Brasileiros nos estados unidos

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Introdução

A imigração brasileira para os Estados Unidos é parte da longa história dos processos migratórios para este país. O fluxo migratório brasileiro para os Estados unidos é o principal fluxo de saída do Brasil e formou-se  de início, com a saída de brasileiros da região sudeste do brasil para o nordeste americano (Massachusetts, Nova York e a Nova Jersey) e mais tarde, para o Sul (Flórida) e Oeste (Califórnia).
Segundo Maxine Margolis (2009), os primeiros imigrantes brasileiros chegados aos Estados Unidos vieram da cidade mineira de Governador Valadares. Esta ligação entre Governador Valadares e os Estados Unidos, em particular com o estado de Massachussetts, começa durante a segunda guerra mundial quando o Brasil tornou-se um dos maiores produtores de mica, que na época, era um material de valor estratégico utilizado para isolamento de produtos militares e na produção de rádios. A mica era minerada por empresas americanas nas jazidas existentes na

região de Governador Valadares. O minério bruto era extraído do solo e depois de separado das impurezas, era expotado para os Estados Unidos.

Após o final da guerra esta indústria entrou em crise mas os vínculos entre Governador Valadares e os Estados Unidos continuaram pois engenheiros e outros professionais americanos no retorno “levaram” consigo alguns dos seus empregados brasileiros. Conta-se  ainda que alguns brasileiros tenham sidos treinados nos Estados Unidos durante a operação da empresa e ao final foram trasnferidos para os Estados Unidos.

Esta experiencia com os americanos em Governador Valadares e as histórias sobre a vida nos Estados Unidos contada por estes brasileiros pioneiros, inspiraram outros, a empreender a viagem para aquele país.

Durante a década de 80 quando o fluxo migratório brasileiro para os Estados Unidos se expandiu, os brasileiros entravam no país portando visto de turista e permaneciam em situação irregular pelo não retorno e o trabalho não autorizado. Este mecanismo cresceu em proporções chegando a ser montada uma verdadeira “indústria” do turismo com operadores oferecendo pacotes para a Disney World e New York várias vezes ao ano. Outros, principalmente aqueles vindo para a costa nordeste americana, trabalhavam durante o verão nas áreas balneárias desta região e voltavam para o Brasil durante o inverno alimentando assim, um processo circular de migração.

Com o aumento da fiscalização dos aeroportos americanos e a dificuldade crescente para a aquisição de visto de turista no Brasil, uma nova rota de entrada foi estabelecida, a entrada pela fronteira do México. Esta rota é mais problemática não só pelo custo que ela envolve mas também pela distância e o risco maior da travessia. No entanto, ela cresceu pelo fato de que os Estados Unidos não podiam, uma vez apreendendo pessoas de origem não-mexicanas atravessando as suas fronteiras, retorná-las para o México. Essas pessoas eram soltas e recebiam notificação para aparecer na corte de justiça (notice to appear). A maioria não aparecia para a audiência mantendo-se no país ilegalmente.

O controle da fronteira com o Mexico se tornou cada vez mais acirrado especialmente na metade da década de 1990 causando uma redução momentânea deste fluxo migratório. Esta rota tornou-se também cada vez mais difícil pois o Mexico, pressionado pelo governo americano, começou a exigir visto de entrada para os brasileiros o que significou, na pratica, que os brasileiros precisavam mostrar prova de capacidade financeira semelhante aquela exigida pelas autoridades consulares americanas no Brasil.

No entanto, este fluxo  se readaptou e passou a usar o Canada e a Guatemala (via fronteira sul do Mexico) como pontos de entrada apoiado pela redes sociais que se formaram. Assim, os fluxos de entrada clandestinos nos Estados Unidos voltaram a se intensificar.

Esta trajetória pode ser confirmada utilizando tres fontes que a corroboram. A primeira, são os registros dos postos consulares quanto a demanda por serviços. Por exemplo, em Boston, o consulado brasileiro detectou uma expansão da demanda de documentos entre 2000 e 2004.

A segunda fonte são os registros do Departamento de Segurança dos Estados Unidos (Department of Homeland Security – DHS) que apontaram o Brasil como o país cujo número de indocumentados apresentou o terceiro maior crescimento, 70% entre 2000 e 2005, após o México e a Índia. Segundo a mesma fonte, em 2004, o Brasil teve o maior índice de crescimento da população de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos, cerca de 78%, além de ocupar o quinto lugar entre os principais países de origem destes imigrantes.

