
IMIGRANTES INOVAM NO USO DO CELULAR NOS EUA
Caiu mais um mito: o de que os imigrantes nos EUA não são fluentes em tecnologia e preferem usar somente planos pré-pagos de celular. O que acontece é justamente o contrário. Os imigrantes são mais hábeis no uso de celular do que o americano médio e a grande maioria é usuária dos planos ilimitados de telefonia.
Os imigrantes, na realidade, têm usos mais inovadores para o celular do que o americano médio, como a transmissão de eventos ao vivo e o pagamento de contas por meio do aparelho. Algumas dessas observações estão no estudo Digital Diaspora: How Immigrants Are Capitalizing on Today’s Technology, da Universidade da Pensilvânia.
A pesquisa é uma das primeiras a analisar o uso da tecnologia móvel entre os imigrantes em território americano, os quais já somam 40 milhões, mais de 12% da população nos EUA.
O motivo dos atuais imigrantes serem fluentes em tecnologia móvel é bem simples. A maioria vem de países onde há mais celular do que linha fixa de telefone.
Além disso, imigrantes, em geral, são usuários que gostam de correr riscos e de experimentar novos usos e tecnologias, reflexo, claro, da própria personalidade deles: normalmente pessoas com um nível de ousadia e de empreendedorismo acima da média da população dos seus países de origem.
Em outras palavras, o brasileiro que migra para os EUA é naturalmente mais ousado e aberto a experimentar novas tecnologias do que o brasileiro médio residente no Brasil.
Segundo o estudo, ao contrário do senso comum, grande parte dos imigrantes são usuários do celular e não do Skype para se comunicar com seus familiares e parentes em seus países de origem – 81% usa o celular para fazer chamadas internacionais, somente 19% utiliza o Skype e outros meios para tal fim.
Um estudo anterior do Digaaí mostra que entre os brasileiros essas ligações duram em média mais que 30 minutos.
A atividade mais utilizada pelos imigrantes no celular é o envio de mensagens de texto, representando 95% (SMS nos EUA é barato, quase todas as operadoras oferecem o uso ilimitado do recurso), depois vêm o envio de email e a atualização de plataformas de rede social.
Entre os usos mais inovadores, está a transmissão ao vivo de eventos, algo do qual o americano médio ainda está bem distante. Um americano médio usa 3 vezes menos o recurso de videochat embutido no celular. Entre os imigrantes, a tecnologia de videochat é utilizada menos para conversar e mais para transmitir festas de casamentos, formaturas e enterros para parentes e amigos que ficaram em sua terra natal.
E é aí que vem outro dado interessante do estudo da Universidade da Pensilvânia. O imigrante usuário de celular é fiel a marcas americanas tradicionais de hardware, como a Apple (a maioria usa iPhone), no entanto, tem um comportamento mais instável em relação às operadoras americanas de telefonia, optando por aquelas que oferecem maiores opções e flexibilidade no uso de dados – 57% dos imigrantes são assinantes de planos ilimitados e 47% usa a tecnologia móvel para pagar contas.
Os efeitos do uso do celular entre os imigrantes ainda estão indefinidos. Mas duas coisas são certas. Primeiro: os imigrantes têm um uso qualitativo do celular bem maior que o do americano médio. E segundo: essa dinâmica de utilização de tecnologia móvel terá inevitavelmente repercussão nos países de origem dos imigrantes.
Para se ter uma ideia, a maioria dos imigrantes tem o costume de enviar seus iPhones e iPads usados para os parentes e amigos em sua terra natal, incentivando-os desse modo a adotar também a tecnologia móvel.
Será interessante acompanhar esses efeitos, pois é preciso lembrar que em todos os campos do conhecimento (não somente na utilização de tecnologia), os imigrantes mudam não somente o país que os abriga, mas também de onde vieram.
Brazilian Emigration to North America – Bibliography
Albues, Teresa
1995 O Berro de Cordeiro em Nova York. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira…
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O livro Ausente & Presente: O Voto…
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As populações de brasileiros no Oriente Médio são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Israel, com 20.000 brasileiros e o Líbano com 5.000 representam respectivamente (62,7%) e (15,7%) da população brasileira do Oriente Médio. …
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