BRASILEIROS NA EUROPA

“Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.”

INTRODUÇÃO

Maria Stella Ferreira sugere a seguinte periodização do processo de imigração europeia para o Brasil: 

(a) 1820-1876: pequeno número de imigrantes (cerca de 6.000 por ano), predominância de portugueses (45,73%), com números significativos de alemães (12,97%); 

(b) 1877-1903: grande número de imigrantes (cerca de 71 mil por ano), predomínio de italianos (58,49%);

 () 1904-1930: grande número de imigrantes (cerca de 79 mil por ano), predomínio dos portugueses (36,97%);

(d) 1931-1963: diminuição do número de imigrantes (cerca de 33,5 mil por ano), predomínio dos portugueses.

A influência de ideais raciais pseudo- científicas dominantes entre as elites brasileiras levou, após da abolição da escravidão, levou o governo brasileiro a acreditar que a identidade nacional seria possível somente na base da imigração européia, perpetuando assim, a dominação da população branca. Assim, a população negra livre foi substituída pela mão de obra européia. 

Um momento de intenso fluxo para fora da Europa, aconteceu depois da Primeira Guerra Mundial, como consequência dos re-agrupamentos territoriais, das expulsões maciças de populações e das perseguições ideológicas, étnicas e políticas. 

Passados mis de vinte anos desde o fim da Primeira Guerra, dá-se a Segunda Guerra Mundial que fez com que verva de oito milhões de pessoas se vissem forçadas a bandonar a Alemanha. 

A partir da metade do século passado, o crescimento econômico fez com que a Europa passasse a ser destino para imigrantes de todo o mundo. Inicialmente, eles eram oriundos de um número reduzido de países da própria Europa, como foi o caso dos portugueses e espanhóis. Esse volume passou a ser reforçado por magrebianos do norte da África, além de trabalhadores convidados por programas especiais de recrutamento de mão-de-obra (guest worker programs), como os turcos na Alemanha. Mais recentemente, a diversidade dos países de origem, assim como o número de imigrantes, aumentou significativamente. Países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia passaram de “exportadores” de mão-de-obra para “importadores” em larga escala (Fernandes, 2008). Hoje, por exemplo, vários países europeus, grandes e pequenos, têm um estoque de imigrantes maior que 10% das suas populações totais – Luxemburgo (37,4%), Áustria (15,1%), Suécia (12,4%), Alemanha (12,3%), Espanha (11,1%) e França (10,7%). 

Houve mudanças também na origem dos fluxos migratórios, incluindo agora imigrantes dos países do Leste Europeu e de diversos países da América Latina, entre eles o Brasil. A emigração brasileira para a Europa está relacionada, em parte, a fatores históricos e culturais decorrentes do próprio processo migratório brasileiro, que até pouco tempo recebia migrantes provenientes de Portugal, Espanha, Itália e Alemanha.

Os emigrantes brasileiros passam a percorrer o caminho inverso que imigrantes portugueses, espanhóis, alemães e italianos percorreram no passado. Aliado aos fatores históricos, duas outras razões atraem os brasileiros para a Europa: o crescimento da economia com a formação da União Européia e o fato de que muitos brasileiros decendentes de europeus têm dupla nacionalidade.

QUANTOS SOMOS E ONDE VIVEMOS

A emigração brasileira para a Europa intensificou-se nos últimos 20 anos. O primeiro fluxo importante, por razões históricas e culturais, diz respeito à entrada de brasileiros em Portugal. Esse fluxo consolidou-se durante a década de 1990 e manteve-se relativamente estável até o final da década de 2000.

No último levantamento do Ministério das Relações Exteriores do Brasil em 2022, constatou-se que mais de 4,6 milhões de brasileiros viviam no exterior com quase 1,5 milhão vivendo na Europa. Ou seja, mais de 32% dos brasileiros que estão no exterior vivem na Europa, uma população menor somente do que a população brasileira residente nos Estados Unidos, 2,1 milhão ou 45% dos brasileiros emigrados.

A maior concentração de brasileiros é nos Estados Unidos, onde vivem 1,9 milhão de brasileiros  (42% do total). Portugal é o segundo país com mais brasileiros (360 mil ou 7,8% do total), seguido por Paraguai (254 mil ou 5,4%), Reino Unido (220 mil ou 4,8) e Japão (206.990 ou 4,5%).  

Segundo a mesma fonte, Portugal tinha o maior contingente de emigrantes brasileiros na Europa, com 360.000 (24%), seguido do Reino Unido com 220.000 brasileiros (15%), a Espanha, com 165.000  (11%), e a Alemanha, com 160.000 (10,7%). Estes quatro países juntos, representam cerca de 61% da população brasileira residindo na Europa.

Mapa: Maiores Comunidades Brasileiras na Europa Por Países

Os países com menor número de brasileiros na Europa são a Moldávia (12), o Vaticano (15), a Geórgia (28), a Armênia (30) e Belarus (40). 

As cidades de Lisboa com 250.000 (17%), Londres com 190.000 (13%), Madri com 90.000 (6%), Milão com 87.000 (5,8%), Dublin com 80.000 (5,4%), Porto com 80.000 (5,4%), Amsterdã com 76.500 (5,1%), Barcelona com 75.000 (5%), Roma  com 70.000 (4,7%), Berlim com 60.000 (4%) e Paris com 60.000 (4%) são as cidades com maior concentração de brasileiros na Europa. Juntas, estas onze cidades representam 75% da população brasileria residente na Europa.

Mapa: Maiores Comunidades Brasileiras na Europa Por Cidades

Brasileiros no Oriente Médio

As populações de brasileiros no Oriente Médio são bastante pequenas e concentradas em poucos países. Israel, com 20.000 brasileiros e o Líbano com 5.000 representam respectivamente (62,7%) e (15,7%) da população brasileira do Oriente Médio. …

Brasileiros no México

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil estima a população brasileira residente no México em 15.000 pessoas.