A terceira fonte são os registros do censo americano. Segundo o American Community Survey, (ACS), a população brasileira imigrante cresceu 61% entre 2000 e 2006. Após este período de crescimento houve uma redução de 3% no estoque de imigrantes brasileiros durante o período 2006-2008 que coincide com a crise econômica americana e as crescentes operações de deportação.

 Quantos Somos e Onde Vivemos

O American Community Survey (ACS), em  2021, estimou que 750,839 brasileiros residiam nos Estados Unidos. Esta população inclui tanto aqueles que nasceram no exterior quanto aqueles nascidos nos Estados Unidos. Aqueles nascidos no exterior representam 74,9% da população brasileira residente.

A população brasileira apresentou um crescimento de 265% durante os últimos 20 anos e constitui 1,3% dos 45,3 milhões de imigrantes do país. Florida é o destino mais popular para os brasileiros representando 21,8% da população brasileira no país, seguido por Massachusetts (15,0%), California (9,3%), New Jersey (9,1%), and New York (5,6%). Coletivamente, estes cinco estados acolhem 60,7% do total da população brasileira nos Estados Unidos (Borges, Granberry, Lima e Martins, 2023). Estatísticas e Mapas.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), por outro lado, estimou que em 2021, 1.905.000 brasileiros residiam nos Estados Unidos. Os brasileiros, como é comum entre a maioria dos imigrantes, residem mas grandes regiões metropolitanas onde as oportunidades de trabalho são maiores. As regiões metropolitanas de Nova York (incluíndo Newark), concentrando a maioria dos brasileiros (500.000) seguida de Miami (475.000), Boston (380.000), Atlanta (120.000), Los Angeles (115.000), Houston (90.000), Hartford (70.000), São Francisco (65.000), Chicago (45.000) e Washington (45.000). Estatísticas e Mapas.

Os brasileiros em 2000 eram a 28a comunidade imigrante nos Estados Unidos passando a ocupar o xxº lugar em 2021. 

Brasileiros na África

As populações de brasileiros na África são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Angola, com uma população de 30 mil brasileiros, representa 81,4% da população brasileira do continente.

Brasileiros na Ásia

“Para boa parte dos brasileiros, a Ásia configura uma unidade de denominação – Ásia, asiáticos – porém, observando-se objetivamente, percebe-se que essa unidade, corresponde, de fato à mera denominação” (CERVO 2008:273). São várias as formas de denominar a Ásia, por cortes geográficos ou políticos. …

Brasileiros na América do Sul

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Brasileiros no Chile

Segundo o Ministério das Relações Exteriores cerca de 10.600 brasileiros viviam no Chile em 2010. A base de dados do IMILA (Investigação de Migração Internacional da América Latina) indica que …

Podemos ver a grande discrepância entre estas duas estimativas. Vários pesquisadores teem apontado para o fato de que tanto os Censos decenais quanto as estimativas do American Community Survey subestimam as populações imigrantes e, em particular, as comunidades com grandes contingentes de pessoas indocumentadas. Maxine Margolis, por exemplo, argumenta que o Censo de 1990 que contou somente 94.087 brasileiros vivendo nos Estados Unidos subestimou a população brasileira em pelo menos 80%. No que diz respeito ao ACS, fatores limitantes como o tamanho da amostra, erros amostrais e de mensuração, além de que a população brasileira não está distribuída espacialmente de forma aleatória e constitui uma pequena proporção da população nacional. Assim, uma amostragem com precisão se torna problemática.

Por outro lado, as estimativas do Ministério das Relações Estrangeiras tomam como base consultas feitas por este orgão as embaixadas e consulados brasileiros. Estas estimativas são baseadas em informações locais tais come levantamentos oficiais, estimativas feitas por organizações não-governamentais, pesquisas conduzidas pela mídia ou avaliações feitas pelas próprios consulados com base na prestação de serviços tais como emissão de passaportes e registros notariais. Dada a forma não padronizada e sistemática como essas estimativas são feitas, o próprio MRE admite que “em algumas juridições [estas estimativas podem] configurar elevada imprecisão.

