundo a legislação trabalhista espanhola, os trabalhadores desempregados recebem cerca de 70% do seu salário durante os primeiros seis meses seguido de até 60% por até dois anos. No programa proposto, os trabalhadores receberiam 40% do seus salários enquanto na Espanha e 60% na chegada em seus países de origem. Estes teriam ainda prioridade na obtenção de documentos de trabalho se resolvessem voltar à Espanha depois de cinco anos.

Os brasileiros estão entre as nacionalidades que mais tem peticionado para voltar, atrás somente dos bolivianos, argentinos, colombianos e equatorianos. O número é ainda bastante pequeno com a maioria dos imigrantes, apesar da crise, tentando se manter no país. No entanto, segundo dados da Secretaria espanhola de Imigração e Emigração, cerca de 4 mil desempregados já se inscreveram no programa de retorno voluntário.

Além do programa referido acima, a Espanha adotou em 2010 a Diretiva do Retorno junto a União Européia. Esta lei permite aos países membros desenhar pacotes de medidas de segurança específicas anti-imigração. Entre outros aspectos, a lei permite, por exemplo, a detenção de imigrantes por até 18 meses sem qualquer acusação formal. Permite ainda, que menores de idade sejam deportados sem acompanhantes para países com os quais não tem nenhuma relação (O Globo, 19/06/2008).

Por outro lado, desde 2005 que o governo espanhol anunciou um programa de incentivo a natalidade no qual as famílias de quaisquer origens receberiam €2.500 para cada bebê nascido. O programa visava atingir principalmente grupos de imigrantes cuja taxa de natalidade é relativamente alta (2,7) – entre os espanhóis nativos, esta taxa é de 1,4. O próprio Instituto Nacional de Estadística da Espanha – INE, reconhece o fato de que a população imigrante é fundamental para o crescimento demográfico do país. Segundo este órgão, em 50 anos, o número de espanhóis de origem estrangeira poderá ser igual ao de nativos (Vidal, 2008).

 

Referências Bibliográficas

California University. 2007. Okland. Estados Unidos. htto://www.universityofcalifornia.edu.

Carvalho, Flávio e Flávio Souza. 2008. “Qual Migração Brasil – Espanha?” Texto enviado ao Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios – CSEM em Julho de 2008. http://www.csem.or.br/artigos_port_artigos08.html.

Fernandes, Duval Magalhães. 2008. “Os Brasileiros na Europa.” Texto apresentado na Conferência “Brasileiros no Mundo.” Realizada entre 17 e 18 de julho de 2008. Palácio do Itamarati. Rio de Janeiro.

Fernandes, Duval Magalhães e Nunan Carolina. 2008. O imigrante Brasileiro na Espanha: Perfil e Situação de Vida em Madri. Trabalho submetido para seleção ao XVI Encontro nacional de Estudos Populacionais – ABEP. Caxambu.

Fernandes, Duval Magalhães e Jose Irineu Rangel Rigotti. 2008. Os Brasileiros na Europa; Notas Introdutórias. Texto apresentado no seminário “Brasileiros no Mundo,” realizado em 17 e 18 de Julho de 2008. Palácio do Itamarati. Rio de Janeiro.

Instituto Nacional de Estadística – INE. 2007. Madrid. Espanha. Disponível em http://www.ine.es.

Ministério de Trabajo y Immigración. 2008. Disponível em http://estranjeros.mtin.es/es/general/informe_Marzo_2008.pdf.

O Globo. 2008. Disponível em https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2008/6/17/imigrantes-recebem-incentivo-para-voltar-a-seus-paises.

Patarra, Neide Lopes. 2005. “Migrações Internacionais de e para o Brasil Contemporâneo: Volumes, Fluxos, Significados e Políticas.” São Paulo. Em Perspectiva, V.19. N3, Jul-Set 2005.

Peixoto, João. 2005. “A Socio-political View of International Migration from Latin America and the Caribbean: The Case of Europe.” Atas de La Reunión de Expertos Migración Internacional y Desarollo em América Latina y el Caribe. Ciudad de México. CEPAL. Noviembre de 2005.

Ripoll,Érika Massanet. 2006. “Espanha na Dinâmica das Migrações Internacionais: Um Breve Panorama da Situação dos Imigrantes Brasileiros.” XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais – ABEP. Caxambu.

Ripoll,Érika Massanet. 2008. “ O Brasil e a Espanha na Dinâmica das Migrações Internacionais: Um Breve Panorama da Situação dos Imigrantes Brasileiros.” Revista Brasileira de Estatistica Populacional. São Paulo. V.25, N1, p.151-165, Jan-Jun 2008.

Téchio, Kachia. 2006. “imigrantes Brasileiros Não Documentados: Uma Análise Comparativa entre Lisboa e Madrid.” Socius Working Papers n 1. Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa.

Vidal, Marcelo de Oliveira. 2008. “Migração e Remessas Espanha/Brasil: Implicações, Vantagens e Desvantagens.” Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Caxambu.

Vidal, Marcelo de Oliveira. 2009. “Emigrantes Brasileiros na Espanha: Fluxos, Políticas e Implicações Sociais.” Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Rio de Janeiro.

 

REFERÊNCIAS
1

Dados da Organização pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disponíveis em: <http://www.gaceta.es/10-09-2008+espana_pasa_ser_tercer_pais_que_mas_inmigrantes_recibe,noticia_limg,1,1,31574>

 

2

 O Empadronamento é o registro de residência que todo cidadão deve fazer junto a prefeitura municipal da sua cidade, independentemente do seu status migratório. Este registro permite aos imigrantes e suas famílias acesso aos sistemas de saúde e educação.