Brasileiros na Argentina

A migração brasileira para a Argentina tem por um lado um caráter rural, direcionado principalmente para a província de Missiones e constituído majoritariamente por trabalhadores e pequenos proprietários agrícolas, e por outro, um caráter urbano, voltado para a Região Metropolitana de Buenos Aires composta …

Brasileiros na Espanha

Entre a segunda metade do século XIX e começo do século XX, houve uma grande emigração de espanhóis para a América Latina sendo o Brasil o terceiro país de maior destino destes. Este processo se inverte na década de 80 com o Brasil enviando um número crescente de seus cidadãos pra aquele país.

Brasileiros no Paraguai

A grande migração brasileira de “fronteira agrícola,” para o Paraguai está ligada aos incentivos oferecidos pelo governo daquele país seguindo a sua política de desenvolvimento agrícola durante o governo Stroessner (1954-1989). Estas políticas incluíram a criação de mecanismos de atração via a outorga de extensas …

A maioria dos brasileiros que emigram para a Europa tem um perfil similar ao dos brasileiros que emigram para os Estados Unidos, A diferença está na composição de gênero. Mais mulheres emigram para a Europa do que para os Estados Unidos (PATARRA, 2005). Por muito tempo, quem deixava o Brasil para a Europa era, na grande maioria, pessoas solteiras em busca de oportunidades. Atualmente, famílias inteiras, profissionais com alta qualificação e acadêmicos são a grande parte dos imigrantes brasileiros na Europa. 

Segundo publicação da ETIAS Europa, fatores como a violência, instabilidade política, crise econômica e baixa qualidade de vida estão entre as principais motivações para os brasileiros saírem do país. Do lado dos fatores de atração, a língua em comum no caso de Portugal, oportunidade de trabalho e a busca por uma melhor qualidade de vida tornam atrativas as cidades européias.  

Por fim, a criação do “Espaço Schengen,” possibilitou a capacidade de circulação em 29 paises tornando a Europa ainda mais atrativa para os imigrantes. No entanto, as legislações internas de cada país em relação a obtenção de nacionalidade, permissão de residência, entre outros aspectos ligados a direitos migratórios ficaram circunscritos aos países membros. Estes aspectos em conjunto com a militarização das fronteiras da União Européia via a criação da Agência Européia para o Controle de Fronteira (FRONTEX) e a crescente onda de racismo, xenofobia e nativismo têm tornado a migração para a Europa e a vida dos imigrantes residentes na União Européia cada vez mais difícil e arriscada. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÓGUS, Lúcia Maria Machado. Migrantes brasileiros na Europa Ocidental: uma abordagem preliminar. Emigração e imigração internacionais no Brasil contemporâneo. São Paulo: FNUAP, p. 111-121, 1995.

BÓGUS, Lucia Maria Machado. Do Brasil para a Europa – Imigrantes Brasileiros na Península Itálica neste Final de Século. Anais do X Encontro de Estudos Populacionais, Caxambu, 1996, p.893-916.

Carvalho, Flávio e Flávio Souza. 2008. “Qual Migração Brasil – Espanha?” Texto enviado ao Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios – CSEM em Julho de 2008.

CARVALHO, Flávio; SOUZA, Flávio. Qual migração Brasil-Espanha. Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios (CSEM).  2008. Disponível em: http://www.csem.or.br/artigos_port_artigos08.html.

COMMISSION OF THE EUROPEAN COMMUNITIES (COM).  Policy Plan on legal Migration. Brussels, 2005.

EUROSTAT. Statistics Explained. Migrations and migrant population statistics. March 2024.

FERNANDES, Duval Magalhães; RIGOTTI, José Irineu Rangel. Os brasileiros na Europa: notas introdutórias. SEMINÁRIO “BRASILEIROS NO MUNDO”, Palácio do Itamaraty, Rio de Janeiro. Anais, 2008. 

LEVY, Stella Ferreira. (2003). O Papel da Migração Internacional na Evolução da População Brasileira (1872-1972).

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, Secretaria de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares e Jurídicos. Comunidades Brasileiras no Exterior – Ano-base 2022. Agosto de 2023. 

PATARRA, Neide Lopes. Migrações internacionais de e para o Brasil contemporâneo: volumes, fluxos, significados e políticas. São Paulo em perspectiva, v. 19, n. 3, p. 23-33, 2005.

Eleições Presidenciais Brasileiras no Exterior (1989 – 2022)

A participação dos emigrantes no processo político dos seus países de origem, seja pelo exercício do voto ou pela capacidade de concorrer a cargos eletivos, é expressão do aumento significativo da migração internacional e das crescentes atividades transnacionais destes emigrantes.
O livro Ausente & Presente: O Voto…

Visualizing the Brazilian Diaspora in the U.S.

This project was developed in partnership with Boston University’s Spark Lab. The Spark Lab is a technology incubator and experimental learning lab for student-led computational and data driven projects at Boston University.
As part of the CS 506 class, students Junhe Chen, Haoyu Zhang, and Hui Li, under…

Brasileiros Mundo Afora: Quem e Quanto Somos, Porque Emigramos, Onde Vivemos, Porque Retornamos e Quanto Contribuímos

Historicamente, o Brasil pode ser considerado um país receptor de população. Ao longo da sua história acolheu imigrantes de vários países do mundo. De 1822 até 1949 o país recebeu cerca de cinco milhões de imigrantes, sobretudo portugueses, italianos e espanhóis além de japoneses, alemães, poloneses e sírio–libaneses. Pode-se identificar esse fluxo em três grandes correntes …