Estimativas feitas com base em dados referentes ao fluxo de remessas de dinheiro para o Brasil por brasileiros vivendo nos Estados Unidos em 20xx estima uma população brasileira residente entre xxx.xxx  e x,x milhões de pessoas. As informações utilizadas para tal cálculo são s seguintes: (1) o volume de remessas dos Estados Unidos para o Brasil que de acordo com o xxxx, eram de x,x bilhões de dólares; (2) o valor médio das remessas enviadas por brasileiros residentes nos Estados Unidos para o Brasil; – entre $300 a $400 dólares mensais; (3) a frequência média dos envios de remessas por brasileiros dos Estados Unidos para o Brasil – entre 10 a 12 vezes por ano, e finalmente, (4) a proporção da população brasileira residente nos Estados Unidos que envia dinheiro para o Brasil – entre 60 a 70%. Esta estimativa depende claro, da precisão das estimativas primárias apontada acima – valor total enviado, das estimativas dos valores médios das remessas, a frequência média destas  e a proporção da população que remite.

A empresa Synovate, utilizando o mesmo método indireto e dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), estimou a população brasileira em 967.000 pessoas. Para tal, a empresa utilizou o valor de $2,6 bilhões de dólares em remessas oriundas dos Estados Unidos para o Brasil (BID, 2001); valor médio de remessas de $250 dólares enviadas de 10 a 12 vezes ao ano. Para o cálculo da proporção de remetentes a empresa assumiu um tamanho médio dos domicílios de 2,52 pessoas.

Finalmente,, o Censo brasileiro de 2010 contou cerca de 117.000 brasileiros vivendo nos Estados Unidos (IBGE, 2010). Este número é resultado da tabulação da pergunta inserida no Censo de 2010 sobre “se alguma pessoa que residira anteriormente com algum morador do domicílio estaria vivendo no exterior.” Segundo o próprio IBGE, “algumas limitações que surgem de imediato é o da possibilidade de toas as pessoas que residiam em determinado domicílio terem emigrado ou que aquelas que ficaram em território brasileiro tenha vindo a falecer” ou, além disso, “pessoas que fizeram o movimento rumo ao exterior há muito tempo podem ser desconsideradas.” 

Quem Somos e o que Fazemos

Idade, Gênero e Estado Civil  

De acordo com o American Community Survey, a idade média dos imigrantes brasileiros residentes nos Estados Unidos em 2021 é de xx,x anos – a par com a média da população nativa e consideravelmente inferior a média de idade da população imigrante em geral (xx,x).

 

A distribuição etária da população brasileira no entanto, é mais similar a desta dos imigrantes do que daquela da população nativa. A vasta maioria dos brasileiros, assim como os outros imigrantes, são pessoas em idade de trabalho:  xx,% dos brasileiros e xx% dos demais imigrantes tem entre 20 e 64 anos de idade. As crianças e os idosos são consideravelmente menos representados: xx% das pessoas em cada um destes grupos tem menos de 20 anos, enquanto x% dos brasileiros e xx% de todos os outros imigrantes tem 65 ou mais anos de idade. Em constraste, a distribuição da população nativa é bem mais equilibrada: xx% deles estão entre as idades de 20a 64 anos, com pouco menos de um terço com menos de 20 anos de idade e xx% com 65 ou mais anos de idade.

 

 

A distribuição de gênero é quase idêntica para os três grupos. As mulheres representam xx% de todos os imigrantes e xx% dos imigrantes brasileiros assim como da população nativa.

 Os imigrantes brasileiros tem uma proporção maior de pessoas que são casadas (xx%) do que a população nativa (xx%) e menor que desta dos outros imigrantes (xx%).

Motivos da Partida

As razões para a partida, continuam as mesmas dos anos iniciais e similares àquelas dos brasileiros que buscam outros destinos. Os dados da pesquisa de 2004 da Associação Brasileira de dekasseguis (ABD), apontava como razões para a emigração a “fuga do desemprego” (25% dos homens e 27,7% das mulheres); a “insatisfação com a renda/salário” (47,5% dos homens e 49% das mulheres); “poupar para abrir um negócio no Brasil” (48,7% dos homens e 35,9% das mulheres); “sustentar a família” (29,5% dos homens e 23,3% das mulheres); “conhecer o Japão” (25,7% dos homens e 32,3% das mulheres); “pagar estudos” (25,6% dos homens e 27,1% das mulheres); e “pagar dívidas” (8,9% dos homens e 7,6% das mulheres).

Patarra e Baeninger (2006) argumentam que os emigrantes brasileiros que se dirigiram principalmente para os países do primeiro mundo, buscavam principalmente a mobilidade social, que se encontrava truncada no Brasil na década de 1980. Assim, os nipo-brasileiros, pertencentes à classe trabalhadora ou oriundos da classe média, tornam-se imigrantes, retornando ao país dos seus ancestrais, de forma a compensar as perdas significativas em seus padrões de vida. Trocam o trabalho que dá prestígio no Brasil pelo trabalho que remunera.

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