3
  • Deve-se destacar no entanto, que este número não inclui os brasileiros não registrados nas prefeituras (empadronados). Estima-se que aproximadamente 13 por cento dos brasileiros residentes em Madri não sejam registrados (Fernandes e Nunam, 2008). Segundo estimativas do Centro Europeu contra o Racismo e e a Xenofobia, a população brasileira em situação ilegal em todo o país chegaria a 66,2 por cento do total de brasileiros na Espanha.
4 Segundo ainda estimativas da ONG SOS Racismo, cerca de 30.000 brasileiros viviam na Espanha em 2005. Em 2007, seriam 80.000, um aumento de 166 por cento.
5 UOL Notícias, 13/03/2008.
6 As Nações Unidas estima que a Espanha terá em 2050 a população masi envelhecida do mundo.

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

A participação dos emigrantes no processo político dos seus países de origem, seja pelo exercício do voto ou pela capacidade de concorrer a cargos eletivos, é expressão do aumento significativo da migração internacional e das crescentes atividades transnacionais destes emigrantes.
O livro Ausente & Presente: O Voto…

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

This project was developed in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University.
As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under…

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portugueses, italianos e espanhóis além de japoneses, alemães, poloneses e sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes …

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

VISUALIZING THE BRAZILIAN DIASPORA IN THE U.S.A.

This project was developed  in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University. 

As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under the supervision of Dharmesh Tarapore and Alvaro Lima, developed a platform to visualize the Brazilian population in the United States utilizing U.S. Census data.

The Spark team analyzed the different attributes in the data set of the U.S. Bureau of Census for the distribution of Brazilians in different states and tried to extract the best representative tags or features about Brazilians in an area. The tags were normalized and vectorized in order to perform a hierarchical clustering algorithm so that users could zoom in on the map to show more detailed information in the corresponding region.

A primary goal of the data visualization was to communicate information  clearly and efficiently via statistical graphics, plots, and information graphics. Numerical data was encoded using dots, lines, or bars, to communicate a quantitative message visually. Effective visualization helps users analyze and reason about data and evidence. It makes complex data more accessible, understandable, and useable. 

Besides the data from the U.S. Census Bureau, the project also uses data from Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE). Because MRE provides only a count of Brazilians in the U.S., we used the U.S. Census distribution of Brazilians by State and applied this distribution to the total population provided by the MRE.

 

To access the visualization click here: VISUALIZING THE BRAZILIAN DIASPORA

The project proposal can be accessed here: CS_506_Proposal

A final poster is available here: CS_506_Final_Poster.

A complete description of the project and its methodology can be founded here: CS_506_Final_Report.

Users may have particular analytical tasks, such as making comparisons or understanding causality and the design principle of the graphic followed these tasks.

Tables were generally designed so that users can look up a specific measurement. In contrast, charts of various types show patterns or relationships in the data for one or more variables. 

The front end of the visualization was designed so that the data could be displayed on a map and plotted on charts so that attributes could then be shown as the user moves the cursor of the mouse onto the area of a state in the browser or click on a attribute on the charts so that this attribute is displayed on the map.

The project was sponsored by Digaai, today, the Instituto Diaspora Brasil (IDB). 

Brasileiros nos Estados Unidos

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil…

Brasileiros no Paraguai

A grande migração brasileira de “fronteira agrícola,” para o Paraguai está ligada aos incentivos oferecidos pelo governo daquele país seguindo a sua política de desenvolvimento agrícola durante o governo Stroessner (1954-1989). Estas políticas incluíram a criação de mecanismos de atração via a outorga de extensas …

Brasileiros na Bolívia

Segundo o Ministério das Relações Exteriores cerca de 50.100 brasileiros viviam na Bolívia em 2010. A base de dados do IMILA (Investigação de Migração Internacional da América Latina) indica que a população brasileira imigrante na Bolívia era de 8.492 pessoas em 1976, ou 14,62 por cento da população imigrante do país.

Brasileiros no México

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima a população brasileira residente no México em 15.000 pessoas.

Brasileiros na Argentina

A migração brasileira para a Argentina tem por um lado um caráter rural, direcionado principalmente para a província de Missiones e constituído majoritariamente por trabalhadores e pequenos proprietários agrícolas, e por outro, um caráter urbano, voltado para a Região Metropolitana de Buenos Aires composta …

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

A participação dos emigrantes no processo político dos seus países de origem, seja pelo exercício do voto ou pela capacidade de concorrer a cargos eletivos, é expressão do aumento significativo da migração internacional e das crescentes atividades transnacionais destes emigrantes.
O livro Ausente & Presente: O Voto…

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

This project was developed in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University.
As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under…

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portugueses, italianos e espanhóis além de japoneses, alemães, poloneses e sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes …

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Brasileiros no Mundo

Alvaro Lima é Diretor de Pesquisas Econômicas e Sociais da Prefeitura de Boston. Foi Diretor de Pesquisas e Managing Director da Initiative for a Competitive Inner City (ICIC), uma organização fundada pelo Professor Michael Porter da Universidade de Harvard.  Foi ainda Diretor de Desenvolvimento Econômico da Urban Edge, corporação dedicada ao desenvolvimento econômico comunitário. Anteriormente, trabalhou como Chefe do Departamento Econômico do Ministério da Indústria e Energia em Moçambique. No Brasil, exerceu o cargo de Coordenador Regional de Projetos de Desenvolvimento no Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). Alvaro possui Mestrado em Economia pela New School for Social Research.

INTRODUÇÃO

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portuguesesitalianos  e espanhóis além de  japonesesalemãespoloneses e   sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes migratórias durante quatro períodos diferentes. O primeiro, de 1880 a 1903, quando entraram no país cerca de 1,9 milhão de europeus, sobretudo portuguesesespanhóis e alemães. O segundo, de 1904 a 1930, com entrada de outros 2,1 milhões, destacando-se entre eles a presença de italianospolonesesrussos e romenos. No terceiro, de 1932 a 1935, vieram os imigrantes japoneses. Por fim, entre 1953 e 1960, registrou-se uma imigração significativa de espanhóis, gregos e sírio-libaneses. [1]

 Depois desses grandes movimentos migratórios, o país se fechou, mantendo um fluxo líquido próximo a zero no intervalo entre o pós-guerra e os anos 1980.[2] Após um longo período de estabilidade migratória, na década de 1980, o Brasil experimentou pela primeira vez uma mudança negativa, passando de um país majoritariamente receptor a um país expulsor de população. [3]

No entanto, isso não quer dizer que o país tenha deixado de receber imigrantes. A partir da década de 1990, foi verificada a entrada de muitos imigrantes coreanos e latino-americanos[4]. Ao comparar os dados dos censos brasileiros de 2000 e 2010, é possível notar que o número de imigrantes internacionais não nascidos no Brasil nos anos 2010 era de 93.889, quase o dobro do apurado em 2000, quando este segmento totalizou 55.758 estrangeiros. Esse fluxo mais recente foi formado, sobretudo, por bolivianos, haitianos, angolanos, senegalêses, ganeses, portugueses e espanhóis.

O processo de emigração brasileira teve início na década de 1970 e sofreu crescimento abrupto ao longo da década de 1980. A década de 1990 representa um momento de estabilização relativa dos estoques com um declínio nos fluxos de saída. Esse processo retoma seu crescimento a partir de 2000. De acordo com o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais, mais de 2,5 milhões de brasileiros viviam fora do país em 1995. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima que em 2022 havia cerca de 4,5 milhões de emigrantes brasileiros espalhados por todos os continentes.[5]

 

Os emigrantes brasileiros, ao contrário de vários outros grupos de emigrantes, não estão fugindo de condições de pobreza absoluta ou de guerras civis, assim como também não são refugiados políticos à procura de asilo.[6] A maioria deles são oriundos de zonas urbanas e da classe média e classe média baixa, tendo muitos alcançado o nível de educação universitária[7]. A exceção corresponde somente aos trabalhadores agrícolas e aos garimpeiros que partiram para as regiões fronteiriças do Brasil.

Os emigrantes brasileiros, particularmente os saídos na década de 1980, fugiam principalmente da crise econômica que assolou o país e tornou impossível para a classe média manter seu padrão de vida. A “década perdida,”[8] como ficou denominado esse período, além de conhecer hiperinflação, foi marcada por profundos índices de desemprego, baixos salários, alto custo de vida e recessão econômica.

A situação econômica drástica pode ser exemplificada pelo fato de que durante este período o Brasil conheceu quatro moedas, cinco congelamentos de salários e preços e nove programas de estabilização econômica[9].

A emigração brasileira assume cada vez mais um caráter transnacional, isto é, os emigrantes brasileiros mantêm relações econômicas, sociais e políticas cada vez mais robustas com o Brasil e entre si em diversos países, aumentando a complexidade e impacto econômico, como é o caso das remessas monetárias (remittances), e também das remessas sociais (social remittances), como idéias, comportamentos e valores. Tais conceitos subjetivos, assim como as remessas econômicas, passam por constante vai e vem e desafiam as noções rígidas de fronteiras e culturas nacionais.[10]

Por fim, o processo emigratório envolve não somente aqueles que deixam o país para viver no exterior, mas também aqueles que, terminadas suas jornadas em outras terras, voltam – os chamados retornados. As crises econômicas internacionais e as políticas restritivas dos países receptores têm contribuído de forma frequente para estes fluxos de volta.

POR QUE OS BRASILEIROS EMIGRAM

A década de 1960 foi para o Brasil um período de incertezas políticas e oscilações econômicas. Se por um lado os militares assumiam a condução do país em 1964, por outro, esse período proporcionou altos índices de crescimento. Entre 1962 e 1967, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,2%; seguido por um aumento de 10% entre 1967 e 1970; 12,4% entre 1970 e 1973, e 8,3% (menor percentual em nove anos) entre 1973 e 1976[11]. O rápido crescimento do PIB, sobretudo em função do setor industrial, foi acompanhado de grandes transformações econômico-sociais.

A partir de 1979, a economia brasileira começou a sentir o impacto do aumento da taxa de juros internacionais e do segundo choque do petróleo, fatores que ocasionaram a maxidesvalorização de 1979. Tal conjuntura econômica foi responsável por um aumento significativo da taxa de inflação, que ultrapassou 50% ao ano e chegou a superar a casa dos três dígitos ao final de 1979.

No começo da década de 1980, o país passou por uma forte recessão econômica marcada por altas taxas de desemprego que se estenderam até o final da década.[12] Durante essa década e início dos anos 90, verificou-se uma grande redução de postos de trabalho na economia brasileira e o crescimento do trabalho informal. Acoplado ao cenário de desemprego e precarização do trabalho, o ano de 1990 experimentou novamente um processo inflacionário que atingiu a taxa de 1.765% ao ano.

Por fim, as reformas econômicas do Presidente Fernando Collor de Mello trouxeram mais desencanto do que resultados, principalmente para as classes médias.[13]

A crise e o impacto da reestruturação da economia mundial afetaram o mercado de trabalho brasileiro nos anos 90 e provocaram a queda da mobilidade social brasileira.[14]

Entre 1990 e 1992, registrou-se uma redução de 19% no nível de emprego assalariado formal e uma elevação do trabalho por conta própria e do trabalho doméstico[15]. Assim, conforme salientam Patarra e Baringer (1995), a migração interna, que foi sempre um elemento de absorção do excesso de mão-de-obra das várias regiões do país, não mais garantiu a mobilidade social, induzindo uma parcela significativa da classe média, principalmente os mais jovens, a buscar novas oportunidades nos Estados Unidos, Europa e Japão.

A recuperação econômica entre 1993 e 1995 foi insuficiente para alterar esse quadro econômico. No final da década, os juros altos, o aumento do desemprego e a diminuição na produtividade mantiveram a situação de crise. O período do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2001) foi marcado por muitas mudanças na esfera internacional, tais como o fim da guerra fria, a intensificação do fenômeno da globalização, além de um quadro financeiro internacional instável – crises mexicanas, asiáticas, russas e argentinas que abalaram a economia brasileira.

Em anos mais recentes, crises econômicas e políticas além da violência urbana, levaram ao aumento crescente do fluxo de brasileiros que deixaram o país. As pessoas que haviam ascendido socialmente e formado uma nova classe média durante os governos do Presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2011), passaram a ter dificuldades para manter a posição conquistada.

 

Brasileiros nos Estados Unidos

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil…

Brasileiros no Paraguai

A grande migração brasileira de “fronteira agrícola,” para o Paraguai está ligada aos incentivos oferecidos pelo governo daquele país seguindo a sua política de desenvolvimento agrícola durante o governo Stroessner (1954-1989). Estas políticas incluíram a criação de mecanismos de atração via a outorga de extensas …

Brasileiros na Bolívia

Segundo o Ministério das Relações Exteriores cerca de 50.100 brasileiros viviam na Bolívia em 2010. A base de dados do IMILA (Investigação de Migração Internacional da América Latina) indica que a população brasileira imigrante na Bolívia era de 8.492 pessoas em 1976, ou 14,62 por cento da população imigrante do país.

Brasileiros no México

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima a população brasileira residente no México em 15.000 pessoas.

Brasileiros na Argentina

A migração brasileira para a Argentina tem por um lado um caráter rural, direcionado principalmente para a província de Missiones e constituído majoritariamente por trabalhadores e pequenos proprietários agrícolas, e por outro, um caráter urbano, voltado para a Região Metropolitana de Buenos Aires composta …

Fatores externos e internos contribuíram para desaceleração do crescimento da economia, mas foram os fatores domésticos que redundaram na crise que abalou todo o sistema de representação. Este processo foi agravado pelo golpe parlamentar que culminou no impedimento da Presidente Dilma Roussef, a ascensão da direita com projetos de ajuste econômicos, crise política constante, crescimento econômico anêmico, situação agravada ainda mais pela pandemia em 2020. A emigração atual deve-se, em grande medida, a uma morte da esperança. 

Uma pesquisa Datafolha feira com jovens de doze capitais brasileiras em 2022 revelou que 76% deles têm muita ou alguma vontade de deixar o país para sempre. E quanto menor a idade maior o desejo: entre a população de 15 a 19 anos, que ocupa a menor fatia do mercado de trabalho, o patamar chega 85%.

Por fim, não podermos minimizar a importância de fatores como a violência urbana e a e as tensões sociais como motivos que influenciam a decisão de emigrar. Em várias pesquisas realizadas nos Estados Unidos, assim como em outros países, os emigrantes brasileiros apontam como causa importante da emigração a busca por uma vida melhor, objetivo este que engloba não só aspectos econômicos, mas também aspectos relacionados à qualidade de vida. Em pesquisa realizada pela empresa Synovate Brasil [16] em 2007, 55% dos emigrantes brasileiros entrevistados responderam que emigraram “à procura de uma vida melhor;” 12% alegaram ter emigrado para “recomeçar a vida;” 6% em busca de “melhor educação para os filhos;” e 4% “para fugir da violência.” Somente 24% emigraram por questões relacionadas a emprego. Desses, uma parte respondeu que foi em “busca de um salário maior” (11%); e outra em “busca de emprego” (10%). Um ano depois, a mesma empresa realizou uma nova pesquisa[17] para a Caixa Econômica Federal confirmando as mesmas razões para a emigração[18].

Complementando os estudos acerca das razões da emigração, outra pesquisa realizada entre brasileiros residentes em Massachusetts[19] indicou que 48% atribuíram como razão para a emigração a “busca por uma vida melhor” e 8% vieram “começar a vida” ou proporcionar uma melhor “educação aos seus filhos” (1%). Para 28% dos brasileiros entrevistados, as razões da emigração estiveram relacionadas ao trabalho, sendo que 20% emigraram “por um salário melhor” e 8% em “busca de emprego.”

 A ETIAS Europa, em publicação recente, lista fatores como a violência, instabilidade política, crise econômica e baixa qualidade de vida estão entre as principais motivações para os brasileiros saírem do país. Do lado dos fatores de atração, a língua em comum no caso de Portugal, oportunidade de 

trabalho e a busca por uma melhor qualidade de vida tornam atrativas as cidades européias.  

Por outro lado, é necessário ressaltar que uma reestruturação no sistema produtivo das economias avançadas provocou um aumento da demanda por trabalhadores altamente qualificados e bem pagos[20] e, ao mesmo tempo, uma crescente procura por trabalhadores manuais de baixa qualificação e remuneração. Dá-se então, uma bifurcação na estrutura do emprego das economias avançadas quanto ao salário, condições de trabalho, segurança e estabilidade.

É nesse quadro, via a emigração, que se opera a troca do trabalho que dá prestígio no Brasil pelo trabalho que paga melhor no exterior. Os emigrantes brasileiros, ainda que inseridos no mercado de trabalho informal dos países onde residem, conseguem rendimentos cerca de três a quatro vezes superiores aos que alcançariam no Brasil. Segundo a antropóloga Maxine Margolis (1994), a diferença entre o que os brasileiros ganham em uma semana nos Estados Unidos e o que ganhariam no Brasil é de quatro para um, ou seja, aquilo que os brasileiros ganham em uma semana nos Estados Unidos equivale ao rendimento de quatro semanas de trabalho no Brasil. No Japão, esta relação chega a ser de 5 a 10 vezes maior. Essa é, no entanto, uma ascenção truncada, pois geralmente significa a troca de status pela possibilidade de consumo maior[21].

Na década de 1980, o fluxo migratório de saída era oriundo principalmente das regiões Sudeste e Sul do Brasil representando aproximadamente 90% de todo o fluxo de saída. Na década de 1990, o fluxo oriundo dessas regiões caiu para aproximadamente 79%. Esse declínio ocorreu em função do aumento significativo da emigração da região Norte para a Guiana Francesa, Venezuela, Bolívia, Guiana e Suriname, e do aumento também significativo da emigração da região Nordeste para a Europa e para os Estados Unidos. Além disso, a emigração para os Estados Unidos tornou-se mais diversificada, incluindo novos estados de origem, como Goiás e vários estados do Nordeste.

Na metade da década de 1990, o fluxo de São Paulo para o Japão aumentou com a emigração dos

dekasseguis[22]. A partir de 1990, inverteu-se a direção do movimento populacional entre o Brasil e o Japão. O fluxo em novo sentido foi fortalecido por  mudanças na concessão de vistos de residência para filhos e netos de japoneses. Os vistos, concedidos por período de 3 a 5 anos, eram renováveis e tinhamo intuito de atrair trabalhadores que pudessem suprir a carência de mão de obra na crescente indústria japonesa.

Cada vez mais os brasileiros que emigram são oriundos dos centros urbanos e fazem parte das camadas médias da população. Hoje, mais de 16 estados brasileiros contribuem de forma expressiva para esse fluxo emigratório, sendo que os estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Catarina são os cinco estados mais representativos nesse movimento. No Censo Demográfico de 2010, o IBGE registrou a região Sudeste como a principal origem do fluxo emigratório com aproximadamente 49% dos emigrantes. São Paulo enviou 21,6% dos emigrantes, seguido de Minas Gerais, com 16,8%. O Rio de Janeiro, com 7,1%, ficou na quinta posição. Da região Sul partiram 17,2% dos brasileiros emigrantes, sendo 9,3% oriundos do Paraná, terceiro estado em importância na emigração. A região Nordeste contribuiu com 15%, com destaque para o estado da Bahia (5,3%). A região Centro-Oeste foi a origem de 12% dos emigrantes, sendo Goiás, com 7,2%, o quarto estado em emissão de pessoas. A região Norte foi origem de apenas 6,9% da emigração.

O mesmo Censo, registrou 193 países de residência dos brasileiros, os primeiros 25 concentravam 94% do total de emigrantes. Os principais países de destino desse fluxo são os Estados Unidos (24%) – cujo fluxo é oriundo de Minas Gerais (43%), Rio de Janeiro (31%), Goiás (23%), São Paulo (20%) e Paraná (17%) – seguido de  Portugal (13%), segunda opção para os emigrantes oriundos de Minas Gerais (21%) e do Rio de Janeiro (9%). A Espanha (9%), Japão (7%), Itália (7%) e Inglaterra (6%) representam os outros países de maior concentração de emigrantes brasileiros. A Espanha é a segunda opção de destino para os goianos (20%), enquanto o Japão continua recebendo, na sua maioria, emigrantes oriundos de São Paulo e Paraná, respectivamente 20% e 15%.  Finalmente, os países vizinhos (Guiana Francesa, Venezuela e Bolívia), recebem emigrados do Amapá, Roraima e Acre, enquanto os países das fronteiras centro-sul (Argentina, Paraguai e Bolívia) são destinos para emigrantes do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

QUANTOS SOMOS E ONDE VIVEMOS

A mensuração dos emigrantes brasileiros em um determinado país é difícil porque (1) os registros sobre as saídas de brasileiros são muito precários; (2) poucos são os países que têm estatísticas confiáveis sobre o número de imigrantes em seu território, já que muitos estão em condições irregulares; e (3) o tipo de informação obtida refere-se ao estoque, isto é, ao volume acumulado de imigrantes residentes no país na data do censo. Assim, as informações sobre o número de brasileiros vivendo no exterior são contraditórias e, dependendo da fonte, apresentam grande variação, como veremos a seguir.

Utilizando técnicas indiretas, o pesquisador José Alberto Magno de Carvalho (1996), com base nos censos brasileiros de 1980 e 1991, estimou que 1,8 milhões de pessoas com mais de dez anos de idade deixaram o país na década de 1980. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “descobriu” no censo brasileiro de 1991 uma ausência estatística de cerca de 1,4 milhões de pessoas entre as idades de 20 e 44 anos. Carvalho (2004), considerando o saldo migratório internacional do Brasil entre 1990 e 2000, referente à população com 10 anos ou mais de idade, calcula que este saldo seria negativo em aproximadamente 500 mil pessoas.

Entretanto, mesmo com toda dificuldade de estimar os saldos migratórios, pode-se dizer com alguma certeza que de 1980 a 2000, o Brasil perdeu no mínimo uma população de aproximadamente 2 milhões de pessoas. O Ministério das Relações Exteriores estima que em 2022 cerca de 4,5 milhões de imigrantes brasileiros estavam concentrados em grande parte na América do Norte (45,19%), Europa (32,42%), América Central e Caribe (0,18%), América do Sul (14,06%), Ásia (4,83%), África (0,87%), Oriente Médio (1,29%) e Oceania (1,16%). Na América do Norte, os Estados Unidos têm a maior concentração de imigrantes brasileiros, representando cerca de 41,3% do total dos imigrantes brasileiros e 91,4% da população brasileira do continente. O Canada e o México seguem a distancia, com 6,4% e 2,2%, respectivamente.  Clicar nos links a seguir para acessar os documentos do MRE, a evolução da população brasileira no exterior e o mapeamento dos dados.

A evolução do número de brasileiros imigrantes nos países da América do Sul indica, principalmente a partir de 1980, uma nova situação do Brasil no contexto regional. O Paraguai tornou-se o país da região com maior concentração de imigrantes brasileiros (39,3%), seguido da Argentina (13,9%), Guiana Francesa (14,1%), Uruguai (9,1%), Bolívia (8,7%) e Suriname, Chile e Colômbia com (4,6%), (2,9%) e (1,8%) respectivamente.

A imigração brasileira para a Europa tem se intensificado nos últimos vinte anos. Portugal (24,1%), Reino Unido (14,7%), Itália (10,5%), Espanha (11,1%), Alemanha (10,7%), França (6,0%), Suiça (4,3%), Irlanda (5,4%) e Países Baixos

(5,1%) abrigam os maiores contingentes populacionais brasileiros no continente.

Na Ásia, o Japão é o país com quase a totalidade da população brasileira residente no continente (93,2%), constituindo a terceira maior comunidade imigrante nesse país.

As populações de brasileiros na África, no Oriente Médio e na Oceania são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Na África, Angola reúne 68,2% da população brasileira do continente. O Líbano (35,4%), Israel (23,6%), Palestina (10,1%) e os Emirados Árabes Unidos (16,3%) acolhem a maioria da população brasileira do Oriente Médio. Já na Oceania, 87,3% dos imigrantes brasileiros vivem na Austrália e os outros 12,7% na Nova Zelândia.

Como apontado anteriormente, o Ministério das Relacões Exteriores do Brasil (MRE)  estima a existência de cerca de 4,5 milhões de emigrantes brasileiros no ano de 2022 – um crescimento de 2,6 milhões em uma década. Essas estimativas, como explica o MRE, “buscam levar em conta vários fatores, como: dados oficias fornecidos por autoridades migratórias locais; censos oficiais; número de eleitores registrados na jurisdição, número de matriculados nos consulados; sondagens junto à comunidade; solicitações de passaportes e outros documentos por brasileiros; movimento geral da repartição e de consulados itinerantes; dados disponíveis sobre a saída do país e retorno de brasileiros;  percentuais de redução de remessas; publicações da Organização Internacional para Migrações (OIM); estudos da OCDE; trabalhos acadêmicos e artigos na imprensa além da compilação das respostas à pergunta específica que constou do último censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 sobre o número de familiares residentes em outros países.

Censo Brasileiro de 2010 incluiu um bloco de perguntas visando conhecer de forma mais detalhada o fenômeno da emigração brasileira. O IBGE estima que 491.645 brasileiros vivem no exterior, reconhecendo que este número sub-enumera tal população. Entre outros fatores para essa sub-enumeração, o IBGE cita a possibilidade de que (1) todas as pessoas que residiam em determinado domicílio tenham emigrado; (2) que aquelas que ficaram no território brasileiro tenham falecido; ou (3) que aqueles que há muito tempo encontram-se no exterior tenham sido desconsiderados.

Finalmente, a Organização Internacional para as Migrações – OIM no seu Perfil Migratório do Brasil de 2009 estimou que há entre 2,5 milhões a 4 milhões de brasileiros vivendo fora do país, na sua maioria nos Estados Unidos, Paraguai, Japão, Reino Unido e Portugal.

Como pode ser inferido, a base de estimativa da população brasileira emigrante é bastante precária, variando de fonte a fonte em escala bastante apartada.

AMÉRICA DO NORTE

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (2022), na América do Norte, os Estados Unidos têm a maior concentração de imigrantes brasileiros. Os 1,9 milhões de brasileiros que residem no país representam cerca de 42,1% dos imigrantes brasileiros e 91,4% da população brasileira no continente. O Canadá e o México seguem à distância, com 133 mil pessoas (6,4%) e 45 mil (2,2%), respectivamente.

No entanto, o American Community Survey (ACS), uma pesquisa anual do U.S. Census Bureau, registrou somente 569.325 brasileiros

residentes nos Estados Unidos em 2020.

Embora a imigração brasileira nos Estados Unidos ainda esteja concentrada nos estados da Flórida, MassachusettsNova JerseyNova York e Califórnia, ela tem conhecido uma grande dispersão nas últimas décadas, fato este que não se dá, pelo menos com a mesma intensidade, no Canadá e muito menos no México. A maioria dos brasileiros que emigram para o Canadá vive em Toronto em e aqueles residentes no México concentram-se na região metropolitana da Cidade do México.

AMÉRICA CENTRAL E O CARIBE

A população brasileira da América Central e Caribe em 2022, segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores, soma somente 9.465 pessoas representando 0,21% da população brasileira no exterior.

O Panamá e a Cpsta Tica são as maiores comunidades brasilerias desta região com 4.000 brasileiros residindo no Panamá e 1.500 na Costa Rica seguidos da República Dominicana (900), Guatemala e El Salvador ambos com 500 brasileiros, Honduras (350), Niguarágua (300), Jamaica (260) e a Bahamas (250). 

AMÉRICA DO SUL

A evolução do número de brasileiros nos países da América do Sul indica, principalmente a partir de 1980, uma nova situação do Brasil no contexto regional.

Segundo registros do Ministério das Relações Exteriores em 2022, o número de brasileiros residindo no Paraguai era de 254.000 pessoas tornando-se assim o país com a maior concentração de imigrantes brasileiros no continente (39,3%). A  Argentina com 90.320 abriga (13,9%) dos brasileiros residentes na região, seguida pela Guiana Francesa com 91.500 (14,1%), Uruguai 59.090 (9,1%), Bolívia 56.500 (8,7%). Suriname 30.000 (4,6%), Chile 19.300 (2,9%) e Colômbia com 12.000 (1,8%).

O Censo Brasileiro de 2010 registrou 8.631 brasileiros vivendo na Argentina, seguida pela Bolívia (7.919), Paraguai (4.926), Guiana Francesa (3.822), Suriname (3.416), Venezuela (2.297), Chile (2.297) e Uruguai (1.703).

EUROPA

O primeiro fluxo importante da emigração brasileira para a Europa, por razões históricas e culturais, diz respeito à entrada de brasileiros em Portugal. Esse fluxo se consolidou durante a década de 1990 e permaneceu relativamente estável até o final da década de 2000. Os dados mais recentes do MRE  contam Portugal com uma população de 360.000 ou 24,1% da população brasileira do continente. O Reino Unido vem em segundo lugar com uma população brasileira imigrante de 220.000 pessoas (14,7%). A Itália ocupa a terceira posição com 157.000 brasileiros (10,5%) seguida da Espanha com 165.000 (11,1%), Alemanha 160.000 (10,7%),

França 81.400 (6,3%), Suíça 64.000 (4,3%), Irlanda 80.000 (5,4%) e os Países Baixos que abrigam 76.500 brasileiros ou cerca de 5,1% dos brasileiros residentes no continente.

Em linhas gerais, de acordo com o documento Perfil Migratório do Brasil, citado anteriormente, com exceção dos fluxos mais antigos para Portugal, a população brasileira imigrante na Europa é composta basicamente por jovens adultos entre 20 e 40 anos, de ambos os sexos, com escolaridade elevada (em média, mais de 50% dos brasileiros em todos os países europeus têm pelo menos 13 anos de estudo). Com exceção de Portugal, a maior parte dessa emigração não se constitui por famílias e apresenta elevado índice de emigrantes em situação irregular.

Pode-se ressaltar ainda que fatores históricos e culturais influenciam os deslocamentos para a Europa, com o exemplo de emigrantes brasileiros da atualidade percorrendo o caminho inverso que imigrantes portugueses, espanhóis, alemães e italianos percorreram no passado.

No Reino Unido, a maioria dos brasileiros reside em Londres. Em Portugal, concentram-se em Lisboa e seus arredores. Na Espanha, em Madri e Barcelona; na Alemanha, aglomeram-se na grande Berlin; na Itália, estão na sua maioria em Roma; e na França, em Paris.

Censo Brasileiro de 2010 – IBGE registrou Portugal (65.969), Espanha (46.330), Itália (34.652), Reino Unido (32.270), França (17.743), Alemanha (16.637) e Suíça (12.120) como os países europeus com maior concentração de brasileiros.

ÁSIA

Na Ásia, o Japão, com 206.990 brasileiros[23], é o país com quase a totalidade da população brasileira residente neste continente (93,2%), constituindo-se ainda na terceira maior comunidade imigrante neste país. No final da década de 1980, filhos e netos dos japoneses chegados ao Brasil no início do século XX, emigraram para o Japão em busca de trabalho. Esse fluxo migratório é bastante singular porque a grande maioria desses brasileiros possuem status migratório regular como trabalhadores contratados por empresas japonesas. Ver Brasileiros no Japão.

Por serem descendentes dos japoneses que há um século atrás emigraram para o Brasil, eles são provenientes das mesmas regiões de destino de seus pais ou avós (Paraná e São Paulo). Como anteriormente citado, no Japão, os imigrantes brasileiros ficaram conhecidos como dekasseguis. A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras 出る (“deru“, que significa sair) e 稼ぐ (“kasegu“, que significa para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando), tendo como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país). Segundo Carvalho (2003), os emigrantes dekasseguis apresentam nível de escolaridade mais elevado entre todos os emigrantes brasileiros. O mesmo autor observa ainda que há um relativo equilíbrio entre homens e mulheres, com os primeiros representando 54,8% da população imigrante brasileira para o Japão em 2006. Sasaki (2008), pesquisadora da emigração no eixo BrasilJapão, chama atenção para o fato de que se em 1996 a população de brasileiros no Japão era constituída na sua maioria por jovens casados e chefes de família que deixavam o Brasil para uma estadia temporária e breve retorno, em 2006 passou-se a observar a emergência de um grupo de jovens, homens e mulheres, muitos deles com a pretensão de permanecer definitivamente no Japão.

Censo Brasileiro de 2010 estimou que 43.912 brasileiros viviam na Ásia, 36.202 destes no Japão e 2.209 na China, com o restante distribuído pelos demais países asiáticos.

ÁFRICA

As populações de brasileiros na África, Oriente Médio e Oceania são bastante pequenas e concentradas em poucos países.

Na África, segundo estimativas do MRE, Angola tem uma população de 27 mil brasileiros, representando 68,2% dos brasileiros residentes no continente seguido pela África do Sul com 3.910 e Moçambique com 3.000 brasileiros representando 9,9% e 7,6% da população do continente.

ORIENTE MÉDIO

Entre os países do Oriente Médio, as estatísticas do Ministério das Relações Exteriores apresentam o Líbano como maior comunidade de brasileiros, com 21 mil brasileiros (35,5%), seguido por Israel, com 14 mil (23,6%). Emirados Árabes Unidos  com 9.630 (16,3%), Palestina com 6.000 (10,1%), acolhem a maioria da população brasileira no Oriente Médio.

A maioria dos brasileiros que vivem no Líbano e na Palestina são são de origem libanesa e palestina.  

 

 

 

OCEANIA

Na Oceania, 46.630 (87,3%) dos imigrantes brasileiros residem na Austrália e os outros 6.666 (12,7%) na Nova Zelândia. Embora a população brasileira nestes dois países seja pequena, nos últimos dez anos elas vêm crescendo. Por exemplo, na última década, a migração de brasileiros teve o segundo mais rápido crescimento na Austrália, e o número de brasileiros neste país dobra a cada cinco anos desde 2000 (ABS, 2021). Da mesma forma, mais da metade dos brasileiros que residem na Nova Zelândia chegaram ao país nos quatro últimos anos (Stats NZ, 2018).

 

Estimativas do Ministério das Relações Exteriores (2008 – 2022): Documentos do MRE

Texto baseado, em parte, no livro Brasileiros nos Estados Unidos – Meio Século (Re)fazendo a América.

 

OS AUTORES:

Alvaro Eduardo de Castro e Lima, nascido em São Luís do Maranhão é Diretor de Pesquisa no Boston Planning & Development Agency (BPDA). Economista de formação com mestrado na New School for Social Research em Nova York.

 Alanni de Lacerda Barbosa de Castro cresceu em Codisburgo, no interior de Minas Gerais. Administradora de empresas e mestre em Administração pela PUC Minas, possui também especializações em cooperativismo e gestão de projeto.

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REFERÊNCIAS
1 Imigração no Brasil por Nacionalidade
2 Firmeza, George Torquato, (2007), Brasileiros no Exterior. Brasília: FUNAG
3 A emigração brasileira é, no entanto, muito pequena quando comparada à população residente. Por exemplo, a população emigrante brasileira representa apenas 0,53% da população residente, fazendo o Brasil ocupar a posição 195 no ranking dos 200 países com saldo migratório negativo, ficando à frente somente da Líbia, posição 196 (0,49%); China, posição 197 (0,43%); Bahamas, posição 198 (0,36%); República Centro Africana, posição 199 (0,17%); e Coréia do Norte, posição 200 (0,16%). (DORLING, 2009)
4 Na América Latina, o Brasil figurava até a década de 1970 como uma área de evasão populacional para os países vizinhos, em especial para o Paraguai e a Argentina. A partir da década de 1980, o país passa a se configurar como uma das áreas de recepção migratória de latino-americanos. (BANINGER, 2005)
5 Ver em: Estimativas 2020
6 MARGOLIS, M.L.  (1994): Little Brazil: An Ethnography of Brazilian Immigrants in New York. Princeton. NJ. Princeton University.
7 SALES, T., (1998). Brasileiros Longe de Casa. São Paulo, Editora Cortez.
8

Comumente, a década de 1980 é chamada de “década perdida” no que se refere ao desenvolvimento econômico de muitas nações. Vivido pelo Brasil e por outros países da América Latina, essa fase de estagnação formou-se com uma retração agressiva da produção industrial. Na maioria dessas nações, os anos 80 representam o mesmo que crise na economia, inflação, crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), volatilidade de mercados e aumento da desigualdade social.

9 BROOKE, James. (1993). Brazil Wild Wyas to Counter Wild Inflation. New York: The New York Times.
10 Segundo a socióloga Peggy Levitt (2001), “the assumption that people live their lives in one place, according to one set of national and cultural norms, in countries with impermeable national borders, no longer holds”. In Levitt P., The Trasnnational Villagers, 2001. Los Angeles and Berkley: University of California Press.
11 BELLUZZO, Luis Gonzaga de Mello e Coutinho, Renata (Org.). Desenvolvimento Capitalista no Brasil. Campinas: UNICAMP. IE. 1998, V.I.
12 Em 1981, por exemplo, o desemprego aberto atingiu a taxa de 10%. (PASTORE, 1979)
13 Foi instituído o Plano Collor, que agravou mais ainda a situação, causando revolta na população não só pelas medidas econômicas, mas pelo esquema de corrupção atribuído ao então Presidente. Essas insatisfações deram origem à mobilização inédita dos “caras-pintadas,” que culminou no impeachment de Collor.
14 BRITO, Fausto. (1995). Os Povos em Movimento – As Migrações Internacionais no Desenvolvimento do Capitalismo, em Neide Patarra. (Cord.). Emigração e Imigração Internacionais no Brasil Contemporâneo. Campinas: FNUAP.
15 MARTES, Ana Cristina Braga. (1999). Brasileiros nos Estados Unidos – Um Estudo Sobre Imigrantes em Massachusetts. São Paul: Editora Paz e Terra.
16 Synovate Brasil – Imigrantes Brasileiros Residentes nos Estados Unidos (2007).
17 Synovate Brasil – Remetentes e Beneficiários – Massachusetts e Microrregião de Governador Valadares (2008).
18 LIMA & CASTRO, 2017
19 LIMA & PLASTRIK, 2007
20 PIORE, 1980
21 SALES, 1999
22 A palavra dekassegui (em japonês 出稼ぎ) é formada pela união das palavras japonesas 出る (deru, que significa “sair”) e 稼ぐ (kasegu, que significa “para trabalhar, ganhar dinheiro trabalhando”). O termo tem como significado literário o conceito de estar “trabalhando distante de casa” e designa qualquer pessoa que deixa sua terra natal para trabalhar temporariamente em outra região ou país.
23 Atual Secretaria do Trabalho
24 MRE, 2014
25 FERNANDES, 2008
26 BELTRÃO et al, 2006

 